Viagem de Família escrita por D C S Martim


Capítulo 21
Eles Dois


Notas iniciais do capítulo

Uhm, pessoal, agora eu já tenho todos os últimos capítulos de Viagem de Família prontos.

São três, e se eu resolver escrever mais um, pra complementar a parte do Thor da história, quatro.

O próximo capítulo será tenso e emblemático, e eu estou feliz porque nenhum de vocês sabe meu endereço porque eu não estou a fim de receber ameaças de morte, então, eu vou fazer o seguinte esquema, e se todos concordarem digam Tiranossauro Rex nos comentários:

Eu vou tirar o fds pra me organizar, fazer umas coisas pra faculdade, escrever outras fics, sair com um amigo,e, se eu tiver sorte, conseguir arrumar meu jardim, e na terça feira eu posto os 4 (ou 3) capítulos mais o primeiro capítulo da fic do Steve, que eu ainda nem comecei a escrever, pra minha vergonha, que tipo fajuto de escritora sou eu?!

Entção, se estiverem de acordo, Tiranossauro Rex, se não, estou aberta a ouvir sugestões. Desde que vocês as façam em baleiês. Ou fazendo uma dancinha esquisita.

Aceito todas as sugestões que forem feitas enquanto vocês fazem uma dancinha esquisita.

Exijo evidencias.



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Loki sentiu seu coração doer. Uma dor estupida e sem sentido. Chacoalhou a cabeça, meio confuso, sem entender porque lágrimas insistam em lhe subir aos olhos. Não eram lágrimas de alegria, disso tinha certeza. Talvez fossem lagrimas de medo. Talvez escondessem mais em si mesmas do que pareciam esconder. Dam abriu a porta do quarto, esfregando o cabelo com uma toalha, vestida em delicados pijamas que realçavam sua silhueta e a suavidade de seu corpo. Ela parou, colocando as mãos nas ancas.

–Quer ouvir uma coisa engraçada?- perguntou, penteando os nós do cabelo com os dedos.

–Não.- respondeu ele, secando as bochechas com as costas das mãos.

Ela deu uma risadinha.

–Não me afaste de você, Loki. Não agora.

–Eu jamais faria isso.- ele sorriu, apesar das lágrimas ingratas, abrindo os braços e puxando os lençóis – Chegaremos no castelo amanhã ao entardecer. Talvez esta seja nossa ultima noite juntos.

–Talvez seja.- ela assentiu, com uma expressão triste.

–Fui eu que lhe chateei?

–Não, não... – soou distante – É só que... Eu não gosto que as coisas sejam assim.

–Eu sei.

–Não gosto que as pessoas sejam assim. Não gosto da violência que vejo nos outros, nem da que vejo dentro de mim. Repudio tudo isso. Repudio a mim mesma, quando posso. Quando não posso repudio aos demais. Tudo seria tão mais fácil... Se não precisasse ser assim.

–Hey.... Hey...- ele puxou-a para perto e acariciou seu rosto enquanto lhe beijava as feições – Garotinha estúpida.

Não pode evitar, rindo outra vez.

–É você quem está chorando.- disse-lhe ela.

–E não sei se vou conseguir parar.

–Tudo bem, amor. Chore. Chore o quanto quiser. Eu vou cuidar de você. – respondeu ela, com um sorriso amoroso que fez Loki perceber que se sentia em casa.

Pela primeira vez em sua vida, ele fez amor enquanto chorava.

Suas lágrimas e soluços misturavam-se ao gemidos, e toda vez que ele erguia os olhos a única coisa que conseguia enxergar era sua esposa sorrindo. Ela sorriu o tempo todo, um sorriso sincero que lhe trouxe paz. Ela estava em paz. Suas mãos acariciaram a cintura de Loki, enquanto se colocava sobre ela, mantendo-o perto, muito perto. Dam não queria deixa-lo ir. Sentiu em suas palmas seus movimentos, o tencionar e relaxar dos músculos, o arfar de sua respiração e seus gestos lânguidos, carinhosos e deliberados. Tinham pouco tempo à sós, e ambos pareciam empenhados em fazer aquele tempo valer. Ela sentia cada parte de si aberta, disposta a deixar-se levar pelo momento, porque já haviam passado tempo demais sendo cautelosos, tempo demais afastados e tempo demais sendo fracos, enquanto fingiam ser fortes, então por que não ser honestos, enquanto ainda havia uma pequena chance de tudo dar certo?

Loki apertou os seios da esposa, sentindo-os de uma maneira sensual. Beijou novamente suas feições, e então seus lábios, pressionando-os firmemente contra os seus, mordendo, provocando. Deslizou a mão por baixo das costas dela, seguindo a linha delicada de sua coluna, apertando os dedos contra as nádegas, e erguendo seu quadril para que ficasse em uma posição diferente, mas propícia ao coito, e que ele francamente gostava mais.

Gostava de dormir com ela de qualquer maneira. Gostava quando se abraçavam, e ele podia deitar seu corpo sobre o dela, gostava quando ela ficava por cima, gostavam quando tentavam coisas diferentes, como superfícies peculiares, ou quando faziam sexo em pé. Gostava de paredes geladas, tapetes felpudos, mesas vazias, colchões macios, pisos ásperos e qualquer espaço disponível, e gostava de cadeiras, de banheiros, gostava de morder seu ombros, ou amparar um dos seios enquanto suas costas batiam de encontro à seu peito, ou quando ela se ajoelhava no chão. Não importava a maneira, não importava a intensidade, o lugar, não importava se era suave ou agressivo, se era divertido ou solene, se era intenso, ou apenas um deslize reconfortante, uma distração, não importava se era planejado ou inesperado (na verdade ele preferia quando era espontâneo, quando começava com um beijo ou uma carícia, e então um deles simplesmente não conseguia evitar, e quando davam por si haviam roupas atiradas as pressas pelo chão, e lábios subindo e descendo por seus corpos, e gemidos meio abafados, e marcas de dedos, e sussurros apressados de prazer e desvirtuosidade). Questões como essas nada mais eram que secundárias. O simples prazer carnal era secundário, em sua perspectiva, não porque não fosse essencial, apenas porque só existia e deveria existir por causa do vínculo profundo que os unia. Loki fazia sexo com sua esposa porque a amava, porque queria, porque aquilo os satisfazia e aproximava. Era uma das maneiras mais íntimas que encontrava para dizer que a amava, que estava ali, não apenas fisicamente, mas que estava realmente ali, com ela, e que não pretendia deixa-la.

É claro que sexo não era sempre assim. Ele, sendo a boa vadia que era, sabia bem disso. Mas deveria ser, concluíra. Deveria ser um ato de respeito e adoração, por mais depravado que fosse, a dignidade deveria ser asseverada e sentida, e vivenciada, e transmitida em carinho, porque onde não havia respeito não havia amor, e, para ele, se não havia amor já não valia mais à pena.

Não trocaria sua existência por nenhuma outra.

Sim, estava absolutamente fodido, e não no bom sentido, mas não trocaria de lugar com nenhum outro pobre diabo. Não trocaria seu passado sujo por nenhum outro, embora as vezes desejasse poder começar outra vez. Não trocaria suas memórias doces por nenhuma outra, e, se não podia trocar as amargas, se não podia esquece-las, pelo menos as encararia com honestidade, aceitando seus erros e encarando suas consequências, encarando os buracos que deixaram em sua alma, e não se deixaria consumir por elas, porque, naquele momento, era mais que seus erros, que seu passado, que seu futuro, que tudo o que já desejara, viria a desejar, jamais viria a desejar.

Era um ser. Uma criatura consciente, viva, capaz de se superar enquanto respirasse, enquanto tivesse uma chance, e Loki aprendera a agarrar-se à todas as chances.

Viver não era um peso. Existir não era um castigo. Não era um gigante de gelo amaldiçoado pelo pulsar de seu coração frio.

Era, isso sim, possibilidades e escolhas. E, enquanto vivesse, aprendera que jamais deixaria de sê-lo.

Estava pronto para rever seu pai.


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Notas finais do capítulo

(Tiranossauros nem são os meus preferidos, shhhhh)