Somebody To You escrita por CarolHust


Capítulo 41
Extra 3. - Out of Mind.


Notas iniciais do capítulo

OEOOOOO o/ o/ VOLTEI!

Olá pessoas, desculpem a autora louca aqui (sabem como é, o anonimato nos permite fazer coisas que fisicamente não faríamos e blá, blá, blá...). Enfim, o que importa é que ESTOU DE FÉRIAS, tenho novos projetos e falta pouco para a segunda temporada começar.
Aí vocês perguntam: Carol, se suas férias começaram no dia 23, porque só postar agora? Para os realmente interessados, respondo: pode-se dizer que o grande culpado foram os Correios. Não quero me estender nisso para não voltar a ficar triste, mas basicamente prenderam minha encomenda na CTE daqui de SSA por várias semanas (por falta de pessoal para entrega), não me deixaram pegar por mais que eu tentasse e por isso não fui capaz de fazer o cosplay que planejo desde o ano passado. Agora, meu consolo é esperar o resultado da ação que vamos meter na empresa e tentar conseguir o suficiente para fazer um novo cosplay "de graça".

Agora vou ter tempo para responder os reviews! Mas, para adiantar:
1. Para quem perguntou: não, ser adepto do visual kei não é o mesmo que se travestir, visto que esses dois movimentos surgem em circunstâncias completamente diferentes e por propósitos completamente diferentes. Midnight, por exemplo, não tem o propósito de se "parecer" como uma garota, é meio complicado... Aliás, para quem gosta, aí vai uma foto de como imagino ele:
s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/f9/cd/0b/f9cd0bcf6475b03bf975d016da9ae18e.jpg
(tão lindooooo)
2. "Fujoshi" é o nome dado a uma garota que se interessa por mangás yaoi ou histórias com relações entre homens em geral. O sinônimo para o caso de um homem é "fudanshi".
3. Esqueci! Essa é a imagem de como seria, mais ou menos, o colar que Gray deu para Juvia no capítulo passado:
i4.ytimg.com/vi/Rj-3Sjv4hkg/maxresdefault.jpg

Sobre os novos projetos, pretendo fazer uma série de oneshots, uma oneshot meio longa (estou tãããão excitada sobre essa, tô com ela na cabeça à séculos) e uma original que vai sair, mas não sei quando...
Enfim, como sempre estou aberta a perguntas e muito obrigada por continuarem a ser essas pessoas maravilhosas que acompanham e comentam *3*. Bem-vindos, novos leitores!
Vou tentar começar a falar menos aqui 'v´.

Música do capítulo: Out of Mind, de Tove Lo. Essa vocês provavelmente não conhecem, achei por acaso e acho que se encaixou bem no caso deles... Ainda faltam dois extras!


Boa leitura ;)



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Ela não conseguia entendê-lo. Sério.

Elfman Strauss tinha tudo para ser repudiado por Evergreen, tudo o que ela odiava em um homem. Ele era grosso sem nem perceber, não sabia tratá-la como deveria, não era lá muito inteligente e ainda parecia ter algum tipo de TOC, uma necessidade de reafirmar sua masculinidade por meio dos atos mais frívolos possíveis. Ele jurava não usufruir de anabolizantes, mas seu corpo era anormalmente grande e musculoso, o que fazia com que se aproximasse à imagem de um fisiculturista de nível médio − bem, ao menos dessa afirmação ela não podia duvidar, achava impossível que Mirajane fosse permitir que o adolescente usasse qualquer tipo de droga. Ele não conseguia nem ser bonito... Não que fosse horrível ou claramente feio, mas não era dos mais agradáveis aos olhos: não como Laxus, ou Gray, ou qualquer aluno da Blue Pegasus com o qual ela já tivesse tido contato... Não era porque ela tinha certa resistência para externar tudo o que se passava em sua cabeça e coração que iria mentir sobre isso, ele realmente não era um galã. Para completar, quase repetira o primeiro ano do ensino médio.

Ainda assim, nada parecia importar. Sim, ela revirava os olhos toda vez que ele comentava sobre futebol, academia, ou qualquer coisa que viesse acompanhada daquele sorriso idiota, mas a cada vez que o notava observando-a calado durante a aula, tudo o que ela fazia era bufar e tentar esconder as maçãs do rosto coradas. Nada importou quando, antes de saberem que seriam da mesma sala no primeiro ano do colegial, eles começaram a se esgueirar e se encontrarem em locais estratégicos onde ninguém os veria. Nada os impediu, após o choque inicial de se verem em classe, de continuarem a passar as tardes, noites de fins de semana e os intervalos entre as aulas sozinhos, chegando a levar aquele relacionamento a outro nível.

Mas tudo isso tinha acabado há muito tempo. O que Ever não conseguia entender era como, após mais de um ano, ele havia simplesmente decidido que não iria mais evitá-la e começaria então a fuzilá-la com o olhar sempre que possível, sem dizer uma única palavra. Talvez ela tivesse um pouco rude demais naquela vez, antes de tudo acabar, mas achava que estivesse claro para ele que era assim que aquela relação funcionava: ele cometia um deslize, ela o criticava, eles discutiam e por fim se encontravam no dia seguinte no local marcado. Ela nunca se desculpava e eles sempre voltariam ao normal. Ponto. Eram os papéis que cada um deles tinha que seguir e que supostamente haviam aceitado.

Daquela vez não foi assim. Ela se excedeu, ele lhe deu um “basta” pela primeira vez, mas ela continuou. Foi até um pouco cruel, verdade. Esperou dias, meses, mas ele nunca voltou aos fundos de sua casa, como costumava fazer quando seus pais estavam fora. Evergreen foi ao seu limite e pediu desculpas, a única vez em que se rebaixou, mas não foi o suficiente. Por mais que soubesse que enviar aquela mensagem de texto tivesse exigido que ela fosse contra sua natureza, para Elfman não foi um pedido válido. “Diga isso na minha cara. “, ele respondeu. Foi aí que ela se irritou.

O ódio mútuo fazia com que seus olhares quase nunca se cruzassem e Ever tentasse humilhá-lo em público sempre que podia. Toda vez que era chamada de mandona, problemática ou possessiva, fazia questão de dar as respostas mais cortantes possíveis. Elfman não reagia nunca, mas estava tudo bem. A seu ver, ele havia perdido a cabeça no momento em que a dispensou.

Tinha quase certeza que as irmãs Strauss, por mais que fossem suas amigas, estavam do lado do irmão gêmeo. Não que isso fosse estranho, eles basicamente tomavam conta de si mesmos já que os pais passavam a maior parte do tempo trabalhando, cuidavam um do outro. Ever só achava meio cruel as garotas terem coragem de a consolarem enquanto lhe contavam que haviam aconselhado o irmão a se afastar. Não era como se tivesse outros ombros para os quais correr e se apoiar: elas eram as únicas que sabiam sobre o ocorrido.

Por causa desse “gelo” que vinha recebendo, entre outras razões, que foi tão inesperado encontrar Elfman no cinema justo no dia que ela tinha marcado de sair com um garoto alguns anos mais velho. Coincidência? Achava que não, mas não iria dar a ele o luxo de ouvir alguma palavra saindo de seus lábios. Ignorou-o na fila da pipoca, ignorou-o quando ele se sentou em uma fileira próxima na mesma sala, ignorou-o quando o outro garoto inclinou-se em sua direção no meio da sessão... Esse foi o seu limite.

Ever não gostava de pensar que era uma garota fácil, ela só fazia o que queria e não tinha medo da opinião alheia. Não havia nada de estranho no fato dela, periodicamente, se encontrar com esses garotos para se divertir um pouco, mesmo que não saísse realmente satisfeita de nenhum dos encontros. Ela, no entanto, tinha ainda noção de clima, lugar e situação, e sabia que aquele não o melhor cenário para beijar qualquer garoto – provavelmente o pior. Tinha consciência de que Elfman estava os assistindo quando ela recuou e empurrou o saco de pipoca em direção ao moreno.

O nome dele era Kou, se ela se lembrava bem. Tinha cabelos escuros e lisos até os ombros, nariz pequeno e um sorriso quase perfeito, que exibia especialmente quando fazia algum cavalheirismo. Eles eram todos assim. O único que não havia sido falsamente gentil com ela para conseguir o que queria fora...

Não havia percebido que estava olhando para Elfman ao rejeitar Kou. O grandalhão levantou uma das sobrancelhas em ironia ao observar a cena, questionando-a. Ela voltou seu olhar ao mais velho imediatamente, constrangida. Não sabia como iria se explicar: não era como se não soubesse o que eles tinham ido fazer ali, era bem óbvio. Pior, o homem provavelmente já tinha ouvido sobre sua fama e achava que seria mais fácil com ela do que com outras garotas, o que sempre tornava mais difíceis a negações de Evergreen.

− Desculpe-me, mas acho que... Não vai dar certo. – ela murmurou enquanto tentava retirar toda a pipoca derrubada de cima do garoto. Tentou ser o mais sutil possível, não era culpa dele. – Eu não estou muito bem.

Kou mirou-a, curioso. Como estavam no meio da sessão, não poderia simplesmente se levantar e ir embora, seria grosseiro da parte da garota, e isso tornava aquela experiência anda pior.

− Quer ajuda com alguma coisa? Um remédio? – ele tentou afagá-la nos cabelos. Instintivamente, Ever recuou um pouco, batendo a cabeça na cabeceira da poltrona. – Tudo bem com você?!

− Tudo, tudo... Acho que só quero descansar mesmo. – ela desviou o olhar, enquanto coçava a nuca, sabendo que ele notara que havia algo estranho ali. Apoiou-se no encosto da cadeira, suspirando.

Mantiveram-se em silêncio por alguns minutos, os dois fingindo prestar atenção no longa-metragem. Evergreen iria matar Elfman assim que tivesse a oportunidade. O que ele pretendia com aquilo? Incomodá-la mais do que já fazia ao demonstrar todo o seu ressentimento por meio de olhares?

Kou estava obviamente desconfortável – quem não estaria? –, mas ainda assim tentou, inesperadamente, ser gentil:

− Olha, se você não quiser mais é só dizer.

− Não! Quero dizer... Desculpe-me, eu sei tínhamos combinado, mas... – ela não conseguiu evitar olhar de relance para trás. Kou seguiu seu olhar.

− Namorado? Sabia que você era, errr... Mais tranquila para essas coisas, mas não imaginava que tanto assim. – Evergreen tentou não se sentir incomodada pelo último período, uma piadinha infame. Já estava acostumada. – E também, acho que deveria avisar para qualquer que seja o cara que você já tem alguém, não são todos que levam isso numa boa. – ele tentou ser delicado ao demonstrar que não estava satisfeito.

− Não, eca. É meio que... Uma coisa do passado.

Eu acho.

− Ah, entendo. − o moreno assentiu.

Realmente, não havia muito mais a ser dito. Não passado muito tempo, Ever o observou se levantar, lhe cumprimentar e ir embora. Extremamente constrangida, ela decidiu que não mais sairia com alguém até aquela questão estar resolvida por completo.

Quando o filme acabou, ela foi uma das primeiras a sair da sala, e ficou esperando do lado de fora do corredor. Observando cada indivíduo que saía, o mais discretamente possível agarrou o único que se parecia com um boneco inflável e o arrastou até a parte dos banheiros, mais quieta. Prendeu-o contra a parede, ainda que fosse menor e mais fraca, tentando intimidá-lo.

O que você quer, hein?

Elfman não respondeu, mantendo a feição apática. Ele deveria ter algum problema mental se achava que ela deixaria o episódio passar em branco.

Elfman! Você acha o que, que pode vir aqui depois de todo esse tempo e brincar de atrapalhar minha vida? Já não basta demonstrar que me odeia todos os dias?! Não vou deixar que fique fazendo piada de mim assim!

O de cabelos quase brancos manteve as sobrancelhas unidas, em silêncio. Quando Ever já estava começando a pensar em estapeá-lo, ele se moveu, afastando-a um pouco.

− Por que você acha que tem sempre que ter a ver com você? Não posso ter vindo aqui por vontade própria e ter sido uma péssima coincidência? – ele cruzou os braços sobre o peitoral, desafiando-a.

Não. Porque mesmo que tudo parecesse ter acabado, as regras daquele jogo claramente continuavam as mesmas. Evergreen sabia como ele agia: a incomodava até que a garota lhe desse a devida atenção, como um cachorrinho.

Ever começou a andar em círculos, pisando forte.

− Odeio quando você faz isso. Diga logo o que está pensando, está assim misterioso desde que... – sua voz falhou. Era estranho voltar a conversar com ele após tanto tempo, principalmente tocar naquele assunto. Resolveu ser mais agressiva. – O que foi? Ficou magoado porque finalmente chegou à conclusão de que eu estava certa quando te chamei de fraco e idiota e agora veio pedir perdão?!

− Na verdade, vim insistir que quero ouvir o meu perdão. – ele sustentava o olhar dela, o que era inédito. Ela sabia, pelas bochechas coradas do garoto, que ele provavelmente estremecia de pavor por dentro (ele não tinha o costume de se revoltar). Elfman só era forte fisicamente. − Você parece não ter notado que é isso que venho esperando há alguns meses.

Ever sentiu vontade de rir só para debochar dele. Quem Elfman achava que era? Desde quando ela queria pedir perdão? Será que ele imaginava que de algum modo ela iria conseguir notar que os olhares de raiva dele tinham algo relacionado a isso? Sim, ele queria que ela percebesse, e Ever deduzira que ele simplesmente a detestava. Por mais que soubesse que ele nunca tivera um “olhar carinhoso”, não passara por sua cabeça que aquela feição fora a de alguém que insiste em ter sua resposta.

− Desculpe-me, mas de onde você tirou que isso vai acontecer, que eu vou me desculpar de novo? Uma vez foi mais do que o suficiente.

− Não para mim. – foi a vez dele de pressioná-la contra a parede de azulejos. A garota começou a tremer, mesmo sua atitude confiante tinha limites e estava começando a se dar conta de onde iam chegar com aquilo. Até então achava que preferia não voltar atrás, que já tinha se acostumado a ficar sozinha.

Elfman já tinha se cansado de esperar. Queria dar um tempo quando decidiu ignorá-la no ano anterior, especialmente após ela afirmar que nunca iria admitir para os amigos que tinha uma relação com alguém “como ele” ­– era verdade que ele havia comedido uma grande mancada, mas ainda assim se sentiu magoado −, no entanto esperava que a garota fosse perceber seu erro e voltar atrás. Ela era orgulhosa demais, se deu conta.

− Você está demorando muito... – ele apoiou o braço no espaço ao lado da cabeça dela, e foi então que uma senhora saiu do banheiro feminino e o Strauss teve que recuar alguns passos. Por alguns momentos, tinha se esquecido de que estavam em um ambiente público.

− Eu estou demorando? – foi irônica. − Você está demorando para me perdoar, isso sim! Eu já fiz tudo que podia para melhorar essa situação, mas cansei! – Ever sentia o peito pesar, e odiava saber que a razão daquilo era ele. Achava que havia dado um ponto final naquilo. – Você parece que não entende que eu me arrependi! Não queria ter dito aquilo, seu retardado! Quer desculpas?! Elas não vão mudar nada agora.

Elfman sorriu de canto, bobo. Ela imaginou, ofegante, como aquela seria uma perfeita ocasião para enfiar o salto do seu sapato no pé dele. Não demorou muito e o adolescente lhe estendeu o braço esquerdo, pegando sua mão e fazendo algo parecido com um cumprimento.

− Aceito suas desculpas.

− ... M-mas eu não pedi...!

Ele parecia ter uma lógica própria, porque aquilo não havia sido um pedido de perdão.

− Tudo bem, não precisa ser tímida.

Evergreen lhe chutou a canela, mas não conseguiu evitar uma risada enquanto enrubescia. Era boa a sensação de discutirem novamente, sentia um pouco de falta daquilo. Sim, as discussões talvez fossem a melhor parte de já ter tido algo com ele: nada parecia forçado ou artificialmente “bem”. Parecia verdadeiro. Ele provavelmente já sabia disso, mas ela havia ficado bastante chocada quando ele simplesmente “finalizou” o que tinham. Como se não tivesse sido nada. Ela ficou bem, mas... Não era a mesma coisa.

Ainda não entendia totalmente o que ele queria...

− Ainda acho que você é fraco, sabia? Não tem coragem de dizer o que quer diretamente...

Mas não era por isso que ia dar para trás.

− Ah, sou eu que sou assim? – ele riu.

− É, ainda tem alguma dúvida?

− ... Você é muito cruel, Ever. – ele ficou em silêncio, encarando-a, para então perder a paciência e puxá-la pela mão para fora daquele lugar. − Acho que já deu para mim também.

Deixe de birra e vamos voltar logo. “, fora o que ele lhe dissera após uma de suas primeiras brigas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mesmo não sendo um casal muito popular, eu acho bem interessante a relação desses dois hehe.
Comentários... Porque, adivinhem o que...? Agora eu posso respondê-los! kkkk
Uma coisa legal que eu achei sobre esse capítulo, que eu acho que vão ter percebido e outros talvez estranhado... Eu queria MUITO escrever algo sobre algum cara que não fosse bonito, porque é muito fácil a garota ficar falando dele e só cair em atributos físicos... Não sou iludida de dizer que isso não conta (é mais fácil se encantar por alguém bonito), mas acho que às vezes isso nem importa, entendem? Não sei, acho que depende de pessoa e de caso.



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