My sister, my queen escrita por Annary Morgensterse


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, queridos leitores!!
Não demorei tanto quanto a última vez, não é? Enfim, obrigada por não terem me abandonado! Um novo capítulo para vocês, espero que gostem!
Agora um apelo nas notas iniciais para fantasmas: Fantasmas, eu sei que estão aí. E a fic está nas retas finais, então comentem um "gostei" ou "não gostei" apenas, só pra que eu saiba o que estou fazendo!



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PoV Clary

Estávamos em silêncio, e Jonathan, ou Sebastian, ou quem quer que meu irmão fosse naquele momento, estava olhando ansioso para mim. Droga, ele esperava mesmo uma resposta.

–Clary?

–Me desculpe, mas não tenho uma resposta para sua pergunta –disse, lentamente, como se tivesse um bolo em minha garganta. –E realmente tenho nada pra fazer, urgentemente, na verdade.

Recuei dois passos curtos de costas, e mal me virei para correr para lugar nenhum quando ele me pegou pela mão, com cuidado.

–Pode me dizer como alguém pode não saber seus motivos para fazer alguma coisa? –Me perguntou, quase, eu diria, com sinceridade. –Gostaria muito de saber.

–Não posso dizer, mas já te beijei duas vezes sem você ter me forçado, então está claro que faço muitas coisas sem motivo.

–Não acredito nem um pouco em você –relatou, e me puxou para um beijo.

No início tentei fugir, mas depois o beijo passou a ficar convidativo. A boca dele já não era mais dura há dias, e o calor que ele irradiava passou a ser confortável e consolador. Movi minhas mãos para seu pescoço e, seguindo meu gesto, ele moveu as dele para minha cintura, e continuamos assim por um tempinho, até que ele me afastou alguns centímetros e me olhou com um sorriso sarcástico no rosto.

–Tudo bem –murmurei. –Talvez eu saiba sim meus motivos.

–Do que tem tanto medo, Clary? –Falou, a voz com certo tom de fúria.

–De tudo! Isso é tão errado, de tantas formas!

–Nem sempre fazer o errado é necessariamente fazer algo ruim. Às vezes, é justamente o certo a se fazer.

–Desde quando tem pensamentos tão... profundos?

–Eu não faço a menor ideia –me respondeu. –Acho que em algum momento nos últimos dias.

Assenti com a cabeça, incapaz de fazer qualquer outra coisa.

–Desculpe –disse –,tenho que...

–Tudo bem –falou com quase a mesma dureza que usava para os seus capangas vermelhos, no mesmo tom respeitoso. –Se quiser, pode ir para o quarto de porta arrancada fazer nada, mas, se quiser mesmo uma porta, pode ir na ao lado do meu. Vou falar com meus Crepusculares, se precisar pode chamar –terminou, se esquivou de mim e foi em direção a parte de fora.

Eu estava na ponta do penhasco da loucura.

E estava precisando de uma porta naquele momento, por isso fui em direção à porta da qual meu irmão tinha falado. Infelizmente, meu caminho foi interrompido por uma Amatis de cara emburrada.

–Você –ela falou, olhando com certa fúria para mim.

–Amatis –saudei-a. –Sebastian tinha ido falar com você e os Crepusculares.

–Eu sei. Aproveitei que ele parou de te cercar para falar com você.

–Comigo? –Perguntei, um pouco surpresa com a declaração. Ela assentiu e eu esperei.

–Sabe por que ele está indo em direção ao exército da Rainha Seelie conosco?

–Porque ele quer salvar a própria vida –respondi, com certeza.

–Errado –ela me falou. –Ele está indo para a luta porque desfez um acordo com a Seelie por sua causa, e também porque ele quer manter vocês dois vivos para terem uma boa vida juntos.

–Por que está me dizendo isso? –Perguntei, sem ter mais o que dizer além disso, até um pouco chocada.

–Porque ele está nos levando para a morte. Nos levando e levando a si mesmo. Pense bem se é isso que você quer –concluiu e se virou, saindo pela porta pela qual veio e me deixando sozinha. Isso estava virando uma loucura.

Continuei meu caminho para o tal quarto, e quase morri ao abrir a porta.

Aparentemente, Sebastian não tinha intenção de me manter naquele outro quarto para sempre, pois aquele claramente era o lugar onde ele queria que eu ficasse com ele: uma cama de casal com cores entre verde e branco, uma janela no canto oposto, uma porta interior que eu apostava que dava para um banheiro e um armário do tamanho do mundo, tirando os criados mudos e as pedras de luz enfeitiçada por todo o lugar.

Duas palavras: Pelo. Anjo. Não sei se eu vomitava ou achava que era fofo da parte dele.

Fechando a porta atrás de mim, resolvi que eu estava imunda e precisava de um banho. Fui então para a porta que suspeitava ser o banheiro, concluindo minhas suspeitas e quase caindo para trás ao ver o interior. Tinha que admitir que era lindo.

Liguei a água na banheira e me despi, pensando na minha conversa com Sebastian. A verdade é que ele tinha mudado. Tinha mudado e parecia gostar muito de mim. Claro, ele era meu irmão, e isso, com toda certeza era um problema. Mas eu já tinha gostado de irmão meu.

Entrei na banheira e continuei pensando. A água estava quente, mas, naquela altura, as temperaturas altas já eram mais que bem vindas na minha pele. Acho que eu devia entrar para um grupo de apoio para pessoas que gostam dos próprios irmãos, e cometem o mesmo erro duas vezes. Já podia até imaginar...

***Modo Grupo de Apoio On***

–Boa tarde –digo.

–Boa tarde! –Me respondem.

–Bem, eu me chamo Clary, tenho 16 anos e gosto do meu irmão. Essa é a segunda vez que acontece; com 15 anos comecei a gostar de outro irmão meu, mas eu não sabia que ele era meu irmão.

–Nossa –eles dizem.

–Aí eu descobri que ele era meu irmão e fiquei evitando ele, mas meus sentimentos continuaram. Aí eu conheci meu irmão atual, só que eu também não sabia que ele era meu irmão, aí eu confessei meus sentimentos fortes pelo meu primeiro irmão e aí ele acabou não sendo meu irmão de verdade. E agora eu gosto do meu irmão de verdade. E possivelmente quero transar com ele. Essa é minha história.

–Estamos do seu lado, Clary –eles dizem, com caras confusas que eu tinha certeza que queriam me mandar para um hospício.

***Modo Grupo de Apoio Off***

Infelizmente, esse tipo de grupo de apoio não deve existir, pelo simples fato de eu ser a única louca no mundo com esse tipo de problema. Mas eu gostava mesmo de Sebastian agora, talvez até o mesmo tanto que gosto de Jace, e estava ficando louca por isso.

Depois de tirar toda a sujeira do meu corpo e deixar a água da banheira cinza, saí da água e me enrolei em uma toalha que estava lá. Naquele momento, resolvi que, para ter certeza dos meus sentimentos, era preciso uma medida drástica.

Fui até o quarto, fazendo pocinhas de água onde eu pisava, e respirei fundo. Eu era completamente maluca, sabia disso, mas nada que eu soubesse iria alterar a minha experiência.

–Jonathan! –Gritei. –Jonathan Christopher Morgenstern!

Fiquei esperando alguns segundos, batendo meu pé no chão e me enrolando mais na toalha, até que meu irmão entrou correndo pela porta, dessa vez se dando o trabalho de abrir ao invés de chutar.

–O que foi? O que aconteceu? Você está machucada?

–Está tudo bem, não estou machucada.

Ele parou de arfar –ao que parecia tinha corrido muito mesmo –e parou para me olhar, os olhos arregalando-se quando percebeu que estava só de toalha. Mesmo assim, tentou manter a postura.

–Por que gritou por mim?

–Precisava ver você.

–Bem, vejo que melhorou suas maneiras para me chamar, mas não entendo por que está só de toalha.

–Queria ver outra coisa, além de só você –disse, e ele, que parecia estar se contendo, parou de fazê-lo, chegou até mim em uma velocidade quase impossível, e me jogou na cama.

Ficou em cima do meu corpo nu enquanto tirava as próprias roupas, e, quando terminou, virou o rosto para mim, mostrando medo.

–Tem certeza que quer isso? –Perguntou, enquanto empurrava uma mecha do meu cabelo para fora do meu rosto.

Segurei sua mão, e a encostei no meu peito, sobre o meu coração, enquanto assentia com a cabeça.

–Eu preciso saber –disse.

Ele assentiu, fechou os olhos e sorriu.

–Grite se eu te machucar –ele falou, pegando minhas mãos e colocando em torno de si. Parou um pouco e deu umas risadinhas, que quase me deixaram com medo. –Ou melhor, só me avise mesmo. Gritar não é um bom parâmetro –concluiu, e começou a me puxar para si.

***

Acordei no meio da noite. Sabia disso porque eu estava deitada na cama, que recebia diretamente as sombras da noite que vinham da janela no para qual eu estava virada. Sentia um pouco de dor, mas tinha sido muito melhor do que eu esperava. Eu estava nua, o que me fazia ter certeza de que não fora um sonho, mas o meu lado estava vazio.

Ia levantando da cama, quando a porta do quarto se abriu e um Jonathan nu passou por ela, sorrindo para mim.

–Oi –eu disse.

–Oi –me respondeu, deitando do meu lado e me abraçando.

–Onde você tava?

–Fui beber água. Estava preocupada?

–Sim –disse, depois de hesitar só um pouco. –Eu te amo.

–Também te amo, Clary –sussurrou no meu ouvido.

Ele disse isso e eu adormeci novamente, encostada no seu peito enquanto ele me abraçava e acariciava meu cabelo.

***

Acordei de novo depois de algumas horas, mas já não estava mais no quarto.

Eu estava em cima de um monte de cobertores, e estava enrolada com um lençol. Ao meu redor, uma parede com uma porta e uma chave em um gancho do lado e ao meu outro lado uma muda de roupas para mim. Em cima, um grande lance de escadas, o que me ajudou a definir três coisas.

Primeira: Eu realmente amava Sebastian, e não importava a mínima com que ele fosse meu irmão, e mesmo amando Jace também não podia deixar meus sentimentos por Sebastian de lado.

Segunda: Eu estava no lugar onde o flagrei conversando com nossa mãe sobre meu sobrinho –Raziel, como é estranho pensar assim!

Terceira: A chave que abria a porta para onde minha mãe estava sendo mantida estava ali para meu uso, mas de certa forma eu sabia: a porta de cima estava trancada, e Sebastian fora para a batalha.


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Notas finais do capítulo

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