My sister, my queen escrita por Annary Morgensterse


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde para vocês! Terminei o capítulo as 2 da manhã, mas não consegui postar, então aqui está um capítulo de mais de 2.000 palavras. Espero que gostem!
PS:Para aquela que prometi o capítulo a mais tempo, perdão, não consegui terminar antes mesmo.



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PoV Sebastian

Bem, ter ido até Jocelyn para desabafar foi tão terrível quanto imaginei. Como se não bastasse, eu estava tão concentrado na conversa que não percebi quando Clary chegou na escada.

Agora minha irmã estava caída na minha frente. Com certeza tinha tropeçado na escada, mas a questão era o quanto ela tinha ouvido. Parecia estar machucada, e isso com certeza me importava, mas não tanto quanto ter ouvido o meu segredo.

–O que caiu aí fora, Jonathan? E você fez o quê?

–Não caiu nada –respondi à Jocelyn. –Nada importante, ao menos.. Terminaremos nossa conversa depois.

Me agachei, com a expressão dura na frente de Clary, peguei-a pelos pulsos e a ergui, tentando tomar cuidado, mas o sangue demoníaco me fazendo ser mais grosso do que gostaria.

Esquecendo-me da batida da cabeça dela por um instante, comecei a subir as escadas, puxando ela comigo. Assim que passei da primeira porta, encostei minha irmã na parede e coloquei os braços ao redor dela, prendendo-a.

–Quanto você ouviu, Clarissa?

–O bastante –me respondeu, o incômodo estampado na voz, mas disfarçado com petulância. Uma parte de mim me fazia querer abrir a boca para perguntar sobre a dor que ela sentia, mas sentir compaixão só fazia o sangue de Lilith pesar mais em minhas veias. –Então era isso que escondia de mim? Teve um filho com a Rainha Seelie?

–Você ouviu minha conversa. Por que colocar um tom interrogativo em algo que já sabe?

–Talvez porque eu queira ouvir a história direcionada a mim –Disse, com o que parecia ser solidariedade.

Eu não a entendia. Esperava que quando ela soubesse ela ficasse com raiva. Não por achar que eu a tivesse traído, mas por eu não ter contado antes e por ter concordado com essa condição da Seelie só para tê-la. Tirei os braços de onde eles estavam, e os deixei cair soltos ao lado do meu corpo, assim como perdi todo o peso do meu corpo, deslizando até o chão. Como podia ser tão fraco? Como podia mostrar tanta fragilidade perto dela? Tentava voltar a compostura, mas não conseguia. Senti quando ela se ajoelhou ao meu lado, e tocou meu ombro.

–Sebastian... Eu não me importo de você ter feito isso.

–Como não se importa? –Disse, olhando nos olhos dela. –Reconheço que não foi uma boa atitude. Concordei com os termos da Seelie para te ter, mas não esperava que funcionasse. Não iria ter nada com a criança, e agora ela vai se vingar por isso.

–Simplesmente não me importo –respondeu, com uma expressão amorosa no rosto. –Em primeiro lugar, a vida é sua, e em segundo, descobri que se você ignora os pequenos detalhes, é capaz de aproveitar a vida da melhor forma. Não digo que não foi errado abusar dela assim–completou, me fuzilando com os olhos repreensivos. –,porque foi completamente errado. Mas, mesmo achando que nem eu mesma acreditaria em mim se me ouvisse dizer isso, acredito que a culpa não foi sua.

–Clarissa, fui eu quem concordou com os termos. Fui eu que fiz tudo que está refletindo nessa guerra. De que forma a culpa pode não ser minha?

Ficamos alguns segundos em silêncio, até que ela sorriu e se inclinou para mim, me beijando na bochecha.

–Estava me referindo ao Sebastian, Jonathan.

Não pude deixar de sorrir também enquanto me levantava e estendia a mão para ela.

–Acho que temos coisas para conversar, não é?

–Acredito que sim –ela respondeu, aceitando minha mão e se levantando.

Não larguei da mão dela enquanto caminhávamos. Acho que estava com medo que ela fugisse de mim de novo. Estava cansado de só dar medo nela, mas para tentar consertar isso precisava que ela não saísse correndo. De novo.

Fomos em silêncio até a cozinha. Era bem simples, consistia apenas em um cômodo espaçoso com uma mesa redonda com duas cadeiras, uma geladeira e um fogão que funcionavam com energia demoníaca, dois armários e uma pia, atualmente cheia de pratos. Malditos Crepusculares! Não se pode contar com eles nem para lavar a louça que eles mesmos usam.

Quando chegamos, porém, aconteceu outro ataque, dessa vez mais fraco que o último. Me apoiei na parede e apertei minha irmã contra mim, esperando passar. Tinha alguma coisa errada com esse ataque, como se tivesse parando aos poucos. Ficamos desse jeito até parar, com menos tempo que os últimos.

–Pensei que fossemos conversar –disse Clary, quando a soltei.

–E vamos. Mas, a não ser que esteja se alimentando de terra de um reino demoníaco, você não come nada há dias, e já é quase um esqueleto.

–Vai gostar menos de mim se eu for um esqueleto? –Me provocou.

–Quem me dera –respondi de imediato, só depois parando para pensar. –Sem ofensas.

–Tudo bem. Acho que entendi o que quis dizer.

Apenas assenti enquanto virava de costas para ela e ia em direção à geladeira para ver se conseguia algo já pronto para dar para Clary, e acabei achando uma embalagem longa vida de suco de laranja, uma embalagem do mesmo tipo com leite e uma torta de maçã pela metade.

–Por favor, me diz que gosta de torta de maçã e suco de laranja. –Disse, virando a cabeça na direção dela, que tinha se sentado a mesa e me olhava com o rosto apoiado nas mãos.

–Gosto. Mas agora que me lembrou que estou com fome, comeria até se fossem ovos.

Acabei soltando uma breve risada ao lembrar da nossa discussão sobre ela passar o resto da vida comendo ovos, antes de voltar a me virar para a geladeira, pegando o prato com a torta e empilhando o suco na parte vazia dele.

Deixei tudo na mesa e fui para o armário, procurando algum prato, talheres e copos limpos sem que eu precisasse lavar nada que eu precisasse. Nenhuma coisa na prateleira de baixo, nenhuma nas do meio, até que eu finalmente achei o que eu precisava nas profundezas da prateleira mais alta. Tirei tudo de lá com cuidado, mas quando estava voltando Clary já tinha comido uma boa parte da torta com as mãos, que estavam sujas de chantili, assim como o nariz.

–Eu pediria desculpas –disse ela, lambendo um dos dedos –,mas a culpa foi sua por me lembrar que eu estava com fome.

–Jura, Clarissa? –Bufei, colocando as coisas na mesa e olhando para ela, que agora sustentava um sorriso desafiador nos lábios. –É impressão minha ou você está gostando de me culpar?

–É impressão sua. Não estou gostando. Estou amando! –Olhou para mim, com um sorriso ainda maior, mas ao ver minha cara diminuiu um pouco. –Ei, não me olhe assim. Não tenho culpa se você já fez coisas péssimas e essa é a primeira vez que eu posso realmente te culpar, mesmo por sendo algo bobo.

–É, acho que eu mereço isso –a respondi, me sentando na frente dela, pegando um copo de suco para mim e passando um guardanapo para ela porque não suportava mais vê-la cheia de chantili como uma criança de 7 anos.

– Estou esperando a nossa conversa, Seb...Jonathan.

–Não dá pra limpar o rosto e as mãos primeiro? É que não consigo me concentrar com você assim, tá quase me fazendo ter um ataque de riso.

Ela limpou as mãos e o rosto e apoiou os braços na mesa colocando a cabeça logo acima deles, em uma expressão preguiçosa. Estava pronta para me ouvir, mas acho que eu não estava pronto para contar. Agora já era.

Respirei fundo e fechei os olhos, soltando tudo que estava me sufocando a tempos.

–Há quase um mês estava preparando o ataque sobre o Instituto de Los Angeles. A Seelie já tinha me prometido a ajuda, e eu estava no reino dela preparando os próximos ataques. Não pensei no fruto. Achei que não geraria nada, e que ela não me procuraria mais depois que eu já estivesse com você comigo. Mas a criança apareceu no ventre dela e ela me procurou de novo.

–Espera um pouco. Só um mês? Como já sabem da existência da criança?

–Se Caçadores de Sombras não são como mundanos, fadas são menos ainda, Clary. A criança fada se desenvolve mais rápido que a mundana, sem falar que se você é a rainha de uma corte inteira, você tem certos poderes para cuidar do herdeiro. Não me surpreenderia se a Seelie já tivesse usado alguns para cuidar do próprio filho. Posso continuar agora? Não é tão fácil quanto imagina, irmãzinha.

–Sim, pode continuar agora.

–Não me adiantaria nada mentir para ela, ela saberia, então disse a verdade: que não queria nada nem com ela e nem com a criança, e ela quis a guerra –disse, contendo o impulso de mostrar a língua para ela. –Não que eu ache que ela está errada de ficar com raiva, mas eu devia ter sido cuidadoso, ou simplesmente não ter concordado. Não vale a pena ficar com você se for por pouco tempo e acabar nos matando. Perdão por não contar antes.

–Não entendo por que acha que nós dois morreríamos, você tem um exército imenso, não sei se está sabendo disso. E por que você não quer cuidar do seu filho?

Quase engasguei com o suco que estava bebendo quando Clary fez essa última pergunta. Acho que ela não era a única a achar que estava ficando doida, agora eu também achava. Como assim “por que você não quer cuidar do seu filho?” ? Será que ela não tinha entendido nada do que eu tinha falado?

–Bem –falei, mantendo a compostura –,um exército nem sempre é sinal de vitória. 50 mil persas não foram o bastante para vencer 10 mil atenienses na primeira Guerra Médica, por exemplo. E quanto à questão do filho... razões em ordem que vier a mente ou em ordem alfabética, pirada?

–Sabe que eu não entendi nada da parte da guerra, não é? E eu não sou pirada por fazer a pergunta. Acho mesmo que você devia cuidar da criança, tem seu sangue, afinal.

–Está falando sério?

–Teria algum motivo para não estar? É seu filho, seu sangue. Mesmo que não tenha surgido intencionalmente, acho que devia ser um bom pai para ele. Ou pelo menos tentar ser. O coitado já está nascendo particularmente de uma mãe terrível, e eu tenho fé que você poderia amenizar as coisas para ele.

–Acha mesmo isso?!

–A-ha.

Virei a cabeça para encará-la, mas seu olhar já estava distante, olhando para algum lugar além de mim. Estava tranquila demais para estar mentindo, mas pensar assim não me parecia verdade. Não conseguia pensar assim. Sangue não significava nada para mim, quanto mais o desse menino que nasceu contra a minha completa vontade. Não parecia certo gostar dele, mas se Clary estava aceitando tranquilamente, talvez fosse a minha vez de passar por cima do terror do meu corpo e aceita-lo também.

–E então? –Perguntei com um sorriso depois de alguns segundos pensando. –Como se sente sendo tia e madrasta?

–Oh, cale-se, Jonathan –me respondeu, saindo de onde quer que estivesse dentro da sua cabeça. –Estou tentando ser uma boa pessoa, você podia cooperar sem me lembrar dos detalhes que escolhi ignorar para ver o lado bom da vida.

–Perdão! –Provoquei, levantando as mãos ao ar. –Não está mais aqui quem falou. Acha que eu devo falar com a Rainha Seelie e explicar?

–Acha que ela iria aceitar suas desculpas, de qualquer forma?

–Na verdade, não. Alias –falei, quando me lembrei de um detalhe –,como achou aquela escada onde caiu? Alias outra vez, está tudo bem com a sua cabeça?

–Para a segunda pergunta, sim. Já passou a dor, embora ache que estou com um galo –disse, levando a mão direita instantaneamente para a cabeça, onde realmente tinha um galo. –Para a primeira, basicamente estava correndo por aí te procurando quando ouvi sua voz.

–Me procurando para quê, exatamente?

–Sobre isso... –começou, fazendo uma careta e enrolando um cacho com um dedo de uma forma quase... alguma palavra que nem sei pensar – vim correndo da casa onde você deixou meus amigos, Jonathan. E vim simplesmente porque ela estava vazia e completamente destruída.


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Notas finais do capítulo

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