My sister, my queen escrita por Annary Morgensterse


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hei people! E My Sister, my queen ganhou seu 100º comentário! Tinha que agradecer a vocês, por isso estou postando essa hora da noite. De qualquer forma, agora tó de férias e devo escrever com mais frequência. Aí está, e espero que gostem!



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PoV Clary

Enquanto meu irmão estava falando sobre o motivo da minha pergunta sobre como ele estava se sentindo, não podia parar de pensar em como ele estava diferente. Já teve oportunidade, e não tinha me machucado ou me ameaçado. Ao contrário, tinha cuidado de mim quando me machuquei e estava sendo mais atencioso do que eu podia esperar. Desde que cai naquele buraco poderia até dizer que ele realmente gostava de mim, de verdade apesar do sangue de demônio.

Juntando todas as peças, talvez ele estivesse mesmo mudando. Talvez o sangue demoníaco já não o dominasse tanto. Então, nem pensei no ataque do Demônio Maior depois que ele pulou no chão e me pegou antes que eu caísse: simplesmente o beijei.

E então eu descobri que não estava certa, que ele era o mesmo mostro de sempre, certo? Errado. Foi simplesmente um dos melhores beijos que eu já tive. Por um momento, até esqueci que Sebastian era meu parente.

Mas o momento acabou, assim como o ataque. Ele era meu irmão, eu não podia fazer isso. Ou podia? Não, não podia. Eu namorava Jace, embora tecnicamente eu já estivesse praticamente casada com Sebastian desde que aceitei ficar aqui. Mesmo que eu não contasse com ele, ainda tinha meus amigos pra considerar. O que Simon pensaria? E pior, o que Izzy pensaria? Ela nunca pensaria que ele mudou. Para ela, Sebastian sempre seria o demônio que matou Max.

Minha mente estava um caos. Precisava dos meus amigos e estava correndo em busca deles naquele momento. Minha perna esquerda ainda latejava pelo sangue de demônio do fosso e meu estômago doía por não receber nada sólido há dias, mas não podia parar.

Dei a volta no fosso com cuidado, estranhando a falta de Crepusculares por todos os lugares que passei, mas sem tempo para pensar nisso. Acabei chegando na frente de uma casa, o provável espaço que foi cedido para os outros permanecerem nesse reino, mas tinha alguma coisa errada.

Entrei na casa, que acabou se revelando pouco maior que o primeiro quarto em que dormi nessa fortaleza, que mesmo que fosse enorme para uma pessoa, era ligeiramente desconfortável para cinco. Eu estava certa sobre ter algo errado. O quarto estava vazio, mas também completamente destruído. Uma das paredes tinha sido quebrada e todo gesso que tinha saído dela estava espalhado sobre as camas e no chão.

Eu já tinha recuado dois passos quando um brilho dourado familiar chamou minha atenção no outro lado da sala. Fui até ele, desviando das partes mais difíceis de passar, e com cuidado tirei os materiais de cima, o que revelou um pequeno sino, idêntico ou até mesmo igual ao que Kaelie um dia me entregou para conseguir ajuda da Corte Seelie. Antes, eu tinha tocado o sino e ele havia me levado para dentro do reino das Fadas, e eu não tinha dúvidas que faria o mesmo novamente.

Me agachei e peguei o objeto com cuidado. Na palma da minha mão, ele parecia ter um peso muito maior que era para ter. Ou talvez fosse o peso da decisão. Era o momento: eu poderia ir para o reino das fadas, onde meus amigos estariam. Estaríamos a salvo lá. Se eu tocasse o sino, ficaria bem. Longe do meu irmão, longe dos sentimentos doentios que nutria por ele. Talvez pudesse até lutar contra ele quando chegasse o momento. Acabar com ele, descontando toda a raiva que sentia por tudo o que ele fez contra mim e meus amigos.

Mesmo essa sendo a melhor escolha, uma parte da minha mente ainda insistia em ficar. Afinal, ele é meu irmão, e não seria certo fazer algo desse tipo contra ele. Não, era mais que isso. Não queria ficar porque ele é meu irmão. Para mim, não importava o parentesco. Matei Valentim por ele ser uma péssima pessoa, e não por ser um pai ruim. Por mais louco que fosse, não era o parentesco com Sebastian que me impedia de tocar o sino naquele momento. E, com certeza, não foi o parentesco que me fez beijá-lo.

Ao que parecia ser a atitude mais idiota que eu tomei desde que decidi aceitar ficar nesse reino, corri para longe dos destroços, com o sino na mão. Andei até o fosso, e, respirando fundo, joguei o “presente” da Rainha Seelie com toda força dentro dele.

Não parei de correr depois disso. Passei por várias portas, ainda mais Crepusculares, até que escutei a voz dele, estranhamente nervosa.

Segui o som, até chegar a uma porta. Estava encostada, o que facilitou minha entrada silenciosa. Atrás dela tinha uma escada, que desci até a metade silenciosamente antes de parar para ouvir a conversa.

–...e então pensei que saberia. Essas coisas estranhas são de conhecimento seu, Jocelyn.

Jocelyn! Era ali onde minha mãe estava! E ela estava conversando pacificamente com Sebastian? Alguma coisa estava muito errada aqui, e fiquei nas pontas dos pés para ouvir melhor.

–Não é por que você nunca sentiu alguma coisa, Jonathan, que ela é mundialmente declarada estranha.

–Não importa se é estranha para o mundo ou não. É estranha para mim. E você sabe o que é. Me diga.

–E o que eu ganharia respondendo isso a você? –Minha mãe o desafiou. –Minha situação não pode piorar.

Prendi minha respiração. Pensei que seria agora que ele a mataria. Estava calculando quantas chances eu e minha mãe teríamos contra ele sem armas nos segundos em silêncio que se correram desde a fala dela, antes de Sebastian responder.

–Por favor, Jocelyn. –Espera, desde quando Sebastian pedia “por favor”? É o fim dos tempos, corram para as Filipinas!! –Isso está me corroendo por dentro. Vai me matar.

–Ninguém morre por conseguir amar. Isso é amor.

–Isso não pode ser amor. Demônios não amam. Não posso amar, só cobiçar.

–Talvez não possa. Mas talvez não seja tão demoníaco assim. Acho que Clary lhe fez bem afinal. Mas achei que você ficaria feliz, ou algo perto do feliz, com ela perto de você.

Então fui eu que fiz isso com ele? Como se faz uma coisa dessas sem saber que você pode fazer? Parei para pensar isso, mas logo me foquei de volta na conversa.

–...entende, não é? Eu fiz algo terrível, se ela descobrir vai me odiar mais ainda.

–A que coisa terrível você se refere, especificamente? Porque eu me lembro de um monte delas que você fez contra a humanidade.

–Não foi contra a humanidade. Foi contra esse reino. Contra Clary e contra a mim. –Deu uma pausa. –Nesse momento, a Rainha Seelie está esperando um filho. Um filho meu.

Não consegui manter o equilíbrio sobre meus pés depois de ouvir. Tombei para frente, caindo de cabeça no último degrau da escada. Um pouco tonta, a levantei um pouco, de modo a ver meu irmão olhando para mim como se tivesse visto um fantasma.


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Notas finais do capítulo

Falando em fantasmas, eu tenho uma média de 50 fantasmas que podiam muito bem aparecer e deixar uma garotinha feliz. Estou aceitando comentários!!