POV Lyana

Talvez essa romana não seja tão ruim assim. Me joguei na cama, encarei o teto da tenda e me lembrei de uma coisa. Levantei rapidamente e me senti meio tonta, mas ignorei a sensação.

– Romana?

– Eu tenho nome sabia?

– Guess what? Eu não ligo. Vocês tem um templo pra Hermes aqui?

Ela me olhou confusa. Ai merda, por que o nome deles tem que ser diferente?! Tirei Taxidió̱ti̱s do meu braço e mostrei-lhe o caduceu do meu pai. Ela disse um "ahhh" e me deu um tapa na testa. A olhei mortalmente e segurei seu pulso com força.

– Nunca. Mais. Faça. Isso.

– Desculpa foi força do hábito! Seu pai, aqui no CJ, se chama Mercúrio.

– Tipo o planeta? Que idiota. Enfim, me leva lá? Preciso agradecer.

Ela assentiu e saímos da sua tenda. Aquele lugar era tão arrumadinho, engomadinho que me dava nervoso. Saudades, bagunça do chalé 11. Quando chegamos no templo, vi alguém revirando tudo lá dentro. Empunhei Taxidió̱ti̱s e derrubei o ser, e ouvi uma risada familiar.

– Vejo que aprendeu bastante com Luke.

– PAPAI!

Corri pra dentro do templo e o abracei com força. Sempre que ele ia no CHB me visitava, então nunca fui abandonada. Hayley se ajoelhou e eu tive um ataque de risos, seguida de papai.

– Lorde Mercúrio.

– Na verdade eu sou Hermes. Vim te entregar isso filha.

Desembrulhei a caixa vermelha e rasguei o lacre, e quase sai rolando por aquela colina. Dentro da caixa havia um escudo novinho em folha, com a cara da Medusa na frente. Epa, mas esse não é...

– Thalia me pediu pra te dar isso. Ela disse que não usa mais nas caçadas e resolveu te dar.

– Santo Zeus... agradeça Thalia por mim. E ah! Obrigada papai, sabe, por me trazer viva até aqui e tals...

– As Parcas tem um destino pra vocês, meninas. Bom, eu vou indo, ainda tenho de entregar cartas.

Ele me deu um beijo e desapareceu em fumaça amarela. Coloquei Aegis no meu pulso e Taxidió̱ti̱s no braço esquerdo. Hayley me encarou cabisbaixa e olhou para atrás de mim, adquirindo um olhar duro.

– Ly, eu... preciso ir, okay?

– Tudo bem, Hay. Posso te chamar assim?

Ela assentiu com a cabeça e saiu correndo. Alguém bateu no meu ombro com força, quase me derrubando no chão.

– Filho de uma górgona que se prostitui no sinal!

– Sai da frente, graecus.

– Pode passar, graveto oxigenado.

O loiro nervosinho me olhou com raiva e desceu a colina. Bufei frustrada e sentei na grama, sentindo o ventinho da tarde. O sol estava baixo e fraco hoje, o que significa que a Carruagem do Sol deve tá sem combustível.

– Lyana!

– Hey Rainha da Beleza.

– O que faz ai?

– Pensando. Aliás, me responde uma coisa. Por que a irmã do Jason odeia o Leo?

– Ah Ly, isso é uma história complicada e...

– Hey garotas!

– Oi elfo latino on fire. Eu preciso treinar, quero estreiar meu escudo novo.

– Temos uma arena. Não é tão grande quanto a do CHB mas dá pro gasto.

– Então me arranjem os adversários mais fodas que esses romaninhos podem ter.

Saí correndo até a tenda da romana, mas escutei soluços altos e dolorosos vindo de lá. Eles pareciam tanto com os de Connor a noite que me doeu o coração. Travis fazia muita, muita falta.

– Por que Vênus tem de me amaldiçoar assim?! O que eu fiz, Evv? Me diga, o que?!

– Hay, meu amor, não fica assim, ele não é digno de você.

Coração partido. Isso deve ser fodásticamente foda. Um garoto magrelo me cutucou, avisando que queriam minha presença na arena. Eu o segui, mas parecia que os soluços da Hayley estavam cravados nos meus ouvidos.

~*********~

Os gregos são divos.

Somos fodas cara. Eu, uma simples filha de Hermes, consegui derrotar - segundo McLean - todo o chalé de Marte. Os filhos de Ares são vinte vezes mais poderosos, pelo amor da Zeuza Fabulosa.

– Parabéns, graecus.

– Sabem Cronos? Então, o meu irmão foi possuído por ele. E ele é o melhor espadachim do mundo. E sabem o que mais? Ele me treinou.

Um detalhe importante: filhos de Afrodite são melhores. Vênus tem cada filho interesseiro que só Tique na causa. Sério, três deles tentaram me agarrar, e sairam com narizes quebrados.

Ai ai, só espero ir logo pra Roma e acabar com tudo isso.