Presente do Inverno escrita por Taichan


Capítulo 17
Desafio, parte II




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"Temos de lidar com a situação como ela é, e não desperdiçar energia ponderando aquilo que poderíamos ter feito."
— Assassin's Creed


A platéia urrou em alegria. As raízes do barco de Deméter ajudou a levar a garota para uma distancia segura, enquanto ela acenava para a amiga na água, que boiava com a ajuda do colete salva-vidas.

— Continuem! — ordenou ele, com os cabelos loiros colados na testa. Ajudou a garota que derrubara na água a sair daquele lago, que vendo assim, nem parecia que era tão frio, mas só descobririam sentindo na própria pele...

Avançaram. A frente, muito a frente, um barco equipado sentia a vitória. Contudo, ao seu lado, avançava uma canoa vermelha com uma coruja usando um chapéu de formatura. Os dois fitaram-se como antigos rivais e lutaram bravamente, sobretudo cientes com o risco de despencar.

As garotas pensaram com uma só e continuaram, tentando evitá-los. Se fossem mais rápidas, talvez eles são a vissem, e estariam muito longe para outros as alcançar...

Angelina estava perdendo o ritmo. Trocando de lugar com ela, Anny mexeu o barco com força. Angelina checou os pontos e viu ao lado a canoa preta de Ares despedaçando o bote de Hermes, qual jogava bombas no rival. Eles tossiam e tampavam o nariz. Atrás, viu dois barcos alcançando-as, e pior: Eles a apontavam. Avisando as amigas, elas arrumaram o ritmo para...

A visão de Angelina borbulhou. Bolhas e um azul escuro consumiram sua visão e logo para um branco nebuloso. Sua pele passou de quente para super-fria, quase adormecendo. Ela bolhou com a ajuda do colete, e sentiu a despedida da vitória assim que a platéia vibrou, pois quem caíra agora era... Não — não foram suas amigas. Tremendo ao rir, ela viu os garotos que a derrubaram cair também. Ajudaram-a e a arrastaram até a areia da praia, onde Fletcher a observava enrolado em uma toalha. Sorria retardadamente.

— Que vexame, hein? — riu ele.

— Olha quem fala!

Sentando-se na areia, observou as amigas que fugiam do barco que sobrara na sua costa. Mas elas perderam, afinal. Ares já respirava o ar de vitória.

Uma garota grandona caiu do barco que vencia, tento como um grito inacabável da platéia. Ares vencera, mas isso não significava que vencedores não são humilhados: a conselheira, Clarisse, gritava em protesto. Seus cabelos grudavam na testa e deixava mais claro sua fúria por qualquer pessoa que fez isso. Não que ela soubesse quem foi, mas Angelina viu... Anny havia apontado o arco. Anny havia acertado. Anny a derrubou.


Nada poderia ser mais medonho. Na noite anterior, Fletcher também contara sobre Clarisse, conselheira de Ares. Ninguém em sua sã consciência gostaria de tê-la como inimiga, nem pisar no chão que ela caminhava. Contudo Anny... Por que Anny...?

Angelina tremia no lugar da amiga — não pelo frio, não pela água que consumia o calor em seu corpo. Mas por medo. Quando o barco pirata chegou na praia, a pergunta passou pela garganta e saiu quase em um grito.

— Por que você fez isso?! Ela vai matar você...!

— Se ela me matar, você me enterra — disse Anny, inexpressivelmente com medo.

Angelina via os problemas da amiga como o dela. Mas ela também via um certo arrependimento em seus olhos, mas também o orgulho. No final das contas, foi engraçado.

Angelina ameaçou a risada, orientando as dos amigos. Até Fletcher riu, deixando Henry e Fred, que acabavam de chegar, confusos.

— O que há? — perguntou Fred.

— Clarisse... caiu — riu Fletcher, tentando falar e respirar ao mesmo tempo.

— Não me digas!!

— Mas foi Anny que derrubou — disse Angelina, tentando parar de rir. O caso era sério. Mas lembrando-se da cena, Clarisse com o pavor e agitando-se para não cair, Angelina voltou a rir com mais intensidade. O dia prometia grandes diversões.


Reuniram-se no Anfiteatro novamente, para orientar-se pelo próximo desafio. Esse fora divertido, e não perderiam mais um.

— O segundo desafio, feito pelos filhos de Ares — começava Quíron — é a parede de escalada. Algo cotidiano? Não. Acompanhado ainda com a lava, candidatos irão atacar balões de água fria nos competidores. O jogo começará em vinte minutos. Aprontem-se!

Angelina franziu o nariz e se perguntou porque tudo envolvia água fria. Ainda assim, ela continuava molhada e tremendo, mas logo trocaria de roupa. E, é claro, ela pretendia participar.


Não foi o que ocorreu. Quando viu que a lava aparentava ser verdadeira, ela desistiu, mesmo usando equipamentos de proteção. Lucy e Anny resolveram tentar, para vingar a amiga que caíra no lago.

Todos ficaram em seus postos quando Quíron mandou. Dando o sinal, a lava começou a cair e as pessoas começaram a subir, sendo que alguns eram surpreendentemente rápidos. O garoto do topo caiu, quase levando Lucy junto. Anny fitou a chegada e começou a escalar mais rápido, certificando-se aonde se apoiava e indo em zingue-zangue, para os balões não a acertarem com tanta facilidade. Atingida uma vez, ela perdeu o equilíbrio de sua parte esquerda e pisou no ar, por puro desespero. Se ela tivesse pisado mais para a direita... ela não teria caído. Esborrachando-se no colchão d'água que havia ali, ela deu boa sorte à Lucy que avançava com dificuldades. Sobrara ela e mais quatro, que pareciam odiarem-se por apenas os minutos que seguiam-se do desafio.

Com um suspiro, Lucy alcançava a chegada. Alguns conseguiam raspar os balões em seus braços, mas ela seguia o exemplo de Anny e ia em zingue-zangue. Com um pulo, um sorriso apareceu em seu rosto ao chegar no topo. O esperado topo.


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