Admirador Secreto escrita por sayuri1468


Capítulo 3
Pistas




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Quando seu expediente acabou, Molly arrumou-se para ir ao encontro de Sherlock. Deu uma última olhada dentro do seu armário, contemplando o bilhete que deixara mais cedo, e perguntando-se se obteria alguma resposta. Fechou-o e terminou de enrolar seu cachecol, partindo para a noite fria.

Esperou alguns minutos até que um táxi aparecesse. Informou o endereço ao motorista e partiu para a Baker Street. Não perdeu seu tempo tocando a campainha, sabia que Sherlock nunca a ouvia mesmo. Entrou e subiu as escadarias, bateu três vezes na porta, e mesmo sem obter resposta, entrou.

Lá estava ele, vestindo seu roupão sentado no sofá.

– Ficou assim o dia todo? – perguntou, sabendo que não estava tão tarde para alguém ainda estar de pijamas.

– Não, apenas cheguei mais cedo em casa e decidi me deixar confortável! – respondeu se levantando - E então, quem você achou que era o admirador?

Molly suspirou ainda frustrada com a expectativa destruída.

– Um cara do trabalho! Ele ficou flertando comigo, então achei que fosse ele!

– E por que descobriu que não era?

– Eu sai do laboratório porque me senti incomodada com ele flertando comigo, tão descaradamente na frente do Mike, dai fui até o vestiário e vi a resposta do bilhete que eu havia deixado pela manhã para o tal admirador! – Molly se sentou na antiga poltrona de John – Ele não estava impresso como nas outras vezes, ele tinha sido colado, e a cola ainda estava fresca!

– Logo não teria como ser ele! – completou Sherlock. Molly assentiu. – Muito esperta, Molly! Estou admirado!

– Mas no fim minhas deduções estavam erradas! Achei que poderia ser ele, mas não era!

– Mas você percebeu que estava enganada através do detalhes, que a maioria não daria importância! – compensou o detetive, como se estivesse parabenizando-a. – Em todo caso, eu descobri algo que talvez te ajude!

– Sério? O que?

– As flores! Foram compradas em uma floricultura perto daqui! Isso significa que ele mora perto do centro! – Sherlock caminhou até a janela e continuou seu pensamento – Provavelmente ele também sua escala de trabalho, pra saber que você acordaria bem na hora de encontrar as flores! A floricultura abriu uma hora antes do horário em que você me disse que as encontrou!

– Então, ele quis que eu encontrasse as flores quando estivesse saindo pro trabalho! Teve o cuidado de levantar uma hora mais cedo para comprar as flores e deixar na minha porta! Ele deve morar entre o centro e minha rua! Ou no meio do caminho, ou um pouco antes da minha rua!

– Fantástico! Você está se superando! – exclamou Sherlock virando-se novamente para ela.

Molly sorriu.

– Parece que você está surpreso! Não me julgava nada inteligente, não é?! – brincou a moça

Sherlock retribuiu o sorriso.

– Está enganada, eu nunca duvidei de que você fosse capaz! – respondeu.

– Bom Sherlock, eu vou indo! Se encontrar mais alguma pista me avise!

Molly se levantou e foi até o cabideiro pegar o casaco e o cachecol que havia pendurado. Sherlock a encarava, e então uma pergunta saiu sem que ele percebesse.

– Quem você espera que seja?!

Molly se virou bruscamente e viu os olhos do detetive fixos nela. Ela pensou por alguns segundos e respondeu.

– Eu realmente não espero por ninguém específico! – hesitou por um tempo e então sorriu – Não é que eu fosse ficar com ele, só por me mandar essas coisas, mas estou achando realmente divertido essa brincadeira de detetive!

Sherlock riu e Molly também. A garota se despediu novamente e saiu de volta para a sua casa.

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Na manhã seguinte, Molly levantou-se um pouco antes do celular despertar. Foi ao banheiro escovar os dentes, quando ouviu o aparelho apitando em cima da cama. Se aproximou para ver e sorriu. Lá estava novamente o número restrito.

“Você levantou mais cedo hoje! Vá até a sua porta!”

Molly voltou para a pia, lavou a boca, vestiu o roupão e foi até a porta de entrada. Uma cesta de flores, as mesmas que ela havia recebido da outra vez, porém, ao invés de margaridas e flores do campo, eram rosas amarelas.

“Você vale o esforço! Tenha um bom dia”.

Molly sorriu e depositou a cesta em cima do balcão da cozinha. Admirou-as por um tempo, até lembrar-se que talvez seu admirador tivesse respondido o bilhete que ela havia deixado no armário. Correu para o quarto, terminou de se arrumar e partiu correndo para o hospital.

Chegou ao vestiário e abriu empolgada a porta do armário. Assim como ela esperava, lá estava a sua resposta.

“Todos esperam por alguém! “.

Molly encarou aquela resposta por algum tempo. O que deveria escrever de volta? Tinha alguém por quem ela esperava, mas era alguém inatingível e de quem ela já havia desistido há muito tempo. Molly pegou um papel e uma caneta e escreveu a resposta.

“Você espera por alguém?”

Era uma péssima resposta, ela sabia. Mas era o único jeito de desviar o assunto que lhe tinha ocorrido. Molly colocou o papel dentro do armário e o fechou, partindo para o trabalho logo em seguida.

Quando entrou no laboratório, ficou surpresa ao encontrar Sherlock nele. Os olhos do detetive olhavam pelo telescópio, totalmente absorto.

– Bom dia, por que não me disse que viria hoje?! – perguntou a garota com um sorriso no rosto.

– Quis fazer uma surpresa! – falou ainda ajustando o microscópio. Seus olhos então foram em direção a Molly – Surpresa! – falou sem muita expressão.

Molly riu e se posicionou do outro lado da mesa.

– Então, alguma novidade do seu admirador? – perguntou o outro em tom desinteressado.

– Uma nova cesta de flores e uma resposta para o meu bilhete! E teve um sms também! – respondeu enquanto mexia nos papéis que precisava estudar.

– Bastante coisa então! Já tirou alguma dedução disso?

– Ainda não pensei a respeito!

– Se me der uma boa, eu te convido para almoçar!

– Você paga? – perguntou a legista, achando aquela situação no mínimo divertida.

Sherlock concordou, então Molly pôs-se a pensar. Relembrou com cuidado as palavras do sms, do cartão e da resposta do bilhete.

– Se eu tivesse lido esses cartões hoje, certamente nem teria cogitado Richard! – falou depois de um longo período de silêncio. Sherlock levantou os olhos por cima do microscópio. – Ele me disse no sms “Você acordou cedo hoje”, é alguém que conhece meus hábitos e sabe o horário no qual estou habituada a levantar!

– Ou...? - disse Sherlock, sugerindo que poderia haver outra explicação.

– Ou ele estava em frente a minha porta esta manhã, colocando as flores, quando me levantei! Me ouviu levantar, saiu e mandou a mensagem!

– Bravo! – exclamou Sherlock! – Algo mais?

– Ele disse “Você vale o esforço!”, isso significa que talvez não estejamos certos sobre ele morar entre o centro e a minha casa, ele deve percorrer um caminho fora do habitual para me entregar as flores, e queria que eu soubesse disso!

– É! – concordou Sherlock – Você está precisamente afiada hoje!

Molly sorriu triunfante.

– Vou querer sobremesa também! – disse, arrancando um enorme sorriso de Sherlock.

– Volto no horário do almoço pra te buscar, preciso resolver umas coisas agora! – falou repentinamente o detetive, saindo do laboratório.

Molly estranhou, mas isso já era comum em Sherlock. Ele aparecia e sumia quando bem queria. Ela voltou aos seus papéis que a mantiveram ocupada por um bom tempo. Depois, teve que descer até o necrotério e liberar dois corpos que haviam chego ontem. Quando finalizou, já era próximo do horário do almoço, então Molly subiu até o vestiário para se trocar. Ao abrir o armário, teve uma surpresa. Seu bilhete havia sumido, mas dessa vez, não havia resposta. Por que não havia resposta? Molly olhou mais uma vez dentro do armário, procurou pelo chão, mas nada. Nem resposta, nem cartão, nem flores, nada. Molly sentiu-se confusa, tentando pensar no que isso poderia significar, então seu celular apitou.

Estou esperando por você! SH

Molly então fechou o armário, colocou o casaco e o cachecol e desceu para encontrar Sherlock.


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