Medo de falhar escrita por Mortícia


Capítulo 11
Então é Natal


Notas iniciais do capítulo

Olá! tem alguém ai?

Nem vou pedir desculpas pelos ANOS sem postar haha

Relevem os erros caso tenha, só eu reviso o texto.



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A casa de Greg estava toda enfeitada para a ceia, luzes, árvores, guizos, papais noéis em toda parte. Greg ofereceu o sofá enquanto preparava algo para beberem.

— Que empenho! Não sabia que Greg gostava tanto do Natal. - Diz John observando a decoração.

— O Natal é sua data favorita, suas melhores lembranças de infância. - Diz Mycroft sentado no sofá.

— Tomem! Um pouco de whisky para esquentar. - Greg volta oferecendo a bebida a John e Sherlock que recusa se inclinando para trás, não suportava nem olhar para a bebida, sentiu uma onda de enjôo. Mycroft observando tudo faz um comentário sarcástico. Com toda sua capacidade para deduções já havia compreendido parte do acontecido.

— Pelo visto meu irmão aproveitou bem a noite de ontem.

John ficou desconfortável em seu sofá, será que Mycroft conseguira deduzir o que houve entre os dois?

Sherlock encara seu irmão por alguns instantes, e responde no mesmo tom sarcástico de Mycroft.

— Pelo visto você também, irmão.

Agora foi a vez de Greg ficar desconfortável. John para tentar aliviar a tensão muda de assunto.

— Achei que você tivesse convidado mais gente, Greg. E seus pais?

— Foram viajar, eu os presenteei arcando com parte dos custos. Era o sonho deles viajar pelo oriente, Japão, China, Taiwan, então pensei: por que não fazer um pequeno agrado, afinal eles estão velhinhos, nunca se sabe o dia de amanhã, não é?

— Na verdade você fez isso para tentar amenizar a reação deles quando souberem que você está em um relacionamento amoroso com um homem.

John quase cospe o gole de bebida. Mycroft assim que viu Sherlock percebeu que estava de mal humor e quando estava assim conseguia ser bem insuportável.

— Sherlock, isso são modos? - John chama sua atenção.

— Deixe, dr.Watson. Meu irmão só está frustrado por ver que eu obtive sucesso. - Diz soltando um leve sorriso sarcástico.

O clima estava denso. Nessa hora, muito provavelmente para evitar mais conversas desagradáveis, Greg os chama para a sala de jantar. John o acompanha para ajuda-lo a por a mesa.

— O que aconteceu com esses dois hoje?

— Não sei, John. A única coisa que sei é que essa noite será longa.

Sentaram-se a mesa, Greg havia feito vários pratos, tudo parecia apetitoso e cheirava bem. Observando as variedades de comida, Sherlock não deixou de dar mais alfinetadas.

— Finalmente encontrou alguém que realizasse todos seus desejos gastronômicos, irmão? - Sherlock reconheceu vários pratos favoritos de Mycroft.

Mycroft ia responder, mas Greg foi mais rápido.

— Na verdade preparamos juntos. Ficamos ontem apenas fazendo isso. - Greg olha na direção de Mycroft, que retribui o olhar colocando sua mão em cima da dele.

John estava ciente do relacionamento dos dois, Lestrade apesar de não ter lhe contado diretamente deixou nas entrelinhas, mas vê-los demonstrando afeto em público era um pouco inesperado para John, pensou que seriam mais do tipo reservados.

Sherlock se lembra da conversa que teve com o irmão dias antes. Então era isso mesmo, Mycroft tinha se deixado levar, pensando bem, talvez não fosse uma má ideia.

— Então, vocês estão mesmo em um relacionamento? Uau! - John quebra o silêncio, esperava não parecer intrusivo.

— Sim, há mais ou menos três meses. Se não fosse as investidas de Mike demoraria mais tempo para cair minha ficha. Afinal, eu não sabia que pudesse gostar de homens. - Greg diz meio envergonhado.

— Homens não, Greg, apenas um. - Os dois se olharam e sorriram.

— Ahn, para mim foi uma surpresa, mas fico feliz por vocês. - John não sabia onde colocar a cara, estava achando a situação perturbadora, ainda precisaria de um tempo para digerir os fatos.

Começaram a se servirem. Greg montava o prato de Mycroft, perguntando o que ele gostaria. John tentava disfarçar, mas não conseguia tirar os olhos do recém casal, observando sua dinâmica.

 - E vocês dois como vão? - Perguntou Greg.

— Eu bem. Trabalhando bastante, mas vou conseguir pegar umas folgas por esses dias por causa das horas extras acumuladas. - John fala olhando para a mesa e decidindo o que colocaria no prato.

— E você Sherlock?

— Estaria melhor se estivesse em um caso.

— Por falar nisso, a equipe pergunta de você a todo o momento, estão com saudades.

— Consigo visualizar perfeitamente Donovan e Anderson com saudades. - John e Greg riram com o comentário.

— Acho que depois de não conseguirem avançar nos casos eles perceberam o quanto você faz falta.

Passados uns segundos Mycroft comenta.

— Acho que Greg não quis fazer exatamente esta pergunta. Me diga, irmãozinho: o objetivo de seu esforço nas ultimas semanas teve êxito?

— Isso não é de sua conta. - Sherlock fuzila Mycroft com o olhar.

John não se sentia confortável em expor sua relação recente com Sherlock, mas como havia pedido ajuda a Mycroft e comentado sobre o comportamento diferenciado de Sherlock com Lestrade é claro que satisfações seriam cobradas. Então John decide tatear o assunto de forma sutil, não queria expor Sherlock sem saber se ele gostaria de ser exposto.

— Tudo já foi esclarecido entre nós... Tomamos algumas ações que fizeram nossa relação progredir e agora pretendemos aprofundar isso. – John olhava para o casal enquanto ocasionalmente lançava olhares incertos para Sherlock.

— Pretendemos? – Sherlock pergunta curioso a John.

— Ahn, sim. Não é? – John responde e recebe um olhar enigmático do detetive.

— Bom, o importante é que estão se entendendo, não é? – Lestrade tenta dar um fim na conversa ao perceber que John estava desconfortável, apesar das perguntas não queria forçar nada.

Conversaram sobre política, a situação do país e amenidades. Sherlock ficou quieto a quase todo o momento, estava um pouco mal humorado, não gostava muito desses rituais de natal, só foi porque John insistiu muito e porque não conseguia negar muita coisa ao loiro.

Terminaram a ceia e a sobremesa, John ajudou Greg a retirar a mesa e depois todos foram para a sala. Conversaram mais um pouco e então John se despede.

— Gente, muito obrigado pelo convite, ficamos muito felizes.

— Diga por você.

— Modos, Sherlock. - John reprime o detetive lançando um olhar repreensivo ao qual Sherlock revira os olhos, bufando.

Greg e Mycroft se olham. Greg vai até a porta e a abre.

— Obrigado por terem vindo e feliz natal.

Quando John e Sherlock estavam passando pela porta Mycroft os chama.

— Esperem. - Os dois param ao mesmo tempo e olham para trás.

— Muito bem! Agora se beijem. - Fala num tom divertido apontando para cima da porta onde havia um pequeno visco suspenso.

— Não pense que vou fazer o que quer por causa de uma tradição idiota, Mycroft.

— Vai mesmo querer arriscar um ano inteiro de azar, Sherlock? - Diz Greg, apoiando seu namorado.

Mesmo John estando encabulado não iria ignorar a tradição, decidindo acabar logo com a situação, sem hesitar puxa Sherlock pelo sobretudo recém colocado e sela seus lábios, deixando o detetive surpreso. O ato não demora mais que três segundos.

— Boa noite e feliz natal. - John diz saindo pela porta, sem olhar para trás.

Sherlock permanece por mais alguns segundos antes de acompanhar John e lança um olhar assassino para seu irmão que ergue a taça que segurava em sua direção, como se estivesse brindando.

Greg finalmente fecha a porta e senta-se junto a Mycroft no sofá.

— Sherlock quer te matar. Isso foi maldade.

— Maldade não, meu querido. Apenas dei um pequeno empurrão.

— Fico preocupado com os dois.

— Apesar de lerdos vão ficar bem, não se preocupe. Eles se entendem melhor do que imaginamos. Agora, gostaria de mais um pedaço de torta.

No taxi os dois estavam silenciosos. John estava digerindo tudo o que aconteceu esta noite e Sherlock por mais que quisesse aparentar tédio também refletia sobre o ocorrido.

Chegaram em casa, John subiu para se trocar e quando desceu encontrou Sherlock com um embrulho de presente em mãos.

— Feliz Natal, John.

Surpreso, John recebe o presente e o abre. Era a edição raríssima de um livro de medicina que faltava em coleção. Quando viu ficou sem palavras.

— Sherlock.. mas como? Como encontrou? Como sabia que eu precisava? – John falava emocionado, sabia como deveria ter sido difícil encontrar aquela preciosidade, ninguém tinha se esforçado tanto por ele. Num ato impulsivo o abraça.

— Não foi nada. – Sherlock retribui o abraço, sabia o quanto seu loiro estava agradecido.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e deixem comentários, por favor :D



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