The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 26
Feast


Notas iniciais do capítulo

sim, ainda é natal nesse capítulo e vai ser no próximo também (mas não todo) u-u



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— Kurt?! Blaine?! — Mercedes exclamou, a voz aguda machucando os ouvidos dos demais presentes. Houve um momento de silêncio.

— Eu disse que eles estavam aqui... — Brittany murmurou. Santana a olhou com olhos arregalados. — Kurtie? Por que você está chorando? — Ela perguntou, chegando mais perto do casal. Blaine os olhava enquanto apertava o envolver dos braços ao redor do namorado, e se encolheu quando a loira começou a se aproximar. — Eu não vou machucar vocês, Blaine.

— Britt, não. Não chegue perto. Você não- você não sabe o que eles podem fazer conosco. — Santana pediu, preocupação estampada em suas faces.

— Não se preocupe, San. Eu estou bem. — Ela tornou a andar até os amigos abraçados no pé da escada e colocou uma mão no ombro de Kurt, quem se virou para ela com olhos vermelhos. — Está tudo bem, Kurtie.

— B-Britt? — O castanho perguntou, não acreditando em quem estava simplesmente parada em sua frente. A loira assentiu e ele olhou hesitante ente o namorado e a menina antes de se levantar em joelhos bambos, andando até a antiga amiga. — Eu senti sua falta, Britt.

— Eu senti mais, golfinho. — Ela insistiu.

— Mas que porra está acontecendo aqui? — Quis saber Puck, escondendo seu medo com o clássico perfil de bad boy. — Você morreu! Porra! Vocês dois deixaram a gente, caralho. Os dois se mataram, e por quê? Porque vocês dois viados não conseguem aguentar os próprios problemas!

— Vá embora. — Blaine se pronunciou, a voz quebrada. O judeu o olhava, agora, incrédulo. — Puck, vá. — Ele cerrou os dentes, mas sentiu a mão de Quinn em seu bíceps.

— Blaine... — A loira sussurrou. — Eu vou falar com ele, está bem? Cuide de Kurt agora enquanto você explica para todos a situação.

— Você já sabia disso, Quinn? Sabia que eles fingiram o próprio suicídio?! — Puck perguntou, mas a loira apenas revirou os olhos e gesticulou com a cabeça para as escadas, e o menino do moicano foi rápido para seguí-la.

— Meninos, vocês tem que... vocês tem que nos ajudar a entender e... Blaine, isso é sangue na sua camisa?! — Tina perguntou, já dando um passo à frente.

— Sentem-se. — Pediu o moreno. Todos os membros do antigo coral pegaram um lugar nos sofás. — Vocês tem que jurar não contar isso para ninguém. Temos algumas almas aqui que simplesmente adorariam ver vocês mortos, então tratem de ficarem com a boca fechada. — Ele disse, e Kurt assentiu de seu lugar ao lado de Brittany quando os olhos caíram sobre ele. — Essa casa, ela... ela tem uma força sobrenatural. Todos que morrem aqui tem a alma presa aqui por toda a eternidade, literalmente. Vocês se lembram de Sebastian Smythe, certo? — Todos assentiram, menos Rachel. — Ele me matou, detalhes a parte. Depois, atirou em meu pai e minha mãe e organizou uma cena do crime perfeita. Kurt... Kurt não se matou. — As bocas que antes estavam abertas, formando uma forma de ‘o’, agora emitiam sons de surpresa. — Ele pulou na frente de um tiro. Por mim. Sebastian decidiu me torturar, me fazer sentir a dor de novo e... Kurt me salvou. Mas, por outro lado, ele perdeu a própria vida. — Lágrimas frescas já embaçavam novamente a visão de Kurt e Blaine, além de Mercedes, Tina e Brittany.

— Você foi tão corajoso, golfinho, tão corajoso. — Ele ouviu Brittany sussurrar para seu namorado, e sorriu. Por mais que ele adorasse fazer Kurt sorrir e ver Tate e Violet o alegrando cotidianamente, era bom rever o castanho e as meninas juntos novamente.

— Enfim, é isso. Para que um de nós saia daqui, seu corpo precisa ser encontrado espontaneamente. Ou seja, se eu contar a vocês o local de meu corpo, vocês não poderiam fazer nada. — Ele suspirou. — É isso. E, como eu disse antes, não contem para ninguém. Entendidos?

— Sim. — Eles responderam, em uníssono. — Eu tenho uma pergunta. — Mercedes levantou a mão e Blaine assentiu para que ela continuasse. — Podemos continuar vindo aqui? Eu sinto muito a falta de vocês, meninos.

— Desde que não atrapalhe nada como a carreira ou faculdade de vocês. — Kurt se pronunciou. — É sério. Quinn já se convenceu que vai ficar aqui até julho, já que ela já perdeu meio semestre em Yale.

— Não vamos perder nada, Boo. Não é? — A negra perguntou, e todos na sala assentiram.

— Gente, vocês não podem vir aqui demais, pelo menos não muito. É sério. — Tate disse, vindo da cozinha de mãos dadas com Violet. Tina desmaiou de susto, enquanto os outros expressaram a surpresa por sons e expressões faciais. — Olá, eu sou Tate, psicopata, e essa é minha namorada suicida Violet.

— Você só fala merda, deixe que eu explique. — A loirinha – Violet – disse, sorrindo. O menino alto beijou sua bochecha carinhosamente e ela foi à frente de todas as pessoas no sofá. — Nós não podemos ter que essa casa vire uma atração turística, ok? É sério.

— Será ruim o suficiente com todos vocês vindo aqui toda a hora... — Murmurou Tate, levando uma cotovelada da namorada. Ele revirou os olhos. — Só fiquem de boca fechada. Eu vou lá para baixo.

— Eu vou com você. — Anunciou Violet, e os dois desceram as escadas para o porão de mãos dadas. Um silêncio curto se estabeleceu no grupo.

— Tina não está bem, meninos. Vamos levá-la para casa. — Mercedes anunciou. — Quando podemos nos ver novamente?

— Não sei, ‘Cedes. — Kurt sussurrou, com Brittany ainda afagando suas costas carinhosamente. — Eu senti tanto a falta de vocês...

— E nós a sua, Kurtie. — Respondeu Pierce, beijando a bochecha do castanho. — Mas eu não quero ficar mais aqui, se não vou voltar a chorar. — O castanho assentiu, e pouco a pouco o grupo foi indo embora novamente. Depois de quinze minutos, apenas Quinn e Puck não haviam retornado do quarto que pegaram emprestado durante a conversa. Ou suposta conversa...

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— ...e não era meu segredo para contar, entendeu? — Quinn terminou, finalmente, de explicar tudo para Puck. O menino de moicano abriu a boca para responder, mas seus lábios suavemente partidos encontraram os de Quinn. O beijo durou por algum tempo, e então Quinn estava sorrindo e Noah a olhava com um orgulho saudoso brincando nas esferas verdes. — Vamos descer, garotão, todos devem ter ido.

— Eu te levo em casa. — Ofereceu o mais alto. A loira assentiu e os dois saíram e despediram-se de Kurt, que tinha lágrimas nos olhos mais uma vez. Mas aquela ida era diferente. Eles voltariam, todos eles.

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Estava chovendo forte como sempre fazia no inverno do Alabama, e Kurt estava sentado com as costas contra o armário, no chão, observando as gotas de chuva ficarem cada vez mais pesadas e finalmente escorrerem pela janela. O dia estava cinza, mas incrivelmente agradável para logo depois do almoço. Blaine tocava alguns acordes no violão, meio deitado e meio sentado na cama, as cobertas grossas cobrindo seus pés descalços.

— Posso te tocar algo? — Questionou o moreno, e Kurt sorriu, assentindo. Logo, as notas soltas se juntaram e formaram uma melodia conhecida, ume versão mais calma da música que enchia o cômodo.

The rain won’t falling

It’s harder than before

This car keeps on stalling

Pedal to the floor

Kurt olhava o namorado com as esferas azuis cheias de amor e sorrisos, por mais que seus lábios estivessem apenas entreabertos enquanto o castanho se deixava levar pelo primeiro verso.

What I need to know

Is if you love me and I really need to know

If you want me when you call

If you want me when you call

We were young and we were foolish

School books in our arms

Dodging homework

Dodging classes

To set off fire alarms

Kurt assistiu e ouviu o resto da canção com a atenção dividida entre o sorriso brincando no canto dos lábios do namorado e memórias rápidas constantes dos dias (que não eram muitos) nos quais o par de então amigos resolvia matar aula. Para, simplesmente, jogar conversa fora, serem bobos e inconscientemente apaixonados.

— Eu amo essa música. — Kurt suspirou. Blaine colocou o violão no chão, do lado da cama, e abriu os braços, que rapidamente receberam o castanho neles.

— Eu sei. Eu toquei ela para você quando você tirou nota baixa em física por não comparecer nas aulas. Seu pai foi chamado na escola, e tudo mais... — Blaine sacudiu a cabeça de um lado para o outro, rindo. Seu peito vibrava, acalmando Kurt consideravelmente. O castanho sorriu tristemente, enquanto recebia um beijo carinhoso no topo dos cabelos castanhos. — Ei, não fique assim. Amanhã é natal, Kurtie. Nosso primeiro natal juntos. — Lembrou o moreno.

— Eu sei, e eu espero que seja o primeiro de muitos ao seu lado, baby. É que... ver todos eles aqui... — A voz de Hummel falhou e ele balançou a cabeça negativamente.

— O que tem, amor?

— É bobo. Não importa agora, B. Já estamos mal demais, não preciso te deprimir ainda mais.

— Pode falar, Kurt. Eu te amo, não importa o que você fale ou faça. — Assegurou o moreno. O mais alto suspirou e continuou:

— Me lembrou do dia que eu descobri – ou pelo menos achei – que morrer era um vazio, um vácuo negro que te engolia, não importa o quê. Mas agora... estamos mortos. E eles estão tão vivos... não é inveja, não por inteiro. É só... saudade. — Blaine assentiu, abraçando o namorado mais forte. — Eu cheguei em casa da escola e fui direto falar com minha mãe, e eu lembro de implorar pra ela mudar aquilo porque, ei, era minha mãe de quem eu estava falando: aquela mulher conseguia tudo. Ela me segurou e ficou pedindo desculpas e que eu aceitasse aquilo, no final do dia eu havia dormido enquanto chorava. E acho que no próximo eu mal lembrava do que tinha acontecido.

— Sabe o que a gente pode fazer para ficar feliz? — Kurt olhou para o namorado que sorria, e revirou os olhos. — Ei! Eu não estava falando de sexo, ok? Eu ia sugerir que cozinhássemos.

— O que exatamente você tem em mente? Por favor não fale rabanada ou algo do tipo natalino, já vamos comer a ceia à meia noite. — Blaine riu, começando um cafuné nos fios castanhos que pinicavam amorosamente seu rosto.

— Quem sabe arroz? Um bolo? Sério, tanto faz. Enquanto eu estiver com você, tanto faz. — O moreno olhou para as mãos dadas que descansavam no abdômen de Blaine. — Deus, você poderia cozinhar uma daquelas conchas frescas.

— Primeiro, são ostras frescas. Segundo, você é perfeitamente imperfeito. Terceiro, eu adoraria fazer algumas fornadas de cookies. Papai Noel, e essas coisas.

— Cookies soam como o paraíso. Vamos lá. — Blaine disse, mas nenhum dos dois se moveu, além de Kurt ter abraçado o namorado mais forte enquanto chegava mais perto, escondendo o rosto no moletom que o moreno usava. — Pensei que você quisesse cozinhar, babe.

— Hmmm, seu cafuné é de outro mundo, Blaine Anderson. — Balbuciou o castanho, o nariz gelado contra o tecido macio.

— Eu te amo. Você é adorável. — Blaine sorriu e interrompeu o carinho nos fios castanhos para abraçar Kurt novamente. — Eu nunca vou me cansar de abrir os olhos e te ver e te dizer o quanto eu te amo.

— Eu também te amo, Blaine. Deus, você é meu tudo, meu inteiro. — Um silêncio confortável se instalou entre os meninos. — E agora somos oficialmente o casal mais meloso do mundo.

— Somos. — Concordou, recebendo um beijo na bochecha, fazendo-o sorrir. Lenta e delicadamente, Kurt conectou seus lábios aos de Blaine e o casal ficou ali, aproveitando o movimento suave e momentaneamente inocente das bocas, sorriso contra sorriso.

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— Kurt... — Blaine gemeu, baixinho. Os ponteiros no relógio ficariam na mesma posição para indicar a meia noite rapidamente, e a mesa nem estava sequer arrumada. — Temos que... descer... Quinn vai chegar...

— Não, não pense em Quinn. Pensa em mim... — Kurt sussurrou, ainda aos beijos com o namorado e em cima do mesmo, mãos explorando mais e mais a cada segundo que passava.

— A ceia vai começar! A ceia, vamos lá! — Tate passou no corredor e abriu a porta do quarto do casal sem cerimônia. Kurt o fuzilou com o olhar. — Foi mal, caras, mas eu também fui interrompido. — Olhando melhor, os meninos conseguiam ver a pele corada de Tate e o suor escorrendo seu rosto. — Seu irmão está aqui, Kurt. Ele veio com aquela menina irritante...

— Uh, Rachel... — Grunhiu Kurt, a cabeça caindo para descansar no peito de Blaine. — Estamos descendo, Tate. Orbigado.

— Sem problemas, cara. Até daqui a alguns minutos. — O loiro fechou a porta de leve e saiu, seus passos foram ouvidos ficando cada vez mais longe. Kurt suspirou e rolou de cima do namorado.

Blaine riu, roubando um beijo rápido do castanho e se levantando para ajeitar as roupas e o cabelo. Kurt ficou olhando para o teto e se preparando psicologicamente para lidar com Rachel. Se eles tivessem sorte, Finn sairia de lá o mais rápido possível. Depois de uns três minutos, Kurt finalmente passou a mão no cabelo e colocou um pouco mais de laquê no mesmo depois do namorado ter saído do banheiro e apalpou as roupas para que elas ficassem decentes.

— Vamos? — Blaine ofereceu a mão, e Kurt a pegou, entrelaçando seus dedos enquanto o casal saía do quarto. Eles desceram as escadas e rapidamente sentiram a tensão no ar. Ao entrarem na cozinha, Rachel estava sentada no balcão, mexendo alguma bebida no copo e Finn estava de pé com as mãos nos bolsos.

— Finn? — Kurt chamou, delicadamente, e o casal que estivera antes na cozinha levantou o olhar. Finn abriu um sorriso de orelha à orelha ao ver o irmão. — Oi, Finnley.

— Não me chame assim, caçulinha. — Pediu o mais alto, fazendo o irmão sorrir ainda mais. — Venha cá, me dê um abraço. — Pediu, e Kurt foi feliz até ele, se deixando levar com o cheiro do casaco listrado que Finn usava. — Escuta, me desculpe por hoje. Eu devia ter impedido eles e-

— Não, Finn, nada disso. Vamos apenas aproveitar o natal, sim? — Finn assentiu e se afastou do irmão, que foi para o lado do namorado. — Boa noite, Rachel. Vejo que você se resolveu com meu irmão.

— Olá, Kurt, e sim, estamos muito felizes juntos. — Blaine murmurou um “dá pra ver” debaixo da respiração enquanto passava um braço pela cintura de Kurt, que lutou consigo mesmo para não cair na gargalhada. — Não vai me apresentar seu namorado?

— Eu sou Blaine. — Pronunciou-se pela primeira vez o moreno. Rachel ia falar alguma coisa quando Moira, a empregada, apareceu na cozinha.

— Crianças, a ceia vai começar. Eu e Vivien arrumamos a mesa para todos. Inclusive vocês dois.

— Obrigado por serem receptivos, Moira, eu sei que vocês não apreciam os vivos. — A ruiva apenas assentiu à gratidão expressa por Blaine, e saiu da cozinha. — Bom, eu quero aproveitar o natal com meu namorado. Vamos, baby?

— É claro. Vocês dois vêm? — Quis saber Kurt, entrelaçando os dedos aos do namorado.

— Vamos. Eu te amo, little bro.

— Eu também te amo, imbecil. Agora, vamos lá. O natal vai começar.


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Notas finais do capítulo

:D



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