The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 25
Christmas Parte 2


Notas iniciais do capítulo

olha, eu não demorei! 0-0



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526498/chapter/25

Blaine virou de lado na cama aquecida e colocou um braço para fora das cobertas, a fim de puxar o namorado para perto. Ele achou, porém, apenas o travesseiro do mesmo. Suspirando com um beicinho adorável, Anderson se levantou da cama e espreguiçou-se. Ele ajeitou as calças do pijama, vestiu uma camiseta do time de boxe da McKinley e abriu a porta, sentindo o cheiro de rabanadas e leite quente invadindo suas narinas.

Ao se aproximar da cozinha, Blaine ouviu a voz de Kurt num tom baixo, e havia outra pessoa com ele, uma mulher cuja a voz era desconhecida.

— ...você não me ajudou quando eu precisei. — Kurt dizia. — Eu não sei por que diabos meu irmão te contou isso, mas eu sei que se você espalhar para alguém, não vai gostar das consequências.

— Me desculpe. — Disse a voz feminina, num sussurro. — Eu sei que você não queria e Finn me avisou. Eu não vou contar para ninguém.

— A questão não é essa! — Ele levantou sua voz para o tom normal. Houve uma pausa. — A questão não é essa. — O castanho disse novamente, de volta ao volume anterior. — A questão é que você não pode aparecer aqui porque não quer ficar com Finn depois de ter feito tudo aquilo comigo em Washington. Você é fútil, Berry. — Blaine ouviu o namorado cuspir as palavras, e levantou uma sobrancelha em confusão. Alguém de Washington estava ali?

— Não é minha culpa se seu irmão é um babaca.

— Nem minha, agora, por favor. É véspera de natal, logo Blaine vai acordar e eu não quero que ele te veja aqui, entendeu? Volte para Washington, fuja para a Finlândia, mas não fique nem mais um segundo aqui, Rachel. — A mandíbula de Blaine caiu ao ouvir o nome. Aquela menina irritante e obviamente egocêntrica era Rachel, mesma Rachel por quem Finn estava babando, caído de amores. — O que você está esperando? A porta está aberta.

Blaine ouviu um grunhido vindo de Rachel, o barulho de salto alto no chão da cozinha, depois um suspiro de Kurt. Ele abraçou o castanho carinhosamente ao entrar na cozinha, beijando-lhe a bochecha.

— Então aquela era Rachel? — Ele perguntou.

— Era. O quanto você ouviu?

— O suficiente para saber que ela não vale nosso tempo. Agora, isso são rabanadas? — Blaine espiou por cima do ombro do namorado, aonde haviam três fatias do prato sendo fritas na panela. Ele olhou para a direita e viu um prato já cheio do doce.

— Não, não, baby, — Kurt deu um tapinha na mão do moreno, que já tentava alcançar um pedaço. — Essas são só para depois da ceia.

— Está bem, mas só porque você pediu com carinho. — Blaine beijou a bochecha do namorado e foi até a geladeira pegar algumas coisas para o café.

KB

Após a primeira refeição do dia, Kurt e Blaine sentaram-se no chão, encostados na cama, de frente para janela grande que havia no quarto dos dois, permitindo-os a sentir a brisa fria do inverno, protegidos do céu cinza. Não demoraria a chover, evidentemente, e talvez pudesse nevar mais tarde. Nunca se sabia, no Alabama. Houveram três batidas na porta, e Kurt saiu dos braços do namorado e andou até a porta para encontrar Quinn.

— Eu- eu tentei impedí-los, Kurt. — Ela disse, num sussurro. — Eles estão na sala. Todos eles, Kurt, eu não sei o que você quer que eu faça. Eu disse que viria ver se havia alguém aqui.

— Ok, vamos esperar aqui, quietos. — Respondeu Kurt, respirando fundo para manter a calma. — Quando eles entrarem, ficaremos invisíveis. — Ele disse, e a loira assentiu. O castanho lançou um olhar assegurador ao namorado, que andou até ele silenciosamente. — Quinn, os outros já sabem deles aqui?

— Eles me viram chegando e rapidamente entraram no porão. — Explicou, e o mais alto assentiu, sentindo os lábios de Blaine beijarem carinhosamente seu pescoço. — Se preparem, meninos. — Avisou ela, e o casal assentiu. Ela saiu do quarto e passou uma mão pelos cabelos loiros.

— Quinn? Podemos entrar? — Eles ouviram a voz de Mercedes pela porta aberta, o coração de Kurt sendo pisoteado pelo som familiar. — Essa casa está muito bem cuidada. — Observou a negra, e Blaine afagou as costas do namorado.

— Eles estão vindo pra cá. — Sussurrou o moreno, e Kurt assentiu, ouvindo as tábuas rangendo, o som ficando mais próximo dos dois. — Agora. — Indicou o mais baixo, e ele e Kurt ficaram lentamente invisíveis.

— Wow, eu lembro de vir aqui buscar Kurt naquela época de assaltos, eu era a única com carro. — A voz familiar de Tina ecoou nos corredores. — Deus, como ele pôde apenas desaparecer desse jeito, depois se matar num beco? Não sabia que Kurt e Blaine eram tão próximos. — Pelo silêncio que se manteve, o casal deduziu que era um acordo mútuo.

— Tina, não chora. — Pediu Brittany, mas sua voz em si já estava trêmula. — Vamos- vamos explorar a casa, ok? Eles iam gostar que fizéssemos isso, não é? — Perguntou a loira.

— Claro que sim, Britt-Britt. — Santana disse, e finalmente o grupo apareceu na porta, múltiplas tosses de espanto foram ouvidas. — Não é possível. Não é possível. — Dizia a latina. — Esse quarto está arrumado! Como assim? Qual de vocês imbecis fez isso? — Ela perguntava, abraçando Brittany. Tina e Mercedes não haviam entrado depois da porta. Os meninos, que até então estiveram quietos, estavam murmurando baixinho entre si.

— Você acha que tem mais alguém aqui? — Puck perguntou para Mike.

— Não sei, acho que sim. Mas, cara, olha quantas fotos de Kurt e Blaine tem no quarto. E eu já senti esse cheiro antes. — Respondeu o asiático.

— Tem razão, eu já senti isso antes. — Joe entrou na conversa.

— Parece o cheiro da casa de Kurt. Quer dizer, do quarto, sei lá. — Rory sugeriu.

— Parece mesmo. — Pensou Mike, ficando um segundo parado. — Ei, Quinn, você era a melhor amiga de Kurt. — Disse o adolescente, e a loira se virou, deixando a foto que olhava em cima da cama. — Esse cheiro não parece com o de Kurt?

— Eu não sinto nada, Puck. — Ela sacudiu a cabeça, e Kurt suspirou aliviado, som que não atingiu os ouvidos de nenhum outro membro do Glee Club.

— Tem mais alguém aqui. — Brittany concluiu. — Não é humano.

— O que você quer dizer, baby? — Santana perguntou, colocando uma mecha de cabelo loiro para trás da orelha da namorada.

— Kurt e Blaine... eles estão aqui.

— Quem te falou isso? — Quis saber Quinn, os olhos arregalados.

— Sebastian me falou isso. — Ela respondeu. — Ele veio para mim nos meus sonhos. — Santana deu um passo para trás, e fumaça quase saiu das orelhas de Quinn ao ouvir o nome. — Além do mais, eu posso ouvir Quinn pensando junto com Kurt e Blaine.

— C-Como assim, Brittany? — Quinn riu, nervosa.

— O que está acontecendo, Fabray? — Santana se colocou na frente da namorada.

— Ela não colocou os corpos deles aqui nem nada. — A loira disse.

— Eu nunca disse isso.

— Mas pensou. — O resto do clube observava a interação com atenção. Santana abaixou a cabeça e arqueou uma sobrancelha fina. — Eu posso ouvir o que cada um de vocês está pensando. Rory, acho que não é a hora de você pensar em trevos de quatro folhas. — O irlandês levantou a cabeça, os olhos arregalados. — E Puck, você não vai conseguir ficar com Quinn no armário do corredor, desista.

— Eu... eu não quero! — Negou Puck, corando da ponta do moicano até o final dos tênis pretos. — A gente pode fazer a droga da homenagem e ir embora de uma vez? — Insistiu o garoto.

— Vamos lá para sala, vamos caber todos ali. — Sugeriu Mercedes, e todos desceram as escadas até a sala de estar. Alguém tocou a campainha, e todos ficaram parados. Mais uma vez o som agudo ecoou pela sala. — Alguém por favor, atenda a porta. — Quando Puck se levantou, a porta se abriu, revelando Finn e uma menina baixinha, de cabelos morenos que caíam para um pouco além dos ombros. Fabray a reconheceu imediatamente, o coração querendo pular para fora do peito. Kurt olhou para a melhor amiga, nervoso. Ele estava encostado em Blaine com os braços do moreno ao redor da cintura dele, o moreno com as costas contra a parede logo depois da escada.

— Finn! — Puck se pronunciou, e deu um high five no amigo. Pouco a pouco, eles foram se cumprimentando. — Vamos cantar uma música, cara. Você chegou bem a tempo.

— Quem é aquela? — Tina perguntou, finalmente percebendo a presença de Rachel, encolhida num canto.

— Boa tarde, meu nome é Rachel Berry e eu sou judia. — Apresentou-se, pronta para dar detalhes de sua vida aquelas pessoas que nunca seriam tão boas quanto ela. Inúmeros jovens presentes reviraram os olhos, Kurt apenas a olhava com olhos semicerrados. — Eu sou solista do meu clube Glee de Washington, os New Yorkers, todos sonhamos com NYADA e a Broadway algum dia, e quem sabe daqui a um ano, eu e minha melhor amiga possam-

— Deus, alguém cala a boca dessa menina. — Santana grunhiu.

— Gente, essa é Rachel. Minha nam- — Finn foi cortado pela judia.

— Nós não estamos colocando rótulos em nosso relacionamento ainda. — Finn revirou os olhos. — Você, moicano. Eu ouvi que vocês vão cantar. — Ela disse, e Puck assentiu relutante.

— Rachel, meu irmão e seu melhor amigo faleceram, e viemos aqui homenageá-los. Espere no sofá, por favor. — Finn pediu, beijando a testa da menina, que assentiu e sorriu, andando até o sofá. — Vamos lá, gente?

— Claro. Joe, trouxe a guitarra? — Perguntou Mike, e o adolescente assentiu, abrindo a capa do instrumento e o conectando a uma tomada, assim como a caixa de som. Ele começou a tocar uma versão mais lenta da música. Finn começou a cantar o primeiro verso e a respiração dos dois se acelerou.

You said if you don’t let it out

You’re gonna let it eat you away

I’d rather be a canibal, baby

Animals like me don’t talk anyway

Santana deu um passo à frente, de mãos dadas com Brittany, e as duas partiram para o segundo verso, as vozes juntas em uma harmonia abaladora.

Feel like an ambulance

Chase her away

Pray I could replace her

Forget the way her tears taste

Quinn respirou fundo e ela foi à frente da onde o grupo estava em fila na mesma hora que Puck, e os dois olharam um nos olhos do outro intensamente antes de continuarem.

Put another ‘x’ on the calendar

Summer’s on it’s deathbed

There is simply nothing worse than

Knowing how it ends

And I meant everything I said

That night

I will come back to life

But only for you

Only for you

O casal corou furiosamente, finalmente retirando os olhos um do outro. A loira ouvia o casal em sua mente, porém com dificuldade (aquele não era seu melhor dom), ambos completamente devastados pela letra. Ela observou enquanto Mike e Tina cantavam o próximo verso.

Don’t wanna call it a second chance

But when I came back

It was more of a relapse

Anticipation’s on the other line

And obsession called while you were out

Yeah, while you were out

Os dois saíram e o grupo começou a cantar o refrão, enquanto Joe tocava.

Put another ‘x’ on the calendar

Summer’s on it’s deathbed

There is simply nothing worse than

Knowing how it ends

And I meant everything I said

That night

I will come back to life

But only for you

Only for you

[...]

Quando a canção chegou a um fim, todos choravam. Não havia uma pessoa naquela sala que não tinha lágrimas escorrendo pela face: Quinn estava perto de Kurt e Blaine, Santana envolvia a namorada, que chacoalhava em seus braços. Rachel afagava os braços de Finn enquanto secava o choro com as mangas do suéter. Os meninos escondiam o choro enquanto olhavam pela janela, e Kurt estava desmoronando junto com Blaine, ambos soluçando.

— G-Gente, vamos embora. — Brittany disse, surpreendendo todos, que até então achavam que a loira seria a última a sugerir aquilo. — N-nós estamos machucando Kurt e Blaine.

— B-Brittany está certa. — Interviu Quinn, massageando as têmporas que doíam por causa do choro. — Eles- Eles estão sofrendo. Isso não é bom.

— P-por favor, Blaine, faça a dor parar, me ajude. — Kurt pedia, respirando com dificuldade nos braços do namorado.

— Shhh, K-Kurt, precisamos nos acalmar. — Blaine dizia, sabendo o que aconteceria se eles não conseguissem ficarem mais calmos. — N-nós não q-queremos que eles n-nos vejam.

— Eu quero meu pai, quero encontrar com eles, quero que a dor pare. Por favor, por favor... — Ele balbuciava, e Blaine começou a afagar os cabelos castanhos. Kurt soltou uma respiração e apagou em pouco mais de cinco minutos no colo do namorado. O problema é que Kurt pode ter relaxado até demais...

— Kurt?! Blaine?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

forninhos will fall



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Pain In Between" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.