Crônicas de Forks II - Leitor de Mentes escrita por Débora Falcão


Capítulo 13
Armário


Notas iniciais do capítulo

Capítulo atualizado.



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"Doutor... p... por... por favor..." a voz era rouca, quase sem ar. Mas os ouvidos do Dr. Carlisle eram apurados, e ele ouvia claramente.

"Sim, fale. Eu estou aqui."

A mão fria do médico se viu entre um par de mãos trêmulas e quentes. "P... preciso que... que o ajude... doutor, por favor!"

"Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance..."

"Tudo... doutor... incluindo o que... o que os outros... n... não podem fazer... m... mas só o senhor pode..."

Dr. Cullen olhou nos olhos da mulher que morria aos poucos, e encontrou neles completo entendimento.

"Eu vou salvá-lo."

Elizabeth respirou profundamente e descansou sua cabeça em seu travesseiro. Dr. Cullen levantou-se de sua cama e saiu da sala. Foi o momento em que pausei o vídeo.

"É este o instante, miss Poppins. Ele sairá da sala. E nós não veremos no vídeo quem entrará lá. Mas podemos estar lá quando o intruso chegar."

"Temos que tomar bastante cuidado, menina. Ou podemos ser pegas. Não podemos nem mesmo ficar doentes."

"Temos então que pensar num lugar seguro para chegarmos. Onde?"

Mary Poppins pegou o controle remoto de minha mão e retornou a cena. Assistiu-a novamente e deu um pause, no momento em que o Dr. Cullen olha nos olhos de Elizabeth.

"Veja." Ela apontou para o plano de fundo da cena.

"Um armário!"

"Sim, Lisa. Vamos chegar lá, e vamos observar tudo. Temos que interferir imediatamente. Precisamos salvar a vida de Edward Cullen."

Olhei o armário. E pensei em como iríamos interferir.

"Não podemos perder tempo, sra Poppins. Temos que ir imediatamente."

Miss Poppins colocou a cena no início e apertou o play. Em seguida girou o guarda-chuva, e logo estávamos dentro do armário. Tudo tinha um cheiro estranho, cheiro de remédios, de álcool, de doença. Mary Poppins olhava pelas frestas da porta. Eu apenas ouvia os sons.

"Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance..."

"Tudo... doutor... incluindo o que... o que os outros... n... não podem fazer... m... mas só o senhor pode..."

"Eu vou salvá-lo."

Em seguida, um silêncio quebrado apenas pela respiração pesada de Elizabeth.

"Ele saiu do quarto!" cochichou a sra Poppins. Eu nem ouvi os passos do doutor! Às vezes eu me esquecia do quanto eles conseguiam ser silenciosos.

Então, ouvi um barulho. Eram passos suaves, mas eu podia ouvi-los. Não eram de um vampiro então. Eram do nosso intruso. Somente Mary Poppins olhava pelas frestas.

Eu ouvi quando ele sentou-se na cama de Elizabeth.

"Agora." cochichou Mary Poppins. Saímos de repente do armário, assustando o rapaz que estava sentado na cama da moribunda. Elizabeth nem se mexeu. Estava cansada demais.

"Vocês!" Ele rugiu. Era um garoto na casa dos vinte anos, e eu nunca vi aquele rosto antes. Era bonito, alto, e tinha uma tez bem cuidada. Rico, provavelmente.

"Achou que não iríamos interferir?" eu disse.

Ele sorriu. "Pelo contrário. Eu tinha certeza que viriam."

"E então?"

Ele continuou sorrindo. "Esta não é a primeira vez que venho aqui."

Eu fiquei confusa. "Como assim?"

Ouvi a porta se abrir. O que eu temia começaria. Olhei para Mary Poppins e ela pensou o mesmo que eu. Em um segundo estávamos de volta à saleta da livraria, assistindo no dvd o horror que se seguia.

O rapaz estava no quarto pela segunda vez, para garantir que não apareceríamos. Como o fizemos, ele continuou lá, enquanto assistia seu outro eu entrar pela porta, da primeira vez. O dvd apagou-se instantaneamente a partir daquele ponto. O livro Amanhecer se desintegrou.

Ele provocou em si mesmo um colapso.


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