Crônicas de Forks II - Leitor de Mentes escrita por Débora Falcão


Capítulo 11
Repensando




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Andávamos de um lado para o outro, tentando entender o que tinha acontecido.

"Em primeiro lugar" comecei, "o invasor não pode ter entrado pelos livros. Todos os flashbacks dos livros são narrados por Bella, contando as histórias de seus amigos. Mas, como ela não estava presente nas histórias, e sim, durante a narrativa, se entrarmos nessas páginas vamos direto para o momento da narração, e não para o instante do que está sendo narrado."

"Bem, isso ficou bastante claro" Mary Poppins falou.

"Então, temos que encontrar outra entrada, que não sejam os livros."

Mary Poppins olhou para mim, intrigada. "Você está pensando..."

"Seu poder, Miss Poppins. Ele não é restrito aos livros, lembra?"

"Qualquer obra de arte..." ela se perdeu em pensamentos.

"Isso inclui a sétima arte..."

"O cinema!" Ela quase gritou.

"Claro. O cinema. Se entrarmos no script de uma cena, vamos parar no momento da gravação. Mas, se selecionarmos a cena já gravada, vamos para a real história que ela representa, assim como letras e papel representam uma história, com pessoas de carne e osso."

"Sua idéia procede! Eu nunca havia entrado em fitas de cinema antes, mas, assim como nos livros, ou nos quadros, isso é perfeitamente plausível."

Eu estava feliz. Finalmente um plano.

"Eu só queria saber quem fez isso." disse Mary Poppins.

Suspirei. "Bem, tem que ser algum cliente daqui. Essa pessoa tem que saber de tudo, do guarda-chuva, do camafeu, etc. Senão, como conseguiria entrar e sair?"

"Eu não entendo. Durante todo esse tempo, eu nunca tirei o meu camafeu do pescoço. Como ele ou ela poderia ter entrado e saído sem ele?"

"Havia outro camafeu, não se esqueça. O meu."

Era verdade. O meu camafeu ficou durante esse tempo em poder de Mary Poppins, enquanto eu vivia minha vida com meu marido em La Push.

"Eu sempre o guardei aqui, nesta saleta, na mesma caixa que deixei com Bella para que te entregasse. Aqui, neste armário." Mary Poppins abriu o armário de madeira ao fundo da sala.

"Desculpe dizer, mas qualquer um poderia se aproveitar de um descuido da senhora, um momento de movimento intenso na livraria, para entrar aqui e pegar o camafeu e o guarda-chuva. Isso não levaria mais que um segundo para fazer tudo."

"E quanto a entrada? Ele teria que projetar o filme em algum lugar."

"Estive pensando sobre isso. A única coisa que ele precisava era da cena específica e de seu guarda-chuva. E, é claro, um ou dois segundos, em nosso tempo, para ir e voltar."

"Sim."

"Um celular. Era tudo o que precisava. Era só ter a cena do flashback gravada num celular. Ele entraria aqui em sua saleta, pegaria o guarda-chuva e o camafeu e faria tudo. Depois, voltaria para a livraria e se misturaria com os outros. A senhora nunca saberia, se não vigiasse a história."

"Droga..."

"Calma, sra. Poppins. Ainda podemos desfazer. Só precisamos de uma cena..."

De repente, percebi o que estava falando, ao mesmo tempo que Mary Poppins também percebia o óbvio. Não havia cena. A partir do momento que o invasor impediu Carlisle de salvar Edward, não haveria flashbacks em filmes.

"O que vamos fazer?"

Pensei. "Bom, talvez, tentar falar com o Carlisle do filme?"

"É uma idéia... talvez ele contando como foi, a sétima arte se encarregue do resto. Tudo em flashbacks existe em cenas, nos filmes. Talvez tenhamos sorte."

"É, sra. Poppins. Talvez tenhamos sorte e por Carlisle ter falado no livro esta cena já esteja lá."

Ela sorriu triste.

"Eu não contaria com isso."

Nem eu.

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