Lábios de dor escrita por Lipe Muliterno


Capítulo 25
Hit me with your best shot




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Nico acorda de manhã e sai de sua barraca sem acordar Luc e Léo, ele sente a falta de Magru, não a viu sair, mas espera que ela esteja bem.

–Bom dia! – Malu cumprimenta Nico com um largo sorriso.

–Bom dia, mais alguém já levantou? – Pergunta ele.

–Por enquanto você, a Gabs, a Celly, o Dudu e eu.

–Entendi, bom, vou dar uma volta por aí, te vejo depois.

Nico se despede de Malu e anda em direção às barracas de trocas que estão bem movimentadas, ele está vendo algumas frutas em uma das barracas quando ouve o choro de uma mulher por trás de uma das barracas e vai ver o que está acontecendo.

Ao chegar lá encontra uma mulher loira e de olhos claros ajoelhada chorando com as mãos amarradas atrás de si e um enorme vergão em seu rosto, em sua frente está parado de pé um homem gordo, o mesmo que fez a troca das armas com Filipe, ele ergue um cassetete policial no mesmo instante que Nico chega.

–PARA! – Grita Nico intervindo na situação.

–O que você quer? – Pergunta o homem irritado.

–O que essa moça fez?

–Ela quer comprar, mas se recusa a fazer sexo comigo.

–E o que isso tem de errado?

–Aqui o único tipo de comércio que se tem com mulheres é em troca de sexo.

–Eu pago a dívida dela. – Se oferece Nico

–EU NÃO VOU TRANSAR COM VOCÊ! – Grita o homem enojado.

–Você não entendeu, vamos ver... Um edredom e esse relógio pagariam o que ela deve? – Pergunta Nico mostrando o relógio do homem aranha em seu pulso.

O vendedor pensa por um tempo.

–Ta, pode ser. – Ele agora se aproxima de Nico e coloca o indicador no rosto do mesmo. – Mas na próxima vez que você se intervir nos meus negócios eu te mato, entendido? Agora tira essa vadia daqui e vá buscar meu edredom.

O vendedor puxa o relógio do pulso de Nico estourando a pulseira.

Nico desamarra a mulher e ajuda ela a se levantar e a leva para longe das barracas.

–Obrigada. – Diz ela ainda com voz de choro.

–Não fiz nada demais, você está bem? – Pergunta Nico tocando levemente o machucado no rosto da garota.

–Vou ficar, qual seu nome?

–Vinicius, mas todos me chamam de Nico, e você?

–Pode me chamar de Bia.

–MEU DEUS! O QUE HOUVE? – Grita Luke se aproximando de Nico e Bia.

–Aquele babaca da feira queria me forçar a fazer sexo com ele.

Luke trava os punhos.

–Só por que ele é o queridinho do nosso líder faz o que quer. Eu adoraria matar aquele idiota. - Agora ele se volta para Nico. – Obrigado por seja lá o que você fez, cara. Vem conosco até nossa barraca?

–Claro.

O trio agora segue até a pequena barraca verde e entram um a um.

Luke tira de dentro do frigobar presente na cabana uma bolsa de gelo e uma garrafa de whisky, Bia pega a bolsa de gelo e põe por cima de seu machucado.

–Aceita? – Pergunta Luke estendendo a garrafa já aberta para Nico.

Nico apanha a garrafa e dá duas goladas generosas, depois passa a garrafa para Bia, mas essa a recusa.

–Vocês estão aqui faz muito tempo? – Pergunta Nico.

–Desde antes de anunciarem a praga de vez. – Responde Luke.

–E como vocês sabiam? – Pergunta Nico.

–Eu presto muita atenção nas coisas que acontecem pelo mundo. – Agora quem responde é Bia.

–E vocês têm que aturar aquele idiota todos os dias?

–Infelizmente. – Responde Luke pesaroso. – Ele é irmão do nosso líder, qualquer atento contra ele pode causar nossa expulsão.

–Entendo. – Diz Nico. – O Lipe não é porra nenhuma, mas age como se estivesse em um patamar superior ao nosso, eu sei que lá no fundo ele não passa de um medroso que tenta esconder isso através de um cara casca grossa.

–Ele não parece estar completamente são. Quando salvamos vocês percebi isso, o cara tinha acabado de ver o amigo sendo destroçado pelos mortos e ainda assim quis desafiar eles desarmado, achei muito idiota, só ajudei por causa do resto do grupo.

–Bom, espero que ele mude, a conversa ta boa, mas eu preciso ir ver meus companheiros, até depois.

Nico sai da barraca, em pouco tempo encontra Thalles conversando com Isadora, Magru, Lore e Filipe e entra na roda.

–E aí Nico, o que ta achando daqui? – Pergunta Isadora.

–Então... Não é tão bom quanto pare...

Nico é interrompido por uma comoção vinda da feira e dispara para lá sendo seguido pelos outros cinco.

Chegando lá o grupo se depara com várias pessoas que formam uma espécie de muro humano obstruindo a visão do centro. O quinteto está pra desistir de ver o que está acontecendo quando a voz de Luc se faz ouvir em um grito de revolta:

–ME LARGA! EU NÃO VOU FAZER ISSO.

Após ouvirem a voz conhecida o grupo empurra com violência as pessoas para o lado abrindo caminho e Nico já sabe do que se trata.

–SOLTA MINHA AMIGA SEU FILHO DA PUTA! – Grita Nico após adentrar o circulo e deferir um uper no queixo do vendedor.

Luc corre para perto do grupo assim que o gordo a solta.

–De novo você?! – O vendedor direciona um direto para o rosto de Nico sem êxito, pois o mesmo desvia do golpe.

Nico segura o braço do homem com as duas mãos e dá uma joelhada em seu cotovelo, quebrando dessa forma o braço do vendedor que urra com a dor e cai ajoelhado. Agora Nico faz o homem se arrepender por ter ajoelhado, ele puxa a cabeça do homem e dá mais duas joelhadas em sua fronte, depois larga-o e dá as costas pro oponente voltando para seu grupo.

–Nico! Você ta bem? – Pergunta Lore preocupada.

Assim que ela termina de falar um estrondo preenche o ar e sangue espirra de algum ponto de trás de Nico.

–To. – Responde Nico caindo de joelhos e começando a cuspir sangue.

Atrás dele o vendedor empunha um pequeno revolver com capacidade para apenas uma bala e do cano da arma sobe um pequeno filete de fumaça branca.

–NÃO! – Grita Filipe se jogando no chão ao lado do amigo e virando o corpo de barriga para cima.

Nico olha para ele com olhos tranqüilos e sem medo e mostra o dedo do meio para Filipe com um sorriso no rosto, ele fecha os olhos e sua mão se abaixa ainda mostrando o dedo para Filipe.

–AGORA VOCÊ SE FODEU!

Meio difícil de acreditar, mas o grito não é de Filipe e sim de Magru, a garota anda com ruiva na direção do assassino que ainda está no chão, ele tenta disparar contra ela, mas para seu azar sua arma está vazia.

–Chora bebê. – Diz Magru chutando a cabeça do homem que cai para o lado por cima de seu braço.

Magru agora saca sua pistola e aponta para o rosto do homem amedrontado.

–Escolhe, no olho ou na boca. – Diz ela com dentes travados.

–Na cara não! – Pede o homem chorando.

–Como é? Não to te ouvindo. – Fala Magru colocando a mão em formato de concha perto de sua orelha esquerda.

–Na cara não!

Ela se abaixa e enfia o cano da pistola na boca do homem que tenta falar algo, mas não é compreensível.

–MAMÃE NÃO ENSINOU QUE É FEIO FALAR DE BOCA CHEIA?! – Grita Magru enquanto dá um total de nove disparos dentro da boca do homem.

–Gamei. – Diz Filipe boquiaberto.

–Paradinha aí!

Magru se vira e encontra um homem muito parecido com o vendedor apontando uma Desert eagle para ela.

–VAI LÁ CUZÃO, ME ACERTE COM SEU MELHOR TIRO! – Grita Magru se levantando e abrindo os braços.


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