Learning to love escrita por Hermione Uckermann


Capítulo 10
"Amigos?"


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu quero agradecer aos comentários. Fiquei muito feliz por vocês estarem gostando!



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Gina estava no dormitório da amiga, ouvindo atentamente o que havia acontecido entre ela e Draco antes do Natal. Ela sabia que Hermione não ia gostar de ouvir sobre o Voto Perpétuo e a tal missão do garoto, porque ela achou que a amiga ficaria brava, e não triste a chateada como estava.

– Então, foi isso, Gi. - a voz estava embargada os olhos vermelhos, a beira de lágrimas – É claro que eu tive vontade de socar cada parte do corpo daquele idiota quando ele disse pra gente fingir que não tinha acontecido nada, mas depois ele foi tão legal... a gente ficou conversando, rindo. Eu pensei, de verdade, que pudéssemos ser pelo menos amigos, sabe? Só que com isso... eu não sei o que vou fazer.

– Acho que eu só tenho uma coisa a dizer: ele gosta de você! - falou Gina abrindo um sorriso – Eu sei que tudo isso é muito sério, mas quem sabe ele não te fala alguma coisa. E pelo jeito, ele está “sofrendo” com alguma coisa, acho que ele tá precisando de alguém... e é só você fingir que não sabe e pode fazer algumas perguntas como quem não quer nada.

– Espera aí Gina, deixa eu ver se entendi direito. Você tá falando pra eu me aproveitar da situação? É isso mesmo? - Hermione ficou chocada com a amiga – Você acha mesmo que eu faria isso? Se acha, você não me conhece!

– Não, Mione, eu não to falando pra você se aproveitar da situação, eu só acho que isso não deveria interferir em vocês dois, só isso.

– Tá Gina, amanhã a gente conversa, ok? Já está tarde, é melhor você ir pro seu quarto. Boa noite.

xx

A segunda-feira teria corrido normalmente, se não fosse o fato de Hermione não ter conseguido prestar atenção no que os professores falavam e de Draco não ter ido a nenhuma aula.

O dia até que passou rápido, já estavam todos reunidos no salão comunal, após o jantar, estudando e fazendo os deveres. Hermione tentava se concentrar, mas não conseguia tirar o sonserino de sua mente.

“... Eu não posso fingir que não sei de nada, ele tem uma missão do Lord das Trevas para cumprir. E se for matar alguém? E se o Harry estiver certo e ele for mesmo um Comensal?... Onde será que ele se enfiou hoje o dia todo? Será que não voltou pra escola?... É melhor eu andar, ou fazer qualquer outra coisa, se não vou enlouquecer.”

A garota começou a enfiar tudo dentro da mochila, afim de sair dali o mais rápido possível.

– Já acabou tudo, Mione? - Rony falou – Você bem que podia me ajudar aqui, né?!

– Hum... é, desculpa Rony, mas eu tenho que falar com a McGonagall... - inventou

– Ei, você tá bem? - Harry a cortou – Já são quase dez horas, fala com ela amanhã.

– Eu sei, mas foi ela quem me chamou. - deu alguns passos em direção à saída, olhou para os lados e virou-se para Rony – É, eu vou deixar minha mochila aqui. Se quiser, pode ver alguma coisa.

Antes de sair, ainda pôde ouvir Rony dizendo:

– Ela realmente não está bem. Em que mundo Hermione Granger empresta o dever assim, sem reclamar?

xx

Hermione começou a andar sem rumo pelos corredores desertos do castelo, apenas se permitindo sentir tudo o que estava preso dentro de si durante o dia todo, e deixando as lágrimas rolarem pelo rosto.

Depois de vários minutos caminhando, as lágrimas já secas na face, a grifinória percebeu que estava perto da Torre de Astronomia. Resolveu subir, lá era um bom lugar para colocar os pensamentos em ordem.

Já no último degrau ela ouviu alguém chorando, achou que seria melhor descer e não atrapalhar, mas a curiosidade foi maior, queria saber de quem era aquele choro grave. Entrou de mansinho, com medo de fazer algum barulho e ser vista por quem quer que fosse.

Sentado no chão, em baixo de uma das enormes janelas estava Draco, com os braços em volta dos joelhos, chorando como uma criança que perdeu o brinquedo favorito.

As lágrimas, já secas, voltaram a brotar nos olhos da grifinória. Ela nunca imaginou ver Draco Malfoy em uma cena como aquela. Não se conteve, em passos rápidos cobriu o espaço entre eles, parando de frente para o garoto.

– Draco? - falou entre lágrimas, segurando-se para não se abaixar e abraçar o sonserino.

Entre soluços e sem levantar a cabeça, Draco começou a falar:

– O que é? Tá fazendo o que aqui, veio ver o show? Já tirou uma foto para mostrar pra escola inteira?

– Eu... desculpa. Eu te ouvi e resolvi entrar para ver quem era. - reconhecendo a voz, o loiro levantou o olhar para confirmar quem estava ali na sua frente.

– Ah, Granger! Você deve estar adorando me ver assim, não é?! Vai sair correndo daqui e contar pro Potter... - só agora, limpando a tempestade que eram seus olhos, percebeu que a garota também chorava – Pelo menos, pelo jeito eu não sou o único que está mal aqui.

– Desculpa... eu, eu não devia ter entrado. Eu não queria... - as lágrimas começaram a brotar ainda mais dos olhos da grifinória.

Por pior que Draco estivesse, ver Hermione daquele jeito o deixou sem chão. Não pensou duas vezes antes de levantar-se e abraçá-la.

– Ei, calma. Pior que eu você, com certeza, não está. Foram os idiotas do Potter e do Weasley que te deixaram assim? Pode falar, se for, eu acabo com eles.

– Não... (snif) eles não fizeram... (snif) nada. - foi a única coisa que conseguiu dizer antes de afundar-se na curva do pescoço do loiro.

– Tá, então para de chorar. Até eu já parei. - tentou rir – E se você continuar assim, eu vou ficar preocupado e olha que eu não me preocupo com ninguém. Vem, senta aqui.

Os dois sentaram-se em baixo da mesma janela na qual Draco estava há pouco. Enquanto afagava os cabelos da grifinória, podia sentir as lágrimas de ambos se misturando em seu peito, onde ela apoiara a cabeça, molhando a camisa - repuxada pelos braços que ela depositara em sua cintura - ainda mais.

Eles ficaram assim por um bom tempo até Hermione se acalmar. Ela não conseguia digerir a ideia de ter, por tanto tempo, odiado o Malfoy e agora, que ele estava ali, super atencioso e preocupado, ela não poder se “entregar” a esse amor – ou que fosse só amizade – que estava nascendo.

– Hermione? - já completamente recuperado do próprio choro, queria saber como a garota estava.

– Hum? - sabia que sua voz não sairia direito se tentasse falar alguma coisa que precisasse abrir a boca.

– Tá mais calma? - ele queria olhar para ela, mas não atreveu se mexer, estavam muito bem naquela posição e Hermione agradeceu mentalmente por ele não fazer isso. Em um tom brincalhão, perguntou – Vai me contar o que deu em você, ou vou ter que usar Veritaserum?

Ela deu um suspiro pesado, se endireitou ao lado do loiro. Fitou-o bem no fundo daquelas íris acinzentadas, como ela amava aqueles olhos.

– Eu não sei direito... na verdade, eu até sei, mas eu não sei explicar e eu meio que não posso falar... - as últimas palavras foram morrendo em sua boca. E ela pôde ver as íris cinzas ficarem ainda mais escurar, decepção e raiva nelas.

– Ah, entendi, você não pode confiar em mim, tudo bem, já estou acostumado com isso.

– Não, não é isso. Eu confio em você, pelo menos eu quero confiar, mas eu não posso falar. E aposto que se eu perguntasse “o que deu em você”, você também não me contaria.

– É, você tem razão. Eu também não posso falar, mas eu queria... - seu olhar ficou meio desfocado, como se estivesse vendo alguma coisa que não estava ali – eu queria ter alguém pra falar. Alguém em quem eu pudesse confiar. E, por mais incrível que pareça... acho que eu “escolheria” você. - diante do olhar interrogativo da garota, explicou-se – É, apesar de você ser a “Granger-Sangue-Ruim-Metida-a-Sabe-Tudo”, você deve ser de confiança.

– Obrigada? - com um sorrisinho tímido, ela continuou – Pra falar que me escolheria como uma pessoa de confiança, você deve realmente estar precisando de alguém.

– Talvez eu não esteja mesmo muito bem, mas eu seu é que esse meu “estado” queria que você ficasse perto de mim- fez uma cara de cachorro pidão, e ainda falou, mais para si mesmo do que para a morena – É, eu definitivamente fiquei louco: primeiro eu me preocupo com a Granger; depois eu falo que acabaria com o Cicatriz e com o Cabeça de Fósforo por causa dela; aí eu resolvo falar que ela é de confiança; e, como se já não bastasse tudo isso, eu falo que queria ela, Hermione Granger, perto de mim? Já podem me levar pra fazer companhia aos Longbotton no St. Mungus.

Entre risadas, Hermione completou:

– Sem contar, a parte em que você estava chorando feito um bebê.

– Pois é! - Draco entrou na brincadeira. Levantou-se e estendeu uma mão para a grifinória – Bom, como monitor, eu devo avisar que isso não são horas para ficar andando pelo castelo, portanto, já para a cama.

– Ok, senhor monitor. - tirou a franja que nos olhos do loiro e não conteve o comentário – Você fica bem melhor com o cabelo assim, “bagunçado”, sabia?

Sorrindo, tímido mas presunçoso, puxou-a pelo braço, saindo da Torre e perguntou:

– Amigos?

– Amigos...


– Mas, sem ninguém saber... se é que você me entende.


– Tudo bem Draco, isso já é muito mais do que eu podeira esperar... e além do mais, meus amigos também não iam gostar nem um pouco disso.


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Notas finais do capítulo

Então gente!! Será que essa amizade vai dar certo, heim?!? Tomara que sim!! =D
(Rose esse cap e dedicado a tu Love u negah) *-*



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