Rukia colocou um casaco e saiu da mansão em direção ao dormitório de Renji, chegando lá subiu em uma árvore que tinha diversos galhos perto da janela dele, entrou então e percebeu que ele estava no banho, resolveu esperar sem dar escândalo... Ainda.

O quarto era iluminado por uma fraca luz, dando mais ainda a dimensão de quão antiga era aquela construção. Ouviu então o ranger da porta do banheiro e se manteve sentada sobre as pernas na cama de Renji e já ia começar a berrar com ele quando percebeu o quanto ele estava diferente, seu corpo definitivamente não era o mesmo de tempos atrás.

Os longos cabelos vermelhos ainda molhados estavam grudados no pescoço e peito do moço, que por sinal era bem definido, somente com uma toalha enrolada na cintura e com outra nas mãos enxugava as costas largas e cobertas por tatuagens. Que visão! Estava tão passada que nem percebeu ele se aproximando, logo estava sentando no colo dela. Em um pulo gritou:

— Quem está aí? Rangiku-san?

— Rangiku? Quem é essa? Ela costuma te visitar? Então é por isso que não se importa em me procurar! Passar bem Renji! - Disse ela já passando uma das pernas pela janela quando foi segurada pela mão por ele, que tentava explicar a situação...

— Espera Rukia! Vamos conversar, eu posso explicar... - Dizia ele com o corpo apenas coberto por duas toalhas, uma no pescoço e outra na cintura, mas ela continuava a se debater furiosa:

— Você não me deve explicações! - Dizia ela em alta voz, então ele tapou a boca dela com uma das mãos e com a outra mão e pernas a segurava.

Ele então a pressionou contra a cama até que ela se cansasse, quando viu que ela tinha se dado por vencida, começou a falar com calma:

— Se continuar assim minha toalha vai cair, acho que você não quer que isso aconteça, não é? Fica calma, eu vou tirar a mão da sua boca e você tem que me prometer que não vai gritar, se formos pegos assim, iremos ser mandados embora na hora e não queremos isso, não é?

Ela balançava a cabeça confirmando tudo o que ele falava, então ele devagar foi soltando-a. Assim que pode desocupar as mãos ele rapidamente segurou a toalha e a arrumou, foi por pouco. Começou se explicando:

— Eu pensei que fosse a minha chefe, porque ela vive me stalkeando e me cantando e como eu sempre a rejeito, achei que ela poderia ter vindo na calada da noite tentar alguma loucura, o que é típico dela. Não temos esse tipo de relacionamento, aliás, nenhum tipo que não seja o de chefe - subordinado. Mas estou curioso para saber o que te deu na cabeça de vir aqui nesse horário. - Disse ele dando um leve soquinho na cabeça dela.

—É por isso. - Disse ela apontando para a atitude dele.

— Você queria um soquinho na cabeça? Não entendo. - Perguntou ele confuso.

— Não pelo soco, é pela forma como você me trata, sempre como se eu ainda fosse a pirralha do orfanato, será que não tenho feminilidade alguma? Todos me tratam como se eu não fosse atraente... Como se eu fosse... Invisível.- Disse ela arrasada.

Ele não entendia qual era a daquela pergunta estranha, mas depois de ouvir dela o que tinha acontecido entre ela e Byakuya na mansão, acabou por ser obrigado a falar algumas coisas:

— Você deveria estar grata por ele ter te respeitado, até quando vai agir como uma adolescente tola? É claro que você é feminina, é uma linda garota Rukia. - Disse ele olhando diretamente nos olhos dela.

— Você me beijaria Renji? - Perguntou ela com os olhos rasos de água. - Acha que alguém poderia sentir vontade de... - Foi interrompida pelos lábios quentes do ruivo antes que pudesse terminar a frase.

Ela podia sentir o contraste entre o calor da pele de Renji e as gotas frias de água que corriam pelos seus corpos vindas dos cabelos ainda molhados dele, que agora colavam pelo pescoço de Rukia. Ela achou que ele estava sendo caridoso de beijá-la após ela praticamente mendigar aquele beijo, então tentou se afastar, contrariando seu desejo, mas ele passou a mão pelo pescoço da morena e não permitiu que ela se afastasse.

Lentamente foi deitando-a novamente na cama e ela, que era incrivelmente menor que ele, nem tentou esboçar nenhuma reação, queria ver até onde eles seriam capazes de chegar, os sentimentos eufóricos em seu peito estavam quase que a matando. O calor era desesperador, mas ela não achava que esse seria o único motivo por estar soando tanto e Renji ao perceber, começou a desabotoar o casaco da moça enquanto corria o pescoço dela com os lábios.

Um curto vestido azul estava por baixo do expeço casaco, ou pelo menos parecia ser curto uma vez que ela estava com as pernas contornando o belo corpo bronzeado de Renji, o vestido não a ajudaria muito. Ouviram então um barulho no corredor do lado de fora da porta, como se alguém tivesse caído contra ela.

— Quem poderia ser numa hora como essa? - Dizia Renji enquanto tentava desamarrar o vestido de Rukia.

— Não seria melhor você conferir? - Dizia a moça ao dedilhar as tatuagens tribais que adornavam o corpo dele.
Um barulho ainda muito mais forte foi ouvido, seguido de um gemido de mulher.

— Só pode ser ela! Deve estar bêbada novamente, aquela louca. - Disse ele furiosamente.

— Sua chefe? - Perguntou Rukia se levantando subitamente.

— RENJI! Agora você tem dezoito! Saia para fora ou eu vou derrubar essa porta! Me deixa entrar vai... Malvado... - Dizia Rangiku alternando entre gritos e sussurros.