Ela agarrou-me pelo pescoço e me apertava com um sorriso assustados, por ser uma menina e ter braços tão finos não imaginei algo assim, aquelas mãozinhas que pareciam ser tão delicadas eram fortes:
– Sera que vou morrer aqui... Eu apenas comecei esse jogo e já vou morrer... Mãe... Pai... Nel... Eu tenho q-que... sair disso... - Meus pensamentos se arrastavam pela minha mente já quase desligada.
Eu coloquei minhas mãos sobre as dela e fui soltando, eu já conseguia respirar calmamente, meus olhos avermelhados se encheram de lagrimas:
– Não... Eu não vou morrer... Não aqui!
Eu a chutei e corri pelas ruas, não era um ótimo plano, mas, era o único que eu tinha, o único que poderia dar certo, bati em algumas portas pedindo socorro:
– Não adianta garotinho, você é meu. Eu tinha que me certificar de que nada ia interromper quando algum dos jogadores viesse aqui, olhe nas janelas. - De sangue estava escrito letras que formavam uma frase... "Você é meu!"
– O que você fez ?
– Matei a todos...
– Sua doente! Retardada
– Sim. Isso continue seu covarde. Pegue. - Ela jogou uma faca em minha direção.

Ela era doida ? Meu rosto foi cortado junto a um pedaço da minha orelha, eu gritava desesperado, me contorcendo no chão. Ela começou a pisar nas minhas costas, o sangue que escorria sobre minha bochecha, o negro olhar de ódio dela:
– Morra!
Eu me atirei contra a parede e ela acertou um faca no chão, olhou pra mim novamente e sorriu, era desesperador, era horrível, parecia que seus olhos entravam no fundo da minha alma e a despedaça-vá:
– Porque você não morre ?
– Eu não posso! Ela voltou a me enforcar. - Não vou morrer aqui!
– Morra logo! Maldito morra!
– Eu prometi pro meu namorado que não morreria. Eu vou tirar ele daquele coma não importa como!
– Espera. Porque você está aqui ? - Sentou-se ela.
– Meu namorado sofreu um acidente, foi minha culpa! Eu vim participar disso pra arranjar melhor condição a ele.
– Você está aqui por amor então. Eu também. Prometi a minha mãe que salvaria ela daquele câncer. Eu preciso ganhar isso!
– Eu também! - Olhei pra ela, caímos em gargalhadas profundas...
– Vem, desculpa então.

Eu me deixei levar pelos meus sentimentos mais uma vez, abracei ela e senti uma alfinetada:
– Nem ferrando que você vai ganhar.
– Mais... Espera... Co... - Cai desmaiado.

Acordei amarrado numa casa vazia, ela veio de um dos cômodos cantarolando, eu fingi estar dormindo. O barulho de uma cadeira sento arrastada e uma sombra que tampou o sol que estava no meu rosto:
–Haa!! Você me deu uma facada! - Gritei com a faca cravada na perna.
– Sim óbvio! Agora me diga! Quem é você de verdade ?
– Um garoto querendo ajudar o namorado! Me solta!
– Cala a boca! - Gritou ela cortando meu rosto com toda a força.

Ela saiu por uma das portas e ouvi o barulho de uma gaveta abrir, ela voltou e se sentou do meu lado:
– Fale! Agora vou botar fogo no seu corpinho.