Era mais um dia comum na sociedade, e eu estava indo ver meu namorado, estava tão alegre, nem sei se deveria estar assim...

Porém nem tudo são rosas, e minha felicidade que poderia ser uma rosa branca estava no meio de muitas negras...

Nesta doce manhã acordei com o canto dos pássaros, meus dedos se moviam entre os lençóis no ritmo da musica que soava do quarto ao lado, óbvio, Sr. Mancio estava ouvindo musica como sempre de manhã...

Era um dia lindo com o sol raiando e meus amigos brincando na rua, eu tinha apenas 7 anos:
- Ei Had desce aqui, vamos jogar bola...

Eu desci feito um louco apenas para brincar com eles, atravessando a rua veio um carro em alta velocidade, ele veio diretamente ao meu rosto...
- Estação 2A! - Disse a voz eletrônica do metro...

Eu acordei uma estação antes da qual eu queria estar, da qual eu queria estar...
- Esse tempo que não passa, estou chegando Nel, espere mais alguns minutos...

Olhando pela janela, parecia brincadeira de criança, porém, eu contava as casas que passavam diante dos meus olhos até chegar ao meu destino. Apreciava a paisagem como se fosse a primeira vez andando de trem, olhava em volta e só via as pessoas jogando, digitando, conversando em seus celulares, não entendo como podem ficar apenas nisso, e o mundo lá fora, e as coisas que estavam perdendo, e as aventuras escondidas...

Uma mulher com uma criança no colo passou por mim, ela literalmente gritava com a menina, já era óbvio que estava fora do normal aquela situação, eu me levantei e fui atrás, sentadas num banco quase vazio ela bateu na menina:
- Nunca mais fale que achou fofo duas mulheres se beijando me ouviu ?
- Mais mãe, isso não é normal ?
- Cala a boca! - A mulher deu um tapa na garota que caiu...
- Então é isso... A sociedade pensa apenas isso... Por que... Por que os gays não podem viver em paz... O que fizemos... Somos condenados por amar... Só servimos pra sofrer...

A porta do trem se abriu na estação onde eu precisava ir, sai correndo chorando empurrando todos na minha frente, corri para o hospital Lucci:
- Olá Had, aqui está a chave...
- Obrigado Rosana...

Subi as escadas até o quarto andar, passei por uma mulher e seu olhar negro era de arrepiar, com certeza não trabalhava naquele hospital, era uma novata ? Não, Rosana teria me avisado. Fui ao quarto de Nel, e voltamos aquela realidade, ele deitado, olhos fechados... Em coma....
- Ei garoto!
-Quem é você ?
- A nova enfermeira...
- Mentira, se não Rosana teria me avisado!
- Olhem só... Ele tem uma amiga aqui dentro, pois bem... Meu nome é Lucia, e quero lhe pedir para participar de um jogo de vida ou morte
- Não obrigado...
- Peço para que reconsidere minha oferta... Sou uma integrante da Lotus, posso oferecer melhor condição pro seu namoradinho, quem sabe... Ele acorde mais rápido...
- Espere, isso é uma brincadeira ?
- Não, agora venha aqui... - Me aproximei dela...
- O que esta fazendo ? - Gritei assustado, senti uma alfinetada...
- Pronto! Agora você está no jogo, serão 10 jogadores, você é o número 4, seja bem vindo, e só tem uma regra nesse jogo... Mate ou morra...

Eu me deitei perto dele, passei a mão pelo seu rosto enquanto chorava:
- Escutou Nel, posso te ajudar, melhorar as coisas, quem sabe assim você acorde...

Na manhã seguinte estava me dirigindo ao trabalho quando vi, uma garota de longos cabelos dourados lutando com um garoto de cabelos negros, ambos empunhavam uma faca:
- O que estão fazendo, estão loucos...

De repente parecia que eu estava com febre, tudo girou e eu cai, atrás de uma placa, meu ombro começou a arder e uma marca surgiu nele, o numero 4 envolto por uma asa... Logo em seguida uma dor de cabeça e uma voz eletrônica dizendo. "Jogador 3 Paul foi eliminado pela jogadora 6 Maria". Do meu lado a garota passou com a faca na mão e encharcada de sangue, parou um pouco a frente de mim e olhou tremula:
- Oi 4... Vamos brincar ?