— Então agora vamos ver quem é o assaltante! — Comemorou Emiko, pronta para socar quem quer fosse e fazer um enorme interrogatório para saber se ele não tinha mexido em suas coisas.

— Eu quero as honras! — Anunciou Taiga se aproximando dos dois e tirando as máscaras. — O QUÊ!? — Todas exclamaram em coro, ao ver que os assaltantes não eram adultos. Não eram fodásticos. Nem ao menos eram assaltantes.

Eram só Hiroto e Atsuya. Dois ruivos que novamente, levariam uma surra.

— Eu ainda quero a minha matéria do jornal. — Anunciou Kaori.

∞

Pov of Atsuya Fubuki

— Cala a boca. — Falou Maya irritada e Kaori fez cara de incrédula.

Eu e Hiroto nos encaramos. Acho que é verdade quando dizem que as pessoas ficam mais íntimas em momento de vida ou morte, porque eu sabia exatamente no que o Hiroto estava pensando:

— O que fazemos? — Ele fez uma careta assustada.

— Temos que ser extremamente delicados com o que vamos dizer, entende? — Fui o que tentei dizer e ele assentiu, engolindo em seco e abrindo a boca para falar algo.

Suspirei aliviado, Hiroto talvez tivesse uma ideia.

Talvez pedir desculpas?

— Surpresa. — O ruivo cantarolou dando de ombros e dando um sorriso de canto.

Bati a mão na testa.

Não, não. Ele era Kiyama Hiroto e nunca, absolutamente nunca faria a coisa certa.

— Eu. Vou. Te. Matar. — Foi o que Shine conseguiu dizer, enquanto fechava os olhos mordendo o lábio furiosa.

Estremeci, torcendo para que aparecesse uma abertura.

— E eu vou te ajudar. — Ouvi as garotas dizerem em um uníssono.

Eu estava perdido.

— Eu já apanhei bastante. — Falou Hiroto. — Você até falou que parecia estar batendo em mim. Achei que tivesse extraviado sua raiva.

— Tinha, mas ela voltou com carga completa agora. — Shine respondeu com um sorriso sádico.

— Pensando bem... A Stéfanni estava em um contato visual maluco com o Atsuya. — Taiga murmurou pensativa.

— Steya, eu shippo! — Gritou Maya repentinamente e eu e Stéfanni fizemos uma careta sincronizada.

— Shippar?— Perguntei.

— Steya? — Stéfanni franziu as sobrancelhas confusa.

— Shippar é combinar e Steya é a combinação do nome de vocês. — Ela respondeu calmamente sem tirar a face de apaixonada do rosto.

— CREDO! — Falamos juntos.

— Até para falar são sincronizados. — Ela deixou escapar sonhadora.

— Dá para parar com esse fogo por favor? — Perguntou Emiko com uma cara nada animada. — Eu quero saber o que vocês pretendiam fazer com as minha coisas, seus ladrões.

— Ladrões? — Perguntei confuso.

— A gente não ia roubar nada. — Respondeu Hiroto.

— Então o que vocês queriam fazer aqui? — Ela perguntou de braços cruzados, enquanto tinha um tique com o pé direito, batendo ele sem parar.

— Assustar vocês. — Hiroto me lançou um olhar irritado e eu dei de ombros. — A gente tá encrencado o bastante, não faz mal falar a verdade.

— Então aquela música, as sombras... — Yuuna pareceu pensar e abriu a boca incrédula. — Faz sentido!

— Mas a Yumi...

Antes que as garotas pudessem argumentar e perguntar o por quê de tudo isso, Yumi começou a rir histericamente, fazendo todos nossos olhares se direcionarem a ela. Ninguém sabia por que a morena ria, então ficaram esperando a mesma parar com olhares confusos e sobrancelhas franzidas.

Ela limpou as lágrimas dos olhos e falou:

— Eu sabia de tudo.

NARRADOR ON

— Você o quê? — Maya foi a primeira a se manifestar e Emiko vacilou por alguns instantes, piscando os olhos inúmeras vezes.

— Fala sério gente, acha que eu vou arriscar minha vida contra ladrões? — Perguntou soltando um riso. — Eu ouvi os meninos conversando sobre assustarem vocês. Achei que se eu colocasse um dedinho no meio, ficaria mais divertido.

— Você o quê?! — Atsuya indagou furioso.

— É uma longa história.

Assim que Atsuya dera a ideia sobre fazer uma visitinha à garota, Shirou começou a lhe dar vários sermões. Coisas como, o 'o que você tem na cabeça?' ou 'é perigoso. Eu vou contra', mas o mais novo apenas lhe ignorou e assim que o sinal tocou, combinou que se encontrassem mais tarde, no fim das aulas para planejar tudo.

Mas Yumi que até então estava dormindo em uma das mesas, acordou furiosa com o sinal e acabou escutando a última parte da conversa:

— Conversaremos mais tarde sobre o nosso plano, então. — Atsuya sugeriu, fazendo menção de se virar.

Hiroto sorriu animado e Shirou apenas revirou os olhos, se virando para ir logo a aula. Odiava aquilo.

— Eu irei fazer uma visita à festa de pijama das garotas. Isso parece interessante. —Falou consigo mesmo, mas alto o suficiente para que a morena escutasse. Ela franziu as sobrancelhas curiosa e decidiu que iria também, mesmo que escondida, participar da reunião que eles teriam mais tarde.

— E então eu segui eles, descobri o plano deles e cheguei antes de todos hoje na casa da Emiko. — Yumi terminou de contar a história com um sorriso aberto, fazendo todos ficarem boquiabertos ao ouvirem toda a história. — Então fiz vocês pensarem que eles eram ladrões malvados.

Por isso que Yumi agira um pouco estranho a noite toda. De repente, vários flashbacks ocorreram na memória das meninas.

— Mas você disse que não queria ir. — Maya respondeu com implicância.

— Mas você também não insistiu. Não ver os desesperos na voz das pessoas é um tédio. — Falou dando de ombros, fazendo a morena revirar os olhos da loucura que a outra dissera. Yumi olhou séria, franzindo as sobrancelhas. — Agora eu falarei pela última vez; Iremos pegar esses bandidos.

∞

— Mas tem uma porta que deveria estar atrás de nós, que leva até o corredor... Podemos pegar o ladrão por trás!

— Mas e se tiver mais que um? — Perguntou Yuuna, recuando alguns passos.

— Hm... Aí pegamos um e usamos ele como isca ou moeda de troca. — Yumi pareceu pensativa, soltando um sorriso maléfico logo depois.

∞

— Ah, fala sério. — Yumi vociferou soltando um longo suspiro. — Eles devem estar tentando nos assustar. Não é mais fácil uma casa sem testemunhas?

— Mas ele podia simplesmente nos sequestrar, não? — Tanabe perguntou confusa, colocando a mão sobre o queixo como se estivesse pensando naquilo à muito tempo.

— Eu também pensei nisso. Talvez eles não queiram. — Yumi tinha um tom de incerteza na voz, como se vacilasse à cada segundo.

∞

— Agora não seria a hora em que descobrimos quem é o ladrão? — Perguntou Stéfanni, saltitante, enquanto encarava o ladrão com curiosidade.

A voz de Yumi vacilou por alguns instantes, mas a mesma confiança voltou fazendo a pequena queda voltar quase imperceptível, quando a mesma respondeu:

— A identidade dele pouco me importa. Vamos trancá-lo no quarto, amarrá-lo e ir atrás dos outros. — Ela continuou imprensando o garoto, passando a lanterna nas garotas com intuito de verificar os próximos passos, parando a luz em Taiga que fechou os olhos por alguns segundos, enquanto não se aproximava com a iluminação.

∞

— Shhh... Ladrões gravam rosto, voz, tudo. Evite falar ou mostrar seu rosto para ele. — A outra falou séria, fazendo a pequena engolir em seco, assentindo.

∞

— Mas e se ele for mesmo perigoso? — Perguntou Emiko preocupada, alcançando as duas rapidamente.

— Sem problemas. Ele não é. — Repetiu a morena, parecendo ver o que tinha falado e rapidamente mordeu o lábio inferior temendo que alguém tivesse entendido.

— Como pode ter tanta certeza? — Perguntou Hikari com um tom de desconfiança em sua voz, e Yumi vacilou por alguns instantes pensando no que responder e finalmente respondeu a pergunta mais sensata que venho em sua mente.

∞

— Tão óbvio... — Falou Kaori desapontada consigo mesma por não ter percebido.

— Eu até te mataria, esfaquearia ou algo do tipo, mas... — Emiko começou com a face irritada, mas que logo se suavizou se formando um riso. — Eu nunca me diverti tanto!

— Com certeza essa festa será marcada para sempre! — Stéfanni deixou escapar.

— Quem precisa de uma matéria de jornal quando isso pode virar conteúdo de uma fanfic? — Perguntou Kaori animada, rindo dessa vez. Só que na sua fanfic, ela seria a que descobriria tudo e Yumi seria obrigada a contar a verdade, enquanto chorava e pedia milhões de desculpas. Um pouco — ou muito, o que era no caso — de drama não faz mal à ninguém não é?

— E quem era o terceiro garoto? — Perguntou Taiga, um tanto quanto curiosa.

— Agora que sabemos sobre isso. Eu não imagino o Shirou prendendo você com uma corda, Taiga. — Yuuna falou confusa e Taiga paralisou.

— E quem disse que é o Shirou? — Perguntou Atsuya temendo o que poderia ter acontecido entre 4 paredes.

— E quem seria? Vocês são que nem frango assado, batata e aqueles pacotinhos de farofa que a gente compra. — Stéfanni se intrometeu, arrancando risadas de algumas das garotas.

Hiroto estava quase dormindo, parecendo alienada à conversa.

— Era o Shirou? — A garota perguntou espantada.

— O que foi que vocês fizeram, hein? — Perguntou Maya curiosa com um tom levemente malicioso.

— Nada! — Gaguejou a morena e Atsuya tentou ajudar.

— Seja lá o que ela fez com esse suposto ladrão, não foi com o Shirou. E bem, eu tenho meus amigos, okay? Vocês que são um pacote de bolachas, todas grudadas uma nas outras e você se acha a última do pacote, né? — Atsuya provocou Stéfanni e ela revirou os olhos, bufando irritada.

Taiga pareceu aliviada, mas porque preferia ter dado conselho à um estranho do que à Shirou, principalmente porque se fosse realmente ele, ela não estaria o tratando porque essa tal pessoa lembrava Shirou e sim, porque seria ele e isso era completamente embaraçoso. Kaori já começava a pegar seus papeis, pensando em como seria se ela fosse a heroína da fanfic. Talvez ela pudesse adicionar algumas mortes, alguns amores inesperados, alguns shipps malucos e um final de vitória. Dramático, muito dramático.

Stéfanni não parava de trocar olhares com Atsuya que mesmo brigando o tempo todo, uma vez ou outra aquele olhar de eu vou te matar, se transformava em um belo flerte. Emiko suspirou aliviada ao ver que seus segredos continuaram guardados consigo. Yumi ainda continuava a rir, enquanto Maya parecia determinada a não falar com a mesma. Já Yuuna e Jenny conversavam sobre os pontos marcantes da noite.

— Você é um idiota. — Hikari falou baixinho para Hiroto, que revirou os olhos.

— Um idiota por quem você não entende os seus sentimentos — Ele falou com um sorriso para provocar a albina que corou, lhe dando um soco na cabeça.

— IDIOTA!

E a festa de pijama terminava. Um dia conturbado, cheio de revelações, rodeado de romances e um pouco de violência.

Típico das Stars.