Saint Seiya Omega- O Mito dos Cavaleiros Lendários escrita por henriqueuzumaki


Capítulo 6
O Sucessor


Notas iniciais do capítulo

Fala galera! Aqui vai um dos capítulos que eu mais gostei de escrever. Aproveitem! ^^



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Santuário

Dois dias após a luta de Alexander.

Kiki estava contemplando a paisagem do início das Doze Casas. O vento batia em seus cabelos enquanto que o lemuriano se dirigia ao Templo de Atena. As suas madeixas pareciam curtas, mas apenas olhando de frente, pois escondia uma consagrada cabeleira castanha presa por um laço, um estilo pela qual seu mestre costumava usar.

Contudo, questionava-se sobre seu papel na atual batalha. Sendo ele apenas um restaurador de armaduras, por que ele estaria guardando a Casa de Áries? E o que seria o tal destino dito por Atena outro dia? Embora o Santuário estivesse em paz naquele momento, a sua mente remetia à conversa com a deusa há alguns dias quando ajoelhou-se em sua presença, em seu Templo.

Estava sendo designado para uma importante tarefa, segundo a própria deusa, incumbindo-o a guardar o primeiro Templo Zodiacal. Embora tivesse sido pego de surpresa e questionado sobre não ser o Cavaleiro, Atena foi enfática em suas palavras:

"Sabe Kiki... Eu sinto que no fundo, o seu destino despertará"

O destino que ele devia despertar... O que seria?

Ele ainda divagava sobre isso.

Ao longe, Shiryu, com a caixa de sua armadura nas costas, acompanhava o treino de duas irmãs gêmeas. Ambas usavam máscara e roupas de treino e tinham longos cabelos azuis-claros. A primeira acertou um chute em sua irmã, que se defendeu logo em seguida. Logo, a primeira que atacou, deferiu um soco no estômago da segunda, chutando-a em seguida. A segunda irmã voou longe, chocando-se contra uma pilastra e a derrubando. Quando a primeira atacaria novamente, Shiryu a interrompeu, aparecendo inesperadamente.

– Já chega Phoebe.

– Mas, senhor Shiryu...!

– Você estava com uma agressividade anormal. Integra é sua irmã! Pretende atacá-la mesmo rendida? - disse Shiryu repreendendo Phoebe com uma expressão séria. Volta-se para a outra estendendo a mão para ajudá-la a se levantar. - Você está bem?

–Sim... – respondeu a garota, sem jeito.

– Espero que você entenda, Phoebe. Ambas possuem grande potencial para serem grandes amazonas. Mas vocês devem controlar suas emoções. Não deixem seus interesses interferirem no seu dever.

Shiryu se virou e caminhou para outras partes do Santuário. Phoebe retira sua máscara com raiva, revelando seus olhos roxos transbordando de raiva enquanto que sua irmã, Integra, aproximava-se de sua irmã.

– Phoebe, eu...

–Porque está se desculpando? Eu não pedi suas desculpas!

– Mas eu só queria...

– É isso que me irrita! Você é sempre boazinha e certinha! Ninguém liga pra mim, só pra você! – a expressão da menina parecia de ódio profundo.

– Nós somos irmãs! Desde que nossos pais morreram, só temos uma a outra! Phoebe, por favor, me entende!

– CALADA! Eu não quero ouvir o seu papo de irmãs nunca mais! A partir de hoje, não me chame de Phoebe. Meu nome agora é Paradox!

Phoebe, agora Paradox, saiu com muita raiva do local. A garota sempre se sentiu rejeitada desde que chegou, e era inaceitável para ela que sua irmã fosse “mais querida” pelos outros. Ela se sentia ignorada pela maioria das pessoas no Santuário.

Paradox ainda corria, mas ela se interrompeu quando sentiu vários cosmos estranhos se aproximarem. Ela se escondeu em um pilar ali por perto e observou.

Eram inúmeros soldados Marcianos, liderados por um homem. Ele tinha cabelo preto curto arrepiado e olhos dourados, usando uma Galáxia que lembrava asas de morcego nos braços e nas pernas. Inclusive, a cintura de sua indumentária consistia num saiote também em forma de asa. Obviamente, ele era um Alto Marciano.

– Então este é o Santuário!? Ainda bem que não notaram nossa presença. Lorde Marte fez bem em fazer este ataque surpresa. Vamos ver...

O Alto Marciano levantou seu braço e apontou para o céu, fechando seus olhos e se concentrando. Ele ficou um minuto naquela posição e a desfez.

– Seiya está ao norte, Shiryu ao leste, Shun ao sul, Hyoga a oeste e Ikki ao sudeste. Há outros Cavaleiros em posições diferentes, mas sigam as direções que eu citei. Vão!

Os soldados rapidamente se espalharam pelo Santuário, e o misterioso homem levantou seu dedo indicador, concentrando seu cosmo. Em seguida, uma névoa se formou e se espalhou pelo local.

– Sintam o poder da Névoa das Trevas, 'Lendários' Cavaleiros de Atena! Vocês estarão ocupados com os soldados, e eu me dirigirei ás Doze Casas.

O Marciano se dirigiu para a direção onde ficava a primeira casa. A pequena Paradox, porém, correu o quanto antes, procurando alguém para avisar.

Enquanto isso, Kiki se sentiu intrigado por causa daquele nevoeiro. Não era nada natural uma névoa se espalhar naquela velocidade absurda. De repente, uma pequena parte da névoa que cobria a Casa de Áries se dissipou, revelando o Alto Marciano ali posicionado.

– Droga! Não esperava que tivesse alguém aqui nestas casas.

– Quem é você?! – perguntou Kiki.

– Hein? Cadê sua armadura? Você não deveria estar vestindo uma Armadura de Ouro?

– Atena me designou para cuidar desta Casa de Áries, com ou sem armadura.

– Há! Atena enlouqueceu? Colocar um homem qualquer pra vigiar esta casa? Bem... Você vai morrer rápido, então deixarei que você ouça o nome de seu assassino. Eu sou Edward de Vampiro, um Alto Marciano!

Edward elevou seu cosmo e suas unhas cresceram. Ele preparou seu golpe poderoso.

– Garras do Vampiro Sedento!

Ele deu uma investida em Kiki, e suas unhas foram envoltas em uma aura vermelha intensa que atingiram o lemuriano e resultando em alguns cortes consideráveis.

– É, pelo visto você possui certo conhecimento do cosmo.

– Não apenas isto... – Kiki o respondeu, um pouco ofegante. – Eu bloquearei seu próximo ataque.

– Quanta arrogância... Morra! Garras do Vampiro Sedento!

Mais uma vez, Edward atacou, mas Kiki cruzou seus braços á sua frente e os separou em seguida.

– Muralha de Cristal!

O ataque do Alto Marciano foi repelido assim que tocou a enorme parede invisível. Ele ficou impressionado com o que viu.

– Esta é a Muralha de Cristal, uma parede invisível que repele qualquer ataque. Você não passará desta casa!

– Até parece. Eu já sei como deter essa técnica patética.

– Como? – Kiki ficou surpreso com tamanha resposta, e ele expressou uma preocupação repentina.

– Veja a sua muralha cair!

Edward elevou seu cosmo ainda mais. A aura vermelha voltou ás unhas do Marciano, que ficaram maiores. Ele se preparou para outro ataque.

– Garras do Vampiro Faminto!

Numa velocidade impressionante, ele desferiu vários golpes no meio da Muralha. Esta começou a rachar e no décimo ataque ela quebrou e as garras rasgaram o manto branco sobre os ombros de Kiki e parte de sua blusa. O jovem caiu no chão pelo impacto.

–Não pode ser... A Muralha de Cristal... se rompeu assim... tão facilmente...?!

– Essa é a técnica lendária? Não parece grande coisa afinal.

– O quê?!

– Os Cavaleiros de Áries não deviam ser grande coisa. Ou você é péssimo em controlar o cosmo. –Edward provocou Kiki, expressando um sorriso maligno.

– Você... Ousa desrespeitar os Cavaleiros?!

Kiki foi para cima de Edward, desferindo vários socos e chutes, intensificados por cosmo. Mas o Marciano era mais rápido e desviou em sua grande maioria. Quando o jovem lemuriano visou atacá-lo novamente, Edward desviou para o lado e deu uma joelhada no estômago do garoto. Ele prosseguiu com os ataques constantes, como chutes, socos e as garras, deixando seu adversário avariado.

O guerreiro de Marte se afastou de Kiki e se aproximava da escadaria da Casa de Áries.

– Atena é mesmo lesada... Deixou alguém que sequer é um Cavaleiro cuidando daqui. É mesmo uma tola.

–Não... Fale assim... De Atena! – Kiki gritou revoltado.

Ele levantou seu braço direito, e vários feixes de luz se juntaram, lançando-o em seguida em velocidade impressionante e invisível, acabando por provocar um corte no rosto do Marciano.

–Você ainda vive?! Quer fazer o favor de morrer? Está me atrasando!

– Eu já te disse! Eu estou encarregado desta casa, e nenhum inimigo passará! –Kiki gritava, expressando sua revolta. Ele estava culpando a si mesmo de ter dado tantas brechas para o adversário.

– Pra mim, já chega! Vou acabar logo com isso.

Edward queimou seu cosmo novamente, e apontou para Kiki. Em seguida, o cosmo se concentrou na ponta do seu dedo indicador.

– Onda Supersônica!

Uma onda sonora atingiu Kiki, e este começou a se sentir estranho. As pernas tremeram, sua mente estava ficando confusa. Ele estava começando a perder os sentidos lentamente.

– Os morcegos possuem um método para se orientar à noite. Eles emitem uma onda sonora que, quando refletida em algo, indica ao animal se há algum obstáculo à sua frente. É o que muitos chamam de radar supersônico. Estas ondas que você está recebendo tirarão seus sentidos, e logo você estará inconsciente!

O lemuriano sentiu tudo se enfraquecer. Quando se deu conta, ele estava de olhos fechados.

No vazio de sua mente, ele divagava.

"O que eu sou? Qual é... o meu dever...? Servir Atena? Mas... Eu nem ao menos sou um Cavaleiro...!"

Quase que imediatamente, as lembranças de seu passado vieram á tona. Os Cavaleiros de Bronze lutando para salvar Atena da maldade de Saga. Um jovem Kiki correndo para entregar as armas da Armadura de Libra a Seiya e aos outros no Santuário Submarino... Outros de Bronze, Marin e Shina protegendo Seika do ataque de Thanatos.

"É isso! Mesmo eu nunca ter vestido uma armadura... Eu... Ainda luto por Atena! Não, eu SEMPRE lutei por ela!"

O jovem se levantou. Seus sentidos voltaram e seu cosmo se intensificou. Edward estava quase atravessando a escadaria, quando rapidamente, se voltou e não acreditou no que viu. Uma aura cósmica dourada rodeava Kiki.

– Esse cosmo... É diferente do de antes! Não é possível! – O Alto Marciano expressava surpresa e raiva ao mesmo tempo.

No fundo, Kiki sabia o que era aquilo. Era um poder superior a tudo que ele imaginou. Um sentido além dos outros seis. O Sétimo Sentido!

– Esse é o poder do Sétimo Sentido... Essa sensação... É incrível!

Com toda a sua força de vontade, Kiki elevou seu cosmo ainda mais. No exato momento, uma espécie de luz saiu voando do Templo de Atena e parou entre o lemuriano e o Alto Marciano. Diante de Kiki estava a Caixa de Pandora dourada com o brasão de um carneiro.

–Essa é...!

A urna se abriu, revelando uma armadura em sua forma de constelação: um carneiro dourado, que se desmontou e vestiu o ariano. Assim que ela terminou que se acoplar, uma forte luz iluminou o local. Kiki abriu os olhos, e ele notou estar numa enorme imensidão azul, parecendo ser seu subconsciente. Porém, ele viu algo que o fez chorar: a imagem espectral de seu mestre, Mu.

– Mestre!

A imagem se virou e falou com seu antigo discípulo.

Há quanto tempo, meu jovem discípulo.

– Mas... O senhor deveria estar morto.

Eu já parti deste plano, Kiki. Esta manifestação é consequência do meu pequeno cosmo, de minha memória contida ainda na armadura.

– O que o senhor faz aqui?

Vim cumprir minha última tarefa. Eu estou orgulhoso de você. A partir de hoje, você será o novo Cavaleiro de Áries. Esta não é só minha vontade, mas também da armadura.

– Mas eu...

Você treinou muito desde a minha morte. Aperfeiçoou suas habilidades como reparador. Esta armadura é sua por direito.

Mu colocou sua mão no ombro direito de Kiki e disse, sorrindo:

Você se tornou aquilo que eu sempre quis. Você foi uma das coisas que eu mais me orgulho de ter feito.

A imagem do antigo Cavaleiro sumiu, e Kiki havia retornado ao mundo real. Mas, ainda havia um problema para resolver. Mesmo assim, ele se sentia diferente de antes.

– Maldito...! Quem é você?! – perguntou Edward. Ele expressava claramente seu pavor, que tentava esconder com raiva.

– Quer mesmo saber? Eu sou o Cavaleiro de Ouro que protege a Casa de Áries! Eu sou discípulo do antigo Cavaleiro, Mu! Minha constelação representa um pacífico carneiro, que defende seu lar quando necessário! EU SOU KIKI DE ÁRIES! – O ariano expressava uma confiança nunca antes vista.

– Maldito! Vou acabar com você! Garras do Vampiro Faminto!

O Alto Marciano atacou, mas Kiki desviou facilmente. Agora os movimentos de seu adversário eram extremamente lentos.

– E pensar que você fosse mais rápido.

– Como é?!

– Agora que eu despertei o Sétimo Sentido totalmente, eu posso ver claramente seus movimentos. E pude notar que você gastou seu cosmo nesse ataque.

– Cala a boca!

Edward atacou, mas Kiki criou uma potente Muralha de Cristal que o repeliu e o jogou para longe.

– Esta é a verdadeira Muralha de Cristal. Agora, você sentirá o poder da luz de Áries!

– Espera!

–Sinta... REVOLUÇÃO ESTELAR!

Desta vez, os inúmeros feixes dourados atingiram e destruíram a Galáxia de Vampiro, ferindo-o fatalmente no processo. O Alto Marciano foi jogado para longe.

– Minha Galáxia... Tão resistente quanto uma Armadura de Ouro...

– Não insulte as Armaduras de Ouro! Não são apenas os materiais que a fazem resistentes. É o espírito de seu cavaleiro em harmonia com seu cosmo!

O Alto Marciano enfim caiu e a névoa se dissipou. Kiki se afastou para encontrar os outros Cavaleiros.

A alguns metros, os Cavaleiros Lendários, os Bronzes Secundários e Shina enfim derrotaram todos os soldados.

– Alguém viu o Kiki? –perguntou Seiya.

– Eu senti um cosmo se enfraquecer e se intensificar. Será que era dele? – perguntou Shina.

– Pessoal! Tem alguém vindo. – disse Nachi aos outros.

Eles viram Kiki se aproximar com a Armadura de Áries. Quando ele se aproximou, todos ficaram boquiabertos.

–Kiki?! – disse Ichi, pasmo.

–Oi pessoal. – Kiki exibiu um sorriso inocente.

– Então é verdade mesmo? Você se tornou um Cavaleiro de Ouro? – perguntou Seiya.

– Sim. Eu vi o espírito do mestre Mu.

E Kiki contou tudo, desde a aparição do Alto Marciano à sua batalha.

– Entendi. Kiki esteja na Casa de Áries pelas 18h. – disse Seiya.

– Hein?

– Você vai ver.

Santuário, à noite

Kiki carregava nas suas costas a urna de sua armadura. Tudo estava aceso, ele até estranhou. Ele viu Shina, que estava esperando por ele.

– Vem, Kiki. Ah, feche os olhos.

Ele manteve seus olhos fechados. Ele ouviu um murmurinho...

– Pode abrir. – pediu Shina.

Quando ele abriu, ele viu uma festa, com direito a faixa e tudo. Todos disseram em uníssono:

–Parabéns pela promoção, Kiki!

O jovem chegou a chorar de novo. Ele sentiu que havia criado laços com aqueles que, um dia, estavam a sua frente, estavam agora no mesmo nível.

– Aqui, Kiki. Um presente meu e de Atena. – disse Seiya, entregando uma caixa retangular de madeira com uma trava de metal ao jovem.

– O que é isso?

– Abra.

Ele abriu a trava e viu um pano branco. Ele tirou e viu uma capa branca com fundo azul, idêntica a de seu mestre.

– É uma capa, uniforme obrigatório dos Cavaleiros de Ouro. Minha armadura tem asas, então achei cairia melhor para você.

Ele sorri e guardou a capa na caixa. Ele sorriu, e se aproximou de seus amigos.

–Vamos comemorar pessoal!

Os Cavaleiros ali reunidos começaram a comemorar.

Agora o Santuário estava mais seguro, com dois Cavaleiros de Ouro para proteger Atena.


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