Sweet Life escrita por ScarletErza


Capítulo 10
O Beijo


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Estava um pouco puta,porque tinha perdido a história toda. De toda forma está ai. Teve muita enrolação sim,porque corridas são enroladas hsuahsuahsauhsa Sou péssima escrevendo cenas de romance. Gente,ficou muito grande!



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Aguentar o mau humor de Khalisa e Castiel juntos,não era fácil. Lysandre parecia bem calmo com a situação. Aria se esforçava ao máximo para não parecer agitada,porém ela estava completamente eufórica.

–Professor! Não dá pra mudar isso? -choramingava Khalisa.

–Nós já passamos a lista,senhorita! Outras escolas vão participar.Tudo precisou estar planejado com antecedência. Compreendeu? -Bóris dizia pela décima vez.

–Aria! Me ajude! -a menina se jogou em cima da amiga.

–Opa!-Aria deu um passo para trás e afagou os cabelos da garota. - Vai dar tudo certo! Castiel vai se comportar.

–Vá sonhando! -gritou de volta.

–Eu vou falar com ele. -Lysandre se prontificou.

–Obrigada!- suspirou.

–Você é sortuda. -Khalisa fez bico.

–Por quê? -questionou.

–Pelo menos o Lysandre é legal. O Castiel é uma peste! -bradou.

–Eu ouvi isso! -Castiel apareceu de seu lado.

O rapaz puxou-a pelo moletom cinza. Aria fez um careta como quem não entende e deixou-os ir.

–Hey! Me solta! -reclamou.

–Querendo ou não,você é minha dupla. -encarou-a.

A menina corou levemente com o dito repentino.

–Já aceitou isso tão fácil? Lysandre é mágico? -espantou-se.

–Aproveite enquanto estou legal. Se eu piorar,você vai me odiar. -ele cruzou os braços.

–Eu já te odeio. -mostrou a língua.

Aria estava ansiosa. Era a primeira vez que participava de um evento escolar. Não conseguia parar quieta.

Ela podia ver ao longe a pousada de cor branca.

–Lysandre! -chamou.- Eu vou dar uma volta. Quer ir?

–Pode ir sem mim!-falou. - Tenho a impressão de que esqueci alguma coisa.

–Como sempre! -ela riu e se foi.

Observou a faixa que dava o inicio da corrida.

–Eai gata! -mãos envolveram sua cintura.

A garota deu um pulo para trás em espanto.

–Que abusado! -enraiveceu-se.

–Calma! Eu não mordo...-sua voz tinha um sotaque arrastado.- pelo menos não de começo.

Os olhos do rapaz eram verdes como o mar. A pele tinha um perfeito bronzeado de praia.Os cabelos tingidos de loiro sobre uma camada de castanho estavam presos despreocupadamente. Ele tinha tudo para ser um surfista.

–Me chamo Dakota,mas pode me chamar de Dake. -disse relaxado.

–Não me importo.-respondeu friamente.

–Você é muito marrenta!-ele a olhava como se fosse um desafio.

Aria não se sentia bem com aquele olhar.

–Não use esse tipo de linguajar comigo.-falou seca.- Com licença!

–Não vou fazer nada que você não queira. -ele segurou seu braço.

–Ótimo! Não me toque! -ela desvencilhou-se e se foi.

Castiel já não aguentava mais o falatório de Khalisa.

–Cala a boca! -irritou-se.

–Vem calar!-gritou.

–Quero ver você falar agora. -o garoto tapou a boca dela com a mão.

Khalisa mordeu seu dedo.

–Ai! Você é alguma espécie de cachorro?- ele examinou.

–Não,mas poderia ser. Adoro cachorros! -exclamou.

–Eu tenho um. Se chama Dragon. -disse de repente.

–Sério? É um nome legal! Pensei que colocaria algo como fofinho. -ironizou.

–Sou muito bom em colocar nomes. Por exemplo: tampinha. -retrucou.

–Idiota!- cruzou os braços.

Lysandre vinha observando a garota desde que ela voltara.

–Você está um pouco pálida. Está tudo bem? -preocupou-se.

–Estou bem.-ela piscou.- Vamos,a corrida já vai começar!

–Certo. -seguiu-a.

Os alunos das três escolas já estavam reunidos em frente a faixa.

–Todos presentes? Obrigada por virem! Agora que já estão todos aqui,vamos ao que interessa. -pronunciou-se.-A corrida será feita em três estapas. Em cada etapa vocês precisam encontrar sozinhos os postos de controle.Alguém estará lá e te dirá o que fazer. Se conseguirem resolver,poderão passar para a próxima etapa.

Os cochichos entre todos era grande.

–A primeira etapa é focada na orientação. Vocês precisam se locomover pela floresta. Aqui está um mapa para ajudá-los a encontrar o bom caminho.

Um professor entregou os mapas.

–Não parece tão difícil. -Lysandre observava o mapa.

Aria sentiu um mal pressentimento sobre aquilo.

–Boa sorte para todos! Nos encontramos no final da corrida! -a diretora acabou as explicações.

Todos começaram a se dispersar. Aria e Lysandre andaram um pouco até adentrar na floresta.

–Me deixe dar uma olhada no mapa. -disse.

–Bem,é que...-o garoto desviou o olhar.

–Você perdeu o mapa,não foi? -ela já sabia o que ia acontecer.

–Eu devo ter deixado cair quando fui colocar no meu bolso. Uma pena estar ventando. Já deve estar bem longe. -entristeceu-se.

–Pelo menos,tente não se perder de mim.-suspirou exasperada. -Vamos dar um jeito!

Eles andaram sem rumo pela floresta. Depois de muito tempo, conseguiram encontrar o primeiro posto. O professor Faraize estava no local.

–Finalmente vocês chegaram! Vocês são os últimos a passar. Encontraram algum problema? -ele estava um tanto desesperado.

–Calma! A gente só perdeu o mapa! -Aria levantou as mãos para o alto.

–Ah,certo! De qualquer maneira,vocês acabaram a primeira etapa da corrida. A segunda é um pouco mais complicada! Vocês precisam pegar na floresta alguns objetos e me entregarem.Além disso,aqui está alguns objetos que podem ajudá-los. -ele entregou um lápis,uma folha de papel,um pote de vidro e a lista dos objetos.

–Eu fico com isso!-a garota pegou tudo.

–Ah,esperem! Preciso carimbar as suas mãos,para provar que estiveram aqui. -Faraize procurou nos bolsos. -Ora,onde está o carimbo?

–É sério? Todo mundo resolveu perder as coisas aqui? -ela já estava nervosa.

–Eu não sei onde está! Eu tenho certeza que estava com ele quando carimbei a mão da senhorita Ambre e Li. -disse ainda procurando.

–Entendi tudo.-Lysandre falou.-Nós vamos continuar e procuramos o carimbo para você.

–Obrigado! -aliviou-se.

Aria já estava completamente irritada. Íris e Melody estavam logo à frente.

–Oi! -cumprimentou Íris. -Vocês acharam o "habitante da floresta", que está sendo pedido na lista? Estamos procurando tem um tempão!

–Não. Nós nem começamos a procurar. -Aria segurou o braço de Lysandre. -Estamos com muita pressa! Até mais!

A garota andava de um lugar para o outro.

–Onde foi parar essa praga de garota? -ela olhou para os lados.

–Você está muito afobada.-observou Lysandre.

–Eu estou! A gente vai perder! -bradou.

–Então é isso? Você não gosta de perder? -riu.

–Não,não gosto...-antes de terminar,ela viu algo. -Hey! Aquela ali não é a Ambre?

Aria correu até a outras garotas.

–O professor deixou vocês passarem? -surpreendeu-se.

–Eu sabia! Devolva a droga do carimbo!- gritou.

–Não sei do que você está falando.-sorriu.

–Chegou o momento de amadurecer,Ambre. Nos devolva o carimbo,por favor. Sem confusões? -pediu Lysandre.

–Se você quer,encontre. -debochou.

A loira retomou seu rumo sem se importar.

Khalisa estava passando ao lado quando ouviu a briga.

–Vem! -ela puxou Castiel pelo braço.

–Khalisa? -Aria estava vermelha de raiva.

–Eu vou arrancar aquele aplique loiro! -Khalisa apertou os punhos.

–Vocês viram o bendito carimbo? -Lysandre cansou-se.

–Esse aqui? -Castiel apontou o objeto jogado atrás de um tronco.

–Aleluia! -Aria tomou-o em mãos.- Obrigada!

Eles não perderam tempo em correr para o professor.

–O que você tinha dito que ia fazer? Arrancar o aplique? -Castiel começou a gargalhar.

–Pare de rir e trabalhe! -apesar do dito,ela também riu.

Após terem as mãos carimbadas,Aria e Lysandre começaram a procurar os objetos.

–Bem,temos que encontrar: um objeto criado pelo homem,algo que brilhe,uma folha do tamanho de uma mão,um habitante da floresta,uma impressão e um inseto. -Aria leu.

Eles procuraram em todo local. Acharam a maioria das coisas.

–Encontramos o canivete,a pepita,a folha e o inseto. Precisamos de uma impressão e um habitante da floresta. Todo mundo travou nesta. -falou.

–Não deve ser um animal de verdade. Tem de ser algo colocado pelos professores. -observou. - Acho que é algum animal de mentira.

–Seu raciocínio é bom! Bem melhor que seu senso de orientação. -brincou.

–Isso foi um pouco cruel. -sorriu.

–Olhe! -a garota animou-se. -Não é um coelho?

–Sim!- Lysandre pegou-o. -Esconderam um coelho de plástico.

–Nós vamos conseguir!- alegrou-se. -Precisamos de uma impressão.

–A folha de papel e o lápis serve para isto,não? Basta desenhar uma.-comentou.

–Eu não sei desenhar. -aflingiu-se.

–Podemos tirar a impressão da casca da árvore. -explicou. - É bem fácil. Me dê a folha e o lápis.

Ela entregou ao garoto e o observor trabalhar. Ele fazia riscos suaves e logo a casca foi reproduzida na folha.

–Nossa! Isso é legal!-Aria encantou-se.

Eles voltaram ao professor.

–Vocês querem uma dica para encontrar o habitante? -perguntou abatido.

–Não. Nós encontramos tudo. -respondeu.

–Ninguém estava encontrando. Estou mais tranquilo agora!- suspirou. -Vou levá-los até a última etapa.

Aria e Lysandre seguiram o professor até o outro posto.

–Oi de novo! -o sorriso malicioso ali estava.

–Você é quem cuida da última parte da corrida? -espantou-se.

–É. Sou sobrinho do Bóris. Eu ia te dizer,mas você não me deixou terminar. -falou.

–Você o conhece? -Lysandre estranhou.

–É um babaca que eu vi mais cedo. -provocou.

–Posso fazer o meu trabalho? Já estou ficando entendiado. -Dake mexia em uma das suas pulseiras.

–Quando quiser. -Lysandre disse.

–Um enigma: ao morrer, os homens são levados a uma grande sala com duas portas idênticas. Uma é a entrada do céu e a outra é a do inferno. Dois anjos estão postados no balcão da eternidade e sabe-se que um deles responde invariavelmente com a verdade e o outro, com a mentira. Como determina a porta correta, se só se pode fazer uma única pergunta a um e só um dos anjo? -ele leu.

–Isso é complicado...- a garota pensou.

–Nem tanto. -Lysandre parecia entender. - Primeiramente,aponte uma das portas. Depois se dirija a qualquer um dos anjos e diga: Se eu perguntar ao outro anjo se a porta que apontei é a do céu,ele responderá sim ou não? Se a porta que tiver sido apontada for a do céu,qualquer um deles dirá não. Se apontar a do inferno um deles dirá sim. É bem básico.

–Básico? -ela arqueou as sobrancelhas. -Eu não pensaria isso nem em um milhão de anos.

–Nerds. -Dake bocejou. -Vocês foram os segundos a acertarem. Acho melhor correrem.

–Segundos? -questionou abismada. -Quem foi o primeiro?

–Um cara irritadinho de cabelo vermelho. Tinha uma menina gata também,mas ela era igual a ele. -disse.

–Nós precisamos ultrapassá-los! Quando entregamos o carimbo,tenho certeza que passamos por um lugar mais curto. -falou determinado.

–Mesmo?-quis saber. -Então vamos!

Castiel e Khalisa chegaram a saída rapidamente.

–Parabéns! Vocês ganharam a corrida! - a diretora cumprimentou.

–Nós ganhamos,Castiel! Ganhamos! -Khalisa abraçou o garoto.

Ele sorriu e a abraçou. Logo depois, eles notaram o que estavam fazendo.

–Eh...Ahn...-ela gaguejou.-Você foi bem.

–Hum...Você também. -disfarçou.

–Bem,vamos esperar os outros. -falou.

Aria e Lysandre caminharam durante horas e havia apenas árvores ao redor,nenhuma saída à vista.

–Foi uma péssima ideia. -notou.

–Você só percebeu agora?- ela olhou para o garoto.

Havia um enorme rochedo ali perto.

–Eu vou subir nos rochedos,talvez veja alguém. -disse.

–Você pode se machucar. -advertiu.

–Não,eu vou subir! -exclamou.

Aria foi escalando,estava perto da rocha mais alta quando seu pé escorregou no limo.

–É nisso que dá ser tão teimosa! -Lysandre tocou seu tornozelo. -Acho que torceu.

–Eu consigo andar! -ela deu um passo e parou.

–Consegue? -ele agachou-se em sua frente. -Suba nas minhas costas. Já está ficando escuro,é melhor irmos rápido.

Aria não queria,porém Lysandre estava certo. A menina subiu receosa.

Eles caminharam até a noite cair.

–Acho melhor pararmos. Você deve estar cansado. -ela podia ver o suor se formando em sua testa.

Ele a encostou na árvore e sentou-se ao seu lado.

–Desculpe. Sempre acabo fazendo este tipo de coisa. -ele ofegava.

–Vamos dar um jeito. -incentivou.

–Não sei como você consegue ser tão positiva. -Lysandre tirou o casaco.

Ele usava uma regata branca por baixo. A menina pode ver o desenho de algo nas costas do garoto.

–O que é isso ? -indicou.

–É uma tatuagem. -confirmou.

–Você era a última pessoa, que eu esperava ter uma tatuagem. Castiel talvez. -riu. -Posso vê-la?

Ele assentiu e puxou a blusa. As asas de anjo desciam sobre as costas desnudas. No impulso, a garota começou a tracejar as linhas sobre a pele macia. Lysandre fechou seus olhos.

–Desculpe. -ela se afastou um pouco corada.

–Tudo bem. -vestiu-se novamente.

–Sabe...-ela riu. -É engraçado.

–O quê?

–Você está sempre me protegendo e agora eu descubro que você tem asas. -ela ainda sorria. - Você também tem uma aura diferente. Tem certeza que não é um anjo da guarda?

Uma mecha de cabelos escuros caiu sobre o rosto pálido. Lysandre teve de resistir colocá-la para trás de sua orelha.

Gotas mornas de chuva começaram a cair.

–Nós não podiamos pedir nada melhor,não é ? -gargalhou.

A gargalhada radiante preenchia seus ouvidos.

–Eu gosto muito do cheiro de mato molhado. -ela inspirava.

Aria estava próxima o suficiente. Ele podia sentir a respiração pausada. A garota o olhava curiosamente. Todo seu autocontrole quebrou-se,quando ele de fato passou seus cabelos para trás.

–É você quem sempre me protege. -ele sussurrou.

Os lábios vermelhos estavam entreabertos de surpresa.Sua boca desceu passionalmente até a da garota. A pequena e delicada menina já estava em seus braços. O beijo era brando e lento. Ela tinha um gosto adocicado e suave.

Aria agora entendia o porque de cenas assim,serem filmadas com uma câmera girando sem fim. Ela sentia o chão instável ao seus pés e apoiava-se em Lysandre,como se ele a pudesse segurar para sempre.

Ele sentiu o sopro cálido do vento e se afastou da menina. Suas roupas já estavam encharcadas pela chuva que se tornava cada vez mais forte. Os olhos de Aria estavam fechados. Os cílios brilhavam prateados com as gotas que escorriam dos mesmos. Qualquer um poderia pensar que estava chorando.

Ela não ousava abrir os olhos. Deitou sua cabeça no ombro do garoto.O calor que emanava de Lysandre a aquecia. Estava cansada e embevecida. Como se fosse somente um sonho,ela adormeceu.


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