Sweet Life escrita por ScarletErza


Capítulo 1
A Herdeira


Notas iniciais do capítulo

Apenas com ódio :) Eu acabo de escrever e tenho que escrever tudo de novo,porque essa droga saiu '-' Morrendo



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Seu nome é Aria. Tudo que a garota gostaria de dizer é que era uma menina singela e comum,com muitos amigos e uma família feliz.

Igarashi é seu sobrenome. Aria é herdeira de uma família renomada e rica. Dona de uma grande rede de hospitais,os fazendo uma das empresas mais influentes no país.

Ela sempre pensou se devia orgulhar-se disso,porém nunca conseguia.Somente a menina entendia o peso do fardo que o nome carregava. Se esconde por trás de uma língua afiada para disfarçar os seus sentimentos.

Quase não via seus pais.Fora praticamente criada pelos empregados. Aniversários,Natal,qualquer data que fosse. Sentava-se a mesa e olhava para o banquete sozinha e abandonada.

Certa vez,deram-lhe um pequeno cartão de aniversário com uma boneca. Mesmo que fosse pouco,Aria se sentira feliz. Sua mãe dizia que brincaria com ela quando chegasse do trabalho . A pequena criança esperara até o mais tardar,mas sua mãe não aparecera. Logo depois notara que o cartão não era de sua mãe, e sim da assistente da mesma.

Quando começara a frequentar a escola,os professores lhe tratavam como prioridade,um bem. A olhavam de modo ganâncioso,convencidos de que com isso seriam recompensados. Por conta disso as pessoas se afastavam da garota .

Aria tinha a péssima mania de lembra de quando tinha onze anos. Algumas das garotas do colégio,derrubaram um balde de água sobre a menina. Disseram-lhe coisas horríveis,das quais Aria recordava perfeitamente. Palavra por palavra.

Um professor vira o incidente e denunciou as arruaceiras. Ele levou Aria para sua casa,mas não fora por preocupação ou simplesmente compaixão.Mesmo pequena,ela vira novamente a ganância predominar as suas ações. Conseguira ouvir um dos empregados dizer que ele seria recompensado,exatamente como queria. Aria era somente uma espécie de pacote de entrega. Um prêmio.

Naquele dia sua mãe estava em casa. A menina dissera-lhe que não queria ser rica,que daria tudo para ser comum. A mulher chorou e deu uma bofetada no rosto frágil da criança.Falou-lhe que era ingrata,que seu pai nunca poderia ouvir aquilo ,pois ele batalhara muito tempo para ter tudo o que tinha.

Suas lágrimas eram direcionadas ao seu pai e não a Aria. Os seus sentimentos nunca contavam quando se batiam contra o dinheiro. A fome de poder era sempre maior do que o próprio sangue. Aria perguntava-se todo o tempo, se algum dia seus pais a viram como uma criança que precisava de cuidados. Achava que não,já que lhe deixaram a mercê de pessoas desconhecidas.

Após o ocorrido,ela não quis ir mais à escola. Trouxeram-lhe professores particulares. Era assim que a garota preferia. Aprendia relativamente depressa e trocava de professores rapidamente.

A menina prometera a si mesma não chorar mais. Não seria fraca e nem submissa a ninguém. Se concentrou nos estudos e assim viveu trancafiada atrás dos enormes portões da mansão.

Sua mãe morrera um ano depois por conta de um câncer. Sentiu-se triste,mas nunca tivera muito apego com a mulher. Seu pai ficara desolado.Se antes ela já pouco o via,consequentemente ele desapareceu. O trabalho se tornara o único refúgio do homem.

Hoje Aria tem dezesseis anos. Está se mudando,dando adeus ao lugar onde vivia antigamente. Pedira permissão ao seu pai para morar sozinha.Após vários tipos de argumentos,o rude homem acabou permitindo. Aria queria apenas ficar só,sem que fosse vista como meio de ganhos.

A garota estava dentro do carro escuro que seguia à caminho para seu novo apartamento. Aria queria algo mais simples,porém acabara sendo um lugar bem luxuoso.

Ela observava a vida que seguia fora das janelas. Desviou o olhar quando Jev,o motorista, parou o carro. Ele abriu a porta de trás e ajudou a menina sair.

–Sabe que eu poderia ter feito isso sozinha,não é? -disse ela deixando a língua agir.

–Meu dever é auxiliar a jovem senhorita,não importa no que seja. Mesmo que a tarefa seja simples. -respondeu Jev sorrindo.

Ele não se incomoda nem um pouco com a minha peculiar forma de falar,pensou Aria.

–Você deve me odiar,Jev. -disse a garota encarando-o.

–Por que odiaria a senhorita? -perguntou ele incrédulo.

–Porque sou má com você. -respondeu.

–Claro que não! A senhorita é muito gentil! -ele falou sorrindo.

Aria geralmente notava quando as pessoas lhe agradavam por puro interesse,entretanto Jev não o fazia. Ele tinha a idade de seu pai,mas ao contrário dele, sempre esteve cuidando da menina.

–Certo.- adiantou-se Aria para puxar a mala.

–Deixe isso comigo,senhorita Aria! -Ele disse tomando as duas malas que continham os poucos pertences que ficaram em sua antiga casa.

–Posso pegar a de mão pelo menos? -perguntara olhando para a pequena malinha que sobrara no capô.- Era esse seu plano desde o começo mesmo.

–Ora,não dúvide de minhas boas inteções,senhorita. -ele respondeu.

–Não se cansa de dizer "senhorita" todo o tempo? Quantas vezes já lhe pedi para parar com isso? -falou.

–Isso é sinal de respeito,senhorita. -ele disse ainda sorrindo.

A garota revirou os olhos.

–Não adianta discutir com você. Vamos! -falou caminhando.

Eles subiram o elevador e deixaram as malas em um canto do quarto. Aria deu uma boa olhada na decoração. As paredes eram cinzas e havia alguns detalhers em branco. A mobília também se consistia em cores neutras como cinza,preto,branco e marrom. Exatamente ao seu gosto.

–Os mantimentos já estão nos armários da cozinha e suas coisas que foram enviadas para cá com antecedência,também já estão em seus devidos lugares. -falou Jev.

–Ok! -disse ela virando-se para Jev. -Pode ir. Não há mais nada para se fazer. Estou um pouco cansada,irei tomar um banho e dormir. Está dispensado.

–Certo,amanhã estarei aqui no horário para levar-lhe a escola. - comentou Jev.

–Ah,não é necessário! A escola é bem perto,posso ir andando. -ela dispensou a oferta.

–Tem certeza que não quer que eu à acompanhe? -perguntou ele.

–Obrigada,mas não precisa. Eu não quero que eles saibam quem eu sou, Jev. Seria bem complicado,com um motorista e um carro de luxo me levando e buscando,não acha?- retrucou a menina olhando para o vazio.

–Tudo bem.Boa Noite,senhorita! -disse Jev se curvando e saindo pela porta.

–Adeus,Jev! -disse fechando a porta atrás do pequeno corpo.

Finalmente sozinha,ela pensou. Embora estivesse realmente cansada,teve o trabalho de desfazer as malas. Separou um pijama de flanela e jogou-o na cama perfeitamente arrumada.

Entrou para o chuveiro e deixou que a água quente limpasse seu corpo e a mente confusa. Saiu do chuveiro e passou a mão por uma parte do grande espelho embaçado. Encarou o rosto pálido e inexpressivo.

Seus olhos estavam azuis no momento. A menina tinha heterocromia setorial,então seus olhos trocavam de cor constantemente. Tons idecisos de preto e azul escuro. O que ela sempre achara engraçado,já que uma cor podia ser consumida por outra.

Deixou seus olhos de lado e concentrou-se em desembaraçar as longas madeixas escuras. Vestiu-se com o confortável pijama e deitou-se sem se importar com o cabelo molhado. Adormeceu quase instantaneamente.

Acordou com o bip do despertador. Desligou-o e encarou as paredes lisas. Coçou seus olhos e deu um grande bocejo. Levantou-se com sono e lavou seu rosto.Logo após escovou os dentes brancos. Desembaraçou novamente os cabelos e encaminhou-se para o quarto.

Procurou no guarda-roupa,seu uniforme. Ele se consistia em uma blusa social branca e uma saia preta suspensa. Ela colocou meias 7/8 e calçou botas pretas baixas de cadarço.Arrumou seu material em uma bolsa cinza e saiu do apartamento.

Andando pelas ruas,Aria se sentiu de certa forma bem. Nunca tivera liberdade para andar sozinha,principalmente a pé. Pensou que era como um pássaro e que sua hora de voar chegara.

Chegando ao seu destino,subiu o olhar para o letreiro com o nome da escola. Sweet Amoris. Um nome realmente engraçado para uma escola. De repente algo se chocou contra suas costas e a garota caiu no chão duro. Abriu seus olhos em espanto.

–Oh,Perdão! -ela ouviu uma voz masculina.

Virou-se com um olhar irritado.

–Realmente,sinto muito! -ele disse suavemente estendendo a mão para ela.

O garoto tinha cabelos platinados e pele tão clara quanto os mesmos. Enquanto heterocromia de Aria era setorial,a dele era pura. Um de seus olhos eram cor de mel e o outro esverdeado. O porte alto exibia uma elegância que não se via em qualquer lugar.

Aria levantou-se ignorando a mão estendida .

–Da próxima vez,olhe por onde anda. -respondeu com hostilidade virando-se de costas para ele.

Sentiu-se mal novamente,deixara-se ser grossa novamente. Ela não queria ser mais desse jeito,de fato não queria.No entanto ela tinha um pequeno lema.Depois de ser tratada com um bilhete de loteria,de nada lhe valia uma compaixão vazia.


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