Querido Diário

Na vida faremos milhares e milhares de escolhas e nem sempre todas são as melhores. Digo por experiência própria que a vida é uma caixinha de surpresas e sempre fazem com que tomemos alguns tombos.

Querido Diário

Rebekah estava estranha desde que nos encontramos na floresta quando ela me soltou da árvore. Não sei o que está acontecendo mas não gosto nem um pouco disso.A Lia estava se sentindo muito culpada desde “aquele dia” que ela não gosta de mencionar.Ela chegou a expulsar eu e a Dora algumas vezes da casa dela.Ela e o Will ficaram horas conversando.E o Alek?Não tive notícias dele desde a nossa última conversa na escola. Ele deve ter ido embora.Por que eu pensei que seria diferente?Para a minha sorte eu não tenho visto o Klaus desde os últimos dois dias. A Dora ainda está com a ideia fixa de que a Arley e o Mikael são os vilões e o Klaus o mocinho.O Mikael e a Arley podem não ser os vilões mas o Klaus está bem longe de ser o mocinhos.E aqui começa mais um dia de tediante e eu tenho que descer agora.

Bye, diary!

Entrei no meu closet e pegue a primeira peça de roupa que vi. Era um vestido branco rodado que a Rebekah tinha me dado de presente no dia do meu aniversário no ano passado, uma meia calça trançada preta, um Cardigans listrado,um ankle boots marrom.Fui até a penteadeira me maquiar e pentear os meus cabelos.

Desci as escadas, Rebekah já estava tomando o café. Disse bom dia e me sentei ao seu lado.Ela respondeu com a cabeça bem longe da Terra.Isso já estava me preocupando.

—Rebekah?

—Hã?Disse algo?

—O que está acontecendo contigo?-perguntei.

—Não, nada eu estou bem, não se preocupe.

—Como você quer que eu não me preocupe. Você é a minha única família e se estiver chateada com alguma coisa que eu tenha feito é só falar.

—Não Hope, você não fez nada. Eu quem fiz a burrada de não ser sincera.

—Se te incomoda tanto não precisa falar.

—Esquece isso Hope, eu te levo pra escola.

Ela pegou as chaves do carro e eu tomei o meu café mais rápido que um avião. Peguei a minha mochila e então fui para a garagem.Ela me levou para a escola nos e despedimos.Parecia que a minha vida estava voltando a ser como era antes sem preocupações sobrenaturais.Klaus já não era mais o meu principal problema e eu não o via a dois dias e parecia que eu nunca tinha o visto na minha vida, para a minha felicidade.Só a Rebekah que estava com o astral baixo, quer dizer ela e a Lia.O funeral do Tony tinha sido ontem.Foi horrível, foi a pior experiência que eu vivi.Por isso eu desisti de perseguir e matar o Klaus, por mais que eu negue e tudo, a Dora conseguiu me deixar na dúvida.

Fui até o meu armário peguei os livros das próximas aulas que seriam: química, biologia e literatura. A Dora veio ao meu encontro perguntando se eu tinha falado com a Lia.

—Não por que aconteceu alguma coisa?-perguntei fechando o meu armário.

—Ela está muito estranha ultimamente.

—Estranha como?-perguntei.

—Não sei explicar, mas não gosto dela nessa fase de culpa e negação

—Também não, mas o que os podemos fazer para ajudar?

—Não sei, se ao menos o Alek estivesse aqui.

—Dora!A Lia é “nossa” amiga e “nós” é que temos que encontrar um jeito de animá-la e não um garoto que ela conheceu há alguns meses. -disse fazendo aspas com as mãos.

Fomos para a sala e lá estava a Lia em um canto afastado da sala com a cabeça baixa. Eu dei alguns passos para ir falar com ela mas a Dora segurou o meu braço e me puxou.

—Eu já tentei, ela só quer ficar sozinha.

—Pela primeira vez eu não sei o que fazer para ajudar Dora. -disse me sentando assim que a professora chegou na sala de aula.

—O que estudamos na aula passada?-a professora perguntou.

A Britt respondeu. Como sempre ela é uma chata.A Lia olhou para frente e pude perceber um rápida mudança de cor em seus olhos que ficaram amarelos brilhantes.

—Dora, Dora, Dora me diz que você também viu aquilo?

—O que está acontecendo com ela?

—Acho que seus instintos estão desabrochando. -respondi.

—O que faremos?

—Deixa comigo. -respondi me levantando da carteira e simulando uma tontura.

A professora ficou preocupada e como ela sempre pedia para a Lia que era a sua aluna preferida não fez diferente. Lia se levantou sério e foi me ajudar a ir para a enfermaria.

—O que você quer?-perguntou me soltando assim que tomamos certa distância da sala.

—Quero que fale comigo.

—Desculpe, mas eu não tenho nada pra falar com você.

—É mesmo?

—Cuida da sua vida Hope.

—Cuidar da minha vida e ajudar os meus amigos é a mesma coisa. Lia sempre fomos amigas.Eu também fiquei triste pela morte do Tony mas foi uma fatalidade e você nem ninguém tiveram culpa então abra um sorriso nessa sua cara e pare de se culpar, afinal ele estava no porta malas e se não foi você quem o colocou lá então que culpa você tem.

—Se a culpa não foi minha porque a maldição foi ativada?

—Sei lá não sou mestre em licantropia.

—Hope eu estou bem, pode parar de me olhar com essa cara.

—Sei que você está bem, você vai superar amiga.

—Você não ficou nem um pouco triste pela morte dele?

—Claro que fiquei, mas a vida não para minha filha seja bem vinda ao mundo sobrenatural. Se quiser sobreviver contenha-se.

—Eu não estou bem Hope.

—Mas vai ficar. -disse abraçando-a.

—Hope, posso falar com você?-uma voz familiar perfurou o silêncio.

—Quem é vivo sempre aparece. -respondi e ele sorriu.

—Temos muito que conversar.

—O que eu teria para falar com você híbrido?

—Você nem imagina não é mesmo.

—Minha agenda está cheia, vai ter que marcar horário. Espera aí, imaginar o quê?

—Hope!Precisamos conversar. -disse Rebekah.

—Rebekah o que você está fazendo aqui?

—Tenho algo pra te contar, é muito importante.

—Hope, eu estava te procurando. -disse Arley

—Pelo visto não é só você. -respondi olhando ao meu redor.

O que eles teriam para me contar que fosse tão importante a ponto de estarem ali. Respirei fundo e perguntei o que todos eles queriam, eles responderam que era em particular.Era só o que me faltava.