O Baile estava chegando. Seria na noite seguinte, e eu provei minha roupa mais uma vez. Me olhei no espelho de corpo inteiro no meu armário. Parecia que estava bonita. Mas do que adiantava estar bonita se Collin não estaria lá para me ver?

Uma tristeza me invadiu por dentro, e eu senti meu coração latejar.

Virei-me e vi a cena de nosso beijo passando por minha cabeça. Bem ali. Eu e ele. Será que ele também pensava naquilo? Não. Não pensava. Ele nem se quer me queria por perto, por que iria pensar em mim?

Às vezes desejava nunca tê-lo conhecido. Pelo menos não iria ser desprezada ou ignorada. Não iria sentir aquele vazio e aquela dor no peito.

Tinha que dar um fim naquilo.

Mas como? Me aproximando de novo dele e sofrer mais ainda?

"São tantas questões, mas eu não quero saber o por quê."

Lembrei-me de um a música da Avril Lavigne. E aquilo me fez desmoronar por dentro. Não era minha escolha aquilo. Mas tinha que enfrentar. Custasse o que custasse, iria obter respostas de Collin. Estava convicta daquilo. Motivada.

– Preparada para amanhã? - perguntou meu pai, já de pijamas, enquanto entrava em meu quarto.

Eu estava lendo um livro que havia comprado dias atrás.

Olhei para ele e sorri.

– Claro. Tem problema se eu usar o conjunto de esmeraldas da minha mãe?

– Não, meu bem. Use. Vão ficar lindos em você. - ele respondeu. - Vou para a cama. Boa noite. - Ele fechou a porta e saiu.

– Boa noite - disse quando ele já havia saído.

Coloquei o livro sobre o criado-mudo da minha cama e fui ao banheiro escovar os dentes e desfazer o coque em meu cabelo.

Deslizei sob as cobertas e demorei um pouco até conseguir dormir.

†

No sábado de manhã, acordei tarde, porque a nossa empregada iria limpar a casa.

Meu pai contratou uma empregada para limpar a casa nas manhãs de sábado.

Eram quase dez e meia da manhã, e eu levantei.

Fui ao banheiro, penteei meus cabelos e amarrei, coloquei uma roupa de ginástica - blusa regata azul-claro e um shorts de malha - e um tênis para correr. Coloquei um fone de ouvido e prendi meu celular num suporte no braço.

Desci e tomei só um copo de suco de laranja natural que a Gisely - nossa empregada - havia feito.

Dei tchau para ela e meu pai, que estava lá fora lavando seu carro. Provavelmente iria ter que lavar o meu depois.

Comecei a correr pela rua. No começo em velocidade baixa, para aquecer. Depois, fui acelerando.

Corri até a rodovia que ia pro centro da cidade, e então voltei.

A corrida de ida durou em torno de meia hora.

No caminho de casa, tinha uma mercearia, e um carro preto estava estacionado na frente. Era um Mercedes-Benz M-Class.

Logo quando passei pela mercearia, o Mercedes-Benz saiu do estacionamento, indo em minha direção. Alguns segundos depois ele havia desaparecido pela estrada que ia pro rio.

Cheguei em casa e subi para tomar um banho. Mas antes, tomei um Gatorade, para repor as energias e a falta de líquido no meu corpo.

Tomei um banho e lavei meu cabelo. Fiz uma escova, para depois só arrumá-lo para o Baile.

Tinha marcado hora na manicure às 2 da tarde.

Deitei um pouco em minha cama, para descansar, já eram mais de meio-dia e meio.

Gisely foi me chamar para almoçar, e eu desci junto com ela.

Gisely era uma mulher que tinha mais de 50 anos, mas que embora não aparentasse a idade, pois quase não havia sinais de rugas ou marcas de expressões em seu rosto. No entanto, Gisely era como uma segunda mãe para mim. Ela me dava conselhos e cuidava de mim sempre que meu pai tinha que viajar.

Às duas horas, troquei de roupa - coloquei um shorts jeans desfiado na bainha e uma blusa branca de estampa de coração preto com as costas mais compridas -, já que estava muito quente, e uma rasteirinha, pois pretendia fazer as unhas do pé também. Peguei meu carro e fui.

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