Blood Moon (HIATUS) escrita por mity


Capítulo 10
O Baile




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Eu estava entrando no ginásio da escola com meu pai, e estávamos com os braços entrelaçados.

O ginásio estava uma graça, nem parecia nosso antigo ginásio de esportes: tinha mesas com cadeiras de um lado do salão, um bar com cadeiras na bancada, a pista de dança com piso preto e branco - fazia lembrar de discotecas dos anos 80 -, uma sala onde ficavam os casacos, e várias pessoas dançando, conversando, rindo.

Nós dois fomos levar nossos casacos na ala dos cabides, e ganhamos um cartão que tinha os números.

Fomos para a pista de dança, que tocava Feel so close, do Calvin Harris.

– Está muito linda, querida - meu pai me elogiou.

– Obrigada, pai. Você também.

Vi a Vic e o pai dela dançando no outro lado da pista, sorri para ela, e ela sorriu para mim.

– Quer algo para beber? - ele perguntou.

– Sim. Talvez um suco? - respondi.

– O.k. Eu já volto.

Então ele saiu em direção ao bar, e Vic veio falar comigo:

– Uau, garota! Você está arrasando!

– Olha quem fala! Está maravilhosa - retribuí.

– Preciso falar com você sobre uma coisa. - A expressão dela mudou de animada para séria.

– O.k, mas podemos falar depois? Este baile é muito importante pro meu pai, e ele vai ficar chateado se eu sair agora.

– Claro. Meu pai também tá me esperando. Nos falamos depois. - Ela deu um sorriso torto e voltou para o pai dela.

Meu pai já havia voltado com nossas bebidas. Peguei meu suco - que não sabia de que sabor era, mas parecia ser de polpa de maracujá - e dei um gole.

– Humm, que delícia. É de que? - Dei um outro gole no suco.

– De maracujá. Bom, né? Peguei um para mim, também - ele respondeu. - Sua amiga Victoria também está com o pai dela?

– Está, sim. Escuta, vocês dois não são amigos?

– Somos. Leonard e eu nos formamos juntos na faculdade de medicina. - Meu pai era médico no hospital particular da cidade. - Falando nisto, vamos até lá cumprimentar os dois? - ele sugeriu.

– Claro. Vamos.

Fomos até o dr. Carter e a Vic.

– Olá, Leonard. - Meu pai apertou a mão de Leonard. - Como vai?

– Oi, Mason. Quanto tempo, não?! Estou bem, e você? - Ele olhou para mim. - Olá, Lauren. Como está crescida, e bonita.

– Eu estou bem - respondeu meu pai.

– Olá, sr. Carter. Pois é, como o tempo passa...

– Oi, Victoria. - Ele olhou para Vic. - Como vai?

– Olá, tio Mason. Bem, e o senhor?

– Também. - Meu pai sorriu para os dois. - Temos que marcar de jantar um dia desses. Colocar a conversa em dia.

– Claro. - O pai de Vic tomou um gole de seu whisky.

– Vic, será que podemos conversar lá fora? - perguntei baixinho, enquanto os dois conversavam.

– Vamos. Pai, já voltamos - ela disse ao seu pai.

– Tudo bem. Mas voltem logo.

Passamos pela porta de saída, e fomos à um lugar onde ninguém conseguisse nos escutar.

– Olha, eu sei que talvez você fique chateada com o que eu vou dizer - ela começou. - Mas... Bem... Eu vi... Collin e...

– Você viu Collin e...? - repeti.

– Vi Collin e Clair hoje, juntos.

De repente eu vi tudo girar, e ouvi Vic dizer palavras para me reconfortar, mas tudo parecia distante.

Então era por aquilo que ele não queria que eu me aproximasse dele? Para os dois poderem ficar em paz? Sem eu para me intrometer? Não. Não podia ser. Aquela conversa de que eu iria morrer se me aproximasse dele era mentira. E pensar que eu acreditei...

– Só te contei isso porque não queria que você sofresse se visse os dois juntos. Eu sei que você gosta dele. - Ela me puxou para um abraço.

Segurei as lágrimas para não borrar a maquiagem.

– Obrigada - falei baixinho. - Pode me deixar sozinha um pouco, por favor?

– Claro. Te espero lá dentro. - Ela deu um sorriso e saiu.

Fui dar uma volta pela escola, e vi vários casais agarrados em paredes, dando beijos que parecia que iam sugar a alma da pessoa. Urgh.

Foi perto do refeitório que o vi. O homem de capuz preto. Em pé, olhando em minha direção. Comecei a dar passos lentos para trás, pois se eu corresse, ele poderia ir atrás. Ele foi vindo em minha direção, e eu na direção oposta.

Logo estava fora da escola, correndo pela rua, olhando para traz a cada 5 segundos.

Tropecei em algo - ou alguém - e caí.

Droga, pensei. Deixei que me pegasse, e agora só Deus sabe o que vai acontecer comigo.

Mas não era o homem de capuz preto.

Era Collin.

Agarrei o casaco dele, e falei sem fôlego, de tanto correr:

– Me ajuda a sair daqui, por favor.

Ele me puxou para junto de si e fomos correndo até o carro dele.

– Pode me explicar o que está acontecendo? - ele perguntou, enquanto estávamos dentro do carro.

– O homem de capuz preto. O mesmo que estava na estrada que eu achei que fosse você. Ele correu atrás de mim - falei com a voz trêmula. - Estou com medo, Collin.

– E o que faz você pensar que não sou eu?

– Eu tenho certeza de que não é você. Não sei como, mas tenho. - Fixei o nada.

– Obrigada. - Ele olhou para mim.

Olhei para ele e perguntei:

– Pelo o que?

– Por confiar em mim, mesmo quando eu disse para se afastar. Isso foi... muito legal da sua parte.

– Tudo bem. Talvez eu saiba reconhecer o que é certo e errado. E o que você está fazendo agora é errado.

Ele arqueou as sobrancelhas, e disse:

– Por que é errado?

– Bom, não quero ter problemas com sua namorada. - Olhei para minhas mãos soadas repousadas em meu colo.

– Namorada? Que namorada? Não tenho namorada.

– Se Clair não é sua namorada, é o que? Não vá me dizer que é sua prima, isso seria ridículo.

Ele deu um sorriso torto.

– Está com ciúmes?

– E por que deveria estar? Porque você me beijou e de repente está com outra? Ou porque talvez eu esteja... - Não consegui terminar a última frase.

– Ou talvez esteja o quê? - ele repetiu.

Abri a porta do carro.

– Esquece, só disse coisas que não deveria.

Mas antes que eu pudesse sair, ele me puxou pelo braço para um beijo.

Seu lábios eram quentes e macios, envolventes e irresistíveis. Ele meu envolveu com seus braços grandes e confortáveis.

Olhei para ele e ele sorriu, dizendo:

– Não se preocupe, desta vez eu não vou sair correndo.

Soltei um riso baixo, e respondi:

– Nem vai dizer que vou morrer?

– A gente dá um jeito. - Ele me beijou de novo, mas dessa vez com mais força. - Posso levá-la para casa?

– Não, obrigada. Tenho que voltar para o baile.

Lembrei do meu pai. Ah, meu Deus! Ele iria ficar uma fera.

– Eu te acompanho.

Saímos do carro e voltamos para a escola.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostadooo ;*