Blood Moon (HIATUS) escrita por mity
Já era quinta-feira de manhã, e eu estava na minha primeira aula, que era biologia. O sr. Stewart nos separou em duplas de meninos e meninas, sendo que não poderia ser menina com menina ou menino com menino. E para piorar meu carma, ele me colocou com Collin.
Droga.
O sr. Stewart nos deu um tempo para conhecermos melhor nossos novos colegas de mesa.
– Me desculpe por ontem - falei, mas baixo demais para ser ouvido pelos outros alunos.
– Poderia repetir isto? - ele disse, alto demais para só eu escutar.
– Não se faça de desentendido. Fui grosseira ontem e estou arrependida. Não me faça mudar de ideia.
– Tudo bem. Aceito suas desculpas. Podemos começar de novo? - Ele se virou para meu lado da mesa.
– Claro. Olá, meu nome é Lauren Vicentin. - Apertei a mão dele.
– Olá, me chamo Collin Donovan. - Ele deu um de seus sorrisos cafajestes, mas pela primeira vez, vi como ele era lindo. Como não percebi isto antes? - Então, senhorita Vicentin, me conte um pouco de você.
– Bom, tenho 16 anos, minha mãe, Nora Marin, morreu dois anos atrás num acidente, por isto moro com meu pai, Mason Vicentin, em um bairro pouco afastado daqui.
– Sinto muito a morte de sua mãe. - Ele fez uma pausa, mas continuou: - Mas, me fale seus passa-tempos.
– Meus passa-tempos? Bem, eu costumava caminhar com minha mãe nos fins de tardes, mas agora, em vez disto, fico em casa assistindo beisebol na TV com meu pai ou lendo um livro. - Baixei os olhos, para conter as lágrimas.
– Puxa, sinto muito.
– Não, não sinta. Me desculpe. É difícil para mim ainda.
– Tudo bem, eu entendo.
Eu estava encarando-o, e ele ergueu seus olhos para me olhar - com aquele sorriso cafajeste nos lábios carnudos, mas que me fazia pirar-.
– Você é linda.
– Obrigada - falei sem pensar no que dizer.
– Pena que não posso tê-la... - ele disse em tom melancólico, mais para ele mesmo do que para mim.
– Me desculpe, não entendi a última parte.
– Ah, esqueça. Bem, poderíamos ser amigos.
Eu estava com uma sombra de dúvida, mas sorri e respondi:
– Claro. Amigos.
– Poderia me passar seu número?
Passei meu número à ele, então o sr. Stewart começou a falar:
– Bem, vejo que já se enturmaram com seus novos parceiros. E também vejo que vocês não fazem a mínima ideia do que tem que ser feito. O trabalho de vocês é: as garotas estão grávidas - houve alguns murmúrios -, acalmem-se, é só um trabalho, não há nada de gravidez. Os garotos vão ser os pais, e vocês vão ter que relatar como é. Vocês tem duas semanas para terminar seus trabalhos. O relato que mais me for real, irei colocar em um mural. Nada de mandar seus pais fazerem. Eu vou saber aquele que for original ou não. Por isto, o quanto antes vocês começarem, melhor vai ser a nota.
E com isto, o sinal tocou.
– Parece que vamos ficar muito juntos nas próximas duas semanas - disse Collin, e cutucou meu joelho com o dele. Aquilo me causou um arrepio.
– É, vamos. - Dei um meio-sorriso.
†
Depois da aula, na minha casa, eu e Collin estávamos na mesa da cozinha, começando a escrever o relato. Nós quase não falávamos um com o outro, só para tirar dúvidas. Então eu disse, para quebrar o gelo:
– Hã... está gostando do trabalho?
– Sim, por enquanto está legal. - Ele soltou uma breve gargalhada.
– Do que está rindo? - Perguntei sorrindo.
– É que nós nem falamos nada, e o trabalho tem que ser feito em dupla.
– Tudo bem. O que escreveu até agora?
Ele começou a falar, com aqueles olhos negros sempre na minha direção. Deixei escapar um sorriso, e ele sorriu também, e me olhou nos olhos. Cheguei mais perto dele, coloquei minhas mãos em suas costas, e de repente tudo pareceu sumir.
"Eu estava em um lugar estranho, cheio de pessoas em selas. Parecia ser um tempo distante, pois os homens usavam roupas sociais e as mulheres vestidos compridos e rodados.
Em uma das selas, estava Collin - como assim? -, sentado no chão, cabisbaixo. Me aproximei dele, e parecia que ninguém havia me notado. Tentei falar, mas ele não olhava para mim. Tentei abrir a sela, mas ela nem se mexeu. Gritei na direção dele, mas nada adiantava. O que estava acontecendo? Onde eu estava? Quem eram aquelas pessoas? Aquele era Collin?"
De repente, tudo voltou a ser como era: eu estava ao lado de Collin, ele olhando para mim, e eu olhando para ele. Estávamos na cozinha da minha casa.
– O que aconteceu? - perguntei, assustada.
– O que você está falando? - ele perguntou, em tom de inocência.
– Você estava numa sela. Havia homens e mulheres em outras. Tinha guardas cuidando das portas. O que foi isso?
– Não sei do que está falando.
Mas tinha um brilho no olhar dele de que ele sabia sim o que estava acontecendo. E muito bem. Só eu não sabia.
– Você deve estar cansada e imaginou coisas. Só isso. Acho que está na hora de eu ir.
Ele recolheu suas coisas e se levantou, mas eu o impedi, dizendo:
– Não vá. Fique mais um pouco. Está cedo.
Ele olhou para mim, com um brilho estonteante no olhar, e respondeu:
– Só porque você está pedindo com delicadeza.
Dei um sorriso, e disse:
– Obrigada.
Nós dois subimos para o meu quarto, e eu falei:
– Isto é meio suicida.
– O que? - ele perguntou, olhando meu quarto.
– Trazer você para o meu quarto. A gente mal se conhece.
– Mas eu não sou um psicopata.
– Como posso ter certeza?
Ele se virou para me encarar, com aquele sorriso cafajeste, e se aproximou, até eu conseguir ouvir sua respiração.
– Porque psicopatas não fazem isto.
E ele me beijou. No início foi devagar. Ele me envolveu com seus braços - e percebi que eram fortes -, e eu coloquei as mãos em seu pescoço. Ele me levou até a parede, e roçou meu pescoço com o nariz, dando beijos. Olhei-o nos olhos, e ele se afastou, dizendo:
– Droga, não devia ter feito isso.
E saiu pela porta.
Fui atrás dele, gritando:
– Collin? Do que você está falando? Não devia ter feito o que? Me beijado? Por quê?
– Me desculpe, Lauren. Tenho que ir agora. Me desculpe, mesmo.
E com isto, ele foi embora.
†
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