Live until we die escrita por Alexa


Capítulo 7
Treinamento I


Notas iniciais do capítulo

Mais um porque fiquei muito tempo sem postar u-u



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As portas do elevador se abriram e eu sai de mãos dadas com Kyle. Nós usávamos um macacão preto completamente grudado ao nosso corpo. Os outros carreiristas nos encontrariam no lançamento de facas, onde eu iria mostrar o que sei fazer, e depois treinaríamos juntos e decidiríamos quem valia a pena ser chamado para se aliar a nós.

Holly e Blackburn estavam parados em frente aos alvos, juntos com todos os outros tributos ao redor. Uma mulher, a qual usava um macacão vermelho e justo, estava parada em meio a eles, nos esperando para dar algumas explicações. Eu soltei a mão de Kyle e nós corremos até eles. Nós estávamos atrasados, mais do que deveríamos. Mas não era minha culpa se Kyle ficou se enrolando enquanto comia sorvete.

– A Arena é traiçoeira – começou ela – Vocês podem saber lutar, mas muitos não fazem ideia de como procurar água e como sobreviver em problemas naturais. Eu sei que vocês viram que na maioria quem vence é o mais forte. Mas lembrem-se, quando estiverem com fome, terão que fazer armadilhas e caçar. Quando estiverem com sede, terão que buscar água. Quando estiverem com frio, terão que procurar abrigo. Então não descartem nossos treinamentos. Lembramos que estão sendo observados por idealizadores nesse momento. Não briguem. Terão muito tempo para fazer isso na arena.

Eu olhei em volta os procurando, e logo os achei. Em um andar superior ao nosso, protegidos por um vidro, estavam vários homens rindo e sendo servidos por avoxes. Revirei os olhos e voltei o olhar para os tributos.

Todos estavam muito confiantes, já procurando onde iriam treinar primeiro. Quando a mulher se afastou e nos permitiu treinar, eu fui direto para onde estavam guardadas as facas. Peguei cinco, segurando quatro na mão esquerda e uma na mão direita, a qual seria a primeira a atirar. Eu apertei um botão e os alvos acenderam, começando a se movimentar de um lado para o outro, pra frente e para trás. Eu encostei a ponta da faca em meu pulso e calculei a distancia rapidamente. Não tinha nenhum vento ali, então não precisaria contar com nenhuma inclinação. Atirei.

– Legal. – disse Kyle.

Eu observei a faca que havia acertado exatamente o lugar onde estaria o coração. Eu sorri e voltei a atirar as outras, acertando todas dentro do alvo, recebendo incentivos de meus aliados. Quando minhas facas acabaram, peguei mais cinco e as atirei, errando apenas duas.

– Você é boa – Disse Holly que procurava por algo.

– Vamos na luta corpo a corpo! – disse Blackburn, puxando Kyle consigo.

Eu e a outra garota nos aproximamos do “ringue” e os observamos lutar. Na maior parte do tempo Blackburn estava por cima, batendo a cabeça de Kyle no chão e lhe dando socos, mas quando Kyle conseguia dominá-lo, usava técnicas que eu nunca havia visto antes para deixá-lo imobilizado e frágil, pronto para ser morto. Os dois eram bons, afinal.

Antes de Holly mostrar o que podia fazer, nós paramos para observar os outros tributos. Chris, o tributo do Distrito três, só ficava na parte das armadilhas, montando coisas com madeiras e galhos, o que logo tirou nosso interesse por ele. Mas, para compensar, Larz parecia uma guerreira com sua espada. Ela arrancava a cabeça dos bonecos com facilidade e logo sua espada já estava cravada no peito de outro. Blackburn pareceu interessado nela e eu também, então resolvemos nos aproximar. Quando ela nos viu, parou de lutar e andou até nós.

– O que viram de tão interessante? – perguntou ela segurando a espada em forma de defesa, como se já estivéssemos na Arena, prontos para matar um ao outro.

Eu ri e olhei ela de cima a baixo. Ela tinha o corpo grande e bem definido, os braços musculosos como o de um garoto, mas não menos feminino. Seu rosto estava sério e suas mãos vermelhas de tanto apertar aquela espada. Seus olhos castanhos eram ameaçadores, e seus longos cabelos pretos estavam bagunçados, mas ela não parecia se preocupar.

– Queremos você como aliada – disse Holly – Se não for nossa amiga, será nossa inimiga. Você é boa, Larz, mas sozinha não sobreviverá por muito tempo. Não perca essa oportunidade.

– E Chris? – ela perguntou olhando para o garoto que estava sentado no chão.

– Ele não pode ficar conosco – disse Kyle, me surpreendendo.

Eu olhei uma pequena garotinha do Distrito 5 tentando lutar com outra bem mais velha do Distrito 10. Infelizmente, eu já sabia que ela não tinha chance alguma. Eu me afastei dos carreiristas e de Larz, que já estava começando a aceitar nossa proposta, e fui observar os outros tributos.

Sam, um garoto do Distrito sete lutava com um machado melhor do que qualquer outra pessoa que eu já havia visto. O convidei a falar com os outros, e logo ele já estava apertando a mão de Blackburn e aceitando a nossa aliança.

Quando o dia de treinamento estava quase no fim, Holly decidiu mostrar o que sabia fazer. Infelizmente, eu fui chamada para ser a companheira dela. Ela lutava, apenas isso. Não sabia como usar uma arma, então o seu destino dependia da força de suas mãos. Ela pulou sobre mim assim que o treinador daquela área autorizou, e ela simplesmente me destruiu. Eu tentava socá-la, mas ela não me deu nenhuma chance. A única vez que consegui atingi-la foi com meu joelho em seu estomago, o que fez ela urrar de dor por alguns segundos, mas o que não a impediu de socar meu olho com força. Eu tinha certeza que estaria roxo dali a algumas horas.

Quando eu já estava cansada demais para continuar, nós paramos. Recebi um olhar de reprovação de Kyle e mostrei a língua pra ele, indo beijá-lo em seguida. Sim, eu tinha causado a pior coisa do mundo. Havia conseguido me apaixonar por ele em questões de dias e ele por mim. Mas ambos sabíamos que apenas um poderia sair vivo, se saísse, então seria um romance sem um belo final, como os de contos de fadas.

– Então isso é sério? – perguntou Larz, fazendo com que nos afastássemos.

– O que é sério, garota? – perguntei me afastando de Kyle.

– Que vocês estão realmente juntos. Achei que era apenas para conquistar patrocinadores durante o desfile, e que só trocariam carinho dentro da Arena quando fosse muito necessário.

– Não, nem todos só pensam nos Jogos. Eu estou namorando com ele porque o amo, mesmo sendo um caminho sem saída. E eu quero aproveitar cada segundo ao lado dele.

– Paixão é algo mortal.

Eu olhei para Blackburn e ele riu. No nosso caso, era algo realmente mortal, e eu não gostava muito de pensar nisso.

– Vem, vamos lutar mais um pouco. – disse Holly nos puxando – Amanhã nós vamos nos dedicar mais a parte de sobrevivência, então não podemos perder tempo conversando hoje.

– Olha, Holly, você já acabou comigo – falei e ela sorriu, orgulhosa – Vá procurar outra pessoa para lutar. Eu vou dar uma olhada nos tributos.

Eu dei mais um selinho em Kyle e fui até Larz, que estava escolhendo com qual das espadas deveria aniquilar aqueles bonecos.

Apesar de ser assustador pensar que estávamos treinando para matar, não nego que era bom passar um tempo com aquelas pessoas. Eu era muito sozinha em meu Distrito, então qualquer forma de amizade me fazia bem.


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