POV Ally

Acordei com batidas na porta. Me levantei sonolenta e fui até a porta. Ao abri-la vi que eram Cassidy, Victória e Kyle.

–Bom dia - Eles disseram em uníssono

–Oi.

–Tome um banho, troque de roupa e nos encontre lá em baixo em meia hora. - Victória falou.

–Lá em baixo aonde? Tem tanto lugar lá em baixo.

–No salão.

–Tá.

Fechei a porta e tomei um banho. Fui até o enorme closet e procurei uma roupa. Coloquei um vestido rosa e fiz uma trança no meu cabelo. Procurei alguma sapatilha no closet, mas não achei nenhuma, então coloquei a mesma sapatilha que eu estava usando ontem. Havia uma maleta com maquiagem no meu quarto, lembrei de Victória me maquiando e resolvi tentar. Até gostei do resultado.

Desci as escadas e procurei o salão. Depois de alguns minutos eu o encontrei. Lá estavam Cassidy, Victória e Kyle, conversando e bebendo alguma coisa.

–Oi. - Falei me aproximando deles e me sentando em uma cadeira.

–Oi. - Todos disseram juntos. - Quer chá? - Victória perguntou.

–Não, obrigada. - Respondi com um sorriso. - Porque me chamaram aqui? E que horas são?

–São nove horas e primeiro: hoje vai começar seu treinamento, segundo: temos uma surpresa pra você. - Kyle disse.

–Treinamento?

–Para ser uma princesa. Vamos te ensinar a se comportar como uma, andar como uma, falar como uma. E também algumas outras coisinhas- Cassidy falou.

–E qual é a surpresa?

–Mais tarde você vai saber.

******

–Bom Ally, uma princesa tem que ter elegância, no andar, no falar, no jeito de ser. - Victória começou a falar. - E nós vamos treinar isso em você. Levante-se por favor. - Assenti e caminhei até ela.

Victória começou a me explicar algumas coisas sobre como agir em eventos e outros lugares.

Cassidy me entregou um livro e eu a olhei com uma cara confusa.

–Por que me entregou esse livro?

–Ally, uma princesa sempre anda com a cabeça erguida. Coloque esse livro na sua cabeça e ande pelo salão sem derrubá-lo.

Depois de uma meia hora, eu consegui dar alguns passos sem derrubar o livro. Alguns.

Depois de mais alguns minutos Cassidy andou até minha direção e tirou o livro da minha cabeça.

–Depois treinamos mais isso, Ally. Agora vamos ver se você consegue andar de salto alto.

Cassidy tirou de dentro de uma caixa um sapato branco de salto não tão alto, mas mesmo assim eu teria dificuldades para andar nele já que nunca usei um antes. Contei isso a Cassidy e ela me garantiu que não seria tão difícil. Ela me entregou o sapato e eu me sentei em uma cadeira para colocá-lo. Encarei meus pés por alguns segundos, dei um suspiro e me levantei. Com um pouquinho de dificuldade consegui me equilibrar. Cassidy me pediu para andar até o meio do salão. Dei o primeiro passo lentamente e me desequilibrei, e, por pouco não caí, então continuei andando. Dei o segundo passo, o terceiro, o quarto, o quinto, sem cair, o que me deixou bem animada, já que eu achava que não conseguiria dar nem um passo.

–Eu to conseguindo! - Falei dando um sorriso enquanto andava mais rápido do que antes. - Olha só, eu to conseguindo andar com esse salto. Eu achei que eu não ia conseg… - Sou interrompida de minha fala ao cair de cara no chão. - Ai.

–Ally você tá bem? Cassidy perguntou, enquanto ela e Victória corriam para me ajudar.

–Estou sim. - Falei. - Só bati com a cara no chão. Mas está tudo bem.

Kyle começou a rir e Cassidy olhou para ele com cara feia.

–A Cassidy, qual é, foi engraçado, você tem que concordar.

Ela balançou a cabeça negativamente e eu comecei a rir concordando com Kyle.

Depois de várias tentativas, e tombos, eu finalmente consegui andar normalmente com os saltos.

Tivemos que parar o que estávamos fazendo para o almoço. Seria a primeira vez que eu iria almoçar no castelo.

Ao me aproximar da enorme mesa que se encontrava na sala de jantar, fiquei com água na boca só de sentir o cheiro da comida. A mesa estava cheia de vários tipos de comida. O rei L...meu pai, estava sentado na ponta da mesa e do seu lado esquerdo, Brooke estava sentada, e, ao lado dela Austin estava sentado. Me dirigi até a mesa.

–Oi. - Falei enquanto um homem puxava a cadeira para eu me sentar.

–Oi filha. - Meu pai disse dando um sorriso.

–Oi Ally. - Austin disse sorrindo.

Brooke apenas me olhou e fez cara feia.

O almoço estava realmente uma delícia. Quando terminou de comer Brooke se levantou e disse:

–Papai vou sair para fazer algumas compras.

******

Depois do almoço Cassidy, Victória e Kyle voltaram a me dar dicas. Na verdade eu queria estar dormindo, já que dormi tarde na noite passada. Eles tiveram que repetir algumas coisas para mim porque está eu estava praticamente dormindo em pé.

–Ally! -Victória bateu na mesa na qual estávamos sentadas. Ela estava me ensinando como me comportar a mesa. - Preste atenção no que eu estou te falando! É muito importante ter modos a mesa.

–Desculpe. - Falei e olhei para o relógio. - já são cinco horas da tarde, não podemos parar por hoje e continuar amanhã? Eu realmente preciso descansar. Porque não marcamos horários para vocês me ensinarem as coisas que eu preciso saber? Assim eu aprendo as coisas e não fica tão cansativo.

–É uma boa ideia. Desde que você seja pontual. - Kyle disse e Cassidy e Victória concordaram.

–Mas se acham que eu esqueci da surpresa estão muito enganados.

Victória pegou uma caixa embrulhada com papel de presente e um laço grande em cima e colocou em cima da mesa que eu ainda estava sentada.

–Abre. - Ela falou.

Os três ficaram do lado da mesa me encarando. Puxei a fita do presente e rasguei o papel. Abri a caixa e dei um sorriso.

–Um celular? - Perguntei segurando o aparelho em minhas mãos. - Pra mim?

–Compramos especialmente para você. - Cassidy disse sorrindo.

******

Subi as escadas manuseando e encarando o meu novo aparelho celular. O problema é que eu não sabia como usá-lo e eu estava tentando descobrir como usar o aparelho. Ao seguir em direção ao corredor do meu quarto acabo esbarrando em alguém.

–Me desculpe. - Falei levantando. a cabeça e vendo que era Austin.

–Tudo bem.

–Ultimamente o que a gente mais faz é esbarrar um no outro. - Ele assentiu rindo.

–Ganhou um celular? - Ele perguntou olhando para o aparelho branco em minhas mãos.

–Não Austin. É um pedaço de tijolo não tá vendo?

–Há há. Você é muito engraçada sabia? - Ele falou sendo sarcástico.

–É meu primeiro celular e eu não sei como mexer nisto.

–Sério? - Ele perguntou incrédulo - Como assim você nunca teve um celular?

–Sabia que nem todo mundo tem dinheiro pra comprar um?

–Tá, foi mal. Quer ajuda? Eu te ensino a mexer.

–Sério?

–Sim. Vem. - Ele pegou meu braço e desceu as escadas, me arrastando junto. Eu quase cai umas 5 vezes tropeçando nos meus próprios pés.

Austin me levou pelos corredores do palácio, alguns os quais eu nunca tinha visto. Ele me levou para os fundos do castelo, onde tinha uma porta grande, branca e muito bonita. Após Austin abrir a porta pude ver que era um jardim. Não um jardim pequeno, simples ou mal cuidado. Era um jardim enorme, cheio de flores de várias cores. Ele era realmente muito bonito. Da porta, pude ver que no jardim, além de algumas árvores e das inúmeras flores, havia um balanço branco de madeira para duas pessoas sentarem juntas, outro balanço em outro canto, um pequeno lago com uma ponte de madeira, um chafariz. Em algumas partes haviam ladrilhos para caminharmos, como em volta do chafariz, onde haviam, também, alguns bancos. Fiquei paralisada observando aquele lugar, boquiaberta.

–Gostou daqui? - Austin me perguntou.

–Austin, aqui é lindo!

–Eu achei esse jardim ontem quando eu estava fugindo da Brooke. - ele disse enquanto caminhávamos pelo lugar. - Parece que ela nem sabe da existência desse lugar. Ou então se esqueceu. Ou não gosta daqui mesmo. Parece que sua mãe costumava ficar aqui. Continuam cuidando desse jardim, mas o rei não vem mais aqui.

–E como você descobriu tudo isso, Austin Moon?

–Eu sou muito curioso, então eu dou um jeito.

–Eu queria ter conhecido minha mãe. Quando ela morreu eu tinha um ano. Eu queria saber como ela era. Só vi uma foto dela, e o lugar estava meio escuro.

–Eu vi aquela foto. Sua mãe era muito linda. E você é muito parecida com ela. - ele falou dando uma piscadinha. Eu demorei alguns instantes para perceber o que ele quis dizer com aquilo e, quando percebi corei. O príncipe Austin Moon, noivo da minha irmã, está me cantando? Não, acho que estou ficando louca.

Ficamos conversando sobre vários assuntos, Austin me ensinou coisas básicas sobre meu celular e vimos o sol se pôr.

******

Eu estava correndo pelos corredores do castelo, com os sapatos na mão, fugindo de Austin que estava correndo atrás de mim. Quando chegamos ao salão Austin me alcançou. Me virei, rindo, em sua direção para falar algo, mas logo esqueci. Nós ficamos nos encarando e, admito que fiquei encantada com aqueles lindos olhos castanhos dele.

Ele foi se aproximando de mim, lentamente, mas foi interrompido de dar mais um passo devido ao susto que levou após a enorme porta que se encontrava no salão ser aberta e a voz de Brooke falando no celular ecoar pelo salão. Ela caminhou para dentro do salão seguida por um empregado do castelo carregando inúmeras sacolas, enquanto ela carregava só uma. O homem parecia estar exausto. Ela parecia estar reclamando sobre alguma encomenda que ainda não havia chegado. Ao avistar eu e Austin, Brooke me lançou um olhar raivoso e veio em nossa direção. Calcei meus saltos.

–Depois falo com você James. Agora eu preciso desligar. - Ela falou séria, curta e grossa e desligou o celular. - Austin meu amor, o que está fazendo aqui com essa garota?

–"Essa garota" tem nome e é Ally. E eu também sou sua irmã. - Falei.

Ela pigarreou.

–AUSTIN. O que você estava fazendo com a Ally? - ela pronunciou meu nome com desprezo.

–A Ally é minha amiga. E eu gosto da companhia dela. - ele disse intercalando seu olhar entre mim e ela e me lançando um sorriso, que eu retribui sorrindo minimamente, pois não queria deixar Brooke mais zangada do que estava.

–Tá tá, vamos Austin. - Ela o puxou pelo braço. - Você bem que podia ir para o meu quarto hoje, sabe, dormir lá, ou então fazer outras coisas, se é que me entende. - Pude ouvir ela sussurrando para ele, que arregalou os olhos e balançou a cabeça negativamente e freneticamente. Ri da reação do Austin.

Fui para o meu quarto e tomei um banho. Vesti uma camisola e me deitei, mas não consegui dormir. Me sentei na cama e avistei meu violão, o qual eu não tocava a alguns dias.

Peguei meu violão e comecei a tocar uma melodia, a qual eu havia composto a alguns dias atrás, porém ela ainda não tinha letra, eu ainda não tinha começado a compô-la.

Paro de tocar ao ouvir batidas na porta.

–Entra. - digo, achando que pode ser meu pai, Austin, alguém da minha equipe ou algum empregado do castelo me dando algum recado, mas estava enganada. Um arrepio percorreu minha espinha ao ver quem era.

–Acho que temos que conversar, não acha?

************************************************** Continua.