Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 3
Despedida




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Aquilo era muito mais do que um dia se permitiu sonhar. Bella estava adormecida a seu lado, ressonando em um sono tranquilo. Sentia a sua respiração compassada e contínua. Era um deleite olhá-la assim. Seus cabelos estavam completamente desalinhados e mais uma vez percebeu como ficava linda daquela maneira. Estava com os cabelos assim quando beijaram-se pela primeira vez, ela tinha pulado. Na ocasião fizera isso por ser a garota impulsiva e impudente que conhecera, mas houve uma segunda vez...

Decidiu não amargura-se com aquilo no momento, deveria estar bem quando ela despertasse. Aquele dia seria muito difícil, mas tinha esperanças de que melhorasse logo. Ela remexeu-se e aproximando-se de seu corpo. Damon enlaçou-a em seus braços e apertou-a contra si. Sentiu que ela acordava. Logo Bella olhava para ele com seu rosto delicado e sonolento.

– Não foi um sonho. – Disse.

– É melhor do que isso, amor. É verdade. – Ela sorriu.

Ele tinha conseguido arrancar-lhe aquele sorriso no meio de tudo aquilo e feito com que esquecesse um pouco das complicações que os importunava.

– Eu te amo. – Disse com ardor e beijou-o.

Damon lhe mostrara um pouco das delicias de se compartilhar os lençóis, mas sabia que existia mais e ela parecia com fome daquilo tudo. Aparentemente, para ela, ele também a queria tanto quanto ela o queria e se entregaram novamente as carícias e carinhos. Bella não pensava em nada a não ser naquela experiência fantástica. Estava com Damon e era a sua mulher, mas de repente lembrou-se dos tios e que havia muito que não se falavam. Percebeu que não sabia as horas e se estavam procurando por ela. Mas se estivessem saberia.

– Acho que preciso ir. – Disse de repente. Damon estava brincando com mechas dos seus cabelos e parou quando a ouviu.

– Por quê?

– Ainda era cedo quando saí. Meus tios não me ligaram desde então. – Falou agora se dando conta do acontecido. Era algo estranho.

– Mantive-os informados. – Disse simplesmente. - Nada o que se preocupar.

– Não? Eles sabem que estou... aqui? – Bella estava descrente.

– Bella, eles não sabem o que estamos fazendo, mas não ligo à mínima se souberem. – Ele acariciou seu rosto. – Tem a expressão culpada. Sente culpa por ter feito amor comigo? – Bella não tinha notado que franziu a testa e apressou-se em aliviar sua expressão.

– Não... Claro que não. Mas talvez seja melhor que eles não saibam. – Ouviu-se dizer de repente. – Agora? – Ela tentou ser brincalhona e ele sorriu com aquilo.

– Tudo bem, vamos preservar a inocência de seus tios. – Ele revirou os olhos da maneira debochada que sempre fazia.

– Tia Elena mata você. – Ele estreitou os olhos, mas mantinha certo vestígio de um sorriso nos lábios.

– Ela talvez sim. Vira uma ferra quando mexem com sua família. Vocês se parecem muito neste aspecto. – Bella viu que quando terminara a frase já não havia diversão em sua expressão ou no tom de sua voz, parecia novamente preocupado.

– Há algo que te preocupa.

– Você me preocupa. – O seu dedo gelado passeou pelos ombros nus de Bella.

– Eu estou bem. – E então um vinco surgiu em sua testa novamente. Bella puxou o lençol para cobrir seus seios e sentou-se. – Mas só continuarei bem se todos vocês estiverem a salvo. Amanhã Carlisle, Emmet e... – Bella engoliu em seco antes de continuar. – Edward... – Damon apertou os maxilares fazendo os dentes rangerem um pouco. – Eles estarão a caminho da Itália, estarão em perigo. Não saberemos o que lhes acontecerá.

– Alice nos dirá.

– Alice não me viu com os Quileutes. Ela não pode ver tudo. – Tornou-se um pouco mais ansiosa, algo que não sentira aquelas últimas horas com Damon.

– Não farão nada contra o Carlisle. Ele já esteve com os Volturi antes.

– Traição, essa será a acusação. – Bella continuou sem parecer levar em consideração o ponto de vista do namorado. – Vocês mantiveram uma humana próxima demais em suas vidas, sabendo dos seus segredos e da existência de seres imortais. Uma humana que pode gerar uma prole para vampiros. – Damon odiou saber que ela tinha razão.

– Eles foram convocados, Bella. – Damon agora ergueu-se também.

– Poderíamos ir todos nós. Protegeríamos uns aos outros. – Damon riu sem humor algum.

– Se fossemos todos, isso sim poderia ser interpretado como uma ameaça.

– Ficaríamos afastados. – Insistiu já sentindo os olhos arderem com a proximidade das lágrimas.

– Como se eles não ficassem sabendo. – Damon suspirou tentando manter-se no controle. Ela estava visivelmente nervosa e sabia que poderiam brigar. Ele não queria aquilo. – Eu sei que está muito preocupada, sei que... Sei que os ama. Mas eles não estão sendo condenados, não ainda.

Bella calou-se, sabia que eles não estavam sendo condenados, ainda. Ela estava com as mãos e pés atados, queria protegê-los, mas não tinha condições para isso. Tinha prometido aos tios que não faria mais nada imprudente, mas se nem isso os salvaria como Klaus lhe falou naquele pequeno delírio quando se afogava, o que poderia salvá-los da possível ira dos Volturi?

Foi estranho voltar para casa e ver seus tios. Ela tentava manter o pensamento de que eles não saberiam o que aconteceu na casa do Damon. Foram coisas que a deixavam febril só de lembrar. Damon era maravilhoso também na cama, ele sabia o que fazer, era atencioso e por incrível que parecesse, também mostrava que estava gostando do que ela fazia.

– Bella, sente alguma coisa? Está corada. – A tia a despertou e então sentiu-se corar ainda mais.

– Não, nada tia. – Stefan apareceu vindo talvez do andar de cima da casa.

– Quando quiserem. – Elena levantou-se e recebeu um beijo delicado nos lábios do marido.

– Podemos ir agora. – Respondeu. – Acho que todos já devem estar por lá. Alice está animada, Jasper conseguir aquele cantor foi incrível em se tratando de Forks.

– De qualquer forma, é uma despedida, tia. – Bella falou irritada consigo mesma. Sentia-se inútil.

– É um até logo. Os três não se demorarão por lá. – Elena aproximou-se e a levantou. – Acredite que tudo ficará bem. – Ela queria muito acreditar. – Vamos? – Perguntou sorrindo.

Eles seguiram para o Café, Bella tinha se afastado do lugar desde que retornara da viagem forçada que fizera com Klaus. O lugar estava sempre cheio agora e muitos conhecidos procuravam saber dela e da sua reclusão. Ela se esquivava de tudo, para protegê-los.

No entanto, minutos depois estava entrando no Café. Muitos rostos conhecidos a olhavam de volta, alguns indiferentes e outros um pouco surpresos. Tentou ignorá-los e deu uma olhada no ambiente. O lugar estava lindamente decorado e sabia que tinha todos os dedos da Alice naquilo. O dourado era mesmo a cara da sua miúda amiga vampira, o lugar estava repleto desta cor com bolas decorativas que desciam do teto e luminárias charmosas em lugares estratégicos.

– Bella! – Emily a agarrou em um abraço de surpresa.

– Oh! – Foi o que conseguiu dizer. Seu coração tinha dado um solavanco com o susto.

– Senti sua falta. Que bom que está aqui. – Bella sentiu-se mal com aquilo, pois Emily estava sendo sincera.

– Estou feliz em te ver.

– Bella, porque sumiu? – Foi a vez da Leah. Bella ficou surpresa por não ter reconhecido de imediato, ela parecia um pouco mais alta e seus cabelos estavam crescidos e repicados.

– Leah você está diferente.

– Mudei o visual.

– Está linda. – Bella sorriu.

– Obrigada. – Piscou. – E o Damon, não vem? – Ela olhou para os lados e Bella fez o mesmo notando que os tios já tinham se afastado.

– Ele já está chegando. Emily, você e o Mick ainda...

– Ah sim, estamos juntos sim e tenho que te contar tanta coisa. – Falou maliciosa rindo junto com a Leah. Bem, ela tinha se afastado, mas estava ali novamente com elas e sentia-se bem. Isso a preocupavam, não poderia permitir tanta proximidade com a sombra dos Volturi em sua vida.

Mick chegou em seguida e também mostrou-se feliz e receptivo à Bella. Por um momento estavam ali como antes, uma roda de amigos. Bella inda não tinha conseguido falar com os Cullen quando Riley apareceu. Quando ele entrou, Bella notou que o amigo parecia diferente. Não conseguiu perceber do que se tratava, mas ele estava diferente. Acompanhado dele, estava o seu tio jovial, ainda usando a sua jaqueta.

– Você... – Riley a abraçou apertado e longamente.

– Riley. – Falou em seu ouvido.

– Bella você sumiu. Não saía, não queria que eu fosse te ver. – Ele a olhou preocupado.

– Eu só... – Bella não sabia o que dizer, não diante dele, de seus olhos tão sinceros e preocupados.

– Você está bem?

– Sim, estou. – Era o que dia todas as vezes que ele ligava. Mas Riley estava analisando o seu rosto e depois pareceu procurar por algo em seu corpo. Seu olhar a percorreu inteira. – Riley, o que há?

– Promete para mim que falaremos em outro lugar. Pode ser naquele lugar em que íamos antes. – Sim, ela lembrava. Eles costumavam conversar por horas vendo a cidade inteira. – Tudo bem, Bella? O quanto antes melhor.

– Tudo bem. – Riley estava tão ansioso que não poderia negar. – Ligarei para você. Amanhã, certo?

– Certo. – Ela o abraçou novamente e viu Damon entrando. Ele também viu o abraço, ela sabia que ele poderia fazer uma cena. Estava preparando-se caso seu namorado vampiro quisesse aprontar alguma enquanto ele se aproximava.

– Senhoritas. Senhores... – Ele cumprimentou a todos se demorando ao olhar para Riley que ficou tenso no mesmo instante. As meninas como sempre se derretiam por ele, mas aquilo parecia já natural.

– Perguntamos por você há poucos instantes. – Emily falou. – Andou tão sumido quanto a sua namorada.

– Os reclusos do amor. – Damon piscou para as meninas e beijou o rosto de Bella.

– Há certos tipos de homens que são possessivos... – Riley de repente falou.

– Essa é a parte em que me sinto incluído ao seu grupo imaginário de homens possessivos? – Damon sorriu forçadamente. Bella olhou para Riley como se ele fosse um estranho.

– Nem todos são tão cegos por aqui. – Riley estava louco? O que ele queria com aquilo?

– Riley você não sabe o que esta falando. – Bella disse.

– Você acha que eu não sei. – Bella ficou surpresa com a expressão selvagem que viu no rosto do amigo. Era um misto de raiva e angustia.

– Que tal começar a manter a língua por detrás dos dentes, ou logo não terá dentes para fazer isso. – Damon estava imóvel, seu corpo mesmo assim parecia ameaçador.

– Imagino que queira e possa fazer isso, mas talvez não seja tão fácil como imagina. - Damon sorriu maliciosamente.

– Não quererá saber. – Sem se despedir ele deixou o grupo.

– Riley, você foi muito inapropriado. Acha mesmo que Damon não me deixa vê-lo? Isso é um absurdo. – Bella nem sabia como poderia expressar o seu espanto com tudo aquilo.

– Conversaremos amanhã, você me prometeu. – Bella então entendeu o que estava achando diferente no amigo. Ele parecia mais velho e mais sombrio.

– Não sei se quero conversar com você. – Bella voltou a ser a garota birrenta e também afastou-se depois de dar um breve até logo para os outros três que pareciam tão espantados como ela.

Ela procurou por Damon, mas encontrou a Alice e Jasper. Ela os abraçou e Alice tranquilizou-a sobre o que tinha acontecido. Nada mais do que ciúmes, ela dissera. Damon estava com Stefan que lhe dava algo quente para beber.

– Alice, Jasper… Porque não podemos ir também? – Entrou no assunto que a atormentava.

– Bella, Carlisle já está indo com Edward e Emmet, tudo ficará bem. Clãs grandes podem trazer desconforto para os Volturi. – Jasper respondeu.

– Eu não vejo nada ruim.

– Mas o que você vê? – Bella perguntou à Alice.

– Até agora, Aro pergunta sobre a morte de Klaus.

– E sobre mim?

– O vampiro que nos viu não notou sua presença, Bella. – Jasper respondeu.

– Mas Aro saberá, quando ele tocar nos três ele saberá sobre você. – Bella estava consciente do dom de Aro e isso o que Alice acabara de dizer a inquietou ainda mais.

– Então não devem repetir que está tudo bem, por que não está. Estão todos me fazendo de tola e a única coisa certa a se fazer é irmos a Itália enfrentar isso todos juntos. – Bella estava irritada com a maneira que os outros tratavam do caso. Estava óbvio para ela que a queriam poupar.

– Bella, querida. – Esme a abraçou. Tinha certeza de que alguns clientes tinham ouvido o seu alarido de raiva, claro que sua família vampira também ouviu. – Não quer sentar um pouco e beber alguma coisa? – Esme lhe perguntou, mas foi à Carlisle ao seu lado que se dirigiu.

– Pode me dar certeza de que voltarão? Todos vocês?

– Não, Bella. – Talvez ele tenha sido o único completamente sincero, mas a verdade era que não queria ter ouvido aquilo. E sentiu seu coração esmagado.

– Bella eu posso acalmá-la. – Jasper falou solicito.

– Não. – Respondeu imediatamente, as lágrimas queimando em seus olhos, buscando uma brecha para se derramarem.

– Venha comigo. – Carlisle pegou-a pelo braço e a guiou.

Percebeu que ele a estava levando em direção a uma das mesas. Edward estava sentado lá, mantinha os braços até os cotovelos por cima da mesa apoiando-os. Os dedos estavam entrelaçados e mantinha o olhar vago e fixo em um ponto imaginário, ele mal parecia estar ali. Quando pararam diante dele, seus olhos moveram-se lentamente até o seus olhos.

– Bella, porque não faz companhia ao Edward um pouco? – Edward assentiu vagamente. Carlisle beijou Bella nos cabelos e afastou-se.

– Não quer sentar? – Bella de repente, sentiu-se como a menininha que andava sempre aprontando e era pega em flagrante pelo Edward que estava sempre disposto a ter conversas sérias com ela. Bella sentou-se automaticamente.

Edward ainda a olhava, mas agora parecia mais consciente da sua presença. Bella estava com saudades dele, mas ainda muito magoada e irritada com tudo. De repente viu-se chorando. Edward pegou-lhe nas mãos apertando-as, acariciando-as.

– Bella. Não… - Edward limpou suas lágrimas com seus dedos longos e finos. – Não chore por isso.

– Carlisle disse que não sabe se voltarão. Quero ir com vocês.

– Não. – Disse sem pestanejar. – Já tivemos muito de seu sacrifício. – Edward não conseguiu evitar um esgar ao se lembrar de Bella nos braços de Klaus. - Até aonde eu puder não sofrerá mais.

– Não pode impedir. – Ele sorriu e beijou-lhe as mãos. Ele não lhe respondeu isso, esperava por uma resposta assim. - Desculpe-me por antes, no penhasco. Eu... – Não sabia o que dizer. Estava louca de dor e desespero. – Amo tanto vocês...

– Bella... – Sentiu a pressão que lhe fez na mão. Edward estava tentando manter-se tranquilo, mas Bella o conhecia muito bem. – Eu... – As palavras estavam presas em seus lábios, mas Bella sabia o que ele queria dizer. “Eu te amo.”

– Chegou a hora! – Alice apareceu sorridente. Ela estava se esforçando para manter o clima menos pesado, mas ela também estava tensa sob aquela camada de confiança que transparecia.

– Hora do que? – Bella perguntou.

– Mraz. – Emmet trazia três cadeiras em suas grandes mãos com facilidade. Ele sentou ao lado de Edward com Rosie e Alice ao lado da Bella.

Era o momento esperado por todos. A divulgação tinha sido pesada durante a semana, mas o resultado tinha sido ótimo. O lugar já estava abarrotado de gente. Bella olhou em volta procurando por Damon, não o encontrou.

Jasper foi para o pequeno palco improvisado para anunciar seu convidado. Muitos gritos foram ouvidos quando ele falou, Bella achou que ficaria surda e então Jason Mraz subiu ao palco. Mais gritos e gritos até que ele conseguiu falar alguma coisa, agradecer aos Cullen, dizer que o público era lindo e começou a cantar e tocar em seu violão sendo acompanhado por todos. Jasper também conseguiu uma cadeira e sentou ao lado da companheira a abraçando.

A música que preencheu o ambiente era melodiosa e romântica. Enquanto ele cantava, Bella corava ao sentir os olhos de Edward tão carinhosos e esperançosos fitando-a. Como ela poderia suportar aquilo sem enlouquecer? Preferiria morrer a magoá-lo. Ela o amava tanto, mas Damon era o seu companheiro. Damon? Onde estaria?

Ela forçou-se a novamente procurar Damon no meio das pessoas, foi quando viu Stefan e ele caminhando entre toda aquela gente. Stefan acomodou-se em uma cadeira em que a Helena, Esme e Carlisle se encontravam. O serviço do Café estava por conta de um pessoal contratado especificamente para aquela noite. Bella vincou a testa, Damon parecia relutante em sentar e estava muito sério.

– O que está acontecendo lá? – Perguntou para Edward.

– Só estão conversando.

– Não... Diga o que é? – Bella olhou para Edward pedindo que ele falasse a verdade.

– Parece que Damon foi indelicado com o Riley. – Edward respondeu.

– Seja mais especifico. – Ficou com o pé atrás. Sabia que Damon não teria engolido a afronta de Riley mais cedo.

– Trocaram algumas ofensas. Bella não se preocupe.

– Tenho todos os motivos para me preocupar quando me pedem para não me preocupar. – Edward sorriu e ela amou aquilo. Olhou novamente em direção ao local em que Damon estava e ele estava sentado bebendo algo. Com dificuldade, por causa dos grupos formados para ver o cantor, Bella foi até Damon.

– Vem comigo? – Ela o chamou, não queria ter que falar com ele no meio de tanta gente e barulho. Damon de uma vez engoliu a sua bebida e levantou-se seguindo-a até o lado de fora do Café.

– O que? – Damon foi ríspido, Bella notou que ainda se tratava de Riley. Seus olhos estavam quase negros, o que não era nada bom.

– Precisa parar de se deixar influenciar pelo Riley.

– Preciso que parem de ficar tagarelando sobre como estou errado.

– Brigaremos novamente por causa de uma bobagem? – Aquilo era de enlouquecer Bella.

– Não, brigaremos por causa do seu ex-namorado apaixonado que deu para se fazer de espertinho.

– Podemos parar de fazer isso? – Ela fez um gesto indicando os dois. – Estou cansada, Damon. – Damon suspirou profundamente e passou as mãos pelos cabelos, então a abraçou e beijou todo o seu rosto. Ela o abraçou forte enquanto recebia o carinho. – Isso parece bem melhor. – Damon sorriu em seu pescoço e a olhou agora totalmente transformado. – O que está pensando?

– Você sabe em que estou pensando. – Falou malicioso e beijou seus lábios.

– Damon... – Bella correspondeu ao beijo até que algo em sua mente estalou. – Não pense. – Falou afastando ele de si, mas já era tarde. Edward estava passando feito bala por eles. – Ed! Ed! – Bella o chamou e começou até a segui-lo, mas Edward não lhe deu atenção e foi embora em seu carro. – Como pôde fazer isso?

– Acha que fiz de propósito? Tenho como meta de vida machucar os sentimentos do Edward. – Falou debochado.

– Você é mesmo impossível. – Bella virou-se e foi embora.

– Para onde achar que vai? – Ela não respondeu e continuou a sua caminhada para casa. Ela sabia que Damon a seguiria e foi o que ele fez, de longe dando o espaço que ela exigiu com o seu olhar ofendido.

No dia seguinte Bella foi a casa dos Cullen com seus tios e procurou por Edward. Ele desceu para vê-la, os olhos estavam distantes. Houve um momento de silêncio constrangedor. Edward colocou as mãos nos bolsos, estava claro que não começaria a falar.

– Ed, preciso falar com você. – Ele aquiesceu brevemente, mas ainda não disse nada. Bella puxou sua mão direita do bolso e a manteve entre as suas. Edward apertou os lábios, daquela forma que ela entendia bem. – Só nós dois. – Pediu.

– Venha. – Ele seguiu com ela até o carro e ele a levou até uma distância da casa. – Aqui eles não escutarão. – Ele tinha desligado o carro, mas ainda não olhava para ela. Bella tocou levemente em seu rosto e o fez olhar para ela.

– Sinto muito que tenha descoberto assim. – Ele abaixou os olhos. – Ed, eu jamais ia querer te magoar.

– Talvez seja inevitável. Não se desculpe. – Ele se afastou olhando novamente para o horizonte. – É claro que não comentarei nada com ninguém...

– Eu não estava preocupada se faria isso, estou preocupada com você.

– Bella, não precisa, não algo que você tenha controle. Meu coração partido não é culpa sua. Estou partindo para a Itália e talvez... talvez seja o melhor que devo fazer. Vamos resolver tudo isso com os Volturi e a minha ausência faça bem para o seu coração e o meu.

– Não! Não fará bem porcaria nenhuma! – Bella respirou fundo para se acalmar. – Só se você quiser mesmo ficar longe de mim, só se estiver tão magoado assim...

– Estou magoado, tanto que nem consigo mensurar. Saber disso lhe fará bem? Claro que não, mas agora você sabe, porque sempre faço o que você quer. Mas talvez dessa vez eu deva ir e quem sabe me demorar... – Edward segurou no volante apertando tão forte que ela viu os nós dos seus dedos ficarem ainda mais brancos e ela já estava chorando.

– Eu sinto tanto... Eu sinto ainda mais porque sou tão egoísta e a verdade é que não quero que vá, se aceitasse fugir comigo nós iriamos para bem longe. - O rosto de Edward lhe mostrava a sua surpresa quando finalmente olhou para ela. - Nós podemos sair de Forks.

– Você odeia mudar de cidade. – Ele a lembrou.

– Odeio ainda mais que estejam em perigo e longe de mim.

– Está sendo tão irracional.

– Eu sei. – Ela sorriu triste. – Eu te amo, mas parece que te magoo e parece que está querendo mesmo ficar longe. – Ele não respondeu. – Se tem que ir, por favor volte... Volte pra mim Edward. – Com os olhos suplicantes dela ele não conseguiu se refrear.

Houve uma sensação estranha em seu coração e Bella percebeu o quanto Edward estava perto. Edward aproximou-se ainda mais dela.

– Sempre faço o que você pede. – Bella sentiu sua respiração alterar-se por conta daquele momento. Ele a beijaria? Ela estava em expectativa? – Sempre faço o que você pede.

– Nem tudo... Você é um vampiro moralista. – Ela tentou brincar com a situação, ainda não sabia no que iria dar. Sabia?

– Mas volto para você sempre. - Os lábios de Edward tocaram os seus delicadamente, ele havia fechado os olhos, mas ela estava muito assustada o que a fez arregalar os seus ainda sem acreditar. Edward afastou-se e olhou em seus olhos. – Volto por isso... – E voltou a colar seus lábios nos dela. Bella sentiu um misto de dor e terror, aquilo estava muito errado e certo. Edward a segurou pela nuca e investiu novamente com os lábios entreabertos em um beijo mais molhado e profundo. Ela fechou os olhos, sentindo-se lacrimejar, seu coração batia acelerado. Não, ele não era Damon, era Edward. Edward Cullen... – Seus pensamentos se perderam aí. Ele a afastou e olhou em seus olhos, estava aparentemente muito emocionado. – Voltarei por você e por isso. – Ele acariciou seus cabelos.

– Devemos... devemos ir, vão perder o voo. – Ele assentiu sorrindo. Ela não sabia o que dizer, deveria processar o que tinha acabado de acontecer. Ela amava o Damon, isso era óbvio e tinha acabado de beijar outro. Estava ferrada.

Edward a levou de volta para a casa dos Cullen e lá se despediram. Damon não tinha aparecido, estava fazendo aquilo ainda por causa da noite passada e ela pensou que talvez tenha sido melhor. Bella não queria chorar, mas não conseguiu manter a promessa que fez a si mesma e Edward a abraçou apertado repetindo que voltaria para ela.


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