Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 23
A Reunião


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Vamos a mais aventuras.



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– Seja bem-vinda! – Helena a recebeu de braços abertos e logo pegou a sobrinha pela mão para mostrar todos os cômodos da casa em que morariam por um tempo.
Bella abraçou Esme e Alice que estavam na cozinha.
– Só queria que você se afastasse um pouco da influência daquela bruxa adolescente para que eu possa voltar a ver você. – Alice resmungou. – Estou cega, isso é péssimo. – Não era péssimo para Bella que andava fazendo coisas que não receberiam a aprovação de nenhum deles ali.
– Oi. – Edward falou atrás dela. Bella virou-se e deu de cara com o Edward que ainda não havia se acostumado. Aquele olhar intenso e explicito. Ele nunca tinha sido tão explicito assim. Bella sorriu corando.
– Vamos Bella, venha ver o resto da casa. – Helena a chamou.
– Hey. – Edward segurou a sua mão para que não fosse ainda e beijou-lhe o rosto delicadamente bem próximo aos lábios. Todas as três vampiras viram aquilo e o ambiente tornou-se silencioso ao extremo. Bella praticamente correu para fora da cozinha.
Na sala Damon tentava ignorar a presença de Edward naquela casa, ainda mais do jeito que ele estava, então chamou o seu irmão para falar. Damon estava encostado na parede com os pés e braços cruzados.
– O que foi?
– Precisamos conversar. Todos nós. – Damon respirou fundo. – Quando ela descansar um pouco, comer...
– Pensei que tivessem saído para comer.
– Pois é, não aconteceu.
– E o que aconteceu? – Stefan já não estava gostando do rumo da conversa.
– Vamos apenas esperar por ela, ok? – Damon saiu, indo direto para o andar de cima onde as duas estavam.
– Esse é o seu quarto. – Bella olhou brevemente ao redor, sem se ater a qualquer detalhe. – O que há, Bella? – Sua tia percebeu o seu desinteresse.
– Pensei que as mudanças tivessem acabado em Forks. De verdade pensei isso. Estou um pouco cheia de casas novas, quartos novos, pessoas novas. Tudo é momentâneo, passageiro. – Bella sentou em sua mais nova cama acolchoada. – Não poderemos ficar aqui por muito tempo. Gostaria de ficar até me formar.
– Podemos fazer isso. – Helena parecia frágil em sua tristeza. Ela abraçava a si mesmo. – E nós não somos momentâneos em sua vida.
– Não é um clima muito propicio a vocês.
– Isso não tem importância. – Damon cortou. – Porque não toma um banho, relaxa e deve comer um pouco.
– Esme fez algo delicioso. – Helena tentou animá-la.
– Vamos, faça isso. – Damon deu tapinhas nas laterais de suas coxas e depois beijou brevemente seus lábios. Bella levantou-se e levando algumas coisas, dirigiu-se ao banheiro.
– O que está acontecendo, Damon?
– Lembra quando sacrificou-se para que eu não machucasse a sua família nem o Stefan e depois como você começou a distrair a Katherine para que ela relaxasse o seu dom quando fomo atacados por ela? Nós estávamos imobilizados, esse era o dom dela. E ela nos torturava para que você visse.
– Sim. Eu lembro de tudo isso.
– Esses genes foram herdados. A impetuosidade, a determinação, só que em sua pequena sobrinha é algo escandalosamente mais potente. Você sabe do que eu estou falando. Naquele dia, tivemos um coração arrancado, o de Katherine, e o meu foi destroçado. Se as perdas forem parecidas, talvez saiamos ganhando. – Damon pôs as mãos nos ombros de Helena. – Vamos conversar quando ela terminar.
– Eu entendo... – Helena percebeu que uma grande decisão foi tomada por Bella e que ela pensava fazer algo. Era típico dela, a sua sobrinha não deixaria o Sebastian Bellamy por aí sem pensar em algo.
Bella desceu as escadas e viu que seus tios, Damon e Edward estavam na sala. Pareciam conversar em voz baixa, todos muito concentrados. Bella viu a bela adega que seus tios haviam adquirido e com um sorriso satisfeito foi até lá servindo-se de um Martini.
– Bella, porque não vem comer um pouco? – Alice a chamou. Ela foi para a cozinha e voltou a ver as duas ainda no mesmo lugar de antes.
– Preciso de gelo. – Ela caminhou até a geladeira sob os olhares das duas vampiras. Sem se importar, pôs o gelo em sua bebida e experimentou. – Bom.
– Não havíamos superado essa fase? – Alice falou preguiçosamente, não a repreendendo de verdade, somente alertando. Bella sentou à mesa antes de responder.
– Ainda estou na adolescência. – Ela falou baixo como um segredo.
– Ás vezes esquecemos. – Alice rebateu sorrindo.
– É verdade. – Esme confirmou.
– E como posso superar isso se meus tios e vocês adoram ostentar uma adega em toda a casa que moram? Além de vê-los sempre bebendo. Isso não foi muito bom para a minha formação.
– Bebemos um pouco mais por causa do nosso metabolismo. Mas quem vai dizer que você está errada? – Alice parecia mais tranquila, aquela velha amiga animada de antes.
– Vou servi-la.
– Não precisa, Esme. – Mas ela já havia começado.
– Porque não me conta sobre a escola? Gosta das aulas? E as garotas são chatas? Os meninos são gatos? – Bella não conseguiu evitar rir.
– Estou adorando, eu me sinto o tempo todo ocupada, pesquisando e aprendendo. As garotas são como todas as outras escolas, há aquelas legais e as não tão legais, assim como os garotos e posso incluir o irmão da Rachel nesta categoria, pelo menos até agora. Mas, apesar disso, mesmo os garotos não tão legais, há muitos gatos na escola. – Foi a vez da Esme rir. E o prato de Bella já estava enfeitado e perfumado. Bella havia começado a comer.
– E o que vai fazer, pretende se formar...? – Alice interrompeu a pergunta e ficou parada com os olhos vagos. Fazia tempo que não via aquele olhar, mas ela sabia do que se tratava. Aos poucos notou o olhar da amiga voltar a ter foco.
– Algo importante, Alice? – Esme perguntou ao seu lado.
– Sim, mas podemos esperar a Bella terminar. – Bella não muito convencida esforçou-se por terminar o mais rápido possível o seu jantar enquanto as vampiras em sua frente conversavam com ela.
Bella imediatamente lavou a louça, ela estava curiosa sobre a visão da Alice e pretendia pergunta.
– Podem vir a sala? – Damon chegou no momento em que ela faria a pergunta. Ela foi com todos para a sala achando que o seu namorado falaria sobre seus planos para todos ali.
Todos pareciam curiosos, mas tranquilos e assim acomodaram-se como puderam. Edward era o mais agitado, ele estava sentado com o corpo um pouco debruçado para frente apoiado pelos cotovelos sobre suas pernas. Bella notou que ele esfregava vez ou outra as mãos. Já deveria saber sobre o que Damon falaria e até já sabia sobre a visão da Alice.
– Bella e eu acabamos de nos encontrar com o híbrido. – Stefan ia falar, mas Damon pediu que ele esperasse. – Lamento ter feito isso sem falar com vocês antes, mas vocês não seriam a favor e talvez um conflito desnecessário fosse criado e então talvez não saberíamos o que sabemos agora.
– E o que vocês sabem? – Helena perguntou parecendo muito mais calma do que o Stefan.
– Uma parte da história dele, provavelmente poetizada por ele.
– Nos diga. – Helena pediu.
– Marcus topou com essa humana viúva e geradora que já tinha um filho do casamento anterior. Eles se apaixonaram e ele escondeu a existência dela para os outros, mas descobriram. Os Volturi o obrigaram a se afastar o que é óbvio que não foi obedecido. Ela engravidou, teve o hibrido e sabendo que ele não tinha seguido os conselhos da corte, obrigaram-no a matá-la. Ele o fez e escondeu o seu filho. Logo depois o irmão de Sebastian Bellamy implorou para ser transformado por Marcus, ele o fez. Desde então, digamos que, eles fazem uma dupla interessante pela eternidade.
– Marcus sabia o tempo todo sobre o filho? – Stefan estava meio de boca aberta.
– Exato. – Damon confirmou. – Bem, mas não pedi que nos reuníssemos aqui para falar apenas isso. – Bella viu aquele sorriso debochado nos lábios de Edward. Aquilo não era muito mais a cara do Damon? – Bella precisa falar com vocês. – Damon a chamou com a mãos.
– Porque me sinto como se estivesse prestes a apresentar um trabalho final da escola? – Bella tentou brincar ao levantar-se e segurar a mão firme de Damon. – Porque não pode dizer essa parte também? – Ela falou apenas para ele, mesmo sabendo que os outros podiam escutá-los.
– Eles precisam ouvir de você, é o seu plano. – Ele piscou.
– Teremos mais um plano? Envolve mortes fajutas? – Stefan parecia tenso. Damon ia dar espaço para ela, mas Bella o segurou ainda mais firme e ele ficou ao seu lado.
– Eu não pretendo morrer dessa vez. – Ela afirmou. – Mas pretendo matar os Volturi.
– Bella, de novo com isso? Você fala em mata-los como se não fosse mais aquela menina que sentia empatia pelas pessoas. – Helena não entendia como a sobrinha podia ter tais pensamentos. Era totalmente diferente da Bella que levou para Forks.
– Isso não tem nada a ver com empatia. Se continuarmos sentindo isso por eles, não ficaremos juntos. Nós que morreremos, é questão de sobrevivência. Eu, nós temos motivos para quere-los mortos. É questão de tempo para que eles descubram que estou viva. Mesmo que um dia eu me transforme, isso não valerá de nada. Eles irão querer nos destruir, antes disso devemos destruí-los. – Bella fez uma pausa olhando para todos os rostos ali. Eles pareciam surpresos, mas consideravam as suas palavras. – Marcus escondeu dos Volturi a existência de um filho hibrido. Os Volturi temem a nova espécie. Se tudo der certo, teremos menos um Volturi para nos preocupar.
– E quanto aos outros? Todo resto da guarda? – Esme perguntou.
– Podemos cuidar deles também.
– Simples assim? – Stefan parecia incrédulo.
– Não tão simples, mas podemos.
– Como? – O tio insistiu.
– Verbena. Considerei isso, mas pode ser outra coisa. Estariam fracos, acabaríamos com eles com mais tranquilidade.
– Pretende usar o clã dos Black? – Era a primeira vez que Bella ouvia a referência da família Black como um clã, mas eles eram algo do tipo mesmo. Edward falou aquilo apenas por pura curiosidade, Bella notara que ele não estava mostrando resistência com a sua ideia como os seus tios.
– Não diretamente, apenas na preparação da verbena. Elas não irão enfrenta-los, não permitiria que se machucassem.
– E quanto a você? – Ele continuou e dessa vez parecia mais do que curioso. – Pretende enfrenta-los cara a cara?
– Sim, eu irei. – O seu tom de decisão não deixava dúvidas e Alice que antes estava cega por conta das bruxas Black, agora tinha uma nova visão. Edward que antes parecia aceitar bem tudo aquilo, levantou irritado.
– Não. – Foi apenas o que disse quando alcançou a janela olhando para a rua tranquila lá fora. Alice parecia pálida e calada.
– O que viu, Alice? – Helena perguntou ansiosa.
– Eu aceito tudo o que disse. – Edward estava de volta ao ciclo da reunião, de frente para o casal em pé. – Quer a destruição dos Volturi, podemos dá-la a você, ou tentarmos. Também acredito que só assim poderemos viver em paz, porque mesmo que eles tentassem me confundir e esconder seus pensamentos, captei que eles não poderiam fazer nada de bom contigo. Eu só não permitirei que você vá. E espero que concorde com isso. – Ele falou para Damon.
– O que a Alice viu? – Damon perguntou.
– Eu irei com vocês, eu quero estar lá e acredito que vá fazer alguma diferença. – Bella continuava decidida.
– Damon, não permita isso, não fique do lado dela nesse ponto. – Edward insistia.
– Eu não mando nela, camarada. – Damon disse, mas não em tom jocoso, mas um pouco derrotado.
– Deveria. Alguém deveria. – E então ele olhou para os tios de Bella.
– Edward, você está sendo indelicado. – Esme o repreendeu.
– Você tem que nos dizer o que acontecerá. – Stefan falou ignorando o acesso de raiva do seu amigo. Edward riu amargo, Damon segurou em seu ombro com uma mão firme.
– Diga.
– Bella confronta os Volturi, eles decidem matá-la. – Edward começou.
– Depois só vejo a Bella, ensanguentada. Jane a pega. – Damon retira a mão do ombro de Edward parecendo abalado.
– Jane? Como assim, Alice, não está claro. – Bella sentia que o jogo estava sendo revertido e que eles depois dessa não a deixariam ir.
– O que mais você quer? – Edward perguntou.
– Pode ser sangue de outra pessoa. Você me viu morrer? – Bella foi até uma Alice apática. – Você viu isso?
– Não.
– Não. – Bella repetiu. – Eu não pretendo morrer. E eu estarei lá. – Bella voltou para o centro da sala olhando um por um novamente. - Não podem me negar isso. – Era como se ordenasse.
– É. – Edward concordou com algo, provavelmente um pensamento de um deles ali. – Ela parece mesmo uma comandante.
– Estamos aos seus pés, não é? Se a impedirmos de ir se voltará contra nós, fará tudo sozinha com aquele hibrido. – Damon aproximou-se dela. – Você iria lá sozinha. Já fez isso. Só nos deixe protege-la quando estivermos lá. – Bella assentiu.
– Vamos leva-la a matilha dos lobos então. Alice ficará de olho se ver alguma possível morte não planejada por você. E vamos seguir o que já está determinado por você que parece ser a nossa mais nova rainha. Não é assim que está pensando nela? – Edward perguntou a Damon. – Até Sebastian concorda. E falando nele, a Alice mais cedo teve um lampejo sobre vocês dois. Eu te digo, não vá conversar com ele a sós.
– Consigo lidar com o Sebastian. – Edward meneou a cabeça.
– Ele é o seu mais novo queridinho, não é? – Nunca imaginou que Edward falaria de maneira tão ácida com ela.
– O que está acontecendo com você? – Edward pareceu despertar de algum torpor e voltou a sentar-se.
– Bella, você vai se machucar e só em pensar que isso seja possível... – Helena a abraçou no segundo seguinte.
– Como podem pensar em uma luta sem arranhões? – Ela disse ao pé do ouvido da tia, mas todos ouviam. – Estou disposta a sangrar, mas acredito que venceremos. Eu dei uma boa olhada neles e sei que podemos.
– Então podemos. – Stefan lhe disse. – Mas ficaremos de olho em você.
***
De novo sabia que estava em um sonho e estava abraçada com a mãe. Sentiu cócegas quando uma mexa de seu cabelo passou em seu rosto.
– Porque fazer isso?
– Preciso.
– Sua alma está em jogo, filha. Não vá até lá. – Sua mãe estava preocupada, aflita.
– Pode explicar o que isso significa? Morrerei lá?
– Não podemos dizer quando e como os daqui morrerão. Podemos avisar sobre os possíveis perigos.
– Não posso deixar de ir, sei que existem perigos. Os Volturi não me assustam mais. O que eu temo é ficar longe da minha família. – Renée sorriu triste e acariciou os cabelos da filha.
– Você é uma mulher forte. Os Volturi podem não ser o único perigo.
– Está falando sobre o Sebastian? – Bella ficou confusa.
– Tenho que ir agora. Meu tempo acabou, mas lembre-se, filha: Os Volturi podem não ser o único perigo.
Bella abriu os olhos, mas era como se não houvesse feito isso. Estava escuro em seu quarto, o que significava que ainda era noite. Ela sentou na cama e esperou seus olhos se acostumarem com a penumbra. Sua mãe falava por enigmas. O que poderia ser o perigo além dos Volturi? E sobre a sua alma? O que ela quis dizer? Não era possível que teria que se preocupar com essas novas questões.
Quando começou a perceber sombras e formas no quarto pôs os pés para fora tateando seus chinelos e os calçou. Em seguida, seguiu para fora do quarto, tendo cuidado em fechar a porta com delicadeza e silêncio. Ela foi direto para o quarto ao lado do seu. Abriu e fechou a porta da mesma maneira e viu Damon deitado displicentemente na cama.
Uma de suas mãos estavam debaixo da sua nuca e a outra mão em seu abdome a amostra. Usava uma blusa de botões totalmente aberta e uma calça de moletom. Ela se aproximou e deitou ao seu lado, aconchegou-se em seu peito. Damon apenas a abraçou sem se importar ou estranhar a sua presença.
– O que houve? – Damon perguntou preguiçosamente.
– Podemos falar sobre isso amanhã. Agora está tudo bem. Vamos dormir.
– Durma bem, amor. – Ele disse antes de voltarem a dormir.


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