O despertar do Apocalipse escrita por AHSfan


Capítulo 1
Prólogo - Devir


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse prólogo, só pra deixar um gostinho de quero mais! hehe Boa leitura!



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Magdalena estava cansada, exausta pra ser mais precisa. Suas chances eram ínfimas, risíveis até. Tão realistas quanto números imaginários, ela pensou. Magdalena sabia que seus pés ardiam como brasas vivas e que seus músculos protestavam diante de seus esforços, contorcendo-se e queimando-a de dentro pra fora. Ela sentiu as mãos tremendo e praguejou mentalmente, se amaldiçoando mais uma vez. Ela desviou por um frágil segundo de uma das flechas da bruxa e seu pé escorregou, fazendo-a cair irremediavelmente... Mas Magdalena ainda assim logrou segurar-se na beirada das ruínas do prédio, com uma força sobre-humana.

Ela rangeu os dentes com raiva, sentindo-se derrotada. Magdalena sabia que não seria capaz de aguentar por muito tempo, pois seu peito parecia prestes a explodir e sua respiração era desesperada, apressada, incoerente. Ela fechou os olhos por um momento buscando alguma espécie de paz interior, qualquer coisa que a deixasse focada novamente. Então uma lembrança inoportuna a invadiu, rápida, como um relâmpago.

“Eu me importo com você, Lena.” A voz dele era irresistível. Ele segurava o rosto de Magdalena entre as mãos e dizia: “Lena, eu me importo tanto com você.” A voz dele era grave, rouca, sussurrada em segredo para que apenas ela ouvisse. Ele com seus olhos tempestuosos a encarava fixamente, tão perto que ela desejava mais do que tudo poder retornar para este momento agora.

A lembrança se foi tão rápido quanto chegou e antes que Magdalena pudesse se dar conta, sua mão estava quase escorregando dedo por dedo. Ela estava perdendo as forças. Magdalena poderia simplesmente se deixar ir, morrendo apegada somente a essa lembrança doce, a mais doce que ela pôde lembrar em muito tempo. Mas não. Ela respirou profundamente apoiando a outra mão na beirada do telhado e jogou para o alto todo o corpo. De alguma forma ela conseguiu reunir forças para pôr-se de pé novamente e desviar-se mais uma vez do ceifador.

Magdalena não podia desistir, ela estava fazendo isso por si mesma, por ele e por todos eles. Ela precisava continuar, mesmo que isso significasse trazer sobre si o apocalipse. Afinal, até números imaginários tem a sua utilidade, ela pensou sorrindo consigo mesma. A esperança ardente como a mais pura chama surgiu novamente no peito de Magdalena. Então ela se forçou mais uma vez pelos caminhos sinuosos e tortuosos do destino.

Ela iria fazer o que fosse preciso.


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Notas finais do capítulo

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