Premonição Chronicles escrita por PW, VinnieCamargo, MV, SamHBS, Felipe Chemim


Capítulo 20
Capítulo 19: Mensagens


Notas iniciais do capítulo

Escrito por Emerson.

Links para as músicas tocadas no capítulo:

Thinking Of You - Katy Perry
https://www.youtube.com/watch?v=wdGZBRAwW74



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/525953/chapter/20

Vinicius sentiu uma mão pousar em sua testa. Ao abrir os olhos, ele viu um espectro branco. Ele olhou em volta. Estava numa dimensão diferente, não no mundo real. O espectro estava bem a sua frente. Ele não sabia o que fazer ou falar.

Foi então que o espectro, que era branco, se tornou negro e com olhos bastante vermelhos. Uma expressão demoníaca. A coisa gritou para o jovem.

— Morto!!!

Seis dias antes...

— Bill, estamos indo para o interior.

O gato de Vini o olhou com pendendo a cabeça para o lado. Ele deveria estar pensando: “Você não vai me colocar naquela caixa quente e apertada de novo, né?”.

Vini pegou o bichano e começou a alisá-lo. Não queria se separar dele de jeito nenhum. Chegou até a pensar como Bill ficaria quando a Morte finalmente pegasse o jovem. Vini afastou os pensamentos negativos.

— Eu não vou morrer...

Bill agarrou a camisa de Vini com as garras afiadas. O jovem apenas sorriu.

— Ora Bill, você não vai querer rasgar outra camisa minha, né?

O tráfego estava mais lento do que qualquer coisa no mundo. Vini afundou no banco do motorista, esperando que começassem a se movimentar, algo que talvez demoraria uns trinta minutos.

— Caralho, eu quero chegar ainda hoje!

A noite já estava chegando, então pioraria o trajeto. Vini ouviu um rapaz gritando em um carro um pouco atrás. Estava gritando com os demais motoristas.

— Ah, não...

Ele sabia de quem era essa voz. Mas preferiu ficar parado. Não podia se juntar a eles de novo. Mas, de alguma forma, já estavam juntos. Não havia como enganar a Morte, não importa quantas vezes, eles tentassem se separar. Sempre haveria alguma “coincidência” que os juntaria de novo.

Ele olhou pelo espelho retrovisor, determinado. Então, os postes começarem a se apagar um por um, e ele ainda viu um vulto correndo até alguém lá atrás. Ele olhou para trás,bem a tempo de ver três pessoas, entre elas uma garota, que ele distinguiu pelo vestido longo que alcançava seus joelhos graciosos.

Os postes piscaram por um momento e ele conseguiu ver Pedro. E haviam alguns bandidos que haviam rendido todos que estavam no carro. Viu Keth. Ele arregalou os olhos, descrente. Keth?!

Um milhão de pensamentos invadiram sua cabeça e quando voltou a realidade, abriu a porta do carro, vendo assim um garota caindo no rio abaixo do viaduto. E Pedro estava em grandes problemas. Vini agiu num impulso.

Ele foi até o carro, onde Keth, João e Alisson estavam. Disse umas palavras rápidas:

— Fiquem aqui!

— Mas, Vini... Como você... — Keth falou, mas foi interrompida por Vini.

— Eu estava indo para o interior e de repente acabei aqui. A Morte conseguiu nos juntar de novo. Minha teoria estava errada. Não é possível ficarmos separados. Agora fiquem aqui.

— Não!!!

Ele correu na direção de Pedro e o empurrou recebendo alguns tiros que deveriam ter matado o universitário. A chuva que caía só aumentava a dor dos tiros, pois gotas penetravam exatamente os buracos feitos pelas balas. Ambos caíram. Naquele momento, pensou se Pedro tinha visto que era Vini que o tinha empurrado e recebido os demais tiros. Então, tudo apagou.

Um bandido se aproximou dos corpos de Vini e de Pedro. A arma estava apontada para a cabeça de Vini.

— Esse daqui vai primeiro.

Ele estava prestes a puxar o gatilho, mas sangue espirrou se sua testa. A polícia havia chegado. O bandido desorientado, caiu no rio.

Seis dias depois...

A porta da delegacia range. Não há ninguém lá dentro. Tudo está abandonado e sujo, os papéis estão jogados numa mesa. No mural, as fotos deles. Daqueles “sortudos” que conseguiram escapar da tragédia, mas que foram pegos logo depois.

Todos se perguntam por que ou como isso aconteceu. “Por que apenas aqueles que saíram do parque morreram?” ou “Será que eles provocaram aquela tragédia?”.

Uma sombra aparece na porta. Pedro. Ele anda passando a mão pelo mural, acariciando cada foto. Em todas as fotografias, em preto e branco, é possível ver os rostos rebeldes dos jovens. Eles estão sérios. É como se estivessem olhando para Pedro.

O garoto tenta segurar as lágrimas. Mas ele não consegue. O celular dele começa a tocar uma música. “Thinking Of You”, da Katy Perry.

He kissed my lips

I taste your mouth

He pulled me in

I was disgusted with myself

E é então que as lágrimas saem de seus olhos com mais vontade. Ele já havia aceitado seu destino, porém não queria desistir de lutar. Ele estava agindo de uma forma contraditória, e ele precisava se decidir.

Pedro apenas ficou olhando as fotos.

Em baixo da fotografia de Vic, ele leu a legenda: “17 ANOS, SOBREVIVENTE DO DESASTRE, DECAPITADA EM 27 DE AGOSTO”. Logo ao lado, um recorte de jornal, falando sobre a morte dela.

Cause when I'm with him

I am thinking of you

Thinking of you

What you would do if

Ele não deveria ter lido aquilo.

You were the one

Who was spending the night

Oh! I wish that I

Was looking into

Embaixo da foto de Emerson, ele leu: “16 ANOS, SOBREVIVENTE, MORTO NA ANTIGA PONTE DA BAÍA SUL EM 31 DE AGOSTO”.

You're the best

And, yes, I do regret

How I could let myself

Let you go?

Então, de repente, ele arrancou as fotos do mural. Iria leva-las consigo. Se possível até pro caixão dele quando a Morte finalmente o pegasse. Ele as colocou no bolso e saiu.

Now the lesson's learned

I touched it I was burned

Oh! I think you should know

Pedro pisou fora da delegacia e estava tudo escuro. Ele ainda estava secando as lágrimas. Os postes não ligavam e ele foi até o meio da rua.

— Você não pode protegê-los. Você não vai conseguir. — Uma voz demoníaca ecoava de algum lugar. — Você é um perdedor, Pedro.

— Não, me deixa em paz!

— Agora, acorde. Antes que mais alguém morra. — A voz soltou uma gargalhada demoníaca. Algo que fez Pedro estremecer de cima até em baixo. — Acorde!

E quando menos Pedro esperava, um braço atravessou violentamente seu corpo. A mão, que tinha dedos apodrecidos, porém com unhas afiadas, segurava um papel. Nele, estava escrito: “Marllon”.

Pedro caiu no chão. Seu sangue se misturou ao solo.

...

Pedro gritou, abrindo os olhos. Havia tido um pesadelo. Ele ofegou, enquanto o médico e João entravam correndo pela porta.

— Meu Deus, o que houve?! — João pegou a mão de Pedro. Segurou-a com vontade. — Tá tudo bem? Você está precisando de alguma coisa? Sentiu alguma dor? Quer água? Tá com fome?

João fez todas as perguntas que o médico faria. O médico apenas ficou calado.

— Não, eu tô bem... Doutor, pode me deixar um pouco sozinho com o João?

O médico hesitou um pouco. Pedro não deveria ter nenhuma visita. Mas enfim, parecia importante. O homem deixou o quarto.

— Que bom que você está bem, Jo.

— A polícia chegou rápido. Eu de qualquer forma não era minha hora de morrer.

— E o Vini? A Keth me disse...

— Ele te salvou na hora do tiroteio. Você foi salvo. E ele também.

— Ele... Ele já havia sido salvo, não?

— Ele não iria morrer mesmo já que não era a hora dele. E aqueles bandidos não estavam na lista, então eles não poderiam ter matado o Vini, muito menos ter ficado com a vida dele. Vai ficar tudo bem.

— Mas e o Marllon? Ele também está na lista.

— Talvez... Peeh, faça um pequeno esforço. Na sua visão lá no parque, você viu o Marllon morrer?

Pedro fez uma pequena força e em seguida acenou com a cabeça: não.

— Talvez... O Marllon seja o último da lista, não necessariamente você.

— Eu tive um pesadelo...

— Um pesadelo?

— Sim... A morte estava falando comigo. Ela disse pra eu acordar antes que alguém morresse. Depois eu vi o nome do Marllon.

— Meu Deus! O Marllon é realmente o último! E agora? Ele está longe!

Não está. — A voz feminina disse. Keth. — Essa é exatamente a cidade em que ele está agora. Eu averiguei com alguns funcionários daqui. O Marllon tem até um registro. Dá pra saber o endereço dele.

— Pedro... — João voltou a olhar para o universitário. — Nós vamos proteger o Marllon. Confie em nós.

Pedro apenas acenou com a cabeça. João e Keth saíram correndo pela porta. João deu uma outra olhada para trás. Pedro ficou para trás, olhando os amigos entrarem em ação.

...

João e Keth já estavam quase na porta de saída, quando trombaram com Marllon, que estava entrando.

— Eu não acredito! — Marllon exclamou. — Vocês...

— Você é o próximo! — João e Keth exclamaram em uníssono.

— Venha com a gente! — Keth agarrou o braço de Marllon e os três fizeram o caminho de volta para o quarto de Pedro.

De repente, as luzes começaram a piscar. Era a Morte entrando em ação. Marllon afastou-se um pouco e caiu dentro de um elevador. As portas de fecharam e o botão “7”acendeu. O elevador subiu, subiu, subiu. Ele chegou ao último andar. Marllon saiu rápido. Tinha medo que sua morte seria num elevador igual a Nora, em FD2.

Ele observou enquanto as portas se fechavam e ele correu pelos corredores. As luzes piscaram de novo, e ele, assustado, correu pra um quarto. Ele não viu que na porta havia uma placa avisando “NÃO ENTRE”. Ele fechou a porta com vontade. Acendeu as luzes.

Uma estante, cheia de caixas. As caixas estavam cheias de garrafas de álcool. As caixas misteriosamente começaram a cair e as garrafas de álcool arrebentaram no chão, encharcando tudo.

Marllon se desesperou e tentou abrir a porta sem sucesso. Ela havia emperrado. Uma das garrafas de álcool, ao cair, arrebentou uma tomada. Quando a tomada saiu bruscamente do plug, produziu uma faísca que em contato com o álcool espalhado pelo chão, iniciou uma chama.

— Não!!!!

O fogo imediatamente cresceu. Para o azar de Marllon, na parede havia dois extintores. O fogo se espalhou por todo o quarto e quando entrou em contato com os extintores, uma explosão enorme aconteceu.

A porta do quarto foi arrombada com tudo. Então, o corpo de Marllon foi jogado pra fora também, pousando a alguns metros. Quando o elevador se abriu, Keth e João ficaram horrorizados com o estado em que Marllon havia ficado. Eles imediatamente entraram no elevador de novo e foram até o térreo.

Lá, eles encontraram com Alisson. Pela expressão dos dois, Alisson pode adivinhar o que se sucedera.

— Eu sinto muito. — Ela disse.

— E agora a lista terminou. — João disse, ainda abraçando Keth, que estava chocada.

— Mas... — Keth disse. — A morte vai voltar pra buscar aqueles que escaparam.

— Sabemos. Agora é tudo ou nada.

— Eu vou ajudar vocês. De verdade. — Alisson disse.

Dois dias depois...

João fechou a página e digitou um endereço qualquer. Porém outra imagem apareceu na tela. Era ele mesmo. Naquele exato momento. Era como se estivesse sendo filmado. Daí, ele percebeu que a webcam conectada ao notebook estava ligada. Eyesrolling.Eles desligou a webcam. E ela ligou de novo.

Ele desconectou o aparelho e então voltou a se concentrar na página que havia aberto. E a webcam ligou de novo. Ele a encarou com tremenda tensão. Ele olhou fundo na imagem que a tela exibia. Em segundo plano, alguém permanecia parado. A pessoa andou até João. O garoto congelou. A pessoa tocou seu ombro e aproximando seu rosto do dele, cochichou:

— Oi, João R...

A luz do notebook iluminou o rosto da aparição, revelando alguém que fez João arregalar os olhos. Era Victorya. Todo o pescoço dela estava cortado, uma ferida bem exposta e sangrando. Ele gritou e se sacudiu, caindo com cadeira e tudo no chão. Ele olhou em volta. Vic se foi.

...

Quando João acordou de seu estranho sonho, ele se viu jogado no chão frio do hospital. Os poucos pacientes que estavam sentados na recepção olharam pra ele como se ele fosse um louco.

Keth e Alisson ajudaram-no a se levantar. Ele deveria ter ficado vermelho como um pimentão, mas estavam ocupado demais sendo atormentado pela Morte e esses sonhos estranhos.

— Que loucura...

— O que houve? — Alisson perguntou.

— Tive um sonho... ou pesadelo... sei lá.

— Esses pesadelos estão atormentando todo mundo.

— Você também já teve esses “pesadelos”?

— Não. Ainda bem.

Keth estava observando Vini há alguns minutos enquanto pensava em Kevin. Ela suspirou, pois não podia fazer nada senão ver o seu amor deitado em uma cama de hospital, com mil e um aparelhos em cima dele, correndo risco de morte.

Ela sabia que a lista recomeçara e que ela seria a primeira. Estar grávida provavelmente a salvaria já que ele havia sido gerado depois da premonição que Pedro teve. Ela estava caminhando para a morte.

Um pouco de ventania mexeu seus cabelos. Ela olhou para a janela, que estava fechada. A hora dela havia chegado.

Alisson entrou falando algo que Keth nem estava preocupada em ouvir. Quando Alisson terminou de falar, Keth virou-se para ela, como se soubesse que a garota havia terminado de falar.

— O que você estava dizendo, Alisson?

— Eu disse que eu e João estávamos conversando sobre mais formas de enganar a morte.

— Alisson, não há como enganá-la.

— Vamos ser perseverantes.

— Perseverantes? Viu só quantas vezes eles tentaram enganar a morte? Eles não conseguiram.

— Se for para nós discutirmos, então que seja lá fora.

Keth empurrou Alisson para fora do quarto e ambas começaram andar para longe. Assim que chegaram na entrada do hospital, viram vários homens do outro lado da rua, trabalhando nos postes de iluminação. Vários fios soltos. Elas atravessaram a rua e chegaram na calçada que dividia os dois sentidos.

— Só você pra ser perseverante!

— Ao contrário de você, que agora virou a pessimista!

— O que você queria?

— Ué, me falaram que você estava tão determinada por causa do seu filho...

— Aff, sua louca das escadas!

— Escuta, pode não parecer, mas eu me importo...

Keth preferiu não ouvir mais e começou a atravessar a rua, afim de esfriar um pouco a cabeça. Ela passou pelos homens trabalhando e um deles, que tinha um capacete preto, sorriu pra ela. Alisson proferiu, colocando as mãos sobre o rosto em forma de cone:

— Ei, volte pro hospital! Você não está segura!

— O Marllon morreu dentro do hospital, não há lugares seguros o bastante!

Uma ventania forte começou a soprar e os homens trabalhando nos postes se atrapalharam. Um caiu com escada e tudo. Alisson correu em direção à Keth. Os postes começaram a faiscar e os fios soltos dançavam prontos pra eletrocutar alguém.

— Desliguem a força, desliguem a força! — Gritou um dos homens. — Desliguem!

Outro subiu numa escada e tentava puxar uma alavanca pra baixo, sem sucesso. Era como se estivesse travada ou algo assim.

Alisson empurrou Keth para longe dos fios, porém no mesmo momento um fio alcançou a pobre garota, lançando uma descarga elétrica sobre o corpo de Alisson. Keth caiu no chão.

— Alisson!!!

Keth não poderia ajudar. O corpo de Alisson estava jogado no chão, e os demais homens tentavam socorrê-la. Algumas pessoas em volta correram para o hospital logo no outro lado para pedir ajuda.

Keth ainda estava no chão quando olhou para trás e viu um carro vindo em direção a ela. O sinal vermelho acendeu e o carro imediatamente parou. Ela se levantou com um pouco de esforço.

Ela chegou perto do corpo da jovem caída aos seus pés.

— Alisson, acorda por favor!

Sem resposta, Keth apenas ficou observando o corpo da garota. Enquanto isso, os paramédicos chegavam para tentar socorrer Alisson.

Felipe passou a mão pelo rosto uma milésima vez. Era meio difícil acreditar que estava vivo depois de toda aquela bagunça no museu. Não esqueceria como a cera ardeu em seu rosto, e como o rosto ainda estava ardendo violentamente depois que acordou no hospital.

Ele estava vestido naqueles pijamas ridículos de hospital. Suas pernas, seu braços e parte do seu peito estavam enfaixados também e por baixo de tudo haviam feridas horrendas que não doíam mais graças a alguma coisa que o médico havia colocado. Na verdade, só doíam quando Felipe fazia uma forcinha ou apertava as feridas.

Ele apertou o botão para que a enfermeira viesse. Como ela não apareceu, decidiu se levantar para ir ao banheiro por conta própria, porém mal pisou no chão e sentiu as dores nas pernas. Todo o hospital era frio e tinha aquele cheiro que qualquer um odeia.

— Malditas queimaduras.

Ele levou alguns minutos até chegar ao banheiro e quando abriu a porta, tropeçou num rodo jogado no chão. Ele foi de encontro a um box, que era feito de um tipo muito pobre de vidro. Os vidros se estilhaçaram em centenas de pedaços. Felipe, claro se cortou com eles.

O chuveiro ligou sozinho e como estava fraco demais para se levantar, Felipe praticamente tomou um banho. Quase toda a água ia direto em seu rosto. O pijama colou em seu corpo.

Um enfermeiro entrou correndo no banheiro. Ajudou Felipe a se levantar com cuidado. Felipe parecia cuspir litros de água enquanto todas as feridas do seu corpo ardiam, inclusive os cortes provocados pelos cacos de vidro.

— Vou pegar uma toalha, fique quieto bem aí!

Felipe deixara um rastro de água ao sair do banheiro. Seus pés estavam quase secos, quando ele infortunadamente pisou na água. Seu machucado ardeu e ele tombou pra trás, em uma mesa com medicamentos.

Uma garrafa de álcool caiu pra um lado, e seu conteúdo caiu exatamente nas pernas de Chemim. “Sorte desgraçada”. Ele deu um tapa na garrafa, que virou pro outro lado. Ele foi se arrastando até a própria cama.

Ele nem aguentava mais ficar de pé, mas levantou-se e pulou em cima da cama. As pernas da cama cederam um pouco. Ele tentou relaxar. O enfermeiro voltou e estranhou o fato de Felipe já estar na cama.

Três dias depois...

O médico segurava uma ficha.

— Felipe, eu tenho uma notícia pra te dar.

Quando o médico falou isso, o jovem já estremeceu, pois sabia que a noticia não seria nada boa. O médico anotou algumas coisas na ficha e Chemim queria gritar que o médio dissesse logo do que se tratava.

— Descobrimos um osteossarcoma na sua perna esquerda.

— O que é isso?

— É um tipo comum de câncer nos ossos. Eu percebi que você tem perdido alguns quilos recentemente e você tem um fratura óssea, além de inchaço na área. Infelizmente não teremos outra alternativa senão amputar a sua perna. O câncer se espalhou para os vasos sanguíneos e nervos ao redor.

Felipe queria dizer algo, mas só conseguia chorar naquele momento. Ele tinha ouvido certo? Amputação? Infelizmente era a única saída. Ou ele morreria. Era isso que a Morte estava guardando pra ele? Primeiro queria afetá-lo emocionalmente e torná-lo fraco e então fazê-lo ter câncer?

— Me deixem sozinhos.

Pedro acordou com os olhares curiosos de Keth e João. Ambos olhavam para o universitário com ansiedade.

— Que bom que acordou. — Keth disse, entregando uma flor girassol para ele. — Temos boas notícias.

— O que foi?

— Os médicos disseram que você vai receber alta daqui a uns quatro dias, mais ou menos. — Keth falou com alegria. — Eles fizeram a cirurgia de remoção das balas que estavam no seu corpo e se ficar tudo bem até lá, você pode sair.

— Fizeram? Quando?

— Bom, você estava sob anestesia geral, então é claro que você não vai se lembrar. Até lá, você tem que continuar se alimentando direito e os aparelhos vão continuar em funcionamento para te ajudar na recuperação.

— E... E o seu seguro cobriu a cirurgia. — João disse, sorrindo.

— Meu seguro? — Pedro disse confuso. — Eu tenho um seguro?

— Claro que tem.

— E quanto à Alisson?

— Bom, ela ainda está internada. Segundo o médico, alguém está vindo para acompanhá-la. Teremos que deixá-la para trás, pelo menos por enquanto.

— Foi um tipo de milagre, pois não é todo mundo que sobrevive a uma descarga de um poste. — Keth completou. — Agora temos que decidir o que faremos...

— E quanto ao Vini? — Pedro gemia e falava ao mesmo tempo. Sua garganta estava seca. — Vamos deixá-lo também?

— Ele estará seguro aqui.

— Com quem?

— Com um amigo meu.

Ela olhou para a porta. Um rapaz, de não mais que 25 anos piscou pra ela. Keth piscou de volta.

Três meses depois...

Pedro voltara a sua casa. Três meses que a Morte não atacava. Ele estava recuperado, graças a Deus não havia ficado com nenhuma sequela grave.

Nas últimas semanas, só teve sonhos bons. E se tornou confiante e forte de novo.

— O que não te mata te fortalece.

Ela olhou para o mural que estava pendurado na parede da sua sala. Tinha fotos dos Reapers lá. E abaixo de cada foto, legendas, elogiando cada um. Ele sorriu.

O telefone tocou. A voz de Keth soou alegre.

— Peeh, notícia tremendamente boa!

— Diz logo, Keth!

— Vini parece estar se recuperando aos poucos. Hoje ele reagiu a alguns estímulos. Eu sei que não é grande coisa, visto que o tempo que ele pode ficar assim é indeterminado, mas estou feliz pela melhora.

A voz dela parecia de alguém que está falando e chorando ao mesmo tempo.

— Que ótimo! — Ele suspirou. — E você, como está?

— Bem, minha irmã veio morar comigo, ela está me dando toda a ajuda necessária, por enquanto. Sinto muita falta de vocês. Você tem falado com o João?

— Só duas vezes nesses três meses. Ele sumiu...

— Você acha que ele já foi pego?

— Não... Se tivesse morrido já estava em todos os noticiários assim como os outros Reapers.

— Acho que não, pode ser que nem venha a virar notícia, mas fiicarei bem atenta.

— Eu também. Mas não faça tanto esforço, lembre-se que você está gravida. Deve estar com um barrigão... — Ele riu.

— É, nem me fale.

Naquele momento, Pedro teve uma visão. Porém ele não conseguia ver nada, pois estava tudo borrado. Ele voltou à realidade. Keth já havia desligado. Ele colocou o telefone de volta no gancho. Ele estava com uma sensação ruim. A primeira em três meses.

Até aquele momento só havia recebido notícias boas. Keth, João estavam fora de perigo, até onde ele sabia. Tentaria contato com João. E Vini apresentara uma pequena melhora. Continuava sem notícias de Alisson, queria saber se ela estava melhor. Felipe teve a perna amputada. Bom, pelo menos o caso de Felipe era uma boa notícia pra Pedro, que sentia um ódio mortal pelo rival, depois de tudo que ele fez.

Se acabara de ter uma visão, é porque era hora de agir de novo. E ele estava mais determinado do que nunca. Espero que esteja bem, João...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por Emerson:

"Eu estou muito feliz por ter sido lembrado e por ter sido convidado a participar desse projeto. Quero agradecer ao Pedro, que me contou sobre esse projeto maravilhoso. Agradeço a todos os demais escritores dessa história que se dedicaram também.
Eu amo muito minha família Reaper. Não me arrependo de nenhum momento. Se já magoei/chatiei/fiz alguma merda pra vocês, desculpem. Estaremos sempre juntos, certo?
Quem diria que logo “Premonição” seria capaz de me trazer pessoas tão legais?
Este é o último capítulo escrito por mim nessa fanfic então eu quis que fosse marcante. E com certeza foi para alguns. :P
Bom, espero que tenham gostado... Deus abençoe todos... Até a próxima! Nos vemos em uma futura nova fanfic



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Premonição Chronicles" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.