O dia começou nublado em Tóquio, a cidade já se despedia da primavera, das lindas Sakuras, e recebia de bom grado aquele frio aconchegante do inverno. Há quem diga que a primavera é a estação do ano mais bonita, eu não penso assim.
- Buhh! Que frio – puxei o cachecol um pouco mais para cima com a intenção de me agasalhar um pouco mais.
Sou Hyuuga Hinata, prazer. Tenho completos 20 anos, faço Faculdade de Jornalismo e tenho um emprego “temporário” (sim eu pretendo sair de La um dia) Na J&K Paranormal. Sou filha de um dos homens mais ricos do Japão, Hyuuga Hiashi, Diretor e proprietário da Hyline. Talvez vocês se perguntem: Mas o que a primogênita dos Hyuugas, herdeira majoritária da empresa, quer com uma faculdade de Jornalismo? Bem, tudo começou com meu bisavô Randi e seu fanatismo pelo paranormal. Acho que acabei puxando isso dele, meu bisa sempre foi um homem de negócios, mas nas horas vagas praticava o que gostava de chamar de Hobbie: Caça a eventos paranormais. Ele saia sem avisar, pegava um avião qualquer e ia para lugares que as pessoas nem imaginam, ou imaginam, mas não ousam se aproximar. Ele colocava fim a eventos paranormais com tanta facilidade, desmascarava impostores e fazia tudo virar manchete.
Quando perguntavam: Afinal, o senhor quer provar para todos que o sobrenatural existe ou que não existe?
Ele apenas respondia:
Sobrenatural é algo que não conta com uma explicação na natureza. Há muitas coisas não explicadas que podemos observar. Mas insisto neste ponto: isso não quer dizer que elas sejam inexplicáveis. Acredito no que é explicável. Há muitos mistérios em nossa vida e eles não a tornam sobrenatural.

Eu me divirto lendo as entrevistas que ele fez. Minha irmã Hyuuga Hanabi, que só tem 16 anos, não pensa o mesmo: - Ele era louco! Diz ela todas as vezes que nos reunimos para ver o álbum da família onde estão guardados vários pedaços de jornais e revistas mais antigas em que ele costumava relatar suas descobertas.

- Vamos Hinata! Dou-te uma carona. – ouvi a voz do meu primo.

Hyuuga Neji, um belo rapaz de 21 anos capaz de arrancar suspiro de qualquer mulher, até das mais velhas. Eu divido um apartamento com ele a alguns meses desde que decidi sair de casa.
- Já vou- desci correndo as escadas, ele já me esperava com o carro ligado, um belo Mercedes, presente do meu pai para o “garoto prodígio”. A verdade é que Neji traria mais orgulho ao meu pai que sua própria filha. Entrei no carro, coloquei o cinto de segurança, a temperatura fora do carro era 10ºC, Neji ligou o aquecedor e pisou fundo no acelerador. - Lá vamos nós, mais um dia nessa rotina. Eu disse. Obtive apenas um “hn” como resposta.
Mal sabia eu que hoje era o dia que minha vida mudaria, radicalmente.