Addicted to you escrita por beckscas


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à Ana Oliveira, Anna Willows, Nina Ribeiro e Marcela Ramalho



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Beckett sabia do que ele era capaz. Era um assassino calculista e tinha o sangue frio, não iria hesitar em matá-la.

Ela sentiu um aperto no peito. Já tinha passado por tantas coisas e tantos casos durante todos os seus anos como detetive, já tinha enfrentado a morte tantas outras vezes. Mas sabia que dessa vez era diferente. Além de não terem como saber seu paradeiro, ela não estava acompanhada do seu parceiro. Castle não estava lá para protegê-la ou para arriscar a sua vida para salvar a dela.

A detetive já sentia lágrimas se formarem, deixando sua visão embaçada, mas não o suficiente para ela não perceber que ele estava a levando para uma parte deserta da cidade.

Não. Isso não poderia estar acontecendo. Ela não podia morrer agora. Ela tinha Sofia. Quem iria cuidar da sua filha? Mas em um estalo ela se lembrou de Castle novamente. A detetive tinha certeza de que, enfim, sua filha tinha mais alguém que a ama incondicionalmente e é capaz de fazer qualquer coisa por ela. Ele a protegeria.

Mas ela não poderia morrer. Não agora. Richard tinha acabado de reaparecer na sua vida! Ela nem ao menos teve tempo de admitir que ainda o amava.

Beckett percebeu que estavam passando por uma avenida movimentada e em um ato irracional, ela conseguiu desamarrar as mãos e em um milésimo de segundo, abriu a porta do carro e se jogou no asfalto.

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– Castle. – O escritor atendeu já em um dos últimos toques, com a voz sonolenta. Ele nem lembrava do momento que caiu no sono no sofá de Kate.

– Castle, a Beckett está no hospital. – A mulher avisou, do outro lado da linha. Ele levantou em um pulo, desesperado. – Ela me pediu para ligar para você.

– Me passa o nome do hospital por mensagem que eu já estou indo.

Ele subiu as escadas para o quarto de Sofia com o coração em pedaços. O amor da sua vida estava no hospital e ele nem ao menos sabia quão grave era a situação dela. Pegou a filha que estava dormindo nos braços e correu para o seu carro, agradecendo mentalmente por não ter tirado a cadeirinha do banco de trás.

Suas mãos estavam suando de nervosismo e demorou uma eternidade para achar o número que procurava na lista de contatos do celular.

– Alexis, preciso da sua ajuda.

– Pai? O que aconteceu? Por que está tão nervoso?

– Não tenho tempo para explicar agora. Me espera na frente do seu apartamento.

XXXXXXXX

“Você não pode morrer, Kate. Não pode.” Essa era a única coisa que Castle conseguia pensar durante todo o trajeto até o hospital.

Ele atravessou o imenso corredor até o lugar que a enfermeira havia lhe indicado. Estava sentindo uma dor enorme no peito e sua respiração estava descontrolada.

– Você é o Castle, certo? – Uma mulher alta e loira o chamou e ele apenas balançou a cabeça positivamente. – Eu sou a Anna, parceira da Kate. Foi eu que te liguei.

– O que aconteceu? Como ela está? – O desespero na voz dele era palpável.

– Não aconteceu nada de grave, graças à Deus! – Ao ouvir a notícia, Richard soltou um suspiro de alívio. – Um criminoso a manteve refém dentro do carro e ela pulou com ele ainda em movimento. Ainda bem que a avenida estava movimentada e as pessoas logo correram para ajudá-la.

– Posso vê-la?

– Claro, ela está naquele quarto. – Anna apontou para a porta. – Bem, eu já vou indo. Tenho que encontrar o filho da mãe que fez isso com ela.

– Certo. Obrigada por ligar. – Anna respondeu um “de nada” para o escritor como resposta, mas ele não ouviu, já estava com a mão na maçaneta da porta.

– Hey. – Kate disse com um sorriso assim que o viu.

Ela estava com o braço esquerdo engessado e com alguns arranhões no rosto e no outro braço. Ele sorriu para ela, que parecia tão indefesa naquela cama de hospital. Não conseguiu evitar a lembrança da última vez que a havia visto daquele jeito, quando ela foi baleada há tantos anos atrás.

Seus olhos não conseguiam acreditar no que viam. E para provar para si mesmo que ela estava bem, Castle envolveu suas mãos nas dela.

– Como está se sentindo? – ele perguntou, as mãos ainda entrelaçadas nas de Kate.

– Fora o braço machucado e alguns arranhões, estou bem. – ela sorriu novamente, mas dessa vez não conseguiu controlar as lágrimas que estava segurando. O ver ali, do lado dela, fez com que Kate não conseguisse mais suportar o nó que estava formado na sua garganta.

– Ei, o que aconteceu? – O escritor estava preocupado ao vê-la chorando. Sabia que Kate não era de chorar por qualquer motivo. Ele sentou do lado dela na cama e deixou que a detetive o abraçasse. Ele envolveu a cintura dela firmemente, tentando lhe passar algum conforto.

– Eu fiquei com tanto medo, Castle. – Ela confessou entre lágrimas.

– Calma, Kate. Já passou. Agora você está segura. – ele disse, tentando consolá-la.

Depois de alguns minutos, Beckett já havia se acalmado, mas nenhum dos dois conseguia quebrar o abraço. Eles sabiam que precisavam daquele contato.

– Katherine Beckett? – Uma enfermeira entrou, fazendo finalmente um se afastar do outro. – Você já pode ir para casa. Mas cuidado com o braço e não esqueça de tomar a medicação nos horários certos.

XXXXXXX

Durante todo o caminho do hospital até a casa de Beckett, Castle percebeu que ela ainda estava abalada. Ele a ajudou a descer do carro e a levou até seu quarto com todo o cuidado possível. Kate já estava sentada na cama, e ele ainda não conseguia sair da porta do quarto.

– O que foi, Castle? – Ela perguntou, o encarando. Sua voz ainda estava meio rouca por conta do choro. Deus, como ela precisa dele ao seu lado!

– Eu não quero te deixar sozinha. – Richard confessou, com as mãos dentro dos bolsos da calça jeans, um típico sinal de nervosismo. Ainda estava abalado por quase tê-la perdido. Ele nem ao menos falou que ainda a ama. Ou que a única coisa que ele consegue pensar é nela.

– Pois fica. Fica comigo. – Beckett disse firmemente. Não estava certa do que estava fazendo, mas decidiu que não iria deixar a razão guiá-la. Naquele momento ela só precisava dele. Dos braços dele a confortando. Ela se levantou e o puxou pela mão na direção da sua cama, convidando-o para se deitar do lado dela.

Ainda com as mãos entrelaçadas, eles se deitaram na cama e ficaram um olhando para o outro. Só olhando. Ambos analisavam e registravam cada detalhezinho daquele momento. Castle memorizava aqueles olhos as vezes verde, as vezes mel, que escondiam mistérios que ele sabia que nunca conseguiria resolver. Kate prestava atenção naqueles traços únicos que conseguiam invadir seus sonhos tantas vezes.

Beckett se aproximou dele e o abraçou forte, apertado, como se fossem um. Abriu um sorriso e começou a percorrer o pescoço e o rosto do escritor com a ponta dos dedos. Mas ambos queriam mais. Precisavam de mais. Foi então que ela se ergueu um pouco e colou seus lábios nos dele, tendo uma resposta imediata.

Foi um beijo suave, cheio de carinho e sentimos. Com todo o cuidado do mundo para não machuca-la, Castle a puxou para mais próximo de si, precisava sentir o calor do corpo dela contra o seu. Precisava sentir que ela estava ali, viva.

Mas tão repentinamente como começou, o beijo terminou. Eles se encaram por alguns segundos, um tentando ler as reações do outro. Até o momento que Kate se virou, ficando de costas para ele. Porém, antes que Castle pudesse pensar em qualquer outra coisa, ela puxou a mão dele e a colocou sobre a sua cintura. Naquele momento, eles foram tomados por uma calma, uma paz não sentida a muito tempo. E foi daquele jeito, envolvida pelo braço do amor da sua vida, que Kate caiu no sono.


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Notas finais do capítulo

Será se agora esses dois se acertam? Ou eles ainda tem muita coisa para resolver?
Não esqueça de deixar seu comentário!
Beijos