Angels escrita por LM


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Tenho tantos sonhos para realizar. Mas o melhor de todos seria te encontrar.



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Querido diário, na próxima semana eu irei a Bradford, na Inglaterra. Estou ansiosa para conhecer os castelos ingleses. Sinto que essa viagem será memorável, alguma coisa especial irá acontecer. Talvez, eu seja da realeza e não saiba.

Gostaria de conhecer um príncipe de verdade... Estou muito empolgada. Pesquisei sobre Bradford e descobri que os meninos costumam ser lindos, assim como a cidade.

Eu fotografarei tudo, o castelo, a cidade, o estádio e todas as belezas naturais de Bradford.

Vou começar a fazer a minha mala, não posso levar muitas coisas, pois farei muitas compras quando passarmos em Londres.

Até mais, Di.

Liz Lee Fanning.

Liz terminou de escrever e começou a arrumar sua mala, com a cabeça no mundo dos sonhos. Ela se imaginava como uma princesa, todos os luxos de ser da Realeza e ainda ajudar a todos.

- Liz, vamos sair em dez minutos!- O Sr. Fanning gritou da garagem.

- Já estou terminando minha mala, pai. – Ela respondeu, desvinculando-se de seus pensamentos. Gostaria de continuar seus devaneios, mas preferia viajar.

Liz terminou as malas e rapidamente as colocou no carro do pai. Entrou no carro e o Sr. Fanning deu partida.

No aeroporto descarregaram as malas e se direcionaram a cabine de atendimento. Ele era gigante, milhares de pessoas corriam apressadas pelos corredores. Algumas famílias se despediam e outras reencontravam alguém por quem esperaram.

- Olá, com licença, eu gostaria de saber onde é a sala de embarque para Bradford e qual é o número do voo. – O senhor Bryan disse a moça da recepção.

A moça simpaticamente respondeu:

-O próximo embarque para Bradford será pela saída 26, o seu voo é o número 7. - Ele agradeceu a moça.

A caminho do check-in, Liz ficou sonhando com a Inglaterra. Os castelos, a história, reis e rainhas. Tudo parecia encantador. Era como viver um sonho, por mais que soubesse que não entrariam em um conto de fadas romântico e mágico, tinha esperança de ser enfeitiçada pela terra da Rainha.

Ela estava tão entretida com seus pensamentos que não percebeu que seu pai, Bryan, já fizera o check-in.

Liz pensava em Diana, a sua grande inspiração. Ela era amada pelo povo, criou mudanças revolucionárias em prol da população. E era isso que uma princesa deveria fazer.

Os alto falantes anunciaram:

-Senhores passageiros do voo número 7, por favor, embarquem no portão 26, o avião já vai decolar.

Colocaram suas malas no avião. Ela pegou sua bolsa de mão, alguns livros como A megera domada, Oliver Twist e O Corcunda de Notre-Dame.

Antes mesmo de terminar o clássico de Victor Hugo, Liz e seu pai desembarcaram em Nova York.

A cidade era iluminada, letreiros gigantes, prédios altos e espelhados e muitas lojas. Aproveitando as seis horas que passariam em Nova York, Bryan e Liz aproveitaram para fazer compras.

Depois de passar por muitas lojas, voltaram para o aeroporto. Chegaram com uma hora de antecedência. Entediada, Liz decidiu escutar suas músicas preferidas em seu walkman personalizado.

Na sua playlist estavam: Lost in Love, Give Me The Night, Woman, It’s my Turn, That Girl, Waiting For a Girl Like You, Eleanor Rigby, Isn’t She Lovely, Your Song, What a Feeling, Take My Breath Away e muitas outras. Essas músicas a permitiam sonhar acordada.

Em seus sonhos, ela dominava um mundo só seu. Onde ela era a Rainha. Um conto de fadas só dela. Fadas a ajudavam, sereias encantavam seus mares. Todos seus amigos eram incríveis, cada um com seus defeitos e suas infinitas qualidades, esses a divertiam e a faziam sorrir.

Muitos dizem que não é possível sonhar com a mesma coisa várias vezes ou controlar seus sonhos, mas isso é uma questão de ponto de vista. Há quem não acredite que imaginação é uma forma sonho. Aqueles que acreditam são capazes de sonhar acordados.

Oi, Di.

Estou indo para Londres, depois pegarei um trem para Bradford! Está sendo muito legal. Eu estou amando tudo! Isso é um sonho, tudo é extremamente perfeito.

Agora preciso contar sobre o meu sonho:

Tudo começou em um baile, todos os meus amigos dançavam alegremente. O salão branco estava perfeitamente iluminado por luzes coloridas, todos devidamente vestidos com ternos e vestidos de gala. Eles se movimentavam alegremente ao som de Imagine do John Lennon.

Pela porta principal surgiu um menino. Os olhos brilhavam como rubis de tão azuis. Os cabelos loiros, com um penteado despojado e comportado, bagunçado e arrumado, o seu cabelo era uma contradição. Ele parecia ser uma contradição. Lindo, fofo, tímido, despojado, destemido, simpático, era quase perfeito.

Congelei pensando em como eu nunca vira alguém tão lindo em 16 anos, nem mesmo em meus sonhos. Ele começou a andar em minha direção. Comecei a pensar no que faria se o garoto se aproximasse, era uma mistura de pensamentos e sentimentos. Reparei que por onde ele passava arrancava suspiros. Um caminho se abriu, dando origem a um corredor que o trazia até mim. Desci a escadaria de vidro. Assim que cheguei mais perto do garoto, ele fez uma reverência.

- Qual é o seu nome? – Perguntei.

- Rodrigo, vossa majestade.

- Por favor, me chame de Liz. – Sorri.

- Liz, você aceita terminar esta conversa durante uma dança? – Ele convidou. Assenti com a cabeça.

Nós começamos a dançar ao som de All I Have To Do Is Dream, do The Everly Brothers. Nossos corpos estavam colados, eu podia sentir a respiração do garoto. Os seus olhos eram encantadores.

Algo mais poderia ter acontecido, se meus pensamentos não fossem interrompidos pelos gritos de meu pai.

- Liz! O Jantar!

A garota reclamaria, mas lembrou-se de que não comia há horas. Ela guardou seu diário enquanto escutava as músicas de sua playlist. Bryan virou o rosto da filha brutalmente para a janela.

- Diga: Olá, Londres! – Ela sorriu e seu pai continuou. – Veja não é incrível? – O homem comentou admirado.

- É linda, incrível, encantadora, maravilhosa... – Liz respondeu.

- É Londres! – Bryan a interrompeu.

- Tomara que Bradford seja tão perfeita quanto Londres. – A menina disse ainda admirada.

- Tomara. – Ele disse e balançou a cabeça afirmativamente.

O avião pousou, Liz pegou sua bolsa, sua jaqueta, seu walkman e o resto da bagagem de mão e desceram do avião.

Já ao lado de fora, aguardaram o desembarque das malas. Depois de meia hora de espera elas finalmente chegaram. Os seguranças pediram desculpas pela demora. Os dois finalmente puderam sair do aeroporto e ir descansar no hotel.

Chegaram ao castelo de Walworth. Ela ficou admirada, tirou várias fotos do hotel. Essa viagem mudou sua opinião sobre viagens de negócios não eram tão chatas como a garota imaginava. Bryan e sua filha foram dormir em quartos separados. O Sr. Fanning acreditava que com dezesseis anos, Liz merecia privacidade. Antes de dormir, ele a avisou que a esperaria ás oito horas no refeitório.

Di, eu estou em um hotel que parece um castelo. Ele é todo trabalhado em pedras e exibi uma bandeira do Reino Unido. Estou amando Londres. Espero que Bradford seja tão perfeita quanto a capital.

O meu sonho foi lindo. Eu procurei pelo Rodrigo, bati em todas as casas, liguei para todos os meus contatos, mas foi em vão. Decepcionada, decidi ir para o meu refugio na floresta, uma casa da árvore. A casa de madeira possui um sofá vermelho, um rádio da mesma cor, prateleiras com livros, DVDs e um guarda-roupa com vestidos de época. Resolvi ler e entre aquela infinidade de opções, escolhi meu livro favorito. O melhor romance escrito até hoje, Romeu e Julieta. Ainda estava no capítulo da festa, quando ouvi gritos:

- Princesa! Princesa! – Olhei pelas janelas e não vi ninguém. Resolvi me concentrar novamente no livro. – Princesa! – A mesma voz chamou novamente. O som vinha da entrada, me direcionei a porta e a abri.

- Rodrigo? – Perguntei assustada.

- Eu mesmo, princesa.

Ele entrou depois de depositar um beijo em minha bochecha.

- Como você sabia do meu esconderijo? – Perguntei curiosa.

- Sabe por que você nunca me viu? – Ele respondeu com outra pergunta. – Porque eu não vivo na cidade, onde você fica a maior parte do tempo.

- Então onde você mora? – Interrompi o garoto.

- Aqui! – Ele exclamou.

- Na minha casa? – Eu estava confusa.

- Não, bobinha. Na floresta! – Rodrigo respondeu divertido. – Eu venho aqui ás vezes... Para arrumar a casa, descansar e me proteger.

- Se proteger? – Indaguei.

- Da chuva, dos meus pensamentos... – O garoto respondeu e suspirou.

- É um bom refúgio, não é?

- Com certeza. – O menino respondeu sorrindo.

- Pode vir sempre que quiser. – Falei sincera.

- Obrigado, princesa. – O menino agradeceu.

- Fique á vontade. Virei te visitar de vez em quando.

- Ficarei honrado, princesa. – Ele respondeu e eu sorri.

- Eu ficarei honrada por te encontrar. – Eu falei com uma voz afetada e ambos rimos. – Por que não vai à cidade?

- Na cidade todos vivem muito ocupados, tenho medo de não me acostumar, não tenho dinheiro e não estou preparado para ver todos passarem sem dar-me um sorriso.

- Nem todo mundo é assim. – Bravejei.

- Um dia eu vou com você. – Ela respondeu sincero, mas baixo.

- Ficarei honrada. – Rimos novamente.

Um silêncio tomou conta do ambiente, eu não sabia o que dizer. Conhecíamo-nos pouco, mas eu adorava conversar com ele. Lembrei-me do baile, das garotas suspirando ao verem Rodrigo passar. Então decidi provocar:

- No baile, todas as meninas suspiraram por você.

Ele sorriu e deu uma leve risada.

- E você suspirou? – O menino retrucou olhando nos meus olhos.

Eu corei, sem resposta. Realmente ele sabia brincar muito bem. Ele entrelaçou seus dedos pelos meus cabelos castanhos. Puxou minha cabeça vagarosamente em sua direção. Nossos narizes se tocaram e nós os esfregamos uns nos outros. Finalmente, selamos nossas bocas. O menino pediu consentimento para aprofundar o beijo. E eu aprovei.

- Respondido? – Perguntei quando nos afastamos.

- Mais do que respondido. – O menino falou com um sorriso bobo.

O Rodrigo olhou para a janela e disse que precisava ir embora.

- Onde você mora?

Ele respondeu, mas a voz já estava distante. Devido ao despertador que me acordou.

Liz se levantou, colocou uma saia azul, uma blusa branca de mangas compridas rendadas e um salto preto. Arrumou os cabelos em cachos leves, passou rímel e gloss. Ao terminar de se arrumar, escreveu em seu diário.

Quando o relógio marcava cinco para ás oito, a menina desceu para o salão onde encontraria seu pai.

Ele estava a aguardando em uma mesa com cadeiras almofadadas, ela se sentou e Bryan disse:

- Preparado para conhecer o castelo da rainha?

- Da rainha Elizabeth e da princesa Diana? – A menina redarguiu.

- Sim! – O senhor Fanning afirmou.

- Não acredito! – Liz falou empolgada.

-Então vamos começar o café... - Sr. Fanning não terminou a frase. E pode observar Liz com o prato na mão. Ambos comeram rapidamente e partiram.

Bryan chamou um taxi e pediu que os levasse ao Castelo Windsor, onde morava a rainha. Liz observava tudo com muita atenção, ela estava admirando a cidade Real, quando seus olhos alcançaram um castelo, ela não esperou o táxi parar. A menina pulou do carro e saiu correndo. O seu pai pagou o taxista, se desculpando pela pressa da filha e desceu.

O castelo era fantástico. As paredes de pedra como nos contos de fada, a construção antiga, o jardim florido, todos os detalhes daquele lugar era fascinantes.

O Passeio pelos aposentos reais mostravam detalhes da maestria da Família Real. A garota nunca vira algo tão encantador. O tempo passou tão rápido que quando dera por si, a menina já estava parada em frente ao hotel.

Antes mesmo que os dois entrassem, o Sr. Fanning pediu que ela tomasse um banho e o encontrasse na saída em exatamente uma hora. Sem contestar a garota seguiu as ordens do pai.

Liz tomou banho, colocou um vestido branco com uma saia plissada longa e rodada, um salto prata e foi ao encontro de seu pai, que, em exatos cinco minutos, desceu vestindo uma camiseta branca, calça jeans e um terno preto. Eles foram andando até o bistrô.

O restaurante era uma mistura de bar com danceteria, com uma decoração dos anos 50. Pediram um cardápio típico Shepherd’s Pie (torta de carne). Comeram e Liz aproveitou para dançar um pouco na pista de dança.

Após retornarem ao hotel. O Sr. Fanning mandou sua filha arrumar as malas. Assim a menina fez. Aproveitando o tempo que ainda tinha decidiu escrever em seu diário.

Di,

Hoje eu visitei o castelo da princesa Diana, era tudo fascinante. Depois almocei em um restaurante muito fofo. A comida estava deliciosa. Embarcaremos para Bradford em meia hora.

Até Breve, Liz.

Liz pegou seu walkman e esperou o tempo passar ao som de suas bandas preferidas. Quando deu o horário, a menina desceu para encontrar seu pai. Ele estava na recepção fazendo o check-out. Impaciente, Liz pegou um catalogo telefônico e começou a folhear.

- LIZ, CHAME UM TÁXI! – O homem gritou.

A menina se direcionou ao lado de fora e balançou a mão. Os seus olhos ainda estavam fixos ao catalogo.

Bryan pagou e se aproximou da filha, que fechou o catalogo e o deixou na bancada do hotel. Seu pai a olhava como se a garota fosse louca. O táxi já os esperava há alguns minutos, os dois jogaram as malas no carro e entraram.

- Vamos para a estação de trem. Pegar o expresso Londres-Bradford.

Ao chegar, pai e filha entraram na fila para comprar as passagens. Em alguns minutos, com passagens em mãos, se direcionaram a área de embarque. O trem não demorou para chegar.

Durante a viagem, Liz ficou lendo e relendo suas revistas, seu pai dormiu. Para relaxar pegou seu walkman e seus fones de ouvido e deu play. A menina pegou um clássico que estava com vontade de depois de seu sonho, Romeu e Julieta. Leu cerca de 50 páginas, e então chegaram a Bradford.

- Nós não vamos para um Hotel? – Liz perguntou confusa quando seu pai parou em uma casa de tijolos brancos.

O jardim florido e organizado abria um caminho de pedras até a mansão. As paredes da sala eram brancas, uma delas apresentava prateleiras diagonais vermelhas. O painel, onde se localizava a televisão, era preto, de um vidro resistente.

Os dois subiram a escada em espiral que dava acesso ao segundo andar. O Sr. Fanning mostrou a Liz o quarto onde a menina dormiria. O quarto era creme e uma das paredes se diferenciava em um marrom. Várias molduras coloridas enfeitavam essa parede. A cama era quadrada, muitas almofadas a decoravam. E no final do corredor, uma porta de vidro exibia o closet.

A casa era extraordinária, mas a garota ainda estava desconfiada. Seu pai não alugaria uma casa para passar poucas noites.


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Notas finais do capítulo

Não deixe de checar o próximo capítulo, onde Liz conhecerá um garoto que vai mudar o seu jeito de ser, sua vida!



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