Another Year, Other Games... INTERATIVA escrita por panemetcircences


Capítulo 6
A guerreira - Distrito 9


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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POV Isabelle Reynolds

Abro os olhos e já são nove horas da manhã, ou seja, tenho três horas para estar pronta.

Olho o vestido azul marinho dobrado sobre a cadeira de madeira no canto do quarto. Sinto um nó se formar em minha garganta. Sei o quanto meu irmão se esforçou par poder comprá-lo para o dia de hoje. Este ano é o primeiro de Colheita, desde que eu vim morar com meu irmão.

Morei até meus quinze anos com meu pai, mas sempre tivemos certos problemas. Quer dizer, ele tinha problemas comigo e eu sei o porque. Minha mãe morreu quando nasci e ele nunca me perdoou.

Tentou me matar diversas vezes. Uma vez pegou tantas Tésseras em meu nome, que haviam cem chances de eu ser sorteada, mas por sorte não aconteceu.

Depois que completei treze anos ele passou a cortar minha perna todas as noites, mais não durou muito, pois meu irmão descobriu e me tirou daquele inferno.

A cicatriz ainda parece muito recente, apesar de não ser. Ela se estende por toda a minha canela e é muito profunda, por isso nunca uso vestidos, mas meu irmão comprou-o para mim com tanto esforço. Como explicarei para ele que tenho vergonha? Que não quero usá-lo?

Leio meu livro preferido pela sexta vez e resolvo me levantar. Retiro a calça do pijama e revelo a extensa cicatriz. Retiro a parte de cima e visto o vestido.

O armário está aberto e vejo minha calça preferida guardada. Ando até ele em passos lentos. O nó volta a se formar. Pego-a e visto-a por baixo do vestido. Dobro-a até que desapareça em baixo dos babados azuis. Quando sair de casa irei abaixá-la até que cubra esta coisa.

Prendo meus longos cabelos negros em um coque, do jeito que me deixa mais confortável. Calço minhas botas preferidas, de cano curto.

Vou até a cozinha e meu irmão está lá, preparando ovos mexidos.

Sento-me na mesa e ele se aproxima com duas tigelas. Uma para mim e outra para ele, cheia de ovos fumegantes.

Começo a comer e uma fome que eu não tinha notado que estava ali resolve aparecer. A comida simples de meu irmão está maravilhosa.

– Nervosa, maninha? - ele pergunta apertando minha bochecha esquerda. Ele sabe que isso me irrita.

– Como não, irmãozinho? - digo essa última palavra em um tom que sei que o incomoda. Ele ri.

Ele senta-se em minha frente novamente. A cadeira range.

– Is, saiba que eu estou aqui, torcendo por você! Eu te amo muito! - diz ele e vejo que seus olhos estão cheios de lágrimas lutando para não escorrerem.

– Eu..Eu.. - a palavra AMO não sai da minha boca há anos, lembro-me de que antes de todo o horror começar, eu sempre dizia isso para meu pai e ele não respondia, não correspondia - também!

Eu abraço-o forte e saímos para a cerimônia. Minha calça começa a escorregar e eu a puxo para cima, sem que ele perceba.

Quando chegamos a praça, uma fila quilométrica de pessoas se registrando está formada. Pego meu lugar na fila.

Chega a minha vez e a mulher da Capital fura meu dedo e meu sangue pinga do papel. "Reynolds, Isabelle", apita o aparelho e meu nome aparece.

Depois de toda a burocracia, a representante sorteia o nome do Tributo feminino do Distrito 9.

Ela pega dois papéis sem intenção. Torço que ela escolha o que está em sua mão esquerda, por um motivo inexplicável. Ela escolhe o outro.

Meu coração bate muito forte agora.

– Isabelle Reynolds, suba aqui querida! - ela diz.

Está explicado. Sabia que era meu nome.

Ela volta para sortear o nome de meu companheiro Tributo.

– Distrito 9, seu tributo masculino é...


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Notas finais do capítulo

Comentem! Seu personagem só terá o resto de sua história postada depois que você comentar o capítulo (Isso serve para todos)!