Another Year, Other Games... INTERATIVA escrita por panemetcircences


Capítulo 3
O garoto das cicatrizes - Distrito 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/525827/chapter/3

POV Dion Woss

Meu dia começou cedo, claro, sou a única fonte de renda da minha família. Diferente da maioria dos habitantes do Distrito 1, temos que lutar para sobreviver. Passei as horas até agora trabalhando na única fábrica que deu emprego para um garoto de dezoito anos. Talvez, seja comum que se trabalhe desde sedo nos Distritos 11 e 12, mas aqui não. Bom, passei a manhã polindo pedras preciosas.

Minhas mãos estão imundas, mas isso não me faz sentir mal, pelo contrário, ao menos as cicatrizes de minhas mãos estão cobertas. Saio do trabalho antes, pois hoje é dia de colheita. Minha única preocupação é que meu primo mais novo seja sorteado, pois ele completou doze anos e sem minha autorização se inscreveu para as Tésseras, seu nome estará lá quinze vezes. QUINZE. O meu estara trinta e cinco, mas é ele que me preocupa.

Jurei para meu tio em seu leito de morte que cuidaria de seus filhos e agora isso está fora de meu alcance, ou talvez não. Talvez eu possa me volun... Não, nenhum de nós será chamado.

Empurro a porta da pequena casa onde moro com o corpo, sei que ela abrirá. A tranca está quebrada e não temos dinheiro para trocá-la. Ou nos alimentamos ou trancamos a porta.

Vou direto até o banheiro lavar as mãos. A cada gota de água que passa entre meus dedos mais marcas esbranquiçadas de cicatrizes aparecem. Ao total onze, cada uma com uns cinco centímetros de comprimento.

Depois disso, ligo o chuveiro, a água gelada escorre sobre meu corpo cansado, deixando-o mais rígido. Passo a mão em cima da cicatriz que corta todo o meu peito. Lembro-me o que aconteceu, tento esquecer, mas é impossível.

Fui apaixonado por uma garota, seu nome era Carry Ann. Passei três anos escondendo isso de todos, menos dela, ela parecia corresponder. Quando tomei coragem e decidi pedi-la em namoro, ela me humilhou, me deixou com cara de otário na frente de todos do Distrito, ela havia planejado isso para me humilhar, junto com o namorado, que eu não sabia que ela tinha. Ele falou que ia arrancar meu coração para que eu parasse de ter idiota que ninguém nunca iria me amar. Fincou uma faca em meu peito e fez isso. Eu fugi antes que o estrago fosse pior. Me recuperei, mas vivo sofrendo ataques, sendo chamado de fracote, mas, ao menos eu, sei que não é verdade. Meu coração dói.

Depois daquele dia, jamais voltei a amar alguém, a não ser aqueles que protejo. Meu irmão, meus primos e minha mãe, que anda muito doente e sempre de cama. Penso que ela sente vergonha de mim. Eu... O sinal soa e eu e meu primo saímos para a colheita.

Nos registramos e esperamos lá. Ouço os cochichos sobre mim: "Mamãe, eu tenho medo dele!", diz uma garotinha ao ver meu rosto carrancudo. "Ele é perigoso, dizem que foi ele que começou aquela briga que quase o matou!", ouço outra voz dizes.

Quando o representante de meu Distrito sorteia o Tributo feminino, uma menina que tem no máximo doze anos e cabelos loiros cacheados, anda em direção ao palco, quando uma garota maluca sai gritando de trás de todos que se voluntaria. Meredith Moon é seu nome. Conheço-a, ela sempre treinou para os jogos.

– Distrito 1, seu tributo masculino é... Dion Woss!- Meu coração dói onde passa a cicatriz. Como minha família irá sobreviver sem mim?

Espero que algum carreirista se ofereça para ir em meu lugar, mas isso não acontece.

Eu e Meredith apertamos as mãos e nos dirigimos ao edifício da justiça. Ouço o choro de meu primo e a cicatriz volta a doer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem! Seu personagem só terá o resto de sua história postada depois que você comentar o capítulo (Isso serve para todos)!