POV Meredith Moon

Pela posição do sol e pelo quanto ele queima minha pele, sei que horas são: Meio dia. Ou seja, o sinal para que todos se encontrem na praça de meu Distrito irá soar a qualquer momento. E toca.

Estou acordada desde as cinco da manhã, estava muito ansiosa para que esse dia chegasse. O dia em que me voluntariarei. Serei um orgulho para o Distrito 1. Fui escolhida para essa honra e isso significa que eu posso ter alguma chance.

Hoje cedo levantei e andei até aqui, o único lugar em que consigo ser eu mesma. O único lugar onde eu consigo me sentir confortada, pois sei que esse era o lugar preferido de minha mãe e meu pai quando começaram a namorar, costumavam se esconder aqui, apesar de não saber nem seu nome, me sinto ligada a ela quando posso respirar o ar que um dia, também, ela respirou.

Levanto-me e pego o caminho de casa, minha roupa já está separada. Só tenho que vesti-la e andar em direção a meu destino.

Entro na casa de um só andar, que parece grande demais para, apenas, duas pessoas. Os amigos da família costumam dizer que ela ficou vazia e sem cordepois que minha mãe se foi. De certo modo, me sinto culpada por sua morte, apesar de dizer o contrário, sei que meu pai também me culpa pela perda da única mulher que um dia amou.

Abro a porta de meu quarto, que fica do lado esquerdo do longo corredor. O vestido de um tom cinza claro está pendurado na cabeceira da cama. Visto-o, deixando meus braços definidos a mostra.

Meu pai está ajudando na cerimônia. Então tenho mais alguns minutos sozinha. O último sinal de aviso toca e eu corro, atrasada.

Passo mão sobre meu pulso e percebo que minha pulseira da sorte, que foi de minha mãe, não está em seu lugar. Merda, deixei-a no esconderijo e ele fica do outro lado do Distrito, mas não posso sem ela. É bom que o seis anos de treino na academia me ajudem a chegar o mais rápido possível para pegá-la e voltar para me voluntariar.

Quando chego, já sem folego, encontro-a caída no chão. A pulseira de espinhos com diamantes cravejados em cada uma das pontas. Amarro-a no pulso e no mesmo momento saio correndo em direção ao caminho que percorri até aqui/

– E o Tributo Feminino do Distrito 1 é... Tânia Alec! - Ouço uma voz anunciar de longe.

Apresso o passo.

– Eu, eu me voluntario! - grito o mais alto possível, afastando a multidão.

– Suba aqui! - Diz o representante do meu Distrito no momento em que seus olhos me encontram - Qual seu nome?

– Meredith Moon!

O homem de vira e vai em direção ao pote com nomes dos possíveis Tributos masculinos...

(Continua, pois o próximo capítulo também é deste Distrito)