POV Itan McIvor

Acordo, mas me mantenho debaixo das cobertas, não quero levantar e sair do conforto de minha casa para o pior dia do ano: A Colheita.

Ouço o sinal, isso significa que tenho que me levantar, mesmo contra minha vontade, tomar meu banho e me vestir. Só de pensar uma ponta de nervosismo e preguiça atravessa meu peito.

Assim que ponho o pé sobre o chão o sinto frio, gelado. Tomo coragem e começo a andar. Ligo o chuveiro e volto até meu quarto para separar a roupa enquanto a água esquenta.

Separo uma camisa social verde clara, uma calça, também, social preta e sapatos do mesmo tom.

Depois do longo banho, percebo que estou atrasado. Visto-me rapidamente e me dirijo à porta.

Passo pela cozinha como um raio. Quando ouço a voz de minha mãe ecoar. Volto e lhe dou um beijo na bochecha, que estala. Combinamos que ela não iria na cerimônia, pois, segundo ela, não tem estômago para isso e o simples pensamento que seu único filho poderia ser sorteado é muito doloroso. Ela arruma a camisa dentro da calça. Me sinto como se fosse uma criança novamente, isso me incomoda, mas deixo que ela o faça sem reclamar, apenas pelo fato do dia de hoje ser o que é.

Depois de me registrar, me dirijo à fileira dos jovens de dezesseis anos. O vídeo, o mesmo de todos os anos, é colocado por Carly, a representante de meu Distrito. Sinto o lugar onde a agulha perfurou meu dedo latejar.

Me perco em meus pensamentos quando escuto ela chamar meu nome. Não acredito que o tributo feminino já foi sorteado é eu não ouvi. Espere, se ela chamou meu nome significa que EU sou o tributo masculino. Não demonstrarei medo. É melhor que eu suba no palco antes que pacificadores venham me buscar.

Subo no palco, aperto a mão da menina e somos levados para dentro no edifício que fica atrás do palco.