P.O.V Effy

Flashback

“Eu e Cook estava no hospital para ser mais necessária estávamos sentados do lado de sua cama, ela tinha um sono profundo, porém ainda sofrido. Sabia que cada respiração que ela tomava era uma parte da vida dela, ela estava cansada disso. Cansada de viver, apenas não queria mais. Cook havia percebido que todos nós havíamos desistido, mas ele simplesmente não conseguia colocar na sua cabeça que ela estava indo, e eu acho que esse é o peso da morte, que eu apenas sentiria aquilo quando ela realmente se fosse, ai então eu saberia que eu me arrependeria de todas as palavras que eu não tive coragem de dizer para minha melhor amiga.

Ela estava conversando conosco ontem, e até ficou surpresa com tamanho interesse, e saudades antecipadas de Cook, ela chorou um pouco, mas ainda sorriu agradecida com tamanho carinho de Cook. Agora com ela dormindo, eu e Cook estávamos nós dois segurando sua mão, estávamos juntos desde que tudo que houve conosco, nossa relação complicada. Eu sabia dos sentimentos dele por mim.

– Eu estava pensando... – Ele murmurou.

– Em que? – Sussurrei.

– Poderíamos ir... Ah, não sei, tomar um café, ou algo mais forte? – Ele me convidou falando baixo, e tirando suas mãos de cima das de Emilly.

– Vamos – Eu decidi, tirei também minhas mãos das de Emilly, e saí avisando para a enfermeira ficar de olho nela, pois não sei o que aconteceria ali sem eu perto dela. Descemos e fomos para o cais que tinha ali perto, e ele tirou uma garrafa de Whisky da bolsa, ela estava pela metade, eu consegui observar.

Eu tinha os olhos vidrados naquela imensidão, e vi que ele me encarava de um jeito diferente.

– Engraçado – Ele comentou, e riu logo em seguida, eu olhei para ele curiosa pois não havia entendido o motivo daquela risada.

– O quê? – Perguntei interessada.

– Sempre acabamos no mesmo lugar, juntos – Ele comento, e eu não falo nada e continuo olhando para frente, percebo que ele ainda se aproxima mais de mim, e lança a bebida me oferecendo, eu pego a bebida de sua mão, e tomo. – Calma, baby – Ele comentou, e eu revirei os olhos. – Temos que manter a calma nessas horas! – Ele tentou dar uma de certo.

– E o que você sabe disso? De manter a calma, Cook? – Perguntei olhando para o céu que avisava que estava chegando uma grande tempestade, então me levantei, e senti a chuva caindo em mim. Senti ele me puxando, e eu o encarei. – O quê? – Perguntei irritada.

– Você não entende, não é? – Ele me perguntou.

– Eu não preciso entender nada – Falei, e vi ele se virar para mim com um certo brilho nos olhos, eu já havia visto aquilo antes, aqueles não era somente os deles, mas sim os meus, aquelas lágrimas que eu distinguia diante aquela chuva, aquelas eram minhas também.

– Você precisa me ouvir, é só uma vez – Ele pediu, e eu assenti mesmo sabendo que aquilo não era coisa boa, mas sabia que Cook merecia. – Depois de tudo o que passamos, mesmo a gente tendo esses rolos meio loucos, e se hoje a gente tivéssemos nos conhecendo hoje, eu faria tudo de novo, tudo. – Ele falou, e vi lágrimas nos seus olhos, elas caiam. – E qual é a fucking diferença? Nada bom fica comigo. Absolutamente nada – Ele falou e as lágrimas caiam dele, eu abaixei minha cabeça pensando no que falar, fechei meus olhos por meio segundo.

– O que quer dizer? – Perguntei, e resolvi o encarar.

– Quer dizer que eu ainda te amo – Ele falou, e meu coração disparou mais forte, e eu não sabia como lidar com a situação. Apenas não mais.

– Cook... Eu sinto muito – Eu falei, e ele abaixou a cabeça, jogando o Whisky que estava em suas mãos.

– Eu não consigo acreditar, você é inacreditável mesmo – Ele falava, e sabia que ele iria começar com algo que provavelmente iria acabar dando ruim para todos nós.

– Eu sinto muito, eu só...

– Eu só o quê, Eff? – Ele me interrompeu. – Quantas chances eu vou te dar para você quebrar meu coração? Huh?

– Eu sinto muito, eu só não... Eu não te amo, eu sinto muito – Falei, e resolvi sair mas logo vi que ele me puxou de volta, e não foi com delicadeza, apenas me debati, e ele viu o que havia feito.

– Fizemos tudo por você! Você é realmente uma garota realmente masoquista e fria, você só pensa em si mesma...

– Cale a boca! – O repreendi.

– Ou o quê? Você vai lançar todas aquelas tragédias em mim? Você precisa ouvir! Você sobre em si mesma, não aceita o amor, quebra o coração de todos, sua amiga está no hospital, e você não dá a mínima, apenas aceita isso como se fosse a coisa mais normal do mundo, você só liga para si mesma...

– Cale a boca! – Gritei o repreendendo, e o empurrando. – Você não sabe nada sobre mim!

– Não sei? Sei que você é uma vadia totalmente desesperada por atenção, e que fez a melhor amiga, ou ao menos que se diz melhor amiga, morrer para você se dar de coitadinha! Eu te conheço, Effy, eu te conheço e não é de agora não!

– Cale a boca, Cook! Cale a boca! – Gritei tentando fazê-lo calar a boca, mas só piorava as coisas pois ele jogava mais verdades na minha cara, eu o empurrava tentando parar com aquilo, pois a mentira podia doer, mas a verdade doía como nunca. Vi que depois de um tempo, ele chorava e jogava mais verdades na minha cara, aquilo doía como nunca, ele simplesmente saiu, me deixando sozinha, me joguei na calçada da rua, abaixando minha cabeça e deixando a chuva entrar em mim, era como se aquilo fosse tudo o que eu sabia mas que estava oculto, e a doía, doía tudo, depois de um tempo ali, eu abaixei minha cabeça, e fui até o hospital, precisava ver como estava Emilly, e depois eu precisava ir para casa, meu tempo estava curto demais para eu parar para pensar.

Segui normalmente até seu quarto, então as palavras de Cook me invadiram, eu estava toda molhada mas não me importei, entrei no quarto, e vi ela acordada, mas ela estava mal, pior do que quando eu havia deixado ela. Me enxuguei e fui até ela, colocando minhas mãos em sua testa.

– Oh meu Deus! Você está tão quente! Fuck! – Eu falei, e ela começou a chorar.

Emilly não estava bem, e vi que ela começou a vomitar, e passar mal, vi também que lhe faltava ar.

– AJUDA! POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA! – Eu gritava novamente, e vi que os médicos rapidamente chegaram, e me tiraram da sala, ajudando Emilly, eu via tudo de longe, aquilo doía em mim, e de repente, ouvia a voz de Cook falando aquelas verdades para mim, e aquilo doía... Como nunca doeu antes. Depois de um tempo, os médicos saíram, e me avisaram que eu poderia ir vê-la mas ela estava inconsciente, respirei fundo, e fui para lá dentro, e vi ela no tubo, apenas respirando por ele, vi que ela não estava nada bem, e senti algo diferente, aquele certo brilho no olhar de Cook logo estava no meu, e aquilo era um tanto estranho pois eu nunca chorava. Me sentei perto dela, e lhe dei um beijo com certa dificuldade por causa dos fios, dei um beijo na sua testa.

– Eu vou sentir tanto sua falta, velha amiga – Falei, e deixei aquelas lágrimas saírem de uma vez, sabia que não teria mais nenhuma chance, e me permiti, mas logo as limpei, me fazendo de forte de novo, e colocando aquela droga de sorriso."