Lonely escrita por Novaes


Capítulo 35
I could be dead any second, everything is so fragil.


Notas iniciais do capítulo

Eu amei fazer esse capítulo, eu juntei a minha dor junto com esse capítulo, e olha o que acabou saindo, tô orgulhosa dele aliás!
Quando eu escrevi esse capítulo, eu tava passando por uma fase bem difícil, daquelas que parecia nunca mais passar, mas alguém me ensinou que não é assim, que são apenas fases, que tudo passa (de um jeito bom, ou ruim!) e espero continuar acreditando nisso por um longo tempo, de verdade, todos vocês que passam por tempos difíceis eu digo a vocês: não desistam,
Vocês vão conseguir alguma hora, a gente tem que passar pelos obstáculos da vida mesmo. E para Effy, Emily era um obstáculo, o mais difícil.



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P.O.V Effy

Flashback

“O dia começou emotivo, e totalmente frágil, minha mãe chorava e implorava para ele não ir, assim como meu irmão, todos idiotas, mas eles precisavam encarar a realidade: Meu pai está indo embora. Por que aquilo era tão difícil de se aceitar na minha casa? Afinal de contas, ele não seria a primeira pessoa a ir embora então, qual era o segredo da história?

Desci as escadas já arrumada pois depois da escola eu iria para aqueles exames estranhos de Emilly, ela definitivamente precisava ver se o câncer ao menos tinha cura, era o que eu esperava... Que tudo aquilo acabasse e que no final, eu poderia falar: Finalmente, isso acabou. Mas a vida, ah, a vida não é justa e provavelmente ela me dará mais motivos para desacreditar em qualquer crença, qualquer história, e até mesmo no amor, nada me abalava, nada me deixava para baixo, eu não acreditava em amor verdadeiro, ou qualquer tipo de amor, não acreditava em muitas coisas, e a vida me ensinou – Como aprendizagem desde casa, mesmo -, que amor, casamento, e qualquer uma dessas besteiras que muitos acreditam por aí, acaba, ele sempre acaba ou seja, é uma pura ilusão da vida.

– Por favor, Tommy, me deixe explicar... Isso foi uma pura besteira, não leve a mal! – Exclamava minha mãe gritando desesperada para meu pai ficar, desci e logo fiquei encarando a situação, atenta, e muito feliz, de certa forma, eu era a culpada do casal estar se separando, mas mesmo sendo ruim aquilo, eu estava gostando.

– Não há conversa, está tudo acabado! Você fez sua escolha! – Ele exclamava enquanto pegava todas suas bagagens, e logo me avistou olhando a situação, ele me olhava e de certa forma ele me olhava me culpando por tudo, ele simplesmente odiava o fato de eu ter nascido. Ele saia pela porta, e minha mãe já chorava incontrolavelmente, ela caiu no chão, e meu irmão a amparou, ela sofria vendo a partida do meu pai, mas como eu já disse, amor é uma ilusão.

– Está feliz agora? – Meu irmão me perguntava enquanto amparava minha mãe morrendo pelo meu pai indo embora.

– Se eu disser que sim, ou que não, agora vai ter alguma diferença? – Perguntei para ele, e ele fez cara feia, e o choro da minha mãe só aumentava, peguei minha bolsa e saí pela porta da frente, a mesma que meu pai havia saído uns minutos atrás.

Segui calmamente para o prédio de Emilly, o mais engraçado é que os pais dela ainda não notou que ela estava com câncer, ou muito menos que o cabelo dela estava caindo constantemente, ela teria de raspar, e sei que ela amava estar com o cabelo dela, mas ela precisava.

Bati na porta deles e pude ver os pais dela abrir com um sorriso enorme em seus rostos, tentei dar um sorriso mas não era de forçar muito, então perguntei de Emilly e eles disseram que não sabiam, então, eu sabia exatamente onde ela estava, lá em cima, na cobertura.

Subi lá, e pude ver ela no limite da cobertura, em pé, e olhava para o chão.

– O que está fazendo? – Perguntei receosa, e ela tomou um susto comigo, tomando um quase pulo e quase se desequilibrando. – Cuidado! – Gritei tentando chegar mais perto, mas ela se controlou e olhou para frente depois de ter olhado para mim. – Vamos lá, Emilly! Estamos perdendo o tempo! – Falei impaciente pois tinha medo do que viria a seguir.

– Do que está falando? – Perguntou ela com a voz rouca.

– Do seu exame, iremos perder, então, por favor desça daí – Eu a implorava, tentando chegar mais perto mas ela deu uma meia gargalhada e pude ver que cada gargalhada custava muito para seu pulmão.

– Não tem exame, eu fiz ele um tempo atrás – Ela respondeu e eu a olhei confusa, mesmo ela não olhando para mim ela sabia que eu estava confusa. – Não há tratamento, eu estou morta – Ela respondeu seca.

– Emilly – Eu a adverti.

– Mas é verdade, você mesmo disse um dia para eu não ter esperança – Ela respondeu ainda mais seca.

– Emilly, não fale como uma idiota – Falei de novo, e ela continuou lá, e agora soluçava de tanto chorar. E deu um passo mais para frente ficando no limite do limite. Esperei para ver até que ponto ela seria capaz.

(A Emily não é ruiva, mas disfarça gente!)

Eu posso estar morta a qualquer segundo – Ela falava, e começava a sair aquelas lágrimas dela. – Tudo está tão frágil! – Ela falava e chorava mais. Ela se virou para mim com as lágrimas grossas caindo de seu rosto.

– Meu cabelo está caindo a cada minuto que se passa – Ela falava e passou as mãos pelos cabelos os jogando, e eles caindo. – Minha respiração está diminuindo, está tudo tão ruim de respirar, eu mal consigo suportar andar mais! Eu não posso mais suportar isso, dói tanto! – Ela gritava já, e continuou olhando para mim mas ameaçava ainda se jogar.

– Emilly! – Gritei desesperada. – Por favor, não faça isso comigo! – Eu gritava desesperada, tentando me aproximar mas a medida em que eu tentava me aproximar, ela ameaçava se jogar mais. Ela chorava mais e começou a balançar a cabeça negativamente.

Eu olhava a situação atenta e assustada.

– Por quê? – Ela me perguntou.

Porque você é minha melhor amiga! Por favor, não me deixe! Apenas não assim! – Eu gritava mais desesperada e já estava na ponta, perto a ela. Ela chorava desesperadamente porque tinha medo de morrer, e porque não queria que aquilo tudo acontecesse por causa de um misero cigarro, ela chorava porque continuava a falar que queria morrer.

– Por favor, me deixe fazer isso! – Ela implorava.

– Emilly! Apenas desça daí! Quem já se viu? – Eu gritava mais alto. Ela chorou incontrolavelmente se virando dessa vez, e colocando as mãos na boca dessa vez, e parou olhando para o chão.

– Está doendo tanto! – Ela resmungava soluçando.

Então ela decidiu e se virou para mim, descendo as a rampa com minha ajuda e então ela me deu um abraço, escondendo seu rosto todo em meu casaco. A abracei de volta, e então, eu me permiti, aquela lágrima sofrida, aquela dor, eu me permiti sair só aquela. Emilly não percebeu, e logo eu limpei minha lágrima, aquela minha dor vazia..."


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Notas finais do capítulo

amo vocês



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