Angels and Devils escrita por FChastel


Capítulo 16
Welcome Back


Notas iniciais do capítulo

Demorei né? E tá curto né? Maas eu posso justificar. Meu lindo computador decidiu que ele não reconheceria mais a própria bateria nem qualquer outra... tadinho, velhinho e confuso, ficou ligando por dois minutos e desligando por duas horas até eu cansar de tentar escrever :p
Mas meu pai arrumou ele, deu uns tapa, e estou aqui!
Aproveitem e mil perdões!



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ANGELS [AND DEVILS]

WELCOME BACK

Ichigo tremeu mais uma vez e praguejou. Praguejou com a força de mil homens e se levantou, finalmente, da cama. O ar gelado que entrava pela janela aberta acariciou o peitoral desnudo mais uma vez, fazendo com que se arrepiasse.

Como, raios, ficara tão frio em quatro horas? E ainda teve que sair do conforto mais que perfeito de sua cama, não podia ser pior. Antes de qualquer coisa colocou uma camiseta de mangas longas e esfregou os braços tentando se aquecer. Deslizou as portas de modo que uma se fechasse e outra logo se abrisse, agarrou um cobertor grosso de aparência um tanto felpuda e quente. Jogou-o sobre a cama com calma e o arrumou um pouco até que este estivesse meio esticado pela cama.

Caminhou menos irritado, até as janelas, e, uma a uma, foi as fechando. Antes de fechar a última sentiu uma rajada forte de vento entrar pela janela, amaldiçoou a força do vento que quase o congelara vivo, e antes de bater a janela sentiu chocar-se contra seu corpo um outro, menor, como uma almofada de encosto de sofá, ignorando-o por um segundo bateu a janela e a trancou. Virou-se apenas para se deparar com a maior surpresa que jurava ter na última semana.

Era ela ali, jogada no chão acariciando o topo da cabeça. Estava de costas para o garoto, sentada sobre as próprias pernas com o vestido branco todo torto no corpo. Podia ver claramente as “tatuagens” de asa nas suas costas, assim como todo o torso nu que seguia dali para baixo. Apesar de ela ter se chocado contra ele, caído com um baque surdo, estar ali, parada na frente dele se queixando de dor, simplesmente não podia acreditar.

Mas mesmo que sua mente dissesse “Não, se ela não havia voltado antes de oito dias, por que voltaria agora?” ele não podia negar que cada fibra de seu corpo se remexeu inquieta quando viu a pequena ali. Engoliu em seco e tratou de observar mais de perto, um passo para perto e então inclinou seu corpo. Tinha medo de que, apesar de todos os estímulos que seu corpo recebia do ambiente, estivesse sonhando.

— Caramba Ichigo! – A voz dela o atingiu como uma flecha envenenada, irradiando calor por todo o seu corpo. – Minha cabeça bateu com tanta força no seu cotovelo que eu acho que tenho um traumatismo craniano agora!

Ele continuou calado. O silêncio de tumba que o envolvia a incomodou e ela decidiu fita-lo. Levantou-se ainda com uma mão na cabeça e fitou o fundo dos olhos castanhos com um brilho diferente. Um brilho que escorreu levemente pela face alva. Uma lágrima, assim como a de Ichigo. Com toda aquela pressão lhe envolvendo após um bom tempo sem senti-la ele caiu de joelhos e abraçou a cintura da garota.

— Mas que saco Rukia! Você demorou pra cacete! – A irritação na voz era visível, quase palpável, ainda assim ele apertou a cintura fina de forma passional. – E nem se preocupou em avisar!

Então ele a soltou, com um pouco de violência, fazendo com que ela se afastasse.

— Ichigo – Ela foi interrompida.

— “Ichigo” nada! – Ele quase arrancou os cabelos de nervosismo quando passou a mão pelas madeixas ruivas. – Qual é o seu problema? Você acha que pode sair e sumir assim sem falar nada? Você acha que eu não me importo? – Ele fez uma pausa e quando a boca de Rukia se entreabriu para responder ele a interrompeu novamente. – Se você falar “sim” eu juro que vou fazer coisas horríveis com você! Nem o papa vai poder te ajudar Rukia.

— Não. – O fio de voz era como o de uma criança sendo censurada pela mãe.

— Exatamente. Não! Rukia eu passe oito dias morrendo porque você não aparecia! Eu morri de preocupação, de raiva de saudade e de mais um monte de coisa que eu nem sei o que são, e a culpa é toda sua!– Jogando o corpo na cama Ichigo suspirou. Fitou a garota e esperou por pouco mais de dois minutos até ela começar a falar.

— Eu devia ter dado um jeito de te avisar. Mesmo que estivessem me vigiando e impedindo contato com você, me desculpe. – Ela deu uma pausa e se aproximou dele. – Se ainda quer uma explicação, te darei uma agora. Eu estava sendo julgada por seis violações as regras. Passei por oito audiências e fiquei impedida de sair dos meus aposentos durante esse período. Só fui liberada de tudo hoje, e mesmo tarde assim eu decidi vir. Desculpe-me, de verdade...

Tocando as madeixas ruivas ela pôde contemplar certo olhar de arrependimento. Ignorou e abraçou carinhosamente a cabeça do rapaz. Soltando-se dela depois de certo tempo Ichigo apenas murmurou algo e se enfiou embaixo das cobertas.

— Ainda estou bravo com você. – O grunhido era baixo, o rapaz, agora de costas, apenas puxou mais as cobertas.

Rukia sorriu levemente. Antes de se pronunciar novamente.

— Ichigo? – Não houve nenhuma reposta, embora ela soubesse que ele a estava ouvindo. – Sabia que a temperatura do corpo humano é de trinta e sete graus célsius?

Ao ouvir tais palavras Ichigo apenas a encarou, incrédulo, com o canto do olho.

— Você ficaria mais quentinho se eu estivesse aí.

Ela também se enfiou entre os pesados cobertores sem perceber nenhuma resistência do rapaz que apenas se virou para contemplar a face dela muito próxima. Ichigo não pode fazer nada a não ser se entregar, buscou pelos lábios da morena e assim que os encontrou, capturou estes entre os seus, aproveitando o sabor que ela tinha. Logo, a língua sedenta adentrou a boca pequena com paixão. Rukia se jogou sobre o corpo dele e foi carinhosamente envolta pelos braços do ruivo, o beijo se interrompeu:

— Hora de matar a saudade. – A voz rouca fez com que ela se arrepiasse e apertasse ainda mais os braços ao redor do pescoço dele.

Os lábios masculinos atacaram o pescoço alvo, deixando beijos e leves mordidas enquanto ouvia os suspiros dela em seu ouvido. Agarrou sua cintura, trazendo-a o mais próximo possível e tomou seus lábios novamente, dessa vez, de forma mais intensa, fazendo-a suspirar. Em meio ao beijo rolou por cima do corpo pequeno de modo que se encaixassem mesmo sem estar entre as pernas dela. Arfou ao sentir cada curva do corpo feminino roçando no seu e não pode evitar a frase que saiu numa lufada de ar:

— Estou apaixonado por você, porra.

Rukia, ao ouvir tais palavras, não parou o beijo ou se separou do rapaz. Apenas sentiu um calor dentro do peito e, apesar de tudo, não via nada mais certo do que estar ali com ele.

— Que bom que não sou a única. – Ela murmurou com os lábios nos dele e riu quando o rapaz escondeu o rosto na curva do pescoço dela, talvez estivesse corado, e ela sorriu ainda mais com a ideia.

— Bem vinda de volta. Espero que nunca vá embora de novo. – A voz abafada soou no pescoço dela.

— Não vou. – Ela acariciou as madeixas ruivas fazendo um cafuné.

Ichigo a beijou mais uma vez, e por outras incontáveis vezes antes de adormecerem abraçados sob o mesmo cobertor. E por mais que as poucas horas que os separavam do amanhecer passassem rapidamente, encobertas pela penumbra dos sonhos, fora mais do que necessário para que todo o vazio que sentiram durante oito dias sem pausa fosse novamente preenchido.


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Notas finais do capítulo

Espero reviews!
Mesmo que eu não mereça!