Acabei cochilando ontem na varanda, e lutei para chegar na cama. Acordei com alguns raios sol entrando pela janela. Estava frio mais nem tanto. Não queria sair da cama, mas era obrigado a isso. Me levantei e troquei de roupa. Coloquei minha bermuda branca, e minha blusa de frio, que tinha gravado em letras grandes “Times Square”. Lembranças de casa.

Fui ao banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes. Peguei o elevador e desci direto para o salão do hotel, onde é servido o café da manhã, e lá estava minha mãe, colocando algumas coisas na nossa mesa, para tomarmos café da manhã. A mesa principal, estava cheia de pães e jarras com sucos de laranja. Ela falou que depois de tomarmos café, iríamos para nosso quarto e pegar as coisas, o nosso carro viria nos buscar daqui a pouco.

Subimos, organizamos tudo, pegamos as malas. Entramos no elevador. Ela olha dá o melhor sorriso que poderia agora.

– Você vai gostar da casa, ela é linda, confortável e muito grande. – Falou.

Ela estava realmente tentando me confortar. Sabia que se mudar, pra mim, não estava sendo fácil.

– Não importo, nunca quis me mudar! – falei com raiva. –Não queria sair de Nova Iorque... Desde pequeno moramos lá, meus amigos, minha escola, tudo isso ficou para trás. – falei indignado.

Ela abre a boca, pra falar algo, mas no mesmo instante, a porta do elevador se abre. Saio com pressa, deixando-a para trás.

Acabei esbarrando em uma menina, e ela tropeçou, caindo sobre mim. Ela me encarou de volta, a mesma expressão de susto.

Seus olhos castanhos encontram os meus. - Menino! – Ela diz se afastando de mim – Preste atenção por ande anda!

Desculpe – disse – não tinha te visto...

– Tá. – E ela saiu irritada pelo corredor.

Andei depressa pra poder chegar no carro, a BMW preta da minha mãe já estava estacionada na porta. Ela faz aquelas coisas de pagar diária, e entregar chave, etc. e tal.

E o vidro do carro abaixa, revelando o motorista. Olhei assustado, era Phillip, um amigo antigo da minha mãe.

– O que tá fazendo aqui? – perguntei irritado e entrei no carro.

– Calma aí, Simon... – Ele riu – Porquê está nervoso, cara? – pergunta, curioso. - Por nada – respondi.

Então pluguei meu fone de ouvido no celular, e dei uma olhada nas músicas da playlist. Minha mãe entrou no carro assim que bati a porta de trás. Eu estava com fone, mas a música ainda não estava ligada.

Reparei na conversa.

– Tenho que te contar uma coisa – ela olha apreensiva para Phillip-, é sobre Hector.

– Claro – ele respondeu – depois conversamos sobre isso. – então ele dá partida no carro, e saímos da área de estacionamento do Hotel.

Enquanto íamos para nossa casa, fiquei pensando em quem seria Hector, e qual o motivo de minha mãe não querer falar na minha frente sobre ele.

Eu sabia que queria descobrir uma coisa: quem é Hector, e o que ele fez pra minha mãe. Será que tem algo à ver comigo?