Apaixonada Pela Serpente 4 - Diario de Sangue escrita por Angy Black


Capítulo 2
Black Garden parte II – O Tesouro de Salazar Sonserina


Notas iniciais do capítulo

N/a: Agradecimento especial a Monike Peixoto pelo maravilho trabalho em betar meus primeiros dois capítulos da Quarta Temporada. Obrigada por corrigir meus erros !



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Black Garden parte II – O Tesouro de Salazar Sonserina

As nuvens fechavam-se num céu que antes era turquesa. Pássaros voavam juntos para fora da região cantando alto, como que avisando que se aproximava uma séria tempestade. A velha considerara o aviso dos pássaros e voltara-se para a chaleira no fogo, apagando-o e servindo-se de chá enquanto repetia para si mesma o aviso com um arrastado sotaque dos homens naquela ilha tão remota.

“Hay, ele está vindo… Pois venha, eu estou esperando você. Hay.”

Fora quando terminara o seu chá, com os olhos claros e gastos patrulhando o céu agora quase negro, que uma brisa mais forte começara a vir do mar aberto e escuro. A mesma brisa que espantara toda a vida daquela ilha, agora voltava-se brutamente em direção a casa do farol de forma ameaçadora. As duas velas no interior da casa de pedra se apagaram tornando o ambiente mais sombrio. “nheec” fizera a cadeira de balanço uma última vez quando a velha posicionara a xícara na mesa. A velha conhecia bem aquele aspecto macabro que tomava conta do ambiente sempre que “ele” estava por perto.

– Há três dias que espero por você - ela dissera sem demonstrar receio.

A presença a sua frente dera um passo que ela identificara apenas como o rastejo de uma serpente. Não precisava de nenhuma iluminação para reconhecer o “velho amigo”. A voz que a respondera só alimentara a imaginação da velha.

– Eu te encontrei Prue… - o sussurro arrisco era de satisfação. – Todos esses anos… e foi num farol na Irlanda que você escolheu se esconder de mim?

A voz era maliciosa e ameaçadora como se lembravam, sutil e veloz. Mas a velha era a única no planeta que talvez não o temesse. Havia algo de comprometedor entre os dois.

– Estou velha Tom, me esconder de você deixou de ser uma prioridade para mim… - Ela respondera num tom quase brincalhão com a pitada desafiadora que arrastava-se no seu sotaque natal - Além do mais… eu sabia que o momento de nos reencontrarmos se aproximava.

– Não estás tão velha quanto aparenta… - Ele respondera fazendo a velha dar um suspiro sarcástico.

– É muita gentileza sua falar isso…

– Você sabe por que estou aqui Prue.

– Hay. Receio que terei de falhar as suas expectativas…

– Não temes a morte velha? - reforçara o homem fazendo a mulher dar outra tossida sarcástica.

– Hay, não há esperança pra mim de qualquer forma, Tom. E também não há para você. Você fez demais até aqui. – a manta do bruxo arrastara-se para o outro lado da cabana enquanto este ria baixo das palavras da velha.

– Você realmente acha isso? – Perguntara o homem em sarcasmo.

– No fundo você sabe disso, sua confiança é falsa. Seu corpo está fraco e não vai suportar por muito tempo as trevas com que você envenenou sua alma.

– Ah não subestime-me velha… – Debochara o homem – Não sabe que “este corpo” é apenas um terno? – A velha encarara o bruxo com olhar quase solidário que enfurecera mais ainda o bruxo.

– Eu te alertei muitos anos atrás Tom. Sua maldição tinha duas saídas, e você condenou sua alma no momento que a matou. E nenhum dos seus truques poderá salvá-lo.

– Chega! Eu pus fim a maldição! – Rugira o homem, porém seu rugido se fundira ao eco da ventania ao mesmo tempo que atravessara a sala como o bote de uma cobra. A velha sentira o ar escapar-lhe os pulmões e a mão serpentinosa enroscar-se ao seu pescoço. A voz do homem podia ser confundida pelo som do arrastar de uma serpente conforme continha a excitação em suas palavras. – E agora eu vim coletar o meu tesouro.

A tempestade cessara e a lua cheia começava a aparecer por detrás das nuvens, iluminando parte da casa como parte do rosto da velha que agora inclinava-se de forma quase solidária.

Não existe fim até que o sangue do Herdeiro também seja derramado... – reparara a velha simplesmente, o bruxo apenas arregalava as fendas. Os dedos pressionaram-se ainda mais sobre o pescoço da velha.

– Entregue-a mim!!! – Rugira o bruxo quase quebrando pescoço da velha.

– Eu não tenho a espada Tom. Eu não sou a mais leal da Sonserina. Nunca fui… – debochara a velha, sua voz começando a falhar em delírio – E você nunca vai encontrá-la, a espada não é para você, pertence ao verdadeiro herdeiro de Slytherin…– O homem explodira parte da sala com a raiva que sentira com aquelas palavras.

– Eu sou O Único Herdeiro de Salazar Slytherin! - Exclamara o homem, Ela sentira a raiva do bruxo ser substituída por um hálito forte sobre o seu rosto, cheirando a pântano, mas a velha ignorara aos poucos sendo tomada pelo delírio.

– Não. Você é a sua metade mais maligna… - A velha fechara os olhos pesadamente por alguns segundos, ao abri-los estavam mais claros e vagos que o normal. – Você Lord Voldemort encontrará o verdadeiro Herdeiro sim, mas esta não será sua Glória, apenas o último ato de um bruxo desesperado, você o batizará com seus poderes porque sentirá a destruição próxima…

– Mentirosa! Nada é capaz de me destruir! Eu matei a única que poderia.– Ele segurava o fino pescoço da velha entre seus logos e serpentinosos dedos, Mas fora ao mirar as duas fendas nos olhos de cobra do homem que a velha sentira o pesar pela primeira vez, não por medo da morte, mas por um sentimento de tristeza.

– E talvez seja o único assassinato do qual você se arrependa…Você não me engana Tom – A velha tossira, mas o bruxo não a largara - Agora duas vezes o sangue da Elemental foi derramado. E a mesma espada que partiu a Alma de Salazar Slytherin destruirá cada um dos pedaços da sua alma sombria e despedaçada. É para esse propósito que serve o tesouro…

As fendas de cobras se estreitaram numa sede terrível. A sede de conquista que fora substituído por um raivoso desejo de vingança temperada com medo, tal sentimento poderia ser ainda mais devastador, percebera a velha.

Diga-me. Onde. Está– Aos poucos a velha ia perdendo os sentidos, não relutava, pois queria que a morte chegasse rápida, mas o poder da serpente era mais rápido e circulava como veneno em suas veias. A cobra enrolava-se em seu corpo manipulando suas últimas frações de consciência, sugando a informação de suas memórias até que escorregasse em seu último suspiro.

Black


Eu acordara com o som do meu próprio grito, um grito que me fora aliviado, pois a sensação anterior era de que meu pescoço estava sendo esmagado pelo corpo escamoso da cobra. Eu olhara os quatro cantos do quarto em pânico onde encontrara minhas duas irmãs também sentadas em suas respectivas camas encarando-me.

– Foi só um pesadelo… - eu dissera. Não sei se mais para elas ou pra mim.

Eu me esforçava para voltar ao normal, mas o som serpentinoso ainda arranhava os meus ouvidos, assim como o hálito podre e a dormência em meu pescoço. Idiotamente eu procurava pela cobra ou homem do sonho nos cantos do quarto, mesmo sabendo que tais não podiam estar ali. E esse era o único alívio em meu peito, a certeza que tudo não passava de um pesadelo terrível construído pela minha terrível imaginação e eu o sabia, pois terríveis descrições só podiam ser montadas para o que eu imaginava ser o Lord das Trevas.


Certas vezes Lucius comentava sobre as execuções que o Lord fazia com os trouxas e sangues-ruins. Execuções que ele ouvira do próprio pai, um dos Comensais da Morte também, e as piores eram feitas com essa cobra que ele tinha, chamada Nagini, que comia as vítimas ainda vivas. Lucius, é claro, se divertia contando essas histórias, que aterrorizavam tanto eu, quanto Narcisa, mesmo com Ephram dizendo que Lucius se empolgava nos fatos. Certo que minha imaginação se aproveitara dessas histórias para criar um Lord que tivesse fisionomia de Cobra.

– Eu estou tentando dormir Andrômeda! – exclamara Narcisa como se isso realmente fosse um fato importante, já Bellatrix não parecia aborrecida mas estranhamente curiosa.

– O que foi? – ela perguntara, e eu mal acreditava que ela estava realmente interessada.

– Cobras… – eu respondera entre um gaguejo e um sorriso envergonhado, tentando disfarçar que eu ainda soava frio.

– Humm, Sirius diz que sonhar com cobras é sinal de boa sorte. – Dissera Bellatrix no mesmo tom maduro de um adulto por detrás das madeixas negras e feições infantis. Poderia ser confundido com uma implicância, mas me dera uma piscadela antes de vira-se de volta para a cama.

Eu ainda perdera um tempo encarando o nada, tentando negociar silenciosamente com meu consciente para que tirasse tais imagens da minha cabeça. Eu tentei visualizar as alegrias que eu sentira no esconderijo de Sirius e Bellatrix, e todas as brincadeiras divertidas antes de ter coragem de fechar os olhos.

Verdade é que eu não conseguira fechar os olhos nem por um segundo aquela noite. Eu vira pela primeira vez o amanhecer púrpura por entre os galhos secos e macabros de Londres, os corvos cantando como galos. Da minha janela parecia a paisagem de um cemitério afundado em neblinas, mas tudo era por demais acolhedor quando comparado com a imagem macabra dentro da minha cabeça.

Assim que eu ouvira o barulho do Monstro marchando zangado pelo corredor eu corri para me vestir e sair do quarto. Corri para a cozinha e cortei um pedaço da torta de abóbora, embrulhei e levei comigo porta dos fundos a fora. Fui para os jardins dos fundos e lá fiquei jogada até que os demais também acordassem.

Eu encarava o céu perturbada. Podia ouvir minha mãe tocando o Piano no salão de música. Era a Belíssima Obra de Chopin, Moonlight. Era a favorita de minha mãe e provavelmente a única coisa que eu apreciava nela. Mas ela nem o desconfiava, sua frieza refletia que era entre ela e a música unicamente.

Sentia minha cabeça doer com a claridade, mas era justamente nas nuvens que eu andava. Em cada tecla que ela pressionava… Me esforçava para recordar melhor os flashs daquele “pesadelo” enquanto uma teoria ainda pior passava pela minha cabeça.

“Aquilo não podia ser simplesmente um pesadelo”, era detalhe demais que não, minha cabeça não tinha porquê criar sozinha… Foi quando a simples certeza bateu na boca do meu estômago: que se eu dividisse com qualquer um da família os detalhes daquele pesadelo, seria sim interpretado como uma visão, predição ou mesmo profecia.

Eu já lera o bastante para saber ao menos isso… aquilo não era mesmo minha imaginação, ‘tava mais para telepatia. Ainda mais vindo de um ponto feminino de uma família de bruxos…

Que droga, eu pensava… Eu não queria ser a vidente da família… definitivamente não queria ser o objeto de premonições daquele clã terrível. Então eu rira comigo, como eu sou boba. Foi apenas uma visão, muito cedo para ficar desesperada e fugir de casa… Certo que eu era a menos visada da família…

Foi então que outra lembrança mexera comigo. Alguém com certeza era visado na família, ou seria, de acordo com a velha da visão. “Black” ela dissera e fora bastante clara. Será que era algo que eu devesse avisar alguém? Não… se tinha algo que eu aprendera com a história da magia, era, se tiver visões não conte a ninguém! Eu não seria idiota de botar a minha família em teste.

As nuvens formavam ironicamente o formato de uma espada enfeitada com cobras como o escudo de Slytherin e eu não tirava a visão frustrada do que seria Voldemort da minha cabeça. Maior parte da visão pra mim era mais do que confusa, mas nunca imaginara o Lord das Trevas tão indefeso.

Era como se de alguma forma a velha risse da cara dele e de toda a sua guerra. E seu tesouro tão precioso estava perdido. Eu tentava entender o porquê de eu ter recebido toda essa informação, ao mesmo tempo que lutava para acreditar que tal era real. Pois isso é o que acontece quando se tem uma visão, ela não chega com apresentação não. Mas é tão sutil quanto um sonho e a primeira coisa que procuramos fazer de certo é tentar convencer-nos mesmo de tal. Até que a realidade começa a se encaixar e a verdade se torna inegável, e isso pode levar anos.

Eu ainda estava no primeiro estágio da negação. Muito nova, porém já com um fardo gigante. Verdade que eu era a última da família, a mais diferente, a mais sensível, a ovelha negra e a resposta para tudo isso estava finalmente ali, ao menos para mim. Eu começava a colecionar segredos, no entanto eu não podia dividi-los com ninguém.

– Mas o que há de tão interessante no céu? – Ephram me perguntara com muito interesse deitando-se ao meu lado.

– Não é nada. Só estou pensando… – Eu respondera surpresa, só então notando o mais amigável Malfoy.

– E você pensa?!? Há Há Há.

– Idiota! – Eu me defendera acertando uma cotovelada, mas ele me devolvera uma muito mais forte. – Aiii!

– Fala a verdade Andrômeda! Ou vou espalhar que você tem um segredo daí terá de aturar todo mundo em cima de você e você sabe como o Lucius é com jogos de tortura, não sabe?! – Ameaçara o Malfoy júnior sentando-se, eu me sentara também.

– Mas eu não tenho segredo nenhum!

– Nossa mas deve ser um segredo realmente fascinante para te tirar do seu quarto…

– Será que eu não posso querer passar a manhã deitada no jardim e brincar com as nuvens?

– Muito Obrigado, eu estava entediado. Agora eu vou poder te torturar até você contar. Lucius vai adorar fazer você chorar…

– ‘Tá bom! ‘Tá bom! Eu conto! Merlin! Eu queria saber quem que deu origem a vocês, Malévolos Malfoys!

– Conde Drácula, reza a lenda. – respondera Ephram brincalhão.

– Você não pode dizer a ninguém! – Eu lembrara de forma agressiva, ele fizera sinal de X nos lábios e do lado esquerdo do peito, mesmo que com um olhar de desdém e pouco caso. Eu rira de lado, era apenas o jeitinho Malfoy. Eu sabia que podia confiar, se eu podia confiar em alguém ali, era Ephram. E a verdade era que eu estava doida para dividir minha aventura com alguém, mas não tinha certeza ainda se a aventura era minha para ser dividida.

– Levo seu segredo para as tumbas de Azkaban. – Ele completara com um sorrisinho encorajador nos lábios. Era a forma que os comensais juravam lealdade, alegando que nem sob tortura revelariam as informações. Eu respirara fundo, não queria mentir para ele e ele não desistira sem alguma informação.

– Já esteve fora da propriedade dos Malfoy? – Ele me encarara confuso – Sem os Malfoy. Já esteve sozinho em algum lugar que não estivessem te vigiando? – Ele finalmente parecera entender e sorrira de lado, dessa vez um sorriso não muito confiante.

– Uma vez no Beco Diagonal. Lucius estava muito ocupado destruindo a loja de Varinhas, a mãe ficou louca… - ele contara divertindo-se com a lembrança – aproveitei a confusão para escapar deles…

– O que você fez? – perguntei animada.

– O que você faria no meu lugar? – Ele perguntara de volta de forma intrigante. Me imaginei no universo paralelo de Sirius e Bellatrix de novo, correndo entre as árvores, receosa de que ele pudesse adivinhar meus pensamentos. – Infelizmente minha expedição terminara mal, com o pai me encontrando no centro de Londres poucos antes de escurecer, no portão do Hyde Park…

– Eu não acredito! Você foi no mundo dos trouxas! – A ideia era fascinante, ele realizara um dos meus sonhos e eu nem sequer imaginava. – O Sr. Malfoy deve ter ficado furioso. – Ele levantara por metade, levantando a parte de trás do pulôver onde vi as marcas do castigo.

– A primeira e mais inesquecível surra da minha vida. - Ele dissera com um sorriso satisfeito - Valeu cada cicatriz. – Não consegui conter o sorriso nos meus lábios.

– Fantástico! Até os portões do Hyde Park! - Ele afirmara com a cabeça. Eu havia visto uma das entradas do parque algumas vezes da janela do coche por entre as faixas da cortina. Minha mãe sempre restringira o contato visual com o mundo dos trouxas, mas eu sabia que era o maior parque de Londres, sabe-se lá quanto tempo de caminhada até chegar ao outro lado, talvez nunca acontecesse. Então vira as feições de Ephram adotando um ar distante.

– Era com isso que estava sonhando? Quer fugir de casa? Não daria certo… - Ele me dissera como que tentando consolar a mim ou a si mesmo.

– Talvez não. Se você tem valor pra família… – Eu observara perto de seu ouvido, logo rindo de lado. – Mas e se não temos menor valor? – Novamente meu primo loiro parecia desconsertado.

– Mas o que é que está dizendo? Sem menor valor? Você tem um dom incrível Andy. Consegue mudar de cara com mais facilidade que um bicho-papão. – Pronto ele nocauteara meu ponto fraco.

– Dom?! Que dom!?! É exatamente isso o que sou! Um bicho-papão bizarro! Por que não vai atrás da Narcisa compartilhar sua nova criação?

– Merlin quanto drama. Eu daria tudo para ser um bruxo-camaleão, que idiota.

– É uma maldição ! Sem controle! Inconveniente!

–Mas é engraçado, tem de convir. Sua cara começa a aparecer com a de um roedor quando você começa a se acovardar. – Eu suspirei me virando derrotada, segurando as lágrimas.

Ele não entenderia. O que eu odiava nos garotos, principalmente naquela idade é que por mais que fosse seu amigo, por algum motivo tudo que fosse profundamente grave para mim, uma garota, seria profundamente engraçado para eles. Mas aquele “Dom” era o que minha mãe mais detestava em mim. Sempre que acontecia achava que eu o fazia de propósito com o único intuito de desrespeitá-la, e eu era punida por isso. Narcisa ajudava me chamando de Falsa Cara ou Aberração.

– De qualquer forma não adiantaria fugir, somos unidos pelo sangue, toda família, coisa mais fácil é achar um parente foragido… – E simples assim ele destruía meus belos sonhos, tão simples, com o sorriso ainda nos lábios. É, ele não era diferente, também era terrível.

– Ei aberração! – Era Narcisa acompanhada de nossa mãe e tia Walburga que se juntavam ao meu pai e tio Orion para assistir o fim do duelo de Sirius e Lucius. Só então eu notara os dois duelando entre os canteiros do outro lado do jardim, os outros se aproximavam em suas vestes escuras como um deslize funerário.

Sirius se encontrava aos risos na corcunda de Lucius que tentava atrapalhadamente acertá-lo. Seria extremamente engraçado se não fosse Narcisa tentando roubar a atenção para si.

– Monstro precisa de ajuda na cozinha e de uma namorada também… Por que não se transforma num elfo? – Ela dizia alto para mim, do outro lado do jardim, de forma que todos no local tivessem condições de ouvir. Por algum motivo minha mãe e minha tia acharam o comentário interessante.

– Ephram! Você! – Ordenara o Sr. Malfoy para o centro do campo de duelo. Cortando aquele comercial horrível de hienas com um instalar de dedos. Na hora me pareceu genial, pela forma que elas pararam de rir contrariadas.

– Bellatrix! – Ordenara agora o nosso pai. Esta se encontrava encostada de ombro na árvore do outro lado do campo, sombria como sempre, apenas observando o duelo com um ligeiro sorriso nos lábios, quase invisível.

– Olha Bella, Malfoy está treinando para ser a namorada do Monstro! – Dissera Sirius às gargalhadas ainda nas costas de Lucius forçando este a ficar cada vez mais corcunda. Ephram divertia-se ao meu lado.

– Não seja ridículo Sirius! Ephram anda! – Reclamava o Sr. Malfoy – Esses dois já ridicularizaram por demais o treinamento.

Lucius descontara em Sirius derrubando-o agressivamente de suas costas e saindo de cena enfurecido, deixando meu primo ainda aos risos no chão chamando-o de volta enquanto Lucius só mandava sinais agressivos.

– Bellatrix me derrotaria em menos de dois minutos, Sr. – Respondera Ephram com estranho interesse, então olhara para mim. – Duelo com Andrômeda.

A revolta fora imediata, vi minha mãe e Narcisa protestarem aquele ato ridículo. E pela primeira vez eu concordava com elas! Eu estava em igual ou maior pânico interno. Sentia meu peio dilatar em nervosismo. Eu não entendia porque Ephram estava fazendo aquilo comigo, era um completo complô contra mim e eu só sairia humilhada.

– Não! Narcisa então! – Respondera tio Orion para meu alívio, mas o protesto viera rápido.

– Narcisa é horrível, mal sabe segurar uma varinha! Vem Andy. – Retrucara Ephram indo pro centro do jardim.

Vi Nascisa exclamar abobada e todos mais uma vez perturbaram-se quando ele dissera só parte do meu nome. Mas fui puxada de vagar pelo olhar de Ephram agora pressionando-me.

– Qual é o seu problema? – eu murmurara para ele, seguindo-o para o centro.

– Qual é o seu! É só um duelo… – ele murmura de volta.

– Eu nunca duelei! – Eu dissera tentando ser mais clara.

– Sempre tem uma primeira vez. – Ele respondera piscando-me ligeiramente. Eu lembrara na mesma hora de uma vez Sirius reclamando de Ephram o quanto essa característica dele podia ser insuportável. Forçando os outros aceitarem os piores desafios. Só então eu entendera.

– Sem conversa. Posições! – Bradara tio Orion estremecendo-me ainda mais os ossos. Ephram se pusera de frente pra mim. Sirius ainda gritara animadamente, agora nada perturbado pelo desafio injusto “Explode ele Andrômeda!”

– Silêncio! – Bradara tio Orion.

Bellatrix posicionara-se melhor na árvore pela primeira vez com um olhar interessado direcionado a mim. Era muita pressão! Por situações assim que no fim eu nunca sabia se gostava ou odiava Ephram, mas sabia que nunca o perdoaria por isso.

Contaram-se 10 segundos, Ephram me olhara comprometedoramente com seus olhos escuros e apontara a varinha em minha direção.

– “Expeliarmus”– Fora muito rápido. Eu nem sabia para onde me locomover e antes que o fizesse fora atingida em cheio pelo flash de luz sendo jogada uns 5 metros de distância, parando aos pés da minha mãe que virara a cara enojada.

– Levante-se Andrômeda! – Dissera meu pai. Não fora um feitiço forte, mas todo meu corpo doía. Levantar-me parecia uma missão impossível de ser cumprida sozinha.

– Vamos, levante-se Andrômeda! – Dessa vez era Sirius, mais caloroso de onde estava. Vi também o olhar encorajador de Ephram, me forcei a levantar com dificuldade.

Mal recuperara a firmeza em minhas pernas e fora atingida mais duas vezes, dessa vez minha varinha voara de meus dedos. Meus ouvidos doíam ainda com um zumbido forte por causa do feitiço e de todas as vozes que se alteravam, meu cérebro escolheu registrar a mais desanimadora.

Patética. – Disse Narcisa entre o nojo e o divertimento.

Eu levantara e conseguira me desviar de dois feitiços, pois Ephram também não se esforçava muito, porém me perseguia forçando-me ao movimento. Eu tropeçara por último, mas conseguira recuperar minha varinha antes de me jogar atrás da árvore onde chicoteara o feitiço. Eu ouvira Sirius gritar.

– Muito bem Andrômeda! – Ele tinha orgulho de mim, todos podiam estar achando o espetáculo um massacre, mas Sirius tinha orgulho de mim e eu começava a sentir orgulho também.

Tentara olhar por trás das árvores, mas quase fui atingida. Esses jogos perigosos, quase me custaram um olho. Pensei por alguns segundos tentando lembrar dos duelos de Bellatrix e Sirius, tentei enfeitiçá-lo duas vezes mas ele se desviara facilmente. Respirei exausta. Percebi que nunca conseguiria acertá-lo, eu mal conseguia focar o alvo de onde estava. E eu já não era boa quando o alvo estava parado.

– Pare de se portar como um cervo! – Dissera meu pai e ouvi Narcisa rir de onde estava. Ephram também murmurava “Vamos saia daí”. Sirius por sua vez gritava “Ao seu tempo Andrômeda” eram diferentes conselhos, mas eu não aguentava mais ficar como um animal atrás da árvore, era humilhante.

Eu corri para qualquer direção. Desviei de seu feitiço, mas tropecei de qualquer forma. Não importa, eu chegara a outra árvore. Era minha vantagem, todos achavam que eu ficaria ali mais alguns minutos, surpreendi até mesmo Ephram quando sairia meio segundo depois.

– Expelliarmus!

– Protego! – Ele defendera-se por fração de segundos, só então eu me lembrara do feitiço de proteção. Ele devolvera o feitiço, mas fora minha vez de defender-me.

– Protego! – Sirius vibrava. Ephram sorrira satisfeito e correra em minha direção. Eu realmente parecia um cervo correndo entre as árvores, sendo caçada. Seu feitiço passara por cima de minha cabeça quando eu virara arriscando toda minha sorte e mirando em seus pés. – Encarcerous!

Fora instantâneo, mas ao mesmo tempo que seus pés foram enlaçados fazendo-o cair, seu último feitiço também me acertara de raspão jogando-me para o
lado, mas eu observara o bastante até então para saber o que fazer, e com um último Expelliarmus sua varinha fora parar metros de distância dele.

Estava terminado. Ephram com as pernas completamente enlaçadas dera-se por derrotado e sorrira-me confidente. Eu estava atônita, não acreditando no que acabara de acontecer. Num ultimo ingênuo gesto idiota eu me virara para os chefes da família que permaneciam em silêncio, sem dizer nada, exceção do Tio Orion.

– Próxima vez me dê um duelo de verdade Ephram. – E dera meia volta em direção a propriedade levando consigo o resto das hienas, mas fora só isso, nada mais. Nenhum comentário bom ou ruim diretamente para mim. Até mesmo Narcisa parecia revoltada por nada pior ter sido dito, mas os seguira em silencioso descontentamento. Então Sirius se jogara atrás de mim como se eu acabasse de ganhar a Copa de Quadribol.

– Incrível! Andrômeda! Deixou até mesmo os velhos sem palavras! – Sua alegria me contagiava de uma forma tão avassaladora que eu tinha medo de cair no choro.

– Não, Tio Orion está certo. Ephram me deixou vencer.

– Para de ser tão modesta. – respondera Ephram.

– Meu pai não reconheceria um bom desempenho inesperado nem se fosse dele próprio. – Dissera Sirius descontraído abrindo novamente seu belo sorriso para mim. Era simplesmente o momento mais realizador da minha vida.

– Uma ajudinha aqui por favor? – Dissera Ephram ainda no chão, mas Sirius não se importara, fora na verdade minha sombria irmã quem desfizera o feitiço das cordas com um único gesto ao passar por ele e sem ao menos parar viera em minha direção pondo-se frente a mim.

Meu coração acelerara, aquela tarde já o fora por demais surpreendente pra mim, tive medo de sua opinião, mas ela nunca viera. Apenas seu olhar tão grande e tão azul atravessando o meu: Indecifrável, desafiador, satisfeito ou simplesmente não impressionado, impossível de adivinhar.

Dissera apenas uma palavra: “Férula” e senti algo quente no meu ombro direito onde havia uma ferida e logo ataduras se enrolaram em torno desta.

Aquilo bagunçara tudo o que eu sabia sobre minha irmã, como que um fogo desconhecido dentro do meu estômago sugerisse que ela, diferente dos nos nossos pais ou de Narcisa, se importava comigo. E antes que eu pudesse dize-lhe qualquer coisa ela se retirara. Era mais que um teste surpresa aquele duelo, era nascer de novo dentro das demais expectativas. Era mesmo um dia de sorte. Mas aquela visão ainda me assombrava…

E foi quando tudo mudara para mim, que tudo começou a mudar também na rotina da Família Black. Os adultos não discutiam mais os planos do Lord na mesa de jantar, como se a guerra estivesse em recesso. Mas sabíamos que era uma impressão errada, que aquele silêncio se devia a algo ainda mais sombrio acontecendo além das expectativas dos Comensais.

Eu via os Black e os Malfoy agora tensos, como se o cerco em volta da família começasse a apertar. O pouco que conseguíamos ouvir espiando e observando o comportamento dos adultos era de que Não estávamos mais numa posição privilegiada, pelo contrário. Comportavam-se como se estivéssemos numa espécie de risco.

Depois do meu dia de sorte Ephram resolveu levar os treinos mais a sério comigo e eu comecei a gostar da oportunidade. Naquele dia, tio Arfaldo assistia animado e Sirius aproveitava para interrogá-lo.

– Como é que você pretende me atacar se foge como se eu fosse um Dementador? – Reclamava Ephram entre um feitiço ou outro, ele não me dava muito espaço para fugir agora e eu mal tinha coragem de me mover.

– Acha que estamos perdendo a guerra? Para a tal Ordem da Fênix? – Perguntou Sirius e eu tropecei ao ouvir a pergunta, levando logo um esporro de Ephram que simplesmente aceitara aquilo como vocação.

– Não seja ridículo! – Se intrometera Lucius tentando inutilmente ajeitar os próprios fios rebeldes no topo da cabeça, desarrumados pelo duelo. – Eu ouvi meu pai dizer, a cada dia mais membros da Ordem da Fênix são executados pelo Mestre. E agora nossa família está numa missão secreta ditada pelo próprio Lord…

– Quando que não estão numa missão secreta, idiota? – Respondera Sirius empurrando-o, Lucius respondera com um soco que só acertara o vento.

– Parem vocês dois. – ordenara tio Arfaldo, Ephram ainda não me liberara do duelo. – Seja o que for o que esteja acontecendo… não acho que ninguém sairá vitorioso.

– Aiii! – Eu gritara quando sentira um feitiço raspar meu rosto de leve. Eu mirara Ephram com raiva, mas esse não estava nem um pouco arrependido.

– Esse foi o feitiço que supostamente arrancou seu olho esquerdo fora numa batalha. Você acha que um Auror vai mirar onde dói menos???

– Como que eu vou enxergar se não arriscar a cabeça??

– Use seus instintos Ninfadora! – Ele respondera aparecendo por trás acertando-me na cabeça, ele gostava de me deixar tonta pois meu cabelo muda cor.

– Certo… não me chame assim – eu resmunguei cuspindo folha de árvore. Verdade era que eu pouco ouvia as lições de Malfoy.

Tio Arfaldo tinha um ponto, mas os Black e os Malfoy estavam mesmo agindo de uma forma ainda mais secreta. Nosso pai e tio Orion diariamente aparatavam antes mesmo dos demais acordarem. Só o víamos na hora da janta, o que deixava nossa mãe e tia Wallpurga ainda mais mal-humoradas. Era óbvia a indignação das duas, mas ainda mais óbvia era a subalternidade. Pois quaisquer que fosse a curiosidade das duas, nada perguntavam, recolhiam-se contrariadas junto aos demais ao jantar silencioso. Quando podiam descontavam no Monstro ou no tio Arfaldo.

Tio Arfaldo era visto fora do quarto algumas vezes, uma vez Sirius conseguira convencê-lo de inspecionar os nossos duelos, depois disso eu o flagrara uma vez na antiga biblioteca afogado entre pergaminhos e uma garrafa de conhaque. Às vezes ele aparatava no meio da noite bêbado e corria para seu quarto, fugindo das recriminações do Sr. e Sra. Black. Cada vez mais as brigas eram direcionadas ao Tio Arfaldo e temíamos por ele.

Era óbvio que exigiam algo dele do qual eu ainda não conseguia entender, mas via que aterrorizava bastante o meu tio. Ele próprio dizia-se nada corajoso, mas quando voltava com a garrafa de conhaque em mãos, acusando os Black aos berros de criminosos desalmados, era o bruxo mais corajoso do mundo mágico para mim. E também para Sirius que considerava cada ocasião um espetáculo. Apoiava tanto o tio Arfaldo nos escândalos que acabava sendo sempre castigado também.

Não demorou para que os Blacks proibissem Bellatrix de brincar com Sirius, mas este não se afetara. Tanto Sirius quanto Bellatrix raramente levavam os adultos a sério e dificilmente consideravam a opinião deles de qualquer forma. O pior era que nunca acabava bem pra Tio Arfaldo, uma das vezes fora enfeitiçado por tia Wallpurga que lacrara seus lábios por quatro dias inteiros, e apenas isso porque Sirius não parava de perturbá-la um só minuto para o fim daquilo. Era horrível e mesmo que Narcisa e nossa mãe não soubessem de verdade como demonstrar felicidade, eu não sabia o que podia causá-las mais divertimento que aquilo.

Os Malfoy estavam tanto quanto tensos, se as coisas não estavam indo fáceis para os Black não seria diferente para a família loira platinada que se instalava na Mui Antiga propriedade dos Black. Ephram por um lado parecia mais descontraído como Sirius com toda aquela situação, eu suspeitava que ambos realmente torciam para o outro lado da guerra só de implicância. “Ainda é muito cedo para suas mentes entenderem o que o coração já compreende.” dizia tio Arfaldo sobre a gente.

Mas com o tempo cada um de nós foi tomado por toda aquela conspiração, a curiosidade nos deixava loucos, prontos para fuçar cada vez mais fundo como numa verdadeira caça ao tesouro. Eu sabia que o melhor era deixar aquilo de lado, mas não conseguia, também já seguia minha curiosidade. Lucius é claro, o que fazia de melhor, achou como tomar a liderança daquele bonde de Comensais Mirins cheios de sede e um dia apareceu, saltando sobre nossas cabeças com um plano perfeitamente arquitetado e desenhado.

– Eu ouvi Wallpurga e Druela interrogando Cygnus. Querem saber O QUE o Lord tanto procura! É ESSA a missão! Estão atrás de alguma coisa ou de alguém. Talvez um agente duplo entre os Comensais.

– Como você? – Sirius debochara fazendo tanto Ephram quanto minhas irmãs, cada uma em seu determinado canto, rirem. Mas Lucius não desfizera o sorriso vitorioso nem um por cento, verdade que mesmo Sirius estava desesperado por uma pista mesmo que isso significasse ser liderado pelo primo Malfoy. – O que diabo você tem aí?

– Tem um motivo pelo qual o velho Arfaldo tem andado sumido da Casa dos Black é porque ELE fazia parte do grupo de investigações do Lord das Trevas! ELE era o que coletava e traduzia os documentos achados…

– Não viaja - dissera Sirius. – Tio Arfaldo foi retirado da missão. Não achou nada.

– Como você é ingênuo Sirius. – retrucara Lucius com um sorriso arrogante nos lábios. Sirius estalara o maxilar em raiva. – É exatamente isso o que todo mundo quer arrancar dele. Aquele idiota conhece a verdadeira história do Lord das Trevas. Ele era o detetive dele… o Lord teve de dividir com o velho o que é que ele tanto procura!

Eu queria voar no pescoço de Lucius a cada ofensa que ele fazia ao Tio. O sorriso de Lucius era diabólico. Ele se realizava quando estava na liderança, mas eu estava impressionada mesmo era com o passado que eu desconhecia do Tio Arfaldo, de quem eu tanto gostava. Eu sabia que não era limpo, de ninguém era. Ainda crianças aprendemos a matar – como dizia Lucius – mas também não imaginava que era de tanta importância. Não era só eu, todos refletiam surpresos a respeito.

Eu também sentia um resquício de culpa, pois de certa forma sabia o que o Lord tanto procurava, e eles ficariam surpresos com o quanto eu sabia, mas Ephram tinha razão: Eu sou uma covarde. E além do mais, agora eu também queria saber o quanto Tio Arfaldo sabia e estava envolvido.

Todos sabíamos que fazia sentido, impossível que tio Arfaldo não soubesse de nada em tantos anos de serviço. Todos sabiam que Voldemort apaga a mente todos que trabalhassem pra ele pessoalmente, mas não funcionava em ninguém da família e os Black se gabavam disso. E por que?

– Porque somos os Mestres nisso, mula! Quem você acha que inventou a Oclumência? – respondera Lucius com um sorriso perigoso.

– Claro, nem todos são. – Alfinetara minha outra irmã para Narcisa fazendo essa ainda mais irritada, mas dessa vez a carapuça também me servira.

– Ou seja! – Lucius se pronunciara de novo, voltando a subir na pedra mais alta. – Ele não esqueceu de merda nenhuma!

– E você está dizendo que ele não revelou para nossos pais, mas com certeza vai abrir todo o jogo pra gente só para satisfazer nossa curiosidade. – Dissera Ephram descrente, mas ainda sem afetar o irmão mais velho.

– Não estou dizendo nada disso, de forma alguma. Apenas sugerindo que armemos uma emboscada e tiremos a história dele sem enrolar, à força. – Respondera Lucius simplesmente, eu estava pasma, mas vira Bellatrix prender o riso.

– Você vai fazer o que? Amaldiçoá-lo com a Imperius? É um feitiço de manipulação da Mente… – Narcisa se pronunciara querendo acabar com a alegria de Lucius que levara pro pessoal.

– Não! Eu quero torturá-lo fisicamente! – Meu queixo caíra – Ahh ahh e a melhor parte: Ele não vai poder nos entregar de qualquer forma, pois carregaremos o segredo dele. – Novamente Bellatrix rira baixo e dessa vez eu não fora a única a notar, Lucius pareceu ligeiramente atento o que deixou Sirius inquieto.

– Não seja idiota! Isso é um absurdo, atacar Tio Arfaldo! – Eu protestara pela primeira vez espumando ódio, Lucius apenas suspirara entediado.

– Eu mereço : Tia Arfalda agora. Ninguém te perguntou!

– Você não pode estar falando sério!

– Ele não está… – rira Ephram.

– Isso depende, do quanto vocês querem saber. – dissera Lucius automaticamente.

– Você acha mesmo Andy, Que Malfoy tem qualquer chance com tio Arfaldo? – rira Sirius tentando me acalmar. Mas Fora Lucius que respondera com arrogância deixando meu primo sem graça.

– Ah me desculpa, esqueci que um bruxo aposentado bêbado gaga é muito pra você!

– Acho que basta perguntarmos a ele…

– Claro, com certeza – Rira Lucius sarcástico – Ele vai sim dividir os maiores segredos do Lord das Trevas com o sobrinho favorito dele. – E fora simples assim que Lucius, o filho mais velho dos Malfoy conseguira manipular a todos nós. Sirius ainda tentou me tranquilizar dizendo que não machucaríamos Tio Arfaldo, mas nem ele carregava essa certeza. Verdade é que estava atiçado naquela busca como um cão faminto tanto quanto eu. Era isso o que significava ser um Black.

Lucius já tinha tudo orquestrado. Aos 11 anos de idade já era um gênio na arte de estratégia. Tinha decorado todos os turnos de Tio Arfaldo, do Monstro e dos nossos pais e exatamente quantas garrafas de álcool Tio Arfaldo continha escondido em seu quarto e nos armários da cozinha. Exatamente quando tio Arfaldo estava mais bêbado, mais desesperado e despreparado, demos o bote. Bellatrix o petrificara até o pescoço, Sirius e Ephram mantinham o campo de força de som funcionando e Lucius saltara na frente do tio com a varinha em punho. Eu e Narcisa só servimos de retaguarda. Lucius tinha razão, fora muito fácil.

– É melhor não dificultar a sua situação Tio. Melhor perder pra gente do que para os verdadeiros Comensais da Morte, não acha?

– Malfoy! Black! Parem com isso agora mesmo! Todos vocês pivetes! Malditas Serpentezinhas!

– Pelo visto você ainda não entendeu que tem que cooperar. – Dissera Lucius indiferente meio segundo antes de usar um feitiço de transfiguração. Narcisa abafara meu grito com a mão e já era tarde demais, Tio Arfaldo era uma barata dentro de um pote de vidro. – Dizem que as baratas não pensam, essa vai passar um tempo pensando se vale a pena cooperar. – concluíra Lucius enquanto encarava Tio Arfaldo em forma de barata com um sorriso vitorioso, Ephram e Sirius apenas reviraram os olhos.

Na madrugada seguinte estávamos nos mesmo local, todos dentro do quarto do tio Arfaldo. Lucius estava certo de novo, nenhum dos adultos dera por sua falta. Bellatrix apontara a varinha para a barata e esta logo voltara a forma humana que era um tio Arfaldo bastante desnorteado.

– Francamente Bellatrix! Eu esperava… esperava muito mais da senhorita…

– Como foi seu dia de barata? – Perguntou Lucius implicantemente fazendo tio Arfaldo rugir de raiva.

– Lucius Malfoy! Vai pagar caríssimo por isso!

– Apenas conte-nos o segredo do Lord. O que ele tanto procura. E te deixamos em paz. – Dissera Narcisa, querendo participar da brincadeira.

– Está tudo bem Tio. Não vamos contar para nossos pais, só estamos morrendo de curiosidade. – alegara Sirius meio envergonhado.

– Você também Sirius! Vocês são loucos! Todos vocês! Isso é além do que vocês podem lidar… De forma alguma eu vou…- Fora quando Sirius tansfirgurara uma bela garrafa de whisky mil anos, o que fez meu tio perder a fala por alguns minutos, fazendo Ephram rir baixo.

– Como eu disse, não estamos com nossos pais. Temos um acordo? – Dissera Sirius com um sorriso convidativo fazendo Tio Arfaldo suspirar derrotado. Logo estávamos todos numa mesa redonda no fundo do quarto enquanto tio Arfaldo se deliciava com o whisky.

– Comece a falar velho! – Rugira Lucius impaciente batendo na mesa fazendo Tio Arfaldo derramar o quarto copo de whisky na própria barba.

– Muito delicado, Malfoy. – Soluçara tio Arfaldo nervoso e então se servido de uma última golada. – Por onde começar… nem há muito o que contar na verdade. Não sei por que seus pais estão tão desesperados…

– Fala logo! – Insistiram Ephram e Sirius ao mesmo tempo.

– Lord Voldermort… ele está atrás da arma secreta, o tesouro de Slytherin… – Todos assobiamos em interesse. – É. Ele não sabe o que é ainda, a vidente dele não soube dizer. Mas ele sabe que é uma arma e pertenceu a Slytherin, logo a ele.

– Por que Slytherin não enviou a arma para o Lord então? Como que ele não sabe o que é? – Perguntara Sirius intrigado. Tio Arfaldo respondera dando de ombros, o que era sugestivo.

– Até onde eu fui, ele não sabia muito… – Mas agora sabia, eu lembrara instantaneamente do meu pesadelo, aconchegando-me na cadeira enjoada, os outros continuavam o interrogatório.

– Por que essa arma é tão especial afinal? – Perguntara Lucius de frente pro tio que bebera outra dose.

– Existem poucas relíquias da época dos fundadores, de certo os objetos mais poderosos do mundo mágico. – observara o tio simplesmente entre outro gole antes de continuar. - O tesouro é exatamente o que o Lord Voldermort sempre procurou, exatamente o que precisa para realizar sua grande obra. – Ali estava a confirmação. Minha visão era real e a realidade era muito mais gelada e cortante que o normal. – Quem quer que tenha achado o tesouro de Salazar Slytherin o mantêm muito bem escondido, pois oráculo nenhum foi capaz de encontrá-lo ainda. E o Lord está farejando-o feito cachorro louco!

– Acha que a Ordem da Fênix o tem? – Perguntara Sirius, porem o Tio negara conformado.

– Sem motivo…Mas com certeza o desaparecimento do tesouro o deixa mais fraco. Sem os poderes de Slytherin ele ainda é mortal… algo me diz que seria uma boa arma contra ele também. Mas muito arriscado de ser exposta, por mim devia ser destruída.

– Há! Impossível qualquer bruxo derrotar o Lord das Trevas. Meu pai disse… – Mas Lucius fora cortado pelo soluço do Tio agora de pé irritado…

– Seu pai é uma marionete! Assim como todos vocês são! Agora saiam já do meu quarto seus capetinhas me deixem dormir em paz! – E em questão de segundo nos botara pra fora do quarto em plena fúria, batendo a porta na nossa cara, de certo arrependido do quanto falara.

– Aff. Bêbado! – Dissera Lucius

– Enfim não havia mais nada para ser contado mesmo. Missão cumprida. – Concluíra Sirius, parecendo meio culpado com a reação do tio Arfaldo. Mas todos sabíamos que ele esqueceria.

– A grande descoberta que fizemos é que eu ainda não entendi. – Dissera Narcisa na sua voz entediada. Dessa vez mesmo Lucius suspirara decepcionado.

– Não é óbvio? – Todos nós nos viramos para Bellatrix, seu comentário era sempre baixo. – Estamos perdemos a Guerra. Vocês ouviram Tio Arfaldo. O Mestre perdeu sua arma secreta e está enfraquecendo…

Tio Arfaldo revirava os olhos à cadeira de balanço entre seus drinques quando notava nossas faces derrotadas todos os dias. Era óbvia nossa depressão, cada um mirabolando à sua forma aquele mistério. Eu, graças a Merlin, fora resgatada para fora daquele pesadelo por carona quando notei o origami enfeitiçado de Sirius circular a cabeça de Bellatrix enquanto esta “meditava” no alto da árvore.

Eu era tão patética que eu sentia como se o recado tivesse vindo pra mim, eu não precisava lê-lo para saber que o era uma intimação ao portal mágico.

Depois que todos se deitaram, o mesmo esquema de antes. Eu fingira que já dormia e esperei alguns segundos depois que Bellatrix levantara e saíra de fininho do quarto pra ir atrás dela. Maravilhoso, eu não tinha coragem pra dormir de qualquer forma. Eu vira de longe minha irmã mais velha no fundo da cozinha, seus cabelos negros caindo por cima da capa verde jogada em cima do pijama, sussurrando a chave mágica.

Quimera

As três retas quase invisíveis reapareceram na parede a sua frente ela atravessara-a. Eu contara dez segundos e fizera o mesmo que ela, saltando dentro da porta desenhada já preparando uma decolagem mais esperada. Eu caíra quase de quatro, porém não doera, na verdade eu agradecera mentalmente a Ephram pelo treinamento de saltos, pelos tombos.

Estava meio escuro, mas pude ver o vulto da capa verde de Bellatrix se mover de forma rápida dentro da floresta morro abaixo e eu corri atrás. Segui minha irmã por duzentos metros quando a voz de Sirius ecoou de dentro da floresta.

– Sem treinamento dessa vez, me encontre na velha cabana. – Vinte segundos depois estávamos lá, eu me joguei atrás de uma pedra distante o suficiente da cabana, de forma que não me ouvissem recuperar o fôlego. Sirius esperava Bellatrix com um sorriso vitorioso nos lábios e um saco de veludo em mãos.

– O que é? Encontrou o tesouro de Slytherin? – Dissera minha irmã em ironia. Sirius abaixara-se abrindo o saco no chão.

– Não, mas quase. – Bellatrix tirara do saco três colares pesados de brilhantes e pedras preciosas, provavelmente esmeraldas e safiras. – Achei dentro da cabana, provavelmente ainda esperando o fugitivo que fora emboscado. Tecnicamente não pertence a ninguém.

– O seu cofre pessoal já não tem joias o suficiente?

– Nada do que tem lá é meu, pertence aos Black. E eu não vou me tornar o próximo bichinho de estimação deles se é esse o preço.

– Você não esqueceu a ideia de fugir, não é?

– Você ouviu tudo o que tio Arfaldo falou, você sabe que cedo ou tarde o bicho vai pegar para a nossa família. Tem oportunidade melhor?

– E não te incomoda nem um pouco o fato da nossa família, nossos pais finalmente serem caçados por alguém a altura depois da queda do Lord?

– Não, eu acho fantástico. – Respondera Sirius gargalhando como se isso fosse óbvio, mas eu não conseguira rir dessa vez, meu primo realmente estava falando de fugir de casa. Provavelmente ignorava que existia formas de rastrear nosso sangue – Eles vão estar ocupados demais para investigar nossa suposta morte, aliás isto é guerra.

– Então não tem nenhum problema também em abandonar ninguém… – questionara Bellatrix indiferente e meu coração se apertara em esperança quando Sirius finalmente pausara para pensar a respeito.

– Eu levaria Andrômeda se ela quisesse vir, é a única que não é igual aos outros, mas verdade que não iríamos tão longe sem você. – Respondera meu primo.

Simplesmente e eu sentira aquele calorzinho de confiança dentro de mim. Como eu queria sair do esconderijo e apoiá-lo naquela ideia louca, mas eu não tinha tamanha cara-de-pau, porém era maravilhoso saber que ele não esquecera de mim, me notava afinal de tudo.

– O que me diz Bella? – Bellatrix já jogada na grama, analisava as nuvens como que o gráfico daquele plano louco.

– E Hogwarts?

– Dane-se a escola, podemos aprender qualquer coisa por conta própria! – Bellatrix sorrira.

– Tudo bem! É um pacto então! Antes do ano começar, na primeira oportunidade de ataque, fugimos. – Eu mal acreditava no que ouvia, mas aquilo realmente estava acontecendo. Sirius e minha irmã passaram as próximas horas bolando o que seria o plano de fuga. Sirius parecia que passava mais tempo mirabolando tal fuga do que eu até…

Depois do que pareceu três horas, o céu começava a clarear e os pássaros a cantar por entre as árvores. Normalmente Sirius tomaria este sinal para voltar pelo portal, mas a alegria espantava o cansaço e a responsabilidade. Mesmo Bellatrix sorria correndo entre as árvores tentando acertar um esquivo Sirius Black e eu, patética, continuava escondida.

– Sirius Black! Você é o pior comensal que existe, duelar com Lucius deve ser mais divertido. – Debochara minha irmã ao ver Sirius pular de uma árvore a outra. Bellatrix o atingira com um feitiço fazendo-o cair de costas.

– Aii!!! – Ele exclamara, eu achara que ele havia quebrado uma perna, mas ele levantara-se rápido indo atrás de Bellatrix que já desaparecera. – Vai ficar se escondendo? – Gritara ele enquanto procurava-a. Eu o seguia pois também já estava perdida, então notara Bellatrix a cinquenta metros na sua capa verde a observar o precipício com seriedade. Vi com receio meu primo apontar a própria varinha por trás das costas de Bellatrix por alguns segundos antes de também olhar abaixo do precipício – Implore por sua vida Sangue… O que diabos é isso??

– Eu não sei… – murmurara Bellatrix completamente intrigada, eu também me aproximava de um local que pudesse observar o que havia abaixo do precipício e não seria nada demais, apenas um lago congelado em plena primavera se não fosse por uma estranha luminosidade verde vindo lá de dentro.

– Estranho esse lago ainda estar congelado… não está nem um pouco frio. – Comentara Sirius e Bellatrix se virara pra ele com um tom óbvio.

– Não está congelado, Foi congelado por mágica... Para esconder alguma coisa.

– Oras vamos descobrir o que é então! – Dissera meu primo euforicamente se jogando precipício abaixo, escorregando pelo barranco.

Bellatrix exclamara ainda receosa de onde estava, como que analisando aquela situação dentro de sua cabeça uma última vez antes de descer o barranco também. Eu me movera até a parte mais próxima do barranco. Minha irmã e meu primo se adiantaram até o meio do lago de gelo até onde a luz era mais forte. Dava pra notar agora que a luz verde vindo de debaixo do gelo parecia muito mais forte e eu tinha um mal pressentimento. Sirius se prontificara com a varinha em punho:

– Bombar…

– O que está fazendo! – Cortara minha irmã arrancando a varinha de seu punho. Bellatrix apontara a varinha para o gelo e uma rachadura começara a ser feita em forma de círculo e assim que fechara-se o círculo de gelo afundara e a luz verde escapara pelo buraco com muito mais força. Ambos encostavam as cabeças para espiar por dentro do buraco, ansiosos não notavam em volta como começara a ficar escuro de novo o céu, como que uma tempestade que se aproximava. – Tem alguma coisa lá! – gritara Sirius. – É uma espada! Accio! Accio!

– Não vai funcionar, está protegida contra magia! – dissera Bellatrix e então num movimento revoltado Sirius começava a arrancar suas roupas fora, peça por peça. – Eu não tenho certeza se essa é uma boa ideia…

– Tem uma ideia melhor? – Retrucara Sirius.

– Não. – admitira ela. Então Sirius mergulhara as pernas pelo buraco exclamando de dor.

– Aiii. Maldito gelo!

– Vai conseguir mergulhar? – Bellatrix duvidara.

– Claro! – Respondera Sirius pegando ar e mergulhando de uma vez. Fora muito tenso, Bellatrix passara o próximo minuto de joelhos na beirada do buraco no gelo e eu estava pasma com o quanto meu primo era louco. Os olhos grandes azuis de Bellatrix rastreavam o lago em busca da sobra de Sirius por longos segundos e meu coração quase explodira em desespero quando ouvira sua voz.

– SIRIUS! – Ela chamara, sem respostas e então chamara outra vez – SIRIUS! – e dessa vez meio segundo depois o próprio surgira subindo no gelo, respirando com dificuldade. Na mesma hora Bellatrix o virara conjugando um feitiço de animação contra seu peito, também esquentando o seu corpo aos poucos. A pele de Sirius quase roxa dava a impressão de que todo o sangue de seu corpo realmente havia sido congelado, aos poucos Sirius despertara.

– Missão cumprida. – respondera Bellatrix indiferente em cima de Sirius semi acordado. – Você achou o tesouro de Slytherin e está vivo. – Só então eu notara, assim como ele, a longa espada ainda em seu punho. Ele sentara-se para analisá-la maravilhado não mais afetado pelo frio. Eu podia ver o brasão de Salazar Slytherin brilhar contra a luz do sol de onde eu estava.

– É verdade Bella… isso tem que ser o Tesouro de Voldemort! Olha, está escrito Salazar! O que todo mundo diria há? – Ria Sirius enquanto erguia a espada vitorioso. – É enorme, eu nunca vi uma espada assim. E você, morrendo de medo de mergulhar no gelo! – Bellatrix revirara os olhos. Ambos analisavam a espada e seus detalhes e eu ouvia meu coração fazer um som ensurdecedor enquanto aquelas memórias, aqueles flashs começavam a invadir a minha mente violentamente.

“Eu te alertei muitos anos atrás Tom. Sua maldição tinha duas saídas, e você condenou sua alma no momento que a matou.”

O barulho da tempestade, a cadeira de balanço… minha cabeça explodia e eu me afastara do precipício transtornada.

“A mesma espada que partiu a Alma de Salazar Slytherin destruirá cada um dos pedaços da sua alma sombria e despedaçada.”

Eu me jogara contra uma árvore, lutando contra o enjoo e a vontade de vomitar, os olhos de cobra me encaravam como se eu estivesse novamente presa ao pesadelo, o aperto no meu pescoço, o bafo de cobra…

Diga-me. Onde. Está

Aquela voz me arrepiava, tirava a força de minhas pernas, não era mais um pesadelo idiota, ou uma teoria idiota, era a realidade se concretizando.

“Black”

Eu ouvira a gargalhada do meu primo ao longe, informando que estavam voltando e eu tentei me prender a ela para escapar das lembranças, corri para uma árvore mais afastada, mesmo sabendo que soava frio, eu não me arriscava a ficar menos de dez metros da minha irmã, ela era imprevisível.

– Não! Sirius! Você não ouviu o que tio Arfaldo disse?– dissera minha irmã e eu parara pra ouvir também, ainda respirando com dificuldade. Sirius ainda carregava a espada animado, suas roupas colocadas de qualquer jeito. – Essa espada pode ser uma boa arma contra o Lord… pra mim é por isso que está escondida, está escondida dele, lembra o que ele falou? “Sem ela, ele ainda é mortal” – Adivinhara Bellatrix e eu estava impressionada, porém Sirius não estava convencido.

– Vamos mostrar ao tio Arfaldo! – Decidira Sirius.

– ‘Tá maluco! Ir pra casa com essa espada!

– Vamos trazê-lo aqui então… Podíamos todos fugir juntos! Tio Arfaldo está do nosso lado, ele não nos entregaria, só temos que manter a espada escondida até o Lord das Trevas morrer! – Não adiantava discutir com Sirius, eu sabia, era o que minha irmã pensava naquele momento. Ele era assim, inocente e empolgado e fazia tudo parecer extremamente simples. O pior que na falta de uma alternativa melhor, era sempre a ideia dele que prevalecia.

Bellatrix e Sirius decidiriam manter a espada de Slytherin escondida na velha cabana, e de voltarem para falar com Tio Arfaldo. E eu decidira que também daria meu jeito de arrumar coragem para me revelar, pois eu não poderia ficar para trás…

Eles se direcionavam para o topo da montanha, em direção ao portal e eu esperava minha vez de longe, meu peito contendo uma estranha adrenalina, um estranho pressentimento…. Eu ainda sentia os efeitos do enjoo, ainda soava frio, como se fosse a primeira vez que eu parava para raciocinar na vida. Como eu pudera esquecer? Como eu pudera fazer pouco caso daquele pesadelo até então?

Sirius estava certo em querer partir o mais rápido possível, e aparição daquela espada era o sinal que o momento era esse… mais eu pensava, mais enjoada eu ficava, mais ansiosa eu ficava. Sabia que meus cabelos e olhos provavelmente estariam mudando de cor camaleosamente e não era algo que eu poderia controlar. Meu corpo tremia… eu sentia medo, muito medo, como se o outro lado do portal fosse o chalé na Irlanda do meu pesadelo com o próprio Lord das Trevas esperando em pessoa. Respirando fundo, tentando rir de mim mesma como Ephram riria, do meu nervosismo, eu repetia para mim mesma “Está tudo bem, tudo vai ficar bem...”

Vi Sirius desaparecer junto do portal em cima da montanha e então saíra do esconderijo correndo para o local do portal para criar a porta eu mesma… Ephram tinha razão… eu ainda não aprendera a seguir os meus instintos.

Foi uma das piores experiências da minha vida, como se eu tivesse pego a chave de portal errada e na verdade descido pela descarga para um outro planeta, como se a ligação estivesse interditada, e eu escorregasse por um buraco negro. Talvez fosse só meu enjoo, porém quando eu sentira algo segurar-me pelos cabelos entrei em pânico, um medo sinistro de deixar um pedaço do corpo para trás. Talvez a sorte fosse que o que é que estivesse me puxando, estava fazendo-o do outro lado do portal, para onde eu estava indo de qualquer forma, e foi com grande pesar, que eu descobrira os olhos azuis em pleno ódio da minha mãe.

Ela agarrava-me com força pelos cabelos, esses agora laranja, do outro lado, com o nariz longo encostando no meu de forma ameaçadora.

– Mãe… – eu deixara escapar com a voz ainda tremula, seu olhar me fuzilando sem piedade.

– Eu devia imaginar…

– Ah não Andrômeda… – Murmurara uma voz desolada e então eu notara Sirius, sendo segurado por Tia Wallpurga e Bellatrix indiferente sendo imobilizada por Monstro que também tinha em poder suas varinhas. Mal acreditava, tudo estava acontecendo de uma vez, justamente quando “decidíamos” fugir, éramos pegos.

– Eu exijo saber o que está acontecendo aqui! – Reclamara nossa mãe ameaçadora como eu nunca vira, mas era notável o estresse também em sua voz.

– Eu disse Senhora! Todas as noites o príncipe e as senhoritas fugindo pela cozinha! – Acusara Monstro. Vi Sirius se debater contra tia Wallpurga querendo definitivamente matar aquele elfo fofoqueiro, eu também queria. Bellatrix era a única que se portava imóvel como se nem a guilhotina pudesse acabar com sua honra.

– Me responda agora mesmo Andrômeda! – gritara minha mãe contra a minha cara, eu sentia de leve suas unhas me furarem o queixo.

– É só um portal para um campo qualquer, onde gostamos de treinar duelo, qual o problema disso?!?! – Exclamara Sirius tentando assumir a causa, minha mãe me largara com tanta força que eu quase caíra de joelhos.

– Você não tem permissão para sair da propriedade e sabe muito bem disso!! – Exclamara ela com muita raiva para nós três. – E com muito prazer eu os entregaria aos pais de vocês que os castigariam a altura, se não fosse esse um momento crucial!

– O que quer dizer com isso? – Perguntara e ela respondera com um sorrisinho macabro entre os lábios, como que anunciando nossa sentença de morte.

– O Lord das Trevas quer conhecer vocês. – Sirius e Bellatrix se entreolharam desesperados, eu voltava a sentir meus ataques de pânico dando o ar da graça de novo. Sirius pigarreara tentando esconder o nervoso.

– Como assim quer conhecer a gente? Mãe? – Porém Wallpurga não parecia mais simpática ao responder. – O que isso significa?

– Significa que você vai se portar como um legítimo Black – ela respondera arrisca olhando-o também na cara. – Todos vocês vão ou vão pagar realmente caro. – Monstro dera uma curta risada seca, de satisfação eu acho. Minha mãe arrastara a
mim e Bellatrix pelos cabelos e Wallpurga a Sirius cozinha a fora. Eu ainda dera uma última olhada cheia de culpa e vergonha para o meu primo ao passar, que não parecia chateado, porém estávamos todos receosos sem saber onde aquilo iria chegar. Era como ir para o abate, eu sequer podia imagina tudo que ainda viria acontecer.

Nos levaram para a sala de estar dos Black, onde havia desenhado a enorme árvore genealógica da família. Meu pai, tio Orion e os Malfoy esperavam com Narcisa, Lucius e Ephram enfileirados de pé no meio da sala, também com os ombros encolhidos.

– Onde estavam? – exigira saber tio Orion, sua voz sem sombra de dúvidas era a mais amedrontadora daquela família, eu mal tinha coragem de levantar os olhos.

– Escondidos, duelando atrás de um portal fora da propriedade… – acusara Wallpurga sem menor pena.

– Que portal?? – Interrogara meu pai surpreso.

– Não há tempo para isso agora Cygnus, o Mestre se aproxima. – Cortara tio Orion nervoso olhando uma última vez pra Sirius. – Você eu dou um jeito mais tarde. – prometera ele. Sirius engolira em seco ainda mantendo o olhar revoltado, e dando uma piscadela pra mim e Bellatrix logo que ele dera as costas.

Meu coração dera um salto quando o relógio batera 7 da manhã. O ambiente era escuro, uma sala sem janelas, iluminada apenas pela luz das velas, tudo naquela casa era macabro eu notara mais uma vez, ilustrando o contexto. Todos os adultos se endireitavam, dava para notar o nervosismo em suas feições. Logo todas as velas se apagaram. Tanto eu quanto Narcisa exclamamos baixo em susto e antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa o ambiente fora dominado por quatro presenças Malignas, surgindo uma a uma das chamas verdes da lareira.

Quando o ultimo ser encapuzado surgira todos os adultos se ajoelharam diante dele forçando a gente a se ajoelhar também… aquela terrível figura dos meus pesadelos estava finalmente ali. Eu mal podia ouvir as vozes do meu tio e tia louvando aquele homem direito, tanto era meu nervosismo, minha petrificação, mas ouvira com nitidez a sua voz serpentinosa.

– As crianças… estão todas aqui?

– Sim Lord, os últimos da nossa família, estão todos aqui, como o senhor ordenou. – Respondera tio Orion prontamente. Eu vira a manta negra do homem se aproximar da onde estávamos enfileirados. Passar por Lucius, Ephram, Narcisa, Bellatrix, Sirius e eu. Parecíamos estar sendo entregues de jantar e minha vontade era de sair correndo. Porém presa como um imã ao chão, como que fingindo de morta em frente uma fera. Do meu lado minhas irmãs e primos mantinham a mesma posição encarando o chão enquanto o Lord das Trevas passava sorrateiramente pela gente.

Levantem-se – ele ordenara, e novamente minha espinha quase quebrara. Minhas irmãs e primos levantaram ao mesmo tempo e eu segui o fluxo como que puxada a força. – Encarem de frente seu Mestre meus jovens soldados. – Ele ordenara com mais audácia e divertimento na voz.

Sua aparência era terrível, tão terrível quanto sua voz e sua mera presença, dava repulsa e medo ao mesmo tempo, sorte que ele não se revelara por inteiro, ainda mantinha o capuz negro por cima do rosto, tapando por cima do seu nariz deformado. Eu desviei os olhos para não encarar suas íris de cobra que podiam ser encontradas na escuridão dentro do capuz, preferira encarar o chão. Ouvira sua risada de satisfação ao visualizar o novo time.

Então, qual de vocês é o peão mais forte? – perguntara ele macabramente, mas nenhum de nós respondera, nem mesmo Lucius queria assumir o crédito perante aquele monstro. – Eu esperava mais…. – Ele alfinetara perversamente. Então tio Orion se pronunciara e era a primeira vez que o via nervoso.

– Bem, eles são muito bem treinados para idade deles, podem facilmente abater um adulto…

Cale-se – Cortara o Lord e meu tio silenciara imediatamente. – Agora, prestem atenção em mim crianças… Eu sei, que um de vocês guarda algo que não lhe pertence…. – Não tentava parecer sutil, pelo contrário, sua voz roçava ameaçadoramente nossos ouvidos assim como a sua enorme cobra Nagini roçava nossos pés. – Na verdade, esse objeto pertence a mim… me é de grande valor… E eu vim aqui para coletá-lo. – eu fechara os olhos ao ouvir novamente aquela declaração, sabia que meu nervosismo já era notável. – Esse é o momento em que vocês podem escolher ser leais ou o momento em que eu demolirei suas memórias… de uma forma ou de outra, eu terei uma resposta.

A náusea era demais, a qualquer segundo eu vomitaria. Estava tudo perdido, era o fim da linha e não havia nada a ser feito. Tudo estaria desfeito no momento que invadisse a minha cabeça, eu era talvez pior que Narcisa no controle da Oclumência, era de certo o peão mais fraco. O pior é que ele descobriria muito mais, não apenas sobre seu maravilhoso tesouro, mas sobre minha visão e agora eu já tinha problemas para respirar, visto que a maldita cobra Nagini subia pelos meus calcanhares, farejando o medo. Eu ouvira sua manta arrastar-se em minha direção.

Sim, querida?

– Eu sei onde está o seu tesouro, ela não sabe nada. – Dissera Sirius simplesmente na voz mais descontraída que pode. O bruxo virara-se contrariado.

Você sabe?

– É da espada de Salazar Slytherin que ‘tá falando, não é? Sim eu a tenho guardada. É isso o que você quer? Eu trago agora nesse exato minuto. – Todos olhávamos meu primo perplexos, vi minha irmã mais velha resmungar estressada antes de se pronunciar também.

– Não acredito… Sim nós encontramos sua espada, mas não escuta ele, eu estou com ela. – Bellatrix se pronunciara tentando tomar o controle da situação, mas o bruxo parecera ainda mais perplexo que todo mundo.

Como sabe da espada… onde está?!

– Eu sei porque fui eu mesmo que mergulhei para retirá-la do gelo… – Sirius recebera um golpe de cotovelo de Bellatrix que quebrara seu nariz. Nunca a vira tão furiosa, chamava Sirius de idiota chutando-o.

Chega!! Você!! Onde ela está? – Rugira o bruxo agarrando Bellatrix pelo colarinho da capa, essa respondera com a voz calma ignorando Sirius que rugira no chão.

– Está segura, atrás do portal, posso buscar pra você.

Não. Você vai me levar até ela. E vocês dois venham também. – Os dois eram Sirius e eu. O Lord das Trevas e Nagini nos guiavam agora atravessando a porta no fundo da cozinha. Tio Orion e meu pai Cygnus, eram os que nos faziam reféns todo o
caminho, ironicamente. Sirius colado de ombros comigo me dava uma segurança, porém era a forma com que o Lord guiava Bellatrix que me assustava mais.

Logo estávamos na cabana, era a primeira vez que eu via a parte de dentro e era realmente uma bagunça de utensílios mágicos de todo tipo.

– Que diabos é esse lugar? – Perguntara meu pai nervoso.

– Provavelmente o Monstro sabe. De quem mais seria toda essa tralha? – respondera tio Orion.

Calem a boca imbecis. Procurem já a minha espada! – Os dois começaram a invocar a espada com feitiços porem nenhum funcionava. – O que está havendo?! Você! Traga-a para mim!

– Eu não entendo, devia estar aqui… – encenara Bellatrix, e eu tremia diante do destemor dela.

Você mentiu pra mim! Onde está? - Gritara o bruxo, mas Bellatrix não se afetara.

– Não, eu juro a você, última vez que vi essa espada ela estava exatamente aqui! – Mesmo Sirius estava nervoso, porem ela voltara-se com uma falsa conclusão. – Talvez devêssemos procurar de volta no gelo…

Furioso o Lord das Trevas dera meia volta em sua capa vindo decidido em minha direção, como a leoa quando nota o antílope mais fraco do bando.

Talvez devêssemos procurar dentro da sua mente!! – Eu tropeçara para trás desesperada e meio segundo depois o inacreditável acontecera. Uma explosão acontecera por trás de Voldemort fazendo com que esse caísse no chão e sua varinha fora parar a poucos centímetros de seus dedos. Quando abri os olhos completamente percebi Sirius e Bellatrix na minha frente. Bellatrix em guarda ameaçadora com a varinha de Tio Orion, que se encontrava nocauteado no chão. Nosso pai exclamava revoltado.

– BELLATRIX! O QUE ESTÁ FAZENDO!? MILORD PERDÃO! – O Bruxo empurrara nosso pai longe encarando Bellatrix de frente, que não afrouxara a guarda nem um pouco. Intrigado e surpreso ele olhava.

– Eu não me importo com quem você é, mas você não encosta em nem um fio de cabelo da minha irmã!

Você acha que pode contra mim? Que gracinha… – rira ele mostrando todos os seus dentes afiados. – Eu sou o bruxo mais poderoso que existe… E você… só tem onze anos…

– Não essa noite, não é. – Ela retrucara num tom confiante – Você está velho e desgastado, mil vezes mais lento do que eu e sem a Espada de Slytherin extremamente fraco. – Eu gemi em temor e o bruxo rira da ousadia de Bellatrix.

Onde está meu tesouro menina?

– Eu falei a verdade! Não sabemos onde está! Simplesmente desapareceu!

Nagini ama comer criancinhas… – ele informara e a própria rastejava a nossa volta. Sirius murmura “Ótimo...” atrás de Bellatrix.

– A encontramos uma vez, posso encontrar de novo. Mate-nos agora e nunca recuperará sua espada… – Tanto eu quanto Sirius estávamos perplexos. De onde Bellatrix tirara aquela estratégia não sabíamos, mas eu quase chorava de felicidade da sorte de tê-la como irmã naquela hora. Mesmo Voldemort, afrouxara as feições ameaçadoras e parecia peculiarmente entretido. Depois de alguns segundos a linha terrível em seu rosto abrira-se num fino sorriso.

Qual é o seu nome menina? – Perguntara o bruxo, não mais ameaçador. Ela ainda demorara alguns segundos para responder.

– Bellatrix.

Bellatrix… Eis aqui o peão mais forte…

Depois do ocorrido, milagrosamente, Voldemort resolvera nos libertar. Acreditara em Bellatrix, mas deixara no ar antes de desvanecer completamente: “Essa é uma dívida menina.”

Passamos os dois dias seguidos trancadas no quarto, eu Bellatrix e Narcisa. Ninguém conseguira dormir aquelas noites, ainda chocadas, nem sabíamos o significado daquilo tudo. Ainda revíamos os últimos acontecimentos em nossa cabeça. Narcisa transtornada murmurava baixo.

– Os olhos dele… atravessavam a minha mente… vasculhando minhas memórias…

– Me desculpe Bellatrix… – eu dissera finalmente de frente para minha irmã mais velha, Bellatrix concentrada nos próprios pensamentos, então me encarando com firmeza. Eu engolira seco.

– O que estava pensando vindo atrás de mim?! Tem ideia do que podia ter acontecido?

– Não… Me desculpe… – eu pedira humildemente, ela suspirara irritada. – Você mentiu para ele? Sobre o paradeiro da espada? – Ela negara com a cabeça. – Então realmente desapareceu… que sorte. O que acha que ele vai fazer?

– Não sei… – e pela primeira vez ela parecia tensa. Ela realmente ficava indefesa sem sua varinha.

– Obrigada… – Ela me olhara séria, meus olhos ardiam. – Por não deixá-lo invadir a minha mente.

– Agradeça a Sirius, ele foi o primeiro a lembrar que você é terrível em Oclumência. - Logo a porta do quarto fora destrancada e nossa mãe entrara no quarto ainda com as feições de carrasco. Narcisa levantara da cama num salto.

– Já podemos sair? Tio Orion já perdoou a gente? Ele sabe que eu não fiz nada, Né mãe? – Ignorando Narcisa e sem dizer nada, nossa mãe reunira todas as coisas de Bellatrix com um feitiço transfigurando-os em seguida.

– Seu tio e seu pai decidiram te mandar para Avalon, seu coche está te esperando na entrada.

– Por que? – Perguntara Bellatrix inutilmente, mas nossa mãe ignorara pegando-a pelo braço.

– Não mãe, para! – Eu protestara, e era a única. Nossa mãe me empurrara e puxava Bellatrix com força escadaria a baixo, eu que seguia chutara Monstro no caminho por suas risadas. Ao mesmo tempo Narcisa correra para o último andar da propriedade onde Sirius também se encontrava trancado fazia dois dias para avisá-lo do ocorrido, mas tudo o que Sirius podia fazer era esmurrar os próprios punhos contra a porta. – Mãe por favor! – eu implorava, mas ela me batera na cara. Só então Tio Arfaldo surgira dos fundos, sem entender o que estava acontecendo, mas indo pra cima da nossa mãe quando vira esta jogar a filha mais velha com força dentro do coche.

– Druela! Seja tolerante ao menos com sua própria filha!!! – Ele rugira. Eu chorava ao ver o olhar traído e selvagem de Bellatrix atrás da janela do coche. Eu mal tivera tempo de explicar meu erro, de lhe provar lealdade, ou conquistar sua amizade…

Não. Por causa da minha idiota curiosidade e um conjunto de péssimas escolhas eu estragara a vida da minha irmã.

– Ela não é mais minha filha, e sim um peão do Lord das Trevas.


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