Essence of Time escrita por Seraphina Morgenstern


Capítulo 2
"Then you don't care!"


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu não recebi os comentários que eu queria, então talvez deva postar mais para ver se consigo.
Boa leitura.



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Luke, Thalia e Percy, agora se encontravam correndo, ofegantes, por um pequeno bosque de Connecticut. Atrás deles, uma matilha de cães infernais, liderada por um manticore. Para Percy, o cenário era terrivelmente familiar.

Eles haviam sido pegos de surpresa. No começo, o manticore era apenas mais um dono de loja revoltado, que por alguma razão tinha uma matilha de poodles. As três crianças logo viram que havia algo errado e tentaram correr, mas o homem e seus cães felpudos se transformaram em monstros e os perseguiram.

Um dos cães infernais havia ferido a perna de Thalia, então Percy a ajudava a andar como podia. Luke os guiava empunhando uma espada, indo para o lugar que menos queria ir: sua própria casa. Mas ele teria de se livrar dos monstros primeiro, e não via como eles poderiam fazer isso.

As coisas começavam a piorar rapidamente. Os três estavam ficando cansados da corrida. Percy tropeçou em algo duro no chão, uma pedra. Ele e Thalia caíram num monte de folhas secas, e antes que conseguissem se levantar, os manticore e os enormes cães negros os alcançaram.

O manticore deu um sorriso malicioso. Pegaria dois coelhos com uma cajadada só. Ele mirou, aprontando um de seus espinhos venenosos para Thalia, pronto para matá-la. E então, ele atirou o espinho.

Foi quando Percy se levantou.

Ele havia visto o “Sr. Thorn” levantar a calda de escorpião. Ele havia visto aquele monstro mirar em sua amiga, sua irmã. E ele não deixaria isso acontecer.

Luke cortava e esfaqueava, transformando em pó o que antes eram poodles adoráveis. Um fez um corte em seu braço, nada sério, mas a ardência do pequeno ferimento já começava a incomodá-lo. Quando se livrou do último, ele esperava que já tivesse acabado. Mas ao ouvir um grito de dor, ele viu seu erro: Deixara Percy e Thalia sozinhos com o manticore.

Virou-se de olhos arregalados, orando para que eles estivessem bem. Mas não estavam.

– Não! – Gritou Luke.

A visão de Thalia estava embaçada, mas sua audição estava funcionando o suficiente para ouvir o estridente grito de dor. Piscou, e sua visão entrou em foco. E ela não pôde sufocar o seu próprio grito de horror.

Tudo aconteceu muito rápido. Rápido demais para Luke reagir e proteger seus “irmãos”. O tempo havia definitivamente parado, no momento em que ele tinha visto Percy cair no chão com um grito de dor.

“Sr. Thorn” estava parado no mesmo lugar, sem de mexer, totalmente imóvel. Fosse qual fosse a razão, Thalia não se importou. Ela apenas gritou de raiva mal controlada, e um enorme raio de 10 mil volts caiu do céu sobre a cabeça de Sr. Thorn. Tudo o que restou foi pó dourado e árvores fumegantes.

O tempo voltou a correr normalmente. Luke e Thalia correram imediatamente para Percy. Mas ao chegarem perto, eles pararam, engasgando.

O espinho do manticore fora cravado entre as costelas do menino. Sua jaqueta já estava encharcada de sangue e resquícios do veneno. Ele respirava superficialmente, os cabelos colavam na testa com o suor.

Thalia conteve outro grito de horror.

– Percy!

Luke despertou de seu torpor, não perdendo tempo. Ajoelhou-se ao lado de Percy, enquanto Thalia permaneceu congelada. O menino mais velho tentava desesperadamente ajudar o mais novo, mas o veneno o mataria. Então Luke fez uma das coisas que mais odiava fazer.

Ele orou a seu pai.

E quase no mesmo instante, um forte clarão dourado iluminou a floresta. Isso serviu para “descongelar” Thalia, que estremeceu. Mas não estava com tanto medo quanto Luke, que engoliu em seco quando uma voz masculina ribombou:

– Você não deveria ter voltado.

~~~~~~~PJO~~~~~~~

Thalia estava sentada à mesa da cozinha enquanto a Sra. Castellan enrolava ataduras em sua perna ferida.

Luke e seu pai, Hermes, estavam afastados, na sala. Hermes havia curado Percy, e este descansava. Mas ainda ouvia toda a conversa, de olhos fechados.

– Por que surgir agora? – Perguntou Luke. Seus ombros estavam tensos, como se esperasse uma briga. – Todos esses anos eu o chamei, rezei para que você aparecesse, e nada. Você me deixou com ela. – Apontou para a cozinha, mas não conseguia olhar para a mãe, muito menos dizer seu nome.

– Luke, não a desrespeite. – Advertiu Hermes. – Sua mãe fez o melhor que pôde. Quanto a mim, eu não podia interferir em sua vida. Os filhos dos deuses devem encontrar o próprio caminho.

– Então foi para o meu próprio bem, crescer nas ruas me defendendo sozinho, combatendo os monstros.

– Você é meu filho. – Disse Hermes. – Eu sabia que você seria capaz. Quando eu era um bebê, saí engatinhado do berço e parti para...

– Eu não sou um deus! – Vociferou Luke, assustando Percy um pouco. – Pelo menos você poderia ter dito alguma coisa. Poderia ter ajudado quando... - ele respirou fundo, hesitante, baixando a voz para que ninguém na cozinha pudesse ouvir - quando ela estava tendo um de seus ataques, me sacudindo e dizendo loucuras sobre meu destino. Quando eu me escondia no armário para que ela não me encontrasse com aqueles... olhos brilhantes. Você ao menos se importava que eu estivesse assustado? Sequer soube quando eu fugi?

Na cozinha, a Sra. Castellan desandava a tagarelar, servindo refresco instantâneo a Thalia enquanto lhe contava sobre Luke bebê. A filha de Zeus esfregava com nervosismo a perna envolta em ataduras. Olhou para a sala de estar e ergueu um biscoito queimado para que Luke o visse. Seus lábios desenharam as palavras: Podemos ir agora?

Percy ouvia tudo com atenção, sem deixar escapar um detalhe.

– Luke, eu me importo muito. – Disse Hermes devagar. – Mas os deuses não devem interferir diretamente nas questões mortais. É uma de nossas Leis Antigas. Principalmente quando seu destino...

A voz dele falhou. Ele olhou para as velas como se lembrasse algo desagradável.

– O quê? – Perguntou Luke. – O que tem meu destino?

– Você não deveria ter voltado. – Murmurou Hermes. – Isso só perturba vocês dois. No entanto, agora vejo que está crescido demais para fugir sem ajuda. Vou falar com Quíron no Acampamento Mio-Sangue e pedir-lhe que mande um sátiro buscá-lo.

– Estamos muito bem sem sua ajuda. – Grunhiu Luke. – Agora, o que você estava dizendo sobre meu destino?

– Meu filho – disse Hermes – eu sou o deus dos viajantes, o deus das estradas. Se há uma coisa que eu sei é que você precisa trilhar seu próprio caminho, embora isso me parta o coração.

– Você não me ama.

– Eu lhe asseguro que... que o amo. Vá para o acampamento. Vou providenciar que você logo tenha uma missão. Talvez possa derrotar a Hidra, ou roubar as maçãs das Hespérides. Você terá a chance de ser um grande herói antes...

– Antes do quê? – A voz de Luke agora tremia. – O que foi que minha mãe viu que a deixou assim? O que vai acontecer comigo? Se você me ama, diga.

A expressão de Hermes se tornou severa.

– Eu não posso.

– Então você não se importa! – Gritou Luke.

Na cozinha, a conversa cessou abruptamente.

– Luke? – Chamou May Castellan. – É você? Meu menino está bem?

Luke se virou para esconder para esconder o rosto, com lágrimas nos olhos.

– Estou bem. Tenho uma nova família. Não preciso de vocês dois.

– Eu sou seu pai. - Insistiu Hermes.

– Um pai deve estar por perto. Eu nunca nem mesmo o conheci. – Ele foi até Percy no sofá e o sacudiu levemente pelo ombro. – Percy, Thalia, venham! Estamos indo!

– Meu menino, não vá! – Gritou May Castellan atrás dele. – Já preparei seu almoço.

Luke saiu furiosamente pela porta, com Thalia e Percy correndo atrás dele. Agora, sua campanha de combates recomeçaria.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Eu tenho uma doença chamada Morresemcomentáriosia. A cada comentário que eu recebo, o risco dessa doença diminui. Sendo assim, há mais chances de um próximo capítulo. So...