Completa-me escrita por BlackLady


Capítulo 9
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Kenji volta com novidades e desperta mais desejo e fúria em Warner...
Bora ler?



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Por Aaron Warner

As unhas dela arranhavam minhas costas calejadas e eu estremecia de deleite por cada centímetro do meu corpo percorrido por ela. Ela me empurrou para trás até as dobras dos meus joelhos encontrarem o sofá e eu cair sobre ele enquanto ela sentava no meu colo, com as pernas dobradas ao redor da minha cintura. Sua boca correu a linha do meu maxilar, descendo pelo meu pescoço, me arrepiando. Enlacei seu corpo com meus braços, segurando-a mais perto. Ela voltou à atenção para minha boca e uniu nossos lábios com um beijo vagaroso e quente. Minhas mãos sentiam sua barriga lisa e caminhavam em direção a sua cintura tão fina que as pontas dos meus dedos se tocavam de leve por trás de suas costas. Separei minha boca da dela para senti sua clavícula, puxando sua camiseta para cima, deixando-a usando apenas o sutiã e bagunçando seus longos cabelos. Não resistir a olhá-la.

– Eu te amo – confessei.

– Eu te odeio – respondeu.

Meu coração fraquejou, me fazendo perder a consciência das coisas ao meu redor, deixando o foco só nela. Ela sorria e me beijava, mas eu não sentia nada a não ser frio e dor. O prazer que me traziam suas carícias não existia mais. Segurei seu rosto com ambas as mãos, forçando-a a olhar para mim.

– Juliette, eu te amo.

Ela descansou a cabeça contra minha palma direita, deixando rolar uma lágrima em meio ao sorriso - E eu te odeio, Warner.

Levantei tão bruscamente que cai e bati a testa na ponta da mesa de centro, assim que Kenji ligou a luz, fazendo meus olhos arderem. Sentei no chão, me encostando contra o sofá esponjoso e esfregando minha cabeça que latejava.

– Cara, você está bem?

– Por que ligou a luz, seu idiota? – reclamei – Não me viu aqui?

– Se eu tivesse visto qualquer coisa, não precisaria ligar a luz. E pessoas normais que têm um quarto para dormir, dormem nele. Mas que bom que você acordou, precisamos conversar.

– Não agora.

– Agora, sim.

– O que é tão importante?

– Juliette. Vou chamar Adam.

Ele andou até a porta e abriu-a, acendendo a luz de lá também. Escutei um palavrão bem alto e logo depois um travesseiro saiu voando porta a fora. Minutos depois, Adam se arrastava até onde eu estava.

– Por que você está no chão?

– Porque ele caiu do sofá assim que eu liguei a luz – respondeu Kenji.

– Legal. Agora, porque me acordou a essa hora?

– Eu sei onde Juliette está.

– Como assim?

– Vocês se lembram do barman que estava no balcão esta noite?

– O ruivo? – tentei.

– Sim. Ele é amigo da Juliette.

– Isso nós percebemos.

– Mas não é só isso. Foi ele que comprou a casa onde ela está agora e é ele que entrega o dinheiro para ela depois de cada serviço feito. Mas, antes de eu entrar em detalhes, queria te perguntar uma coisa, Adam. Você se lembra do nome do cara para quem você vendeu a sua antiga casa?

– Sim, era Joshua Price.

Kenji riu como se Adam tivesse contado uma piada – Juliette está morando lá, na sua antiga casa.

– Não é possível. Eu vendi a casa para esse Joshua Price.

– Esse cara era ruivo?

O rosto de Adam ficou pálido, tentando achar explicações – Era ruivo, sim – ele bateu na coxa, com raiva – Eu sabia que o conhecia. Eu disse para você que ele não era estranho para mim. Foi para ele que eu vendi a casa.

– E Juliette o chama de Josh. Josh, Joshua, não me parecem nomes tão diferentes.

– Mas eu vendi essa casa faz uns três ou quatro anos. Juliette já pretendia voltar desde aquele tempo?

– Não – respondeu Kenji – Ela apenas se assegurou de ter um lugar para ficar caso voltasse.

– Como descobriu tudo isso? – interroguei.

– Eu estava andando rumo a lugar nenhum quando vi nosso água de salsicha andando um pouco desconfiado demais para mim. Eu o segui e ele me levou até a Juliette.

– Então?

– Então que ele entregou um envelope com dinheiro para ela e sugeriu que ela fosse embora porque nós sabíamos que ela estava aqui. Ela disse que não ia porque nenhum de nós pode obrigá-la a voltar para o Setor 45 – eu ri de puro desespero. Kenji fingiu não ouvir – Mas ai ele disse que ela mesma se obrigaria a voltar.

Parei de rir e observei Kenji, achando que ele finalmente levara minha dor na brincadeira, mas ele estava sério – Não entendi. Como assim, ela mesma se obrigaria a voltar?

– Ela disse que quando nos viu, quis nos abraçar, por ter sentido saudades. Mas que quando viu você – ele apontou para mim – quase se descontrolou e se permitiu amar você de novo.

Olhei para os lados, procurando uma solução nas paredes infiltradas, mas elas estavam exatamente como o meu coração: rachadas e sem respostas.

– Eu não entendo – me levantei, indo em direção à porta, ignorando o pulsar irritante na minha testa – Eu não entendo. Ela me faz senti toda a raiva que tem de mim, mas então ela diz que quando me vê, quase sente amor? Isso é ridículo. Ela é ridícula. Se enganando e me magoando no processo, só para provar que pode controlar a si mesma.

– Warner, o que você fez para ela?

– Eu não sei! – gritei, esmurrando a parede ao lado da entrada do apartamento.

– Se acalma, Warner.

– Como eu posso me acalmar, Adam? – mirei-o – Como eu posso me acalmar? Ela está partindo meu coração de novo, só que agora é pior. Agora eu sei que ela foi embora por minha causa, mas eu não sei o que eu fiz.

Eles ficaram em silêncio enquanto tudo o que eu queira fazer era gritar, berrar até ela me ouvir. Kenji esperou até minha respiração ficar mais calma para continuar seu relato.

– Você pode se sentar, Warner?

– Prefiro ficar em pé.

– Tudo bem – ele puxou fôlego – Tem gente querendo matar a Juliette.

– Isso não é novidade – ironizou Adam.

– É novidade, sim. Mais ou menos. A novidade é que agora ela não tem ninguém senão aquele barman e outras duas pessoas: Kat e Maria.

– Kat e Maria? Quem são essas?

– Devem ser a empregada e a menininha que moram com ela – respondi, já mais equilibrado – Lembra-se do que aquele moleque falou? Não é só ela.

– Pois é. O ruivo, Josh, sugeriu que ela fosse embora daqui e que levasse elas para longe. Mas ela disse que não iria embora porque se importava com as pessoas daqui. Que precisava livrar as pessoas de quem as rouba. Suas próprias palavras. Depois disso, eles se despediram e ela entrou na garagem daquele prédio velho, desceu as escadas da saída de emergência e entrou no seu velho lar, Adam.

– Mas o lugar estava destruído. Warner explodiu a porta e cravou as paredes de bala.

– Parece que ela tem muito dinheiro, porque a porta de aço que você tinha naquela época parece uma porta de madeira comparado a que ela mandou colocar. Isso se ela mesma não colocou.

– O que?

– Ninguém no mundo tem força para carregar uma coisa daquela, a não ser Juliette. E mais, ela restaurou a segurança com câmeras discretas durante todo o caminho, da entrada do prédio até a porta de aço, e instalou uma fechadura de segurança com teclado, mais avançada que a sua, com senha de quatro dígitos.

– Se há senha, como vamos...

– Eu sei a senha – disse Kenji – É 1014 – Ele se virou para mim – Você sabe o que são esses números?

Tentei recordar de algo relacionado, uma data talvez, mas não achei nada – Eu não faço a mínima ideia.

– O que acha de descobrirmos? – propôs Adam.

– Acho uma ideia excelente.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que sou eu que posto, mas até eu fico ansiosa pelos próximos capítulo, então me digam o que acham da fic e o que esperam. Suas sugestões e criticas podem salvar Warnette.
E eu também sei que fui má com Josh com aquele apelido, mas é o jeito de Kenji, então perdoem-me ruivas e ruivos que leem Completa-me.
Beijos.
BL.



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