Uma Vida Nem Tão Colorida escrita por Jowlly


Capítulo 17
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, cupcakes!
Como vocês vão?

Muitíssimo obrigada pela recomendação, Lunne!! Awwnnn, tive um ataque de fofura enquanto lia! Simplesmente perfeita!

Aqui vai o prometido epílogo!
E com trilha sonora! :3
Boa leitura!



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Trilha sonora: Broken - Seether

Eu daria tudo para experimentar aquela sensação novamente.

9 meses depois...

Tudo o que aconteceu aquele dia, tudo o que eu senti... tudo. Tudo ainda esta presente na minha mente, mesmo depois de tanto tempo.

E mesmo depois de tanto tempo, eu ainda não consegui entender o que havia acontecido naquele momento. Seria uma alucinação? Estaria eu sonhando? Não. Tudo fora muito real. Mas... então... nada faz sentido.

Depois daquele dia, como eu temia, eu não voltei a falar com o Nathaniel. Já o tinha visto online em redes sociais, mas sempre saía antes que ele resolvesse falar comigo, se é que ele quisesse isso.

Aliás, nós falaríamos do que? Simplesmente fingiríamos que nada aconteceu? Bom... talvez seja isso que ele queira. Mas já é muito tarde para voltar atrás e querer falar com o loiro.

Engoli em seco. Por que ele não saía da minha mente? Mesmo estando tão longe de mim, como posso senti-lo tão presente...

Parece que agora a situação foi invertida. Tão longe... mas tão perto.

Agora eu estou no 3° do Ensino Médio. A pressão de vestibular, enem e essas coisas está mais forte do que nunca, mesmo sendo ainda agosto, apenas.

15 de Agosto. Exatamente 9 meses depois... 9 meses em que meu cérebro não teve nenhum descanso se quer.

A única coisa que eu realmente quero saber é: o que passou pela cabeça dele quando ele me beijou? Quais eram as sinceras intenções dele? Isso seria medo de ser esquecido?

Já que, a partir do momento em que nossos lábios se selaram, ambos tínhamos certezas de que eu não iria esquece-lo. Nunca mais.

Agora vejo o quão cruel isso foi: ele sabia que me faria sofrer, pensando nele mesmo estando tão longe de mim, não sabia?

Eu não contei para ninguém sobre o beijo. Nem mesmo para Drika, minha fiel conselheira, que nunca revelara nada a ninguém. Eu prometi a mim mesma que jamais tocaria naquele assunto com outra pessoa até ter certeza do que aconteceu naquele momento. Bem, isso nunca foi revelado...

E aquele beijo ainda me trás tantas outras memórias... ele tinha um gosto de café indescritível, não passou de um selinho, para ser sincera, não foi muito longo, julgo eu que não deve ter demorado mais de 5 segundos, ao mesmo tempo que despertou tantos sentimentos, me paralisou. Foi tão calmo, delicado, mas tão... apaixonado...

Eu daria tudo para experimentar aquela sensação novamente.

Tenho que dizer que não foi só uma vez que ouvi meus amigos conversando sobre mim. Andavam preocupados com isso. Disseram que desde o dia do teatro, eu nunca mais fora a mesma.

Brittinei tinha certeza que estava ligado a Nathaniel. Ela não fazia ideia do quão certa estava sobre isso.

Ouvia-os dizendo que eu havia ficado muito mais avoada. Sorria menos, e quando sorria, não era com total sinceridade. Falavam que eu estava depressiva, calada... morta.

Eu queria, simplesmente, poder me livrar desse peso nas costas, queria sair gritando ao mundo o que eu sentia. Mas não conseguia, era como se algo estivesse me impedindo.

Hoje de manhã eu tive o mesmo sonho, digo, pesadelo, daquele dia... o relógio big bang, algo me perseguindo... eu caindo. Acordo. O que aquilo queria dizer?

Dava de ombros, tentando ignorar o fato, como sempre fazia.

Coloquei uma roupa qualquer, me arrumando na frente do espelho. Era impressão minha ou meu cabelo estava enrolando?

Tomei um café da manhã e deixei comida para a Drika.

Quando cheguei à escola, percebi uma movimentação diferente. Muitas pessoas correndo de um lado para outro, entravam e saiam da sala ao lado da minha. Murmúrios, cochichos, animações...

Não dei importância a nada disso. Parecia que nada tinha importância depois que ele se fora.

Nunca mais teve.

...

Não tive noção do tempo, como sempre. O sinal tocou indicando o intervalo. Minhas amigas me chamaram para ir com elas na fila da cantina, mas eu recusei. Já tinha planos. Coisas para fazer sozinha.

Todo dia 15, de todos os meses, sem exceção, eu ia até aquela árvore em que foram marcadas nossas iniciais. Ia lá como um voto de silêncio, como quando um filho visitava seu pai morto no cemitério.

Minha outra metade estava morrendo... então por que eu a sentia tão viva, de certo modo?

Não comeria nada. Estava sem apetite...

O ipê amarelo estava lindo. Mais florido do que nunca esteve. Agosto é a época dos ipês... ah, como eu amava os ipês de agosto.

Passei delicadamente a mão na parte queimada e marcada das nossas iniciais. Lembrava-me muito bem daquele dia. Parece que ele dedicou nossas últimas duas semanas para que fossem, realmente, inesquecíveis.

Sem me importar com as flores na grama, eu me sentei me apoiando no tronco da árvore, entre suas raízes.

Peguei meu celular, meus fones, coloquei no aleatório. Precisava me distrair.

As músicas tocavam e eu acompanhava-as apenas mexendo os lábios. Um vento bateu forte, fazendo a árvore se mexer e caírem mais algumas flores. Não me importei. Fechei meus olhos, me deixando levar pelo som.

A música estava em seu volume máximo... começou a tocar Broken, de Seether. Comecei a reparar na letra, no que ela dizia.

Me impressionei... recentemente as músicas andam me traduzindo...

“I wanted you to know that I love the way you laugh

I wanna hold you high and steal your pain away

I keep your photograph and I know it serves me well

I wanna hold you high and steal your pain

Cause I'm broken when I'm lonesome

And I don't feel right when you're gone away”

(Eu queria que você soubesse que eu adoro o jeito que você sorri

Eu quero te abraçar bem forte e levar sua dor pra bem longe

Eu guardo sua foto, e eu sei que ela me faz bem

Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor

Porque eu fico em pedaços quando fico solitária

E eu não me sinto bem quando você vai embora)

Ouvi alguém se aproximar de mim, mas não ousei abrir meus olhos.

Deu para perceber que a pessoa parou na minha frente. Pensei que iria falar comigo, mas então nada aconteceu. Ela simplesmente saiu da frente... na verdade, deu a volta na árvore e se apoiou do outro lado. Podia sentir.

Mais um vento forte bateu, dessa vez, derrubou um dos meus fones de ouvido. Não peguei de volta, não sabia dizer se fora por causa da preguiça ou da paralisia que de repente tive.

“You've gone away

You don't feel me here, anymore

The worst is over now and we can breathe again

I wanna hold you high, you steal my pain away

There's so much left to learn

And no one left to fight

I wanna hold you high and steal your pain”

(Você se foi

Você não me sente mais aqui

O pior já passou e nós podemos respirar de novo

Eu quero te abraçar bem forte, você tira a minha dor

Há muita coisa deixada de aprender

E ninguém contra quem lutar

Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor)

Mais um trecho tocou, continuei sussurrando a música para mim mesma. Porque tudo a minha volta me lembrava Nathaniel?

Foi quando aconteceu. Aconteceu algo que me fez estremecer por inteira. Estaria eu ficando louca? Não... era real.

Ouvi um sussurro. O sussurro da voz dele.

Não... ainda mais. Era a voz dele, e estava cantando, cantando assim como eu, os trechos daquela dolorosa música.

“Cause I’m broken when I’m open

And I don’t feel like I am strong enough”

(Porque eu fico em pedaços quando eu me abro

E eu não me sinto como se fosse forte o suficiente)

Meu coração bateu forte ao mesmo tempo que parecia estar mais calmo. Seria possível? Só tinha uma pessoa que conseguia me deixar daquele jeito...

“Cause I'm broken when I'm lonesome

And I don't feel right when you're gone away”

(Porque eu fico em pedaços quando fico solitário

E eu não me sinto bem quando você vai embora)

Senti algo escorrer pela minha bochecha. Mas eu estava... chorando? Já?!

“You've gone away

You don't feel me here, anymore”

(Você se foi

Você não me sente mais aqui)

As duas últimas frases da música foram ditas. Mais lágrimas escorreram pelas minhas bochechas. Era mesmo ele? Pensava.

Todas as minhas dúvidas morreram quando eu ouvi, novamente, sua voz em um novo sussurro:

– Isso não é um adeus.

Meus músculos contraíram, meu coração batia cada vez mais forte. Apertei ainda mais meus olhos fechados.

Ele estava... de volta?!

Ventou novamente. Mais flores caíram sobre mim. Nada fiz.

Houve alguns momentos de silêncio, me peguei perguntando se tudo seria apenas uma ilusão. Não. Não era.

Mesmo de olhos fechados, pude perceber que uma pessoa acabara de entrar na minha frente. Ele suspirou forte, eu fiz o mesmo sem notar.

Estava mesmo acontecendo aquilo?

Tinha medo do que encontraria quando abrisse os olhos. Tinha medo do que iria acontecer em diante... mas eu o fiz sem pensar direito.

Quando a minha visão se focalizou, na minha frente, estendo a mão para que eu pudesse levantar, Nathaniel.

Ele me olhava como da primeira vez. Não. Me olhava melhor do que da primeira vez que me vira.

Um calor passou pelo meu corpo inteiro e, pela primeira vez em tempos, não fiquei paralisada quando o vi.

Parei de pensar. Novamente, eram só nós dois.

Entreguei minha mão para ele, que continuava me olhando daquele modo. Ele me puxou, fazendo com que, não só levantasse, mas o abraçasse.

Não hesitei em nenhum momento.

Me afundei em seus braços, o apertando com ainda mais forças. Podia sentir lágrimas brotando dos meus olhos, mas pouco importava agora.

Ele tinha um leve cheiro de café... fiquei imaginando se seus lábios ainda tinham o mesmo gosto.

Não sei por quanto tempo ficamos abraçados daquele jeito, mas quando eu finalmente consegui me sentir apta a falar, o respondi. Algo que já estava devendo há um bom tempo:

– Eu também te amo. Eu te amo, Nathaniel.

O abraço ficou ainda mais forte. Eu não era a única que estava chorando...

E em tanto tempo, eu finalmente me senti completa. Senti-me recuperada, segura. Perfeita.

Não importava mais o que aconteceria dali para frente, eu soube: daríamos um jeito. Ficaríamos juntos dali em diante. Dali em diante e para todo o sempre.

Esse é o meu final feliz.


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Notas finais do capítulo

Em fim, eu queria agradecer a todo mundo: a todas que leram, a todas que gostaram, a todas que comentaram, a todas que apenas acompanharam.
Só pelo fato de você ter chego até aqui já me deixou super feliz!
Espero mesmo que tenha gostado da fanfic, pois eu amei escrevê-la!
Até uma outra hora, talvez, cupcakes!