Histórias De Dragões. escrita por Anieper


Capítulo 22
Capítulo 22




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E mais uma vez em seus sonhos Ária retornou a ilha da Fúria Azul. Ela estava na caverna que foi sua casa durante quatorze anos. Ela estava sentada com as pernas dentro do pequeno lago que tinha ali. A mesma Fúria da Noite que sonhou estava sentada ao lado dela. O dragão olhava para ela atentamente. Ária esticou a mão e pegou um peixe. Ela o jogou para o dragão que comeu em uma bocada só.

– Você é esfomeada, Fúria. – ela disse sorrindo para ela. O dragão apenas bufou e deitou novamente.

Ária acordou quando escutou alguma coisa caindo. Ela olhou em volta, mas não tinha nada fora do lugar. Ária esticou a mão e pegou o copo que estava em cima da mesa de cabeceira. Ela virou o copo e estava vazio. Com cuidado ela tirou a mão do marido de cima dela e se sentou na cama. Ela levantou e foi para a cozinha. Ela encheu o copo de água e foi se sentar ao lado de Esmeralda.

– Oi garota. – ela disse quando sua dragoa deitou a cabeça no colo dela. – Eu te acordei?

Esmeralda balançou a cabeça negando. Ária tomou um pouco da sua água e depois passou a mão na cabeça dela.

– Está com fome? – perguntou sorrindo.

Ária se levantou e pegou uma cesta de peixe. Esmeralda comeu os peixes, feliz. Ária bebeu um pouco mais de água e voltou a fazer carinho em Esmeralda. Ela estava quase voltando para a cama quando escutou Tornado rosnando e alguém gritando. Ária correu até a porta com Esmeralda e Diabinho, que acordou com o barulho, atrás dela.

– Tornado, não. – ela falou quando abriu a porta e viu ele em cima de uma mulher. – Saia.

Tornado levantou a cabeça e fez o que ela mandou. Ária ajudou a mulher se levantar. Quando ela ia perguntar se ela estava bem, ela reconheceu o rosto e paralisou. Aquela era Valhalarama, a mãe do Soluço. Ária não podia acreditar no que estava vendo. Ela não acreditava que Valhalarama estava de volta depois de tanto tempo.

– Ária você está bem? – Stoico perguntou da porta.

– Estou. – ela respondeu saindo do choque. – Parece que você tem visita.

– Oh, deuses. – ele disse finalmente olhando para a outra pessoa que estava ali.

– Pai? Ária? – Soluço chamou. – O que aconteceu? Ária foi você que gritou? Tudo bem?

– Tudo bem, querido. – Ária respondeu, já que Stoico olhava para Valhalarama espantado.

– Quem é ela? – Soluço perguntou parando ao lado do pai.

– Por que não entramos? – Ária perguntou passando a mão em Esmeralda que olhava desconfiada para a estranha na sua frente. – Temos muito que dizer.

Ária passou por Stoico e levou Soluço para dentro. Valhalarama entrou atrás deles, depois Stoico fez o mesmo, o chefe estava pálido. Ária fez sinal para Banguela que cuspiu fogo e iluminou a cozinha.

– Olha só para você. – Valhalarama disse se aproximando de Soluço quando seus olhos de acostumaram com a luz. – Está tão bonito, tão crescido.

– Quem é você? – ele perguntou confuso.

– Eu sou...

– Soluço senta. – Stoico disse interrompendo ela.

Soluço fez o que o pai mandou, confuso. Ele olhou para o pai e depois para Ária esperando uma resposta.

– Eu vou esperar lá fora. Acho que isso à é assunto de vocês. – Ária disse indo em direção a porta.

– Não. Fique. – Stoico disse passando a mão no cabelo em um claro sinal de nervosismo.

Ária parou atrás da cadeira que Soluço estava sentado e apoiou as mãos nela. Soluço olhava para todos sem entender nada. Ele notou que o pai estava nervoso, mas não entendia o motivo. Quer dizer, não é a primeira vez que algum estranho chega no meio da noite.

– O que está acontecendo? – Soluço perguntou novamente. – Quem é ela?

– Stoico acho melhor começar a explicar. – Ária disse olhando para o marido. Stoico não disse nada, ele parecia perdido. – Banguela jato de plasma. – Banguela atirou na parede, fazendo um tremendo barulho, isso pareceu desperta Stoico.

– O que foi isso? – ele perguntou olhando em volta.

– Nada. Soluço está esperando uma resposta. – Ária disse indo para o quanto da sala.

– Filho, essa é Valhalarama, sua mãe. – Stoico respondeu.

Soluço primeiro olhou para o rosto da mulher, depois para o pai e novamente para a mulher. Conforme ele ia digerindo a notícia, ele foi empalidecendo.

– Não. Não. Não. Não. – ele disse balançando a cabeça.

– Filho eu...

– Não me chame assim. – Soluço disse com a respiração ofegante. – O que você quer? Por que voltou?

– Eu quero minha família de volta. – Valhalarama disse se aproximando dele.

– Fique ai. Não me toque. – Soluço ficou de pé e se afastou dela. – Você não tem família aqui.

– Soluço sei que você está confuso e até mesmo zangado, mas...

– Confuso? Zangado? – Soluço a interrompeu. – Não. Estou mais para furioso. Você acha que é só voltar depois de tanto tempo? Que íamos está aqui de braços abertos te esperando? Não.

– Soluço só quero que você me escute. Por favor.

– NÃO. – ele gritou. Banguela levantou e rosnou para Valhalarama.

– Soluço se acalme. Banguela vai acabar atacando ela. – Stoico disse se colocando entre Valhalarama e Banguela.

– Banguela está tudo bem. – ele disse esticando a mão para o dragão que foi até ele.

– Será que você pode, pelo menos, me escutar? – ela perguntou.

Soluço olhou para Ária que deu a ele um sorriso encorajador. Depois de respirar fundo ele voltou a se sentar.

– Certo. Fale.

– Antes de qualquer coisa quero me desculpar por te acordado vocês. – ela começou nervosa. – Bom, como Stoico disse, sou sua mãe. Sei que você deve pensar que sou um mostro por ter tem deixado, mas não. Soluço te deixar foi à coisa mais difícil que já fiz. Você pode não acreditar, mais foi. – ela suspirou. – Quando você nasceu eu era muito nova. Imatura, e não sabia nada da vida. Quando eu vi aquele pequeno ser que dependia de mim para tudo, prometi para mim mesma que daria o melhor de mim. O tempo passou você cresceu. Desde de pequeno dava para ver que você era diferente. Você não gostava de nada relacionado a dragão. Você jogou fora o boneco que fiz para você. Mas eu te amava mais do que tudo, e ainda amo. – ela olhou para ele, com se para mostra que falava a verdade. – Conforme você foi crescendo a pressão aumento. Você não era igual a nenhum viking. Nunca fazia aquilo que esperavam de você. Eu via como seu pai ficava toda vez que pedia para você fazer alguma coisa e não saia do jeito que ele tinha planejado. Você não tinha amigo, a não ser pelo Bocão. Eu não podia ficar para ver aquilo. Era muito pressão, eu era muito nova. Achei que seria melhor te deixa.

– Assim? Sem mais nem menos? – Soluço perguntou.

– Não. Eu pensei muito antes de te deixar.

– E depois?

– Quando eu tomei a decisão, não falei nada para ninguém. Esperei até um dia que seu pai ficou fora até tarde, depois arrumei minhas coisas, fiz você dormi e sai. Eu pensei em deixar uma carta, mas pensei que se seu pai pensasse que um dragão tinha me matado seria melhor. Só que quando eu cheguei ao porto seu pai estava lá. Ele me perguntou o que tinha acontecido, eu apenas disse que não dava mais, peguei um bote e fui embora. Seu pai tentou me convencer a voltar, mas estava decidida a ir.

– Onde você esteve todo esse tempo? – Stoico perguntou.

– Na ilha do Salgueiro Lutador. Sibia e Apate me acolheram. Eu pedi para que eles não falassem para você que eu estava lá. Toda vez que alguém de fora chegava na ilha passava o dia em casa.

– E por que você decidiu voltar agora? – Stoico perguntou. Ela não respondeu.

– Você não me pediu para te escutar? Então responda a pergunta do meu pai. – Soluço disse se levantando novamente. – Por que você voltou agora? Por que não voltou quando eu precisava de você? Você era jovem? E eu? Como você acha que me senti sendo a vergonha viking e não tendo minha mãe aqui para si quer falar: Vamos Soluço faça alguma coisa que preste? Como você acha que me sinto agora?

– Soluço sei que errei. Mas tente me entender...

– Não. Não quero entender. – Soluço disse balançando a cabeça. – Eu passei tanto tempo só. Não conseguia conversar com meu pai. Todos na ilha falavam mal de mim. Eu precisava de uma mãe e tinha uma? Não. Não venha me dizer que sente muito pensando que tudo ia ficar bem. Por que não vai.

– Querido eu...

– Não me chame assim.

– Soluço eu sei que vai ser difícil no começo, mas depois, conforme fomos nos conhecendo, as coisas vão melhorar.

– Eu acho que não. Eu não confio em você e não quero te ver.

– As coisas vão melhorar depois que você se acostumar comigo.

– Não. – Soluço estava ofegante.

– Soluço se acalme. Você ainda não está cem por cento.

– Eu preciso que você me perdoe. Eu preciso do meu filho.

– Quando eu precisei de você, você foi embora. Agora que você precisa de um filho, não venha atrás de mim. Venha Banguela.

Soluço montou seu dragão e saiu. A sala caiu em um silêncio. Ninguém sabia o que fazer.

– Acho melhor alguém ir atrás dele. – Valhalarama disse depois de um tempo.

– Ele vai ficar bem. – Stoico disse.

Ária mordeu os lábios pensativa. Ela olhou para fora e viu que estava amanhecendo. Ela se levantou do chão onde tinha sentado chamando a atenção dos dois.

– Bom, vou me troca e alimentar os dragões. Depois faço seu café da manhã. – disse indo em direção ao quarto.

Ária se trocou rapidamente. Ela estava terminando de arrumar o cabelo quando Stoico entrou no quarto. Ele estava abatido e parecia perdido. Sem disser nada, ele apenas a abrasou.

– Ele vai ficar bem? – ele perguntou se referindo a Soluço.

– Não sei. – ela disse. – Tenho que ir.

Ária deu um beijo na bochecha dele e saiu. Valhalarama estava sentada na mesa. Ela levantou a cabeça quando Ária chegou à sala. Ária apenas passou por ela e foi pegar os cestos com os peixes. Ela levou a do Tornado e deu para ele. Depois voltou para alimentar Esmeralda e Diabinho.

– Algum deles é seu? – Valhalarama perguntou quando Ária começou a pegar as coisas para preparar o café da manhã.

– Ela é. – ela disse apontando para Esmeralda. – Ele e o Tornado são de Stoico. E Banguela como você pode ver é do Soluço.

– Banguela é um Fúria da Noite, não é?

– É sim.

– Eu escutei as histórias, mas nunca acreditei que fosse verdade.

Elas ficaram em silêncio. Ária preparava o café normalmente, enquanto Valhalarama acompanhava tudo com os olhos. Stoico saiu do quarto pouco antes do mingau ficar pronto. Ária serviu ele, e depois pegou uma fruta.

– Só vai comer isso? – ele perguntou apontando para a fruta.

– Sim. Estou sem fome. – ela olhou para fora. – Vou voar aqui em volta para ver se encontro Soluço. Ele não comeu nada.

– Tudo bem.

– Tenha um bom dia. – Ária disse antes de beijar a testa de Stoico e sair.

Ela respirou fundo. Ária não sabia o que pensar sobre tudo o que tinha acontecido nessa manhã, ela montou em Esmeralda e as duas foram atrás de Soluço. Elas passaram algumas horas voando sem nenhum sinal dele, até que Esmeralda encontrou o rastro dele e de Banguela. Soluço estava no topo da geleira, sentado com o rosto escondido nos joelhos.

– Soluço? – ela chamou descendo de Esmeralda que foi para a água.

Ele levantou o rosto quando ouviu a voz dela. Soluço estava com os olhos vermelhos. Ária o abrasou e deixou que ele chorasse. Ela sabia que ele tinha que colocar aquilo para fora. Eles passaram um tempo em silêncio.

– Acho que ela voltou por sua causa. – Soluço disse secando suas lágrimas.

– Por minha causa?

– Sim. Há essa hora o comerciante já passou pela sua ilha. Ela estava lá. Sei lá. Quando ele disse que você está viva e que casou com meu pai, acho que ela decidiu voltar.

– Eu não sei o que pensar sobre isso. – Ária disse olhando para ele. – Agora levante essa bunda daí e vamos voltar para Berk, você precisa comer.

Os dois voltaram em silêncio. Soluço tomou café enquanto Ária deu peixes para Banguela. Depois disso ela foi arrumar a casa rapidamente. Quando Soluço terminou os dois foram para academia.

– Soluço sua mãe está viva. – Perna-de-Peixe disse assim que eles entraram. No meio da academia estavam Stoico, Bocão e Valhalarama.

– Eu sei. – ele disse seco.

– Filho preciso que você faça uma busca. – Stoico disse entregando um papel para ele.

– Para quer isso? – ele perguntou passando os olhos pela lista.

– Meleca e eu vamos caça amanhã. – ele respondeu.

– Certo. – Soluço se virou e montou Banguela.

– A gente vamos com você. – Astrid disse. – Você quer vim? – ela perguntou para a mãe de Soluço.

– Em dragões?

– Esse é o modo que vivemos aqui. – Melequento disso.

Soluço fechou a cara, mas não disse nada. Ária pegou a lista da mão dele e deu uma olhada.

– Eu fico com essa parte. – ela disse rasgando o papel. – Melequento, os Cabeças e Valhalarama ficam com essa.

– Certo. E obrigado.

– Tudo bem. Astrid venha aqui. – Ária foi para longe de todos com Astrid logo atrás. – Ele não está reagindo muito bem à volta da mãe. Será que você e Perna-de-Peixe podiam conversa com ele.

– Podemos sim. –ela disse olhando para o namorado que fez com que Banguela mudasse a posição quando viu que a mãe dele estava olhando para ele, de modo que ficassem de costas para ela. – Eu entendo ele.

– Eu também. Vamos logo.

Ária e ela montaram em seus dragões. Valhalarama montou em Esmeralda e se segurou no fim das cela de Ária. Eles levantaram voou.

– Ele me odeia? – Valhalarama perguntou quando eles se separaram de Soluço e os outros.

– Não. Está apenas está confuso.

– Stoico me disse que vocês casaram.

– Mas isso você já sabia. – Ária afirmou. – Soluço acreditava que você estava morta quando eu vim para Berk, depois Stoico contou para ele a verdade, ele acha que você deixou Stoico por casa dele, ele se culpa.

– Não foi por causa dele.

– Não posso falar que entendo seus motivos, mas acho que ele precisa apenas de um tempo. – eles chegaram à ilha. – Vamos nos separar. – depois de dá para cada um o que fazer. Ária mandou Esmeralda para o mar com um gesto.

Eles passaram o dia procurando as coisas que Stoico pediu, depois foram se encontra com os outros na ilha dos dragões.

– Pegaram tudo? – Ária perguntou descendo de Esmeralda.

– Sim. E vocês? – Soluço perguntou.

– Falta um. – ela mostrou para Soluço.

– Quer ajuda?

– Não.

Ária tirou sua capa, as botas e seu cassaco. Ela montou novamente em Esmeralda e ambas foram para o mar. Esmeralda desceu. Ária fez com que ela fosse mais rápido. Ária pegou as ostras e elas voltaram à superfície.

– Nossa que frio. – ela disse torcendo o cabelo para tirar um pouca da água.

Quando ela desceu da Esmeralda, a dragoa lançou água quente nela. Depois Dente de Anzol tacou fogo. Quando o vapor diminuiu, Ária estava seca. Ela colocou o cassaco, as botas e a capa.

– Vamos voltar para Berk.

Quando eles chegaram cada um foi para um lugar. Ária foi para sua casa. Ela tinha que cuidar das plantas. Esmeralda deitou no lago enquanto ala trabalhava. Ária passou a tarde trabalhando. Ele colheu tudo o que estava bom. Ela colocou tudo em cestas e levou para a aldeia. Depois de deixar Ária no grande salão Esmeralda foi para a praia. Ela gostava de ficar algumas horas no mar à noite antes de ir para a casa. Quando Ária entrou no grande salão a primeira coisa que ela viu foi Stoico e Valhalarama conversando em um canto. Soluço estava sentado no canto com a cara emburrada. Astrid estava ao lado dele e falava alguma coisa mas ele negava.

Ária foi até a mesa pegou um prato coloco um pouco de sopa e saiu. Ela foi até o penhasco e sentou. Ela comeu vendo as ondas se quebrarem ao longe. Quando ela terminou deitou no chão e ficou vendo as estrelas.

– Oi. – Stoico disse se sentando ao lado dela.

– Oi. – respondeu sem olhar para ele.

– O que está fazendo aqui?

– Olhando as estrelas.

– Por que não jantou com os outros?

– Ás vezes sinto saudades de comer a luz das estrelas. – ela disse olhando para ele. – E como hoje passei a tarde apenas com a Esmeralda pensei que talvez fosse o dia perfeito para isso.

– Como você está? Quer dizer, com essa história da Valhalarama e tudo mais.

– Estou bem Stoico. Mas acho que a pergunta certa e como você e Soluço estão. – ela disse se sentando. – Soluço não vai aceitar ela assim tão fácil.

– Eu sei. Mas o que posso fazer? Ele está certo.

– Tudo vai acabar bem. – eles deitaram e ficaram olhando as estrelas. – Ele vai entender os motivos dela e eles vão se acerta. Ele só precisa de tempo.

– Eu sei. Soluço é um bom garoto.

– Ele é.


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