Give Me Love escrita por Novaes


Capítulo 14
I'm a bad machine who can never be fixed


Notas iniciais do capítulo

Depois de anos e mais anos, sim, eu estou de volta e pra valer... Desculpem a demora, isso foi um descuido meu, não sei o que deu em mim, sinceramente, minhas desculpas, mas espero que me perdoem e eu vou voltar assim que possivel, eu nunca vou embora de verdade... Saibam disso. Amo todos vocês, obrigada por serem pacientes...



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P.O.V Katie

Eu acordei, deixando a claridade entrar em meus olhos de acostumarem com a claridade que vinha de algum lugar, eu não sabia onde eu estava... Coloquei minhas mãos na cama, ainda fechando os olhos, eu estava fraca, eu procurava algum sinal de algum lugar, ou não sei.

– Katie Swan – Falou um homem entrando, eu olhei e vi que era um médico, eu ri baixo abrindo os olhos e o encarando.

– Hospital? – Perguntei retoricamente. Ele apenas assentiu.

– Você tem muitas coisas, garotinha – Ele falou.

– Eu estou acostumada – Falei tentando me levantar e alguém tocou minha mão, olhei para o lado e vi Emma, eu tirei minhas mãos das delas, pois, eu estava decepcionada, sei que isso era uma parcela de culpa minha, mas... Ela nunca vai me olhar como olha para Henry, como uma filha. – Vá embora! – Eu falei e ela me olhou com os olhos arregalados.

– Katie...

– Vá embora – Eu falei de novo a interrompendo, ela ainda continuou. – GET OUT! – Eu gritei. Ela se encolheu. – Eu não quero ver você, eu não quero saber mais de você! Eu só quero que você vá! – Eu falei irritada.

– Emma... – Falou o Doutor, ela estava com a boca entreaberta, chocada com que eu havia dito. Okay, eu não queria ser tão dura dessa maneira mas olha só, eu estou sozinha como sempre estive e esse é meu jeito de me proteger do mundo, ela me olhou pela última vez e saiu, o Doutor depois de um tempo também saiu e eu de novo, sozinha. Como sempre foi, aliás, a solidão chega e se senta perto de mim, sempre falando “olá, Katie, como está hoje?”, “sozinha” eu respondo, apenas sozinha. Isso não era nenhum problema para mim, mas depois que cheguei aqui, acabou virando um grave problema, acho que me apeguei aquela cidade cheia de loucos, mas, eu não posso ficar mais aqui. Não posso mesmo, é muito perigoso, e não só por causa de magia porque isso é um terço da confusão toda, é que eu sinceramente não posso me adaptar porque eu não sou filha, não sou irmã, não sou nada de ninguém, eles são uma família... Completa aliás, não posso chegar do nada e destruir isso, eu vou precisar ir, aliás, ninguém vai sentir minha falta! Eu não iria sentir a falta da garota que teve uma overdose, que bebe, que fuma, que nem chegou aos 18 anos ainda.

Nesses pensamentos, e com tantos remédios me atingindo, eu acabei indo dormir. Mas percebi, ao que parecia, ninguém tinha ido atrás de mim ou algo parecido. Acordei com o médico entrando.

– Quando poderei ir embora? –Eu perguntei o assustando.

– Eu não sei, Katie. Seu estado é meio grave – Ele falou.

– Eu quero ir embora – Eu falei.

– Mas não pode ir agora – Ele retrucou.

– Eu vou embora daqui ainda hoje, não irei ficar mais nenhum minuto nessa cidade de loucos! Não sou tão insana dessa maneira – Eu falei e ele concordou saindo, eu tentei me levantar da cama quando o vi saindo, e tirei todos aqueles aparelhos que estavam grudados em mim, fui até o banheiro com uma fragilidade sem fim e saí pelas portas do fundo, cheguei lá na Granny’s, ela me deu a segunda chave do quarto, ela estava desconfiada.

Cheguei no quarto e estava a mesma bagunça que eu tinha deixado quando eu fui embora, fui até meu guarda roupa, as roupas estavam lá, peguei uma qualquer e fui até o banheiro, tomei meu banho e fiquei lá por alguns instantes, abaixei minha cabeça e apoiei na parede, respirando e ouvindo o barulho da água caindo sobre minha cabeça, fiquei pensando e repesando, o que diabos eu estava na cabeça? Eu só venho destruindo tudo, exatamente tudo no que eu toco, ou nos lugares que eu chego,e eu fiz isso com minha mãe, com Henry, com aquela família louca, eu meio que os destruí, e me destruí também, pra falar a verdade, eu nem estava preparada pra o que iria acontecer ali, eu só entrei de cabeça naquilo, em conhecer minha mãe e tudo mais e acabei me deparando com um conto de fadas e eu não quero isso, de jeito nenhum.

Mentiras, era disso tudo que a vida é sobre, apenas mentiras. Eu menti para mim mesma e então, acabei acreditando nas minhas próprias mentiras, não é assim que deveria ser, não é.

Saí do banheiro, vestida, então eu comecei a arrumar minha pequena bagunça e refazendo minha bagagem, que aliás, nem era tão grande desse jeito.

Então, eu saí, não vi a Granny, o que eu achei melhor, eu saí escondida, o mais incrível é que eu não estou muito tempo na cidade, mas já consegui aprender todas as ruas, isso é tática de uma órfã que viveu muito por aí, eu não sei o que vou fazer agora, talvez eu ligue para o Cook, ou sei lá. Eu sei que eu estou indo, sem rumo mas em frente.

Saí esgueirada, prestando atenção nas ruas, então peguei rumo à aquela maldita floresta, sim, talvez eu me perderia, mas talvez eu ache meu lugar de volta, eu vagando por lá, meus pensamentos estavam longe, a maioria deles estavam em Henry, eu iria deixar ele sem ao menos dizer adeus, mas eu sei que isso era para o melhor, sei que ele não entenderia, na verdade, quem é que de verdade irá me entender? Ninguém, nem eu me entendo.

Finalmente eu consegui encontrar a saída de Storybrook, parecia mais distante do que a chegada, e parecia algo mais ansioso e melancólico também, apesar de tudo, eu estaria deixando uma parte de mim ali que com certeza estaria com Henry, talvez ele me leve no seu coração para sempre, ele tem um coração puro, disso eu tenho certeza e disso eu também sei que ele não vai me esquecer, e eu não quero que esqueça, pode me chamar do que quiser, até de egoísta, mas eu estou indo embora tudo para o bem deles, e até para o meu, mas é sempre assim, eu sempre destruo tudo que eu toco, e eu não quero estragar aquilo. Respirei firme, e então ouvi alguns passos atrás de mim, respirei forte de novo e me virei, imaginei mil pessoas ali na minha frente, mas não, era Emma.

– O que está fazendo? – Ela me perguntou, parecia... Preocupada e angustiada.

– O que você acha que estou fazendo? – Perguntei tentando soar o mais irônica possível, mas acho que não estava conseguindo. Emma me olhou séria. – Eu estou indo embora, Emma.

– Você não pode... Seu estado é grave, e você tem uma grande queda e uma grande overdose, você fugiu do hospital e... Pode se machucar...

– Eu sei como as coisas vão, Emma – Eu a interrompi.

– Por que você faz isso? – Ela me perguntou se aproximando.

– Fazer o quê? - Perguntei não entendendo o ponto que ela queria chegar.

– Afastar todas as pessoas que estão na sua volta – Ela falou. Eu fechei os olhos por meio segundo, desejando que aquilo não fosse verdade, apenas... Queria esquecer aquilo, ela, tudo.

– Não, Emma... Não faça isso, está destruindo a mim e a si mesma – Eu falei querendo sair do assunto.

– Do que você está falando? – Ela perguntou.

– Isso é o que eu faço, Okay? Destruo tudo e todos, e eu não percebi isso até chegar aqui, okay, eu entendi mas... Eu não posso, eu simplesmente não posso fazer isso, vocês são boas pessoas, e eu... Uma destruidora de lares – Eu falei gritando, talvez não tendo a menor noção do que eu estava falando, mas eu falava.

Emma ficou calada, ela me olhava triste, talvez confusa, mas eu não sabia descrever ela, ela prestava atenção em cada palavra minha. Resolvi continuar.

– Eu cheguei aqui, eu não tinha pensado, mas eu fiz algo ruim... Coisas ruins, e coisas ruins aconteceram comigo também, Emma. Eu não sou o modelo perfeito que você esperava, e eu mexo com as coisas, eu as destruo porque foi assim que eu cresci, na destruição, na bagunça que é a vida, eu sinto muito por tão... Bem, do meu jeito. Você e Henry são... Incríveis, e eu tenho certeza que Neal é um homem bom, mas não é comigo, o que aconteceu com todos nós foi um desastre, talvez eu não esteja pronta para deixar esse passado ir embora, talvez eu nem consiga fazer isso... Eu sinto muito, okay? Eu nunca falei isso para ninguém e provavelmente eu estou fazendo isso errado porque eu estou gritando, mas eu sinto muito Emma, eu sinto muito mesmo, se eu mexi com sua vida, eu sinto muito se destruí alguma coisa, se baguncei, eu apenas sinto muito, não foi minha intenção... Eu não quis... Fazer uma bagunça e ir embora, mas é o que eu sou, é o que eu sempre faço, eu só... Você é muito melhor do que eu poderia sequer ter imaginado que seria, mas não posso fazer isso aqui, não com você, ou Henry, vocês todos, são uma linda família, e com certeza os melhores, mas eu não sou e não vou continuar sendo ruim, do jeito que eu sou. Eu sou meio que uma máquina que não pode ser consertada nunca, é isso... Então, por favor, apenas me deixe ir Eu falei e então silêncio apenas, o olhar de Emma era indescritível, bom, eu acho que nunca descobrirei o que ela realmente sentia, então eu me virei e sair da cidade, mas como sempre fui impedida, era como se fosse uma barreira que não permitisse eu ir embora. Ah, por favor, Emma... Me deixe ir.

– Não sou eu – Ela disse, eu a olhei confusa.

–Do que está falando? – Eu perguntei. – Eu preciso ir.

– Não, Katie... Não sou eu, eu estou parada, juro.

– E então, quem é? – Perguntei curiosa e frustrada, e ela apenas deu de ombros preocupada.

– Não, Katie... Não sou eu, eu estou parada, juro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido... Eu amo todos vocês! E me perdoem por ter que postar tudo de novo, é que eu amo demais minha história para deixar, sabe?



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