A Escuridão II. escrita por Novaes


Capítulo 41
You should do this more times... Smile.




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P.O.V Charlotte

– Tia Jenna? – Repeti de novo, não acreditando no que eu estava vendo na minha frente. Eu simplesmente não acreditava que era ela, bem ali. Okay, ela era minha tia.

– Posso entrar? – Ela perguntou. Eu estava tão atônita que não tive nenhuma reação, e ela entrou, Jeremy e Elena estavam emocionados e a abraçaram, e eles começaram a conversar, como se tudo estivesse bem, era até engraçado a que ponto do ridículo as pessoas fingiam as coisas, ela tinha ido... Por muito tempo, ela sabia do que aconteceu.

Todos chegavam a um ponto de apenas olhar para mim, para saber se eu esbanjava alguma reação. Eu apenas me levantei e subi para o meu quarto, bati a porta fortemente, oh, Deus, o que o senhor reservou para mim? Que desastre, que vida horrível, quando as coisas vão dar bem, elas voltam a ser desastrosas de novo. Parece até um ciclo vicioso, parece que a vida faz isso de propósito. Fechei meus olhos por um tempo, só para pensar, ou sei lá.

“Flashback

Eu estava no funeral, era o da minha mãe, ela estava enterrada. Flashbacks passavam na minha cabeça, antes dela morrer, minha tia estava lá, eu lembro, ela poderia ter parado mas ela correu. Agora, ela estava na minha frente, bem aqui na minha frente do caixão da sua irmã. Como ela deveria se sentir? Eu estava péssima, meu pai estava fazendo uma ceninha do meu lado, eu não tinha o apoio de ninguém ali, todos me olhavam apenas como uma pobre garotinha que perdeu a mãe, mas eles não entendem, não era câncer ou nada do tipo, ela morreu porque ele a matou, ninguém escutava, eu estava dando tiros no escuro, e as pessoas apenas pensavam aquilo, mas tinha muito mais na história, minha vida não era fácil. Meus irmãos não estão mais aqui, não iria deixa-los aqui depois de tudo, claro que meu pai vai me caçar. Imagine só eu, sem nenhum apoio, ninguém na minha vida, e com um pai que quer apenas arrancar cada parte de você, ou favor pior, sei que ele poderia fazer pior, eu fui fraca, falhei com minha mãe, falhei com meus irmãos, falhei até comigo mesmo. Eu não sei qual é o propósito da vida, mas faço questão de não morrer nas mãos desse homem que já fui obrigada a chamar de “pai”, ele é um psicopata, não tem nenhuma razão de tanto ódio. Afinal, essa era a questão: Para que tanto ódio? Ele não poderia levar a vida na leveza, ver as coisas lindas que devem ter aí nesse mundo, mas ele optou pelo lado escuro da vida, e acabou me arrastando a isso também, não é luto, tenho certeza disso, não tem luto aqui, apenas arrependimento, não tem medo, mas ódio. Não queria ser assim, não queria mesmo, mas a vida e as pessoas me obrigaram a isso. Não há Deus algum. Ninguém irá nos salvar. Afinal de contas, estamos todos sozinhos.

O funeral finalmente acabou, percebi que meu “pai” foi falar com alguns convidados, fazer sua pequena falsidade diária, aproveitei e fui até a floresta, apressei meus passos largos e peguei a bolsa que tinha deixado já separada, com poucas coisas, e uma foto para lembrar que um dia eu tinha alguém na minha vida, mas os perdi. E foi tudo minha culpa, acho que afinal de contas, o que vai me manter viva é isso, culpa, muita culpa.

– Onde pensa que está indo? – Uma voz pairou atrás de mim enquanto eu saia, me virei e dei de cara com Jenna.

– E por que você se importa? – Retruquei começando a andar.

– Você não pode ir – Ela falou.

– Você sabe o que aconteceu, você sabe muito bem, e você não pode fazer nada, porque é fraca – Eu falei e ela ficou atônita lá, continuei apenas andando e seguindo meu caminho, sei que estava fazendo a coisa certa, as pessoas não... Imaginavam a dor que era ser assim, crescer uma pessoa tão ruim, eu não escolhi ser assim, acho que ninguém escolhe, mas acabei sendo da mesma maneira, e tudo bem com isso, apenas não está bem o fato de que cada dia que se passava, eu estava me tornando mais igual a ele...”

Flashback OFF

Eu suspirei, um suspiro com tantas emoções, que eu me senti incomodada com aquilo. Lembrar não é algo bom, eu não queria lembrar, para falar a verdade o objetivo era esquecer tudo aquilo, mas olha só, o meu passado continua batendo na minha porta, e ele não bate e vai embora não, ele se senta e fica conversando sobre ele, e arruinando toda minha vida. Ah!

Ouvi alguém bater na porta, pensei que fosse Violet querendo conversar comigo como sempre faz, mas quando abri a porta, era Tate, ele sorria simpático como sempre.

– Vamos entrando – Falei tentar o máximo não demonstrar nenhuma reação exagerada, então ele entrou, eu fechei a porta, e quando me virei ele estava apenas se sentando na cama, eu me sentei na frente dele.

– Como você está se sentindo? – Ele me perguntou.

– Não sei a que você se refere, Langdon – Eu falei e ele riu.

– Vi como você ficou – Ele falou.

– Não viu nada – Eu retruquei.

– Violet estava preocupada, mas o orgulho, você sabe...

– É, eu sei – Eu falei o interrompendo.

– Mas, se serve de consolo...

– Obrigada por estar aqui – Eu o interrompi e ele riu mais, ele abriu aquele sorriso encantador dele, verdadeiro, cheio de brilho, não sei.

Você deveria fazer mais isso – Eu falei e ele me olhou ainda sorrindo, mas confuso.

– Fazer o quê? – Ele perguntou.

Sorrir, Tate. Sorrir – Eu falei e ele riu mais um pouco e depois ficou envergonhado.

– Você vai me contar o que aconteceu ou o quê? – Ele perguntou ainda envergonhado.

– Você vai me deixar te elogiar, ou o que, Sr. Langdon? – Retruquei e ele riu um pouco mais, o olhei e sorrir também.


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